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NEUROCIÊNCIA Aula 1 : - Neurofisiologia: função - Neuroanatomia: Estrutura - Neuropsicologia: estuda a relação do sistema nervoso com a psicologia, ou seja ele avalia as nossas funções cognitiva ( memória, linguagem, pensamento e etc) a partir de uma bateria de testes, depois do prognóstico a pessoa vai passar por uma reabilitação. - Na neuropsicologia é preciso olhar o ser humano como um todo: corpo alma e espírito, um ser biopsicosocial e fazer uma anamnese, entender o seu ambiente de convívio. Tecido Nervoso: É compreendido por dois tipos de células: - Neurônios: consideradas as principais células do sistemas pois fazem as conexões, quando morrem não conseguem se multiplicar. - Elas recebem, processam e enviam informações por meio da sinapse. - Bainha de mielina (formadas de neuroglias), tem função de proteger o axônio. - São células que se comunicam entre si ou com células musculares e secretoras através - de linguagem eletrônica (modificação de potencial de membrana) A maioria dos neurônios possui 3 regiões: ● corpo celular ● dendrito ( dedron = árvore) ● axônio (áxon=eixo) - Células Gliais ( neuroglias): elas revestem o axônio, são células que ocupam os espaços entre os neurônios. Tem função de sustentação, revestimento ou isolamento modulação da atividade neural e defesa NEURÔNIO - CORPO CELULAR: - contém núcleo e citoplasma - é o centro metabólico e do neurônio - responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais e pela maioria dos processos de degradação e renovação constituintes celulares. NEURÔNIO - DENDRITOS: - São curtos e ramificam-se como galhos de árvore, originando dendritos menores. - São especializados em receber estímulos traduzindo-os em alterações do potencial da membrana. - Os potenciais propagam-se em direção ao corpo celular, neste, em direção ao axônio. NEURÔNIO - Axônio: - Prolongamento longo e fino, originado do corpo ou de um dendrito principal. - Apresenta comprimento variável. - É especializado em gerar e conduzir o potencial de ação ( estímulo nervoso), quanto mais rápido for revestido o axônio de bainha de mielina mais rápido será a transmissão da informação. - Os axônios, geralmente sofrem arborização terminal, através desta, estabelecem conexões com outros neurônios ou com células efetuadoras. - Poluição, alimentação e drogas prejudicam as bainhas de mielina. NEURÔNIOS - SINAPSES: - Os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando-lhes informações. - Os locais de tais contatos são denominados sinapses ou sinapses interneuronais. - Os axônios podem relacionar-se também com células não neuronais ou efetuadoras (musculares) e células secretoras (glândulas salivares, por exemplo). Estes contatos chamados de sinapses neuroefetuadoras e junções neuroefetuadoras. SINAPSES ELÉTRICAS: - Raras em vertebrados e exclusivamente interneuronais - As sinapses elétricas não são polarizadas, ou seja a comunicação entre os neurônios envolvidos se faz nos dois sentidos. SINAPSES QUÍMICAS: - A grande maioria das sinapses interneuronais e todas as neuroefetuadoras são sinapses químicas, ou seja a comunicação entre os elementos em contato depende da liberação de substância química denominada neurotransmissor. ● Tipos de neurotransmissores: - Acetilcolina - Aminoácidos:glicina, glutamato, aspartato, ácido, gama amino - butrico ou GABA. - Monoaminas: dopamina, noradrenalina, adrenalina, serotonina e histamina - Peptídeos: Substância P ( neurônios sensitivos) e os opioides ( grupo química da morfina - endorfina e encefalinas). TECIDO NERVOSO - Fibras Nervosas: Compreende um axônio e, quando presentes, seus envoltórios de origem glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina, que funciona como isolante elétrico. Quando envolvidos por bainha de mielina, os axônios são denominados fibras nervosas mielínicas. Ambos