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Práticas de ensino em Biologia

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Prévia do material em texto

Prática de Ensino 
em Biologia no 
Ensino Médio
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. João Paulo Silva Pinheiro
Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti 
O Ensino de Ciências por meio da Atividade Prática e de Campo
• A realização de uma aula prática
• A Aula de Campo no Contexto de Ciências
• Ciências no dia-a-dia: Vamos Contextualizar?
 · Esta unidade tem por objetivo fazer com que o aluno seja capaz de:
 · reconhecer o papel da aula prática e de campo no processo de 
construção do conhecimento de Ciências;
 · analisar o processo de preparação de uma atividade prática e uma 
de campo;
 · compreender a aplicação das modalidades de ensino: aula prática e 
aula de campo;
 · contextualizar e de promover a interdisciplinaridade com a aula 
prática e a aula de campo.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta unidade, iremos aprender metodologias didáticas para aperfeiçoar 
a prática docente a partir da leitura do tema: O Ensino de Ciências, por 
meio da Atividade Prática e de Campo. Tais atividades são de fundamental 
importância para que haja a aprendizagem significativa, uma vez que é 
possível relacionar a teoria à prática. Dessa forma, leia de forma atenciosa 
cada um dos tópicos abordados, não se esquecendo de observar e acessar o 
material complementar. Além disso, pesquise outros recursos, como vídeos, 
imagens e artigos, com o intuito de ampliar os conhecimentos sobre o tema 
dessa unidade. Em caso de dúvida, não hesite em procurar o tutor.
Além do mais, participe do fórum de discussão, onde será possível debater 
mais sobre o tema e interagir com os demais alunos para construir o 
conhecimento.
Atente-se aos prazos das atividades!
Bom estudo e bom desempenho!
ORIENTAÇÕES
O Ensino de Ciências por meio da 
Atividade Prática e de Campo
UNIDADE O Ensino de Ciências por meio da Atividade Prática e de Campo
Contextualização
Importante!
Como ensinar Ciências? Você já se perguntou? Deve ser realizado conforme a imagem 
do link abaixo:
http://goo.gl/RvKBjH
Trocando ideias...
Muitos professores utilizam a “aula tradicional”, que é conceituada por diversos 
autores como o tipo de aula em que há a predominância da exposição de conteúdos, 
por meio do livro didático e/ou quadro branco. Muitas vezes, os alunos escutam e 
reproduzem o que o professor fala e interagem pouco ou nada com o docente e 
com os demais alunos, conforme vemos na imagem. Você quer ser um professor 
que age assim? De que forma podemos “dinamizar” as aulas e proporcionar uma 
aprendizagem realmente significativa?
A introdução de aulas práticas e de aulas de campo pode ser uma alternativa que 
permita aos alunos “visualizar” e “praticar” o conteúdo de Ciências, proporcionando 
um ensino que fuja do tradicional. Vamos aprender mais sobre isso?
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A realização de uma aula prática
Introdução
Quantas aulas práticas você já teve em Ciências? Você se lembra?
Mas afinal, o que é uma aula prática?
Observa-se, que muitos professores ainda utilizam o método de ensino baseado 
na exposição de conteúdo, utilizando apenas o livro didático e o quadro branco 
sem que haja a introdução de qualquer outro recurso didático ou metodologia de 
ensino, que possa permitir a visualização concreta ou a vivência daquilo que é 
ensinado. Se a prática docente for baseada apenas na “transmissão” de conteúdo 
teórico, a aprendizagem será efetiva?
Ilustração de uma das formas de “transmissão” de conteúdo e o que pode acontecer após 
esse processo.
http://goo.gl/bvMUBX
Ex
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or
A realização de aulas práticas, ou seja, o trabalho experimental, nas escolas iniciou-
se há mais de cem anos sob a influência do que era realizado nas universidades, 
pois se observava que os discentes tinham a teoria, no entanto não sabiam como 
utilizá-la. Isso é importante para que o aluno possa desenvolver a capacidade de 
reflexão e pensamento crítico acerca dos assuntos e que possam ser aplicados no 
cotidiano de cada um, além de permitir um ensino mais prazeroso.