os tipos ocorrem tanto no sistema nervoso central como no periférico, sendo a bainha de mielina formada por células Schwann, no periférico e por oligodendrócitos no central. Compreende um axônio e, quando presentes, seus envoltórios de origem glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina, que funciona como isolante elétrico. - Quando envolvidos por bainha de mielina, os axônios são denominados fibras nervosas mielínicas. - As áreas de fibras nervosas mielínicas são denominadas substância branca. - A neuroglia onde se concentram os corpos dos neurônios é denominada substância cinzenta, com base em sua cor in vivo. - No sistema nervoso central, as fibras nervosas reúnem-se em feixes denominados tractos ou fascículos. - No sistema nervoso periférico também agrupam-se em feixes, formando os nervos Neurônio de Associação Constituem a grande maioria dos neurônios existentes no Sistema Nervoso Central, fazem ligações entre os hemisférios e áreas cerebrais. NEURÔNIO AFERENTE OU SENSITIVO Estes neurônios carregam mensagens de todos os receptores do corpo para o Sistema Nervoso Central sobre as modificações ocorridas no meio interno e externo Essas mensagens chamam-se impulsos nervosos. CORPO - SNC * impulsos nervosos NEURÔNIO MOTOR Leva mensagens, chamadas impulsos nervosos, do Sistema Nervoso Central para os órgãos ou músculos que respondem ao movimento. COMO O SISTEMA NERVOSO TRABALHA O Sistema Nervoso coordena as atividades corporais garantindo que estas partes trabalhem de forma eficiente. Informações sobre mudanças são levadas pelos neurônios sensoriais para os neurônios de conexão no SNC. No Sistema Nervoso Central a informação é processada e impulsos nervosos são levados pelos neurônios motores para o corpo. Sinapse Elétrica As sinapses elétricas são mais comuns em invertebrados e possuem mecanismos mais simples. Nos humanos, ocorrem apenas nas células gliais ou musculares lisas (cardíaca). Neste caso não há participação de neurotransmissores, o sinal elétrico é conduzido diretamente de uma célula a outra através de canais comunicantes que conduzem íons. Elas são particularmente úteis quanto à velocidade na transmissão do impulso. É um tipo de resposta quase imediata. Sinapse Química - Sinapses Químicas são utilizadas para transmissão dos impulsos no sistema nervoso central humano. Sempre transmitem esse sinal em uma única direção, ou seja, “mão única.” Geralmente elas ocorrem entre o axônio de um neurônio e o dendrito de outro. Essa é uma característica importante, pois permite que os sinais atinjam alvos específicos. - O terminal pré-sináptico possui vesículas e neurotransmissores que serão liberados na fenda sináptica. Utilizam de transporte ativo (cálcio e sódio) para criar um potencial de ação, ou seja, uma voltagem favorável à passagem do impulso elétrico. - O sinal ao se propagar pela membrana pré-sináptica induz a abertura de canais de cálcio (Ca2+) que tem alta concentração no meio extracelular - O cálcio é um importante mensageiro químico intracelular e sua elevação no citoplasma das células promove a fusão da vesícula sináptica (que armazena os neurotransmissores) com a membrana pré-sináptica. - A fusão vesícula e membrana provocam a exocitose da vesícula. Lembrem que exocitose é liberação de substância para fora da célula. Exo = fora # endo = dentro. Essa substância é o neurotransmissor. - Quando um neurônio recebe um estímulo, se este é forte o suficiente, leva a produção de um impulso nervoso. O impulso nervoso corresponde a uma corrente elétrica que caminha rapidamente no axônio até os botões sinápticos. O impulso nervoso para começar precisa encontrar a membrana numa condição denominada potencial de repouso; uma vez iniciado, se auto propagará. No neurônio não estimulado ouem repouso, a superfície interna da membrana plasmática tem uma carga negativa comparada com o fluido tecidual adjacente. A membrana plasmática esta assim polarizada. - Potencial de Ação. Um potencial de ação é uma onda de descarga elétrica que percorre a membrana de uma célula. Potenciais de ação são essenciais para a vida animal, porque transportam rapidamente informações entre e dentro dos tecidos. Sistema Nervoso CENTRAL: - PESQUISAR MAIS INFO E DAR UMA OLHADA NOS SLIDES - Sistema nervoso periférico. DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO - periferico O Sistema Nervoso pode ser dividido funcionalmente em: - somático - visceral/autônomo Sistema Nervoso Somático: “ vida de relação” LOBO FUNÇÃO FRONTAL Controle voluntário motor dos músculos esqueléticos; personalidade, processos intelectuais mais elevados (ex: concentração, planejamento, tomada de decisões); comunicação verbal. PARENTAL Interpretação somestésica (ex: sensações cutâneas e musculares); entendimento e expressão verbal. TEMPORAL Interpretação das sensações auditivas e memória OCCIPITAL Integração dos movimentos de focalização visual;correlacionamento das imagens com a experiência visual prévia e outros estímulos sensoriais, visão consciente. Relaciona o organismo com o meio ambiente Relacionado à musculatura estriada ⇨ Nervos Aferentes – conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando-os sobre o que se passa no meio ambiente. SNP - CORPO ⇨ Nervos Eferentes – leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando movimentos voluntários. corpo- snp SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO EFERENTE Neurônio motor somático. Sistema Nervoso Visceral/autônomo: “ vida vegetativa” ⇛ Relaciona com a inervação e controle das estruturas viscerais ⇛ Importante para a integração das diversas vísceras no sentido da manutenção da constância do meio interno ⇛ Relacionado à musculatura lisa que é considerada involuntária. ⇨ Nervo Aferente: conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras (visceroceptores) a áreas específicas do SNC. CORPO - SNC ⇨ Nervo Eferente: leva os impulsos originados em centros nervosos até as vísceras, terminando em glândulas, músculos lisos ou músculo cardíaco. SNC- CORPO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Nervos eferentes - motricidade visceral. Por definição o SNA (REFERE-SE AO snp) é apenas o componente eferente do Sistema Nervoso Visceral subdividido em: Simpático e Parassimpático. O SNA é um sistema exclusivamente eferente ou motor- MÚSCULOS. O SNA é involuntário Dois Neurônios unindo o SNC ao órgão efetuador. Neurônio Pré-ganglionar - corpo dentro do SNC (medula ou tronco encefálico) Neurônio Pós-ganglionar - corpo localizado no SNP - gânglios Corpos de neurônios situados fora do SNC tendem a se agrupar, formando dilatações denominadas gânglios. ORGANIZAÇÃO GERAL DO S.N.A. Localização dos neurônios pré-ganglionares Sistema Nervoso Simpático - na Região Tóraco-Lombar Sistema Nervoso Parassimpático - na Região Crâneo-Sacral Localização dos neurônios pós-ganglionares Sistema Nervoso Simpático - longe das vísceras, próximo da medula. Sistema Nervoso Parassimpático - próximo ou dentro das vísceras e longe da medula. Tamanho das fibras pré e pós-ganglionares. S. N. Simpático: Fibra Pré - Curta Fibra Pós - Longa S. N. Parassimpático: Fibra Pré - Longa Fibra Pós - Curta DIFERENÇAS FARMACOLÓGICAS DO SNA A ação da fibra nervosa sobre o músculo ou a glândula se faz por liberação de um neurotransmissor Os mais importantes são acetilcolina e noradrenalina As fibras nervosas que liberam a acetilcolina são chamadas colinérgicas e as que liberam noradrenalina, adrenérgicas Sistema Nervoso Simpático: libera noradrenalina e adrenalina (em casos de emergência) Sistema Nervoso Parassimpático: libera acetilcolina AULA 2 - 24/09/20 CÓRTEX - O SN é formado pelo tecido chamado Neuroectoderma - No embrião, o Sistema Nervoso surge de um tubo que se forma na parte dorsal do Feto. O tubo