A aula prática consiste em realizar uma determinada atividade com o intuito de 
explorar e de problematizar um conteúdo teórico ou de prová-lo de forma concreta, 
ou seja, prática. Isso pode ser desenvolvido por meio de experimentos com o uso 
de laboratório, a fim de testar hipóteses, pelo contato com estruturas dimensionais, 
como maquetes, pela visita a locais (atividade de campo) e pela produção de materiais 
didáticos (modelos tridimensionais, textos entre outros). Todas essas formas, para 
serem consideradas como prática, exigem o contato físico.
Vamos explorar sobre a realização de atividades práticas, com ou sem o uso de 
laboratório, no contexto de Ciências com enfoque no Ensino Fundamental!!
Aula Prática no Ensino Fundamental
O Ensino Fundamental é um período da escola em que o lúdico e o “concreto” são 
fundamentais para que haja a aprendizagem, uma vez que as crianças necessitam 
de um contato físico para assimilar determinado assunto, como o uso de modelos 
tridimensionais (Fig. 1). No ensino de Ciências, isso pode ser possível por meio 
da introdução de aulas práticas e/ou experimentais, porém pouco se observa a 
utilização dessa metodologia nos ciclos do ensino fundamental.
7
UNIDADE O Ensino de Ciências por meio da Atividade Prática e de Campo
As aulas práticas devem propiciar a discussão, o levantamento de ideias e 
promover a contextualização, além do mais não deve ser um instrumento somente 
para que seja comprovada ou negada alguma teoria, mas que possibilite a 
reflexão e o posicionamento de cada aluno frente a um determinado problema 
científico, possibilitando a investigação do tema proposto e, consequentemente, a 
aprendizagem significativa.
 
Figura 1. Demonstração de uma maneira em que o aluno pode transpor o material impresso (imagem de uma 
estrutura de tecido do corpo) para um modelo tridimensional.
Fonte: istock/gettyimages
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) recomendam que 
a utilização de experimentos com alunos dos terceiro e quarto ciclos é de suma 
importância, a fim de que eles ganhem de forma gradativa a noção das características 
básicas de um experimento. “O isolamento do sistema, o reconhecimento e o teste 
de variáveis, o controle na coleta de dados e a interpretação de medidas devem ser 
discutidos. Também deve estar claro o objetivo do experimento, suas limitações e 
as extrapolações que possibilita, ou não” (BRASIL, 1998).
Como planejar uma aula prática?
O planejamento é o ato que permite desenvolver da melhor forma a realização 
de uma determinada atividade, possibilitando avaliar o que pode acontecer antes, 
durante e após essa atividade. Para que isso aconteça, é necessário que o professor 
inicialmente escolha o conteúdo a ser trabalhado, pense no tempo de duração 
disponível para a realização da aula, na matriz curricular, nos conhecimentos 
prévios que cada aluno deve ter, estabeleça os objetivos a serem alcançados, o 
conteúdo a ser ministrado, os recursos didáticos disponíveis e os complementares, 
a metodologia a ser aplicada, a forma de avaliação, as referências bibliográficas 
utilizadas e outras que possam ser consultadas pelos alunos. É importante que o 
plano de aula contemple todos esses pontos supracitados e que seja da forma mais 
detalhada possível, a fim de que qualquer pessoa possa “reproduzir” com outros 
alunos, não como receita, mas como um instrumento que pode ser mudado de 
acordo com as particularidades de cada turma.
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Além do mais, esteja preparado, pois no momento da aula podem surgir 
imprevistos, e observe todos os quesitos de segurança tanto seu quanto dos seus 
alunos. Por isso, o professor deve realizar uma prévia da atividade prática, com 
o objetivo de verificar o passo-a-passo e evitar esses imprevistos, aliado a isso, é 
possível que o docente cronometre o tempo para que não seja ultrapassado no 
dia da aula. Em relação às normas de segurança, os PCNs nos propõem alguns 
cuidados, como evitar experimentos com fogo, e ao utilizar necessitade ter todo 
o cuidado para prevenir e contornar possíveis acidentes. Além disso, deve-se 
verificar antecipadamente onde e como estão os equipamentos de segurança e 
as saídas de emergência da escola. É necessário a atenção do professor para as 
recomendações dos experimentos (acompanhamento de adultos, montagem, o 
cuidado com combustíveis, principalmente garrafas de álcool, panelas quentes e 
fogareiros), a serem realizados, disponíveis em alguns materiais, como os livros 
didáticos. “As instruções devem ser acompanhadas de advertências que possam 
transmitir a real periculosidade das situações retratadas” (BRASIL, 1998). Alguns 
símbolos de advertência podem ser visualizados na imagem abaixo (Fig. 2).
Figura 2. Lista de Pictogramas referente aos perigos químicos.
Em relação a experimentos em que há a manipulação de substâncias, os PCNs 
recomendam que devem ser disponibilizadas informações de material de segurança 
para a proteção do indivíduo, como para os olhos, as mãos, os braços e o tronco, 
além do uso de local apropriado, principalmente no caso de manuseio de substâncias 
voláteis. É ideal que não se utilize experimentos com substâncias concentradas, por 
exemplo ácidos e bases, com substâncias tóxicas ou de elevado risco, incluindo 
metais pesados e seus sais. Para experimentos que envolvam eletricidade, devem 
restringir ao uso de pilhas e baterias (corrente contínua e tensão máxima de 9 
Volts) sem envolver a utilização da rede elétrica domiciliar. “Ao lidar com textos 
impressos, é importante que as lâmpadas, soquetes e demais elementos estejam 
retratados como componentes característicos de lanternas e aparelhos do gênero, 
deixando explícito que não devem ser realizadas improvisações com elementos de 
maior tensão” (BRASIL, 1998).
Somado a isso, também não é recomendado, em qualquer caso, a utilização de 
sangue humano para experimentos ou demonstrações, como a tipagem sanguínea 
e a confecção de esfregaços para observação microscópica. Já as atividades que 
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UNIDADE O Ensino de Ciências por meio da Atividade Prática e de Campo
contenham a utilização de tecidos humanos devem ser realizadas com material 
fixado, em lâminas preparadas previamente, a fim de que haja a observação 
microscópica (BRASIL, 1998).
Acesse os Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências e observe mais recomendações de 
segurança para uma aula prática/experimental.
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencias.pdf
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Para uma aula prática, é necessário também que o professor elabore um 
roteiro a ser disponibilizado a todos os alunos, em que deve conter o máximo de 
informações a serem interpretadas para guiá-los na organização e na manipulação 
dos materiais, e seja necessário o mínimo de intervenção do professor. Além do 
mais, esse guia orienta o passo-a-passo, o que cada aluno deve observar, fornece 
questões norteadoras para discussão e campos específicos para o registro de 
observações e de imagens resultantes da aula.
Na confecção desse roteiro e do planejamento, deve-se levar em consideração o 
conteúdo que está sendo ministrado, o espaço físico do laboratório e/ou os recursos 
disponíveis na escola para a realização da atividade, a consulta de outras fontes de 
informação (artigos, reportagens, vídeos entre outros) para que seja realizada a 
contextualização e haja um melhor aprendizado dos alunos. Porém, você pode 
pesquisar práticas que utilizem materiais de fácil acesso e que podem também ser 
confeccionados pelos próprios alunos, como a utilização de materiais recicláveis.
A etapa de discussão dos resultados obtidos na aula é crucial para a construção 
do conhecimento, isso pode ser confirmado pelos PCNs:
A discussão dos resultados de experimentação é sempre um momento 
importante. A ideia de experimento que dá “certo” ou “errado” deve 
ser compreendida dentro dos referenciais que foram especificamente 
adotados. Quando os resultados diferem do esperado, estabelecido pelo 
protocolo ou pela suposição do estudante, deve-se investigar a atuação 
de alguma variável, de algum aspecto ou fator que não foi considerado 
em princípio, ou que surgiu aleatoriamente, ao acaso. É uma discussão 
pertinente, afastando-se a ideia de que o experimento que deu “errado” 
deve ser descartado da análise. Pelo contrário, no ensino de Ciências 
Naturais, a discussão de resultados diferentes do esperado pode ser muito 
rica. (PCN, 1998, p. 123).
Na realização dessas aulas práticas, é fundamental que o professor pense no 
desenvolvimento de atitudes, nos valores e nas habilidades dos alunos, bem como 
na forma de estimular o pensamento crítico e o raciocínio dos mesmos, e também 
o interesse pelo conteúdo praticado, verificando os conceitos e comprovando ou 
não aquilo visto na teoria (Fig. 3). Como nos remete os PCNs, é importante que 
as atividades práticas “não se limitem a nomeações e manipulações de vidrarias 
e reagentes, fora do contexto experimental”. Mas que o objetivo principal seja a 
garantia do “espaço de reflexão, desenvolvimento e construção de ideias, ao lado 
de conhecimentos de procedimentos e atitudes” (BRASIL, 1998).
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PISA ENEM
ANEB
Melhoria dos processos de ensino e
de aprendizagem da Matemática
Figura 3. Esquema demonstrando que a experimentação em Ciências propicia ao aluno desenvolver a criticidade, 
o raciocínio e a refl exão.
O Uso do Laboratório de Ciências
O laboratório de Ciências é um ambiente que pode ser utilizado nas aulas com 
a finalidade de que haja a comprovação ou a refutação de algumas ideias, obter 
informações da natureza que não se encontram nos materiais didáticos impressos, 
como os livros, além do mais, permite o manuseio de equipamentos e o exercício 
de várias habilidades do indivíduo, como o raciocínio.
É essencial que o laboratório seja um ambiente acolhedor e propício para o 
desenvolvimento da aprendizagem. Dessa maneira, recomenda-se a utilização de 
“objetos” e/ou símbolos que recordem os conteúdos de Ciências, tais como animais 
(peixes, anfíbios, répteis, aves, mamíferos entre outros), modelos tridimensionais 
dos tecidos animais e vegetais, plantas e outros. Também, a utilização de placas 
sinalizando alguns riscos de contaminação, de advertências e de indicação da 
localização e do uso de cada material exposto no ambiente irá beneficiar a realização 
das atividades.
Representação de alguns itens importantes na estrutura de um laboratório de Ciências para 
o uso e o desenvolvimento de uma aula.
http://goo.gl/xJn4cH
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No entanto, muitos trabalhos disponíveis na literatura relatam que a estrutura 
dos laboratórios de ensino de Ciências não se encontra nas condições supracitadas, 
pois faltam equipamentos e a manutenção dos que existem, e a infraestrutura em 
más condições (por exemplo, ambiente quente sem climatização do ar). Somado 
a isso, alguns autores descrevem a utilização desse ambiente para outros fins, 
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UNIDADE O Ensino de Ciências por meio da Atividade Prática e de Campo
como depósito de materiais não mais utilizados pela escola. Tal fato ocorre, pois 
não existem normas definidas para a criação e a manutenção de laboratórios de 
Ciências nos ensinos fundamental e médio das escolas; existem, apenas, algumas 
recomendações elaboradas pelo Ministério da Educação para um curso Técnico de 
Formação para os Funcionários da Educação (BRASIL, 2009).
Portanto, podemos resumir o uso do laboratório de Ciências para contemplar 
vários objetivos (BRASIL, 2009):
Pode ser usado para demonstrar um fenômeno, ilustrar um princípio 
teórico, coletar dados, testar uma hipótese, desenvolver habilidades 
básicas de observação ou medida, propiciar a familiarização com os 
instrumentos, propiciar experiências com a luz e o som, conhecer os 
hábitos alimentares e o modo de vida de determinadas espécies. Há uma 
infinidade de ações e de procedimentos a serem desenvolvidos em um 
laboratório, não apenas a observação em microscópios ou a mistura de 
reagentes químicos. Quando é feito um trabalho pedagógico coerente,em que o desenvolvimento do aluno é apreciado, as atividades didáticas 
passam a ter um perfil totalmente diferenciado.
Algumas dicas e recomendações para o uso do laboratório de Ciências. O documento 
traz algumas maneiras de tornar o ambiente seguro e favorável ao desenvolvimento 
das aulas, algumas ilustrações e definições de materiais utilizados no laboratório dentre 
outros assuntos.
http://goo.gl/LgWWt7
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De forma geral, podemos elencar alguns benefícios e desafios/malefícios da 
atividade prática (Quadro 1):
Quadro 1. Benefícios e Desafios/Malefícios da Atividade Prática
Benefícios da Atividade Prática Desafios/Malefícios da Atividade Prática
Complementa a aula teórica Se mal organizada, desperta o desinteresse pelo assunto
Criticidade Turma numerosa pode haver a dificuldade na condução 
da atividade
Reflexão Má estrutura do laboratório prejudica o aprendizado
Autonomia do aluno Falta de recursos didáticos e de equipamentos na escola 
podem impossibilitar a realização da aula
Trabalho em grupo Professor que não tenha formação “adequada” para a 
condução de aulas práticas
Estímulo à pesquisa científica
Contextualização
Interdisciplinaridade
Melhora desempenho e aprendizagem dos alunos
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A Aula de Campo no Contexto de Ciências
Se você não tiver qualquer recurso didático na escola que possibilite deixar de 
usar o livro didático e o quadro branco no ensino de Ciências, o que você faria?
Muitos professores pensam que a aula prática ocorre apenas com a utilização da 
experimentação (uso do laboratório) ou com o uso de modelos didáticos, jogos entre 
outros, e esquecem de uma alternativa que os rodeia e permite a aprendizagem 
significativa: a aula de campo.
Vamos saber mais sobre uma aula de campo?
Você já participou de alguma aula deste tipo?
Você a utilizaria em sua prática docente? Por quê? De que forma?
Vamos responder a esses questionamentos e relacioná-los às ideias dessa unidade.
 Introdução
O Ensino de Ciências, ao ser realizado em ambientes naturais (Fig. 6), possibilita 
a motivação e a interação dos alunos, além de favorecer a explicação do conteúdo 
de forma integrada, contextualizada e interdisciplinar. A aula de campo propicia, 
além da aquisição e da problematização do conhecimento, a conscientização sobre 
a utilização do meio ambiente em todos os aspectos, sejam eles sociais, éticos e 
biológicos. Aliado a isso, o estudante desenvolverá a capacidade de discutir e de 
buscar alternativas para a solução dos problemas ambientais e manifestar algumas 
emoções que não são possíveis apenas com a realização de uma aula teórica em 
sala de aula.
Dessa maneira, a aula de campo constitui como uma atividade prática que utiliza 
os espaços que vão além de uma sala de aula “tradicional”, tais espaços podem estar 
inseridos na própria escola, como o pátio, a praça, a quadra de esportes, ou fora da 
escola, como as praças da cidade, as florestas, os parques, as áreas de preservação 
ambiental, os zoológicos, o centro comercial, as ruas entre outros. Esses espaços 
permitem ao aluno observar que os processos naturais não estão presentes apenas 
na natureza, mas que podem acontecer em vários locais frequentados por eles no 
dia-a-dia. Também, possibilitam explorar as ações antrópicas nos ambientes. Dessa 
maneira, ressalta-se a importância de que a aula de campo seja feita em parceria 
com outras disciplinas da escola, possibilitando a “visão” do ambiente como um 
todo e propiciando a interdisciplinaridade e a contextualização (BRASIL, 1998).
Campos (2012, p. 25-26) traz uma proposta de como cada professor pode 
trabalhar a sua disciplina em uma aula de campo, com o objetivo de que haja a 
interdisciplinaridade:
13
UNIDADE O Ensino de Ciências por meio da Atividade Prática e de Campo
A geografia entraria com os estudos dos ambientes costeiros, a biologia 
estudaria a restinga e sua complexa sistemática de funcionamento, plantas, 
animais, tipo de solo, período de formação entre outros. A história 
entraria com uma abordagem acerca do processo predatório que tal 
ecossistema sofreu nos séculos da colonização, poderia também explorar 
assentamentos humanos pré-históricos e suas tecnologias para dominar 
a natureza. O professor de matemática poderia trabalhar com geometria 
plana, com medidas de campo, cálculo de altura de árvores e tamanho 
padrão, avaliação de distâncias das marés entre outras abordagens, tudo 
isso comporia um texto bastante rico, um tipo de relatório de campo, 
para o professor de língua portuguesa que também organizaria a mostra 
cultural resultante de tal experiência.
Figura 4. Aula de campo como uma forma de ensinar Ciências e desenvolver diversas habilidades nos alunos.
Fonte: istock/gettyimages
A aula de campo torna-se uma atividade prazerosa tanto para o professor quanto 
para os alunos. O professor estará inovando a prática docente, possibilitando a 
construção do conhecimento por meio do contato com o meio ambiente; já para 
os alunos, a conscientização ou a educação ambiental será desenvolvida. Mas 
para que essa atividade aconteça da melhor forma possível, é necessário que o 
professor conheça o ambiente visitado, bem como as características peculiares do 
local (fauna, flora, aspectos sociais e econômicos dentre outros) com o intuito de 
que os objetivos da aula sejam alcançados.
Aula de Campo no Ensino Fundamental
A aula de campo pode tornar-se um momento de lazer para os alunos e professores? 
Cuidado! Esse não é o objetivo.Ex
pl
or
O professor deve atentar-se aos objetivos e ao conteúdo a serem explorados 
na aula, até mesmo explanando isso para os alunos, com o intuito de que 
compreendam que a “saída” de dentro da sala de aula é uma atividade para que 
haja a aprendizagem e não um momento de diversão. Isso deve ser levado em 
14
15
consideração, principalmente, no ensino fundamental, em virtude da idade e da 
maturidade dos alunos.
Para que haja uma aprendizagem significativa com a aula de campo, é fundamental 
que o professor estimule o desenvolvimento das emoções positivas dos alunos, 
além do mais, torne uma atividade em que o discente sinta-se “confortável” no 
ambiente em que está sendo desenvolvida. Algumas sensações só serão possíveis 
no contexto da aula de campo, como o cheiro e o “som” da natureza, conferindo 
as sensações de prazer e de encantamento, muitas vezes, não alcançadas em uma 
aula realizada de forma tradicional (estrutura física da sala de aula, quadro branco, 
livro didático).
O “Pátio do Colégio” e os demais locais da Escola
Importante!
Como fugir da concepção de que uma aula de campo em Ciências só pode ocorrer na 
“natureza”? Se dessem a você a função de elaborar uma aula de campo utilizando os 
espaços da escola, como você faria isso? Será que o pátio da escola é um ambiente 
propício para que se aprenda Ciências?
Trocando ideias...
Diversos fatores podem inviabilizar a realização de aulas fora da escola (campo), 
tais como a logística na condução e o cuidado com os alunos, a autorização dos 
responsáveis e a falta de recursos financeiros da escola. Por isso, cabe ao professor 
planejar uma aula de campo dentro do ambiente escolar, utilizando os espaços 
disponíveis, que permitem o contato do aluno com a “natureza”.
Na atividade de campo é fundamental que sejam desenvolvidos os seguintes 
aspectos com os alunos: educação ambiental, interdisciplinaridade, contextualização, 
pensamento crítico, indagação, busca de solução-problema, incentivo à 
pesquisa dentre outros, a fim de que o aluno seja um sujeito ativo na construção 
do conhecimento.
Então, de que forma poderemos utilizar o pátio da escola como recurso no 
ensino de Ciências?
O professor poderá construir com os alunos o ambiente propício para a realização 
das aulas, como o acréscimo de uma horta (Fig. 5) no pátio escolar (local que 
possua condições ambientais para o crescimento das plantas). No pátio, o docente 
no ensino fundamental terá como abordar assuntos relacionados a Ciências, Física 
e Química, tais como:o sistema solar, aspectos climáticos, Botânica (características 
das estruturas de uma planta, nome de espécies vegetais, a maneira de “cuidar” 
das plantas, como deve ser feita a coleta de espécimes vegetais para o estudo etc.), 
Zoologia (características de alguns animais), Ecologia (relações ecológicas, impactos 
ambientais, ciclos biogeoquímicos etc.), Educação Ambiental, Parasitologia, hábitos 
alimentares, formas de conversão de calor, energia, Bioquímica, características 
15
UNIDADE O Ensino de Ciências por meio da Atividade Prática e de Campo
químicas de algumas moléculas entre outros temas. Dentro da escola, o professor 
de Ciências também poderá desenvolver a aula na praça, na quadra de esportes, 
em um terreno e no corredor.
Figura 5. Exemplo de uma escola em que os alunos participam do cuidado de uma horta e a utilizam como um 
recurso de aprendizagem.
Fonte: Istock/gettyimages
Como planejar uma aula de campo?
Para o planejamento de uma aula de campo é necessário que sejam observados 
os mesmos pontos citados para a aula de laboratório: a escolha do conteúdo, o 
tempo de duração, a matriz curricular, os conhecimentos prévios dos alunos, 
os objetivos, o conteúdo a ser ministrado, os recursos didáticos disponíveis e 
os complementares, a metodologia, a avaliação e as referências bibliográficas. 
Além disso, o professor tem que planejar os aspectos relacionados antes, durante 
e após a aula, como a segurança dos alunos, a preservação do local da aula, o 
transporte dos alunos ao local, o guia de visitação e a confecção do relatório dos 
alunos após a aula.
O docente deve disponibilizar textos sobre o local da aula, contendo os aspectos a 
serem trabalhados durante a atividade. É importante também, que o professor sugira 
o registro da aula por meio de fotografias e de forma escrita, com a finalidade de 
ter um melhor aprendizado e produzir um relatório com o máximo de informações.
Após a aula, um momento de discussão sobre a atividade de campo é crucial para 
saber o posicionamento dos alunos, como as sensações, a respeito da metodologia 
aplicada, além de ser um momento oportuno para sanar dúvidas e auxiliar na 
construção do relatório (previamente orientado a respeito da forma de confecção e 
o que deve ser contemplado).
16
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Benefícios e Desafi os/Malefícios
De uma forma geral, os benefícios de uma aula de campo são os mesmos 
supracitados para a aula prática. Já os desafios/malefícios irão depender da 
execução ou não do que foi planejado para antes, durante e após a atividade 
(Quadro 2).
Quadro 2. Benefícios e Desafi os/Malefícios da Aula de Campo
Benefícios da Aula de Campo Desafi os/Malefícios da Aula de Campo
Complementa a aula teórica Se mal organizada, desperta o desinteresse pelo assunto
Criticidade Turma numerosa pode haver a dificuldade na condução 
da atividade e na dispersão dos alunos
Reflexão Segurança dos alunos
Autonomia do aluno Transporte dos alunos
Trabalho em grupo Professor que não tenha formação “adequada” para 
fornecer os conhecimentos científicos relacionados ao 
local, como os aspectos de fauna e de flora
Estímulo à pesquisa científica Preservação do local
Contextualização Autorização dos responsáveis
Interdisciplinaridade Registrar o necessário por meio de fotos e de anotações
Melhora desempenho e aprendizagem dos alunos Risco de acidentes (quedas, picada de insetos, cobras, 
animais peçonhentos etc.)
Ciências no dia-a-dia: Vamos Contextualizar?
Como aplicar o dia-a-dia dos alunos no ensino de Ciências? Será que é possível?
Anteriormente listamos alguns exemplos, mas de forma resumida, veja abaixo 
alguns temas que podem ser aplicados na realização de aulas prática e de campo no 
ensino fundamental com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (Quadro 3).
Quadro 3. Lista de temas que podem ser utilizados para a realização de uma aula prática e/ou aula de campo no 
ensino fundamental.
Temas de Ciências – Ensino Fundamental
Sistema Terra-Sol-Lua
Sistema de Orientação e Posição
Observação das Estações do Ano
Escalas de distância e grandeza
Ritmo do ciclo do dia e da noite x Ritmos biológicos dos seres vivos
Estrutura Interna da Terra
Comparação entre diferentes ambientes (ex. local cultivado x local abandonado)
Estudo sobre os seres vivos (morfologia, fisiologia, interações entre outros aspectos)
Caracterização dos estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo
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UNIDADE O Ensino de Ciências por meio da Atividade Prática e de Campo
Temas de Ciências – Ensino Fundamental
Diferenciação entre os tipos de vegetação
Diferenciação entre os diferentes grupos de animais
Condições para a manutenção da vida
Informações nutricionais dos alimentos
Aspectos anatômicos e fisiológicos do ser humano
Tecnologias antes da eletricidade
Tecnologias, técnicas artesanais e domésticas em diferentes épocas
Caracterização e separação de misturas
Transformação de Energia
Manejo e Conservação Ambiental
Reações Químicas
Problemas Ambientais, como o uso da água
Ciclos Biogeoquímicos
Qualidade de Vida
A contextualização no ensino é uma forma pela qual o professor pode facilitar 
o ensino – aprendizagem, uma vez que visa a retomar as experiências vivenciadas 
pelos alunos e dessa maneira permite o entendimento de diversos assuntos. Cabe 
ao docente identificar os temas em que é possível contextualizar, fazer um “recorte” 
e adotar o recurso didático adequado para que seja feita a transposição didática.
Transposição didática é transformar o conhecimento em algo capaz de ser ensinado, 
ou seja, o conhecimento escolar.Exp
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Escola que ensina agroecologia faz sucesso em Minas Gerais
https://goo.gl/CB0sqW
 Sites
Projeto de horta escolar incentiva educação ambiental em Maceió
http://goo.gl/CrUvkh
 Leitura
A Utilização se Aulas Práticas no Ensino de Ciências: um Desafio oara os Professores 
http://goo.gl/LgWWt7
Aulas Práticas Investigativas: uma experiência no ensinofundamental para a formação de 
alunos participativos
http://goo.gl/nJNpfB
Atividades de campo no ensino das ciências e na educação ambiental: refletindo sobre as potencialidades 
desta estratégia na prática escolar
http://goo.gl/5d8zO4
As atividades de campo no ensino de ciências
http://goo.gl/RjqcL3
Aulas de Campo em ambientes naturais e aprendizagem em ciências – um estudo com alunos do 
ensino fundamental
http://goo.gl/egei1t
O Desenvolvimento de Atividades Práticas na Escola: um desafio para os professores de ciências
http://goo.gl/B5rq8a
Horta Escolar: cultivando o ensino de ciências
http://goo.gl/JDIj2l
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UNIDADE O Ensino de Ciências por meio da Atividade Prática e de Campo
Referências
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Introdução. Ciências Naturais. 
Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Pró-Funcionário – Curso Técnico de Formação para os Funcionários 
da Educação. Brasília: MEC / UnB, 2009. 
CAMPOS, C. R. P. A saída a campo como estratégia de ensino de ciências: reflexões 
iniciais. Revista Eletrônica Sala de Aula em Foco, v. 1, n. 2, p. 25 – 30, 2012.
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Outros materiais