chama-se Tubo Neural, vai se transformando e forma 3 Vesículas ou proeminências. - As vesículas se desenvolvem e cada uma dá origem a uma estrutura - A parte mais primitiva, que é o Subcórtex, vai se desenvolver e ficar dentro da parte mais nova que irá dar origem ao Córtex ● A parte mais primitiva dá origem a: > Sistema Límbico; > Hipotálamo; > Formação Reticular Ativadora ● DEFINIÇÃO: - É uma camada de substância cinzenta que reveste todo o cérebro, inclusive giros e sulcos - Possui em geral de 3 a 5 mm de espessura - Esse córtex é o Neocórtex, aquisição mais recente do SN na evolução, Na substância cinzenta estão os corpos celulares dos neurônios. Abaixo da camada cortical está a Substância Branca onde estão os axônios dos neurônios. Estes ligam os neurônios corticais a outros centros subcorticais ou ligam diversas regiões corticais entre si Mergulhados nessa substância branca existem alguns aglomerados de células os núcleos da base do cérebro. ● No Neocórtex aparecem neurônios de: Eferentes - (motricidade - saem do córtex). Projeção { Aferentes- (sensibilidade - chegam ao tálamo e córtex) Associação - podem ser interhemisféricas e intrahemisféricas FIBRAS DE ASSOCIAÇÃO ● INTERHEMISFÉRICAS - Fazem a ligação de um Hemisfério com o outro - Exemplo: Corpo Caloso. Leva informações do Hemisfério - Direito para o Esquerdo ● INTRAHEMISFÉRICAS - Fazem conexão entre as diferentes áreas corticais - Exemplo: lobo Parietal E com o lobo Occipital E - Isso se chama Associação Intrahemisférios CÓRTEX: CLASSIFICAÇÃO ● ANATÔMICA: - Lobo Frontal: motor e funções cognitivas - Lobo Parietal: ligado à Sensibilidade - Lobo Temporal: ligado à Audição - Lobo Occipital: ligado à Visão ● FUNCIONAL: Áreas de Projeção - recebem ou dão origem a fibras relacionadas diretamente com a sensibilidade e com a motricidade. Área de Associação - relacionadas a funções psíquicas complexas (superiores). O Neuropsicólogo russo Alexandre Luria propôs uma divisão funcional do córtex baseada no seu grau de relacionamento com a motricidade e com a sensibilidade ✓ Áreas de Projeção - áreas primárias motora e sensitiva ✓ Áreas de Associação - áreas secundárias e terciárias ● Secundárias - se relacionam, embora indiretamente, com uma modalidade sensorial ou com a motricidade. ● Terciárias - estão envolvidas com atividades psíquicas superiores como: memória, processos simbólicos, pensamento abstrato. ÁREAS CORTICAIS PRIMÁRIAS ÁREAS DE PROJEÇÃO (primárias) ● Área Motora Primária ✓ Área 4 de Brodmann, localizada no Giro Pré-Central,Polo Frontal.(Motricidade Voluntária) ● Áreas Sensitivas Primárias ✓ Sensibilidade somática geral - Áreas 3, 1, 2 de Brodmann, localizada no Giro Pós-Central, Polo Parietal. ✓ Visual - Área 17 de Brodmann, localizada no Sulco Calcarino, Polo Occipital. ✓ Auditiva - Área 41 e 42 de Brodmann, localizada no Giro Temporal Superior, Polo Temporal ✓ Área Vestibular - parece localizar-se na região correspondente à face, na área somestésica ✓ Área Gustativa - Área 43 de Brodmann, localizada na porção inferior do Giro Pós-Central. ● Áreas Sensitivas Secundárias: também chamadas0áreas de associação ou áreas gnósicas ✓ Área somestésica secundária (gnósica da sensibilidade geral) - Áreas 5 e 7 de Brodmann, localizadas no Giro Parietal Superior. ✓ Área Visual secundária (gnósica da visão) - Áreas 18 e 19, localizadas no Lobo Occiptal, circundandoa área visual. Lobo temporal áreas 20, 21 e 37 de Brodmann ✓ Área Auditiva secundária (gnósica da audição) - Área 22 de Brodmann, localizada no Lobo Temporal, circundando as áreas auditivas primárias. PATOLOGIAS ● Lesões das Áreas Sensoriais Secundárias geram quadros clínicos chamados agnosias, nos quais há perda da capacidade de reconhecer, apesar das vias sensitivas e das áreas de projeção corticais estarem perfeitamente normais. ● Existem agnosias: ✓ visuais, ✓ auditivas, ✓ somestésicas (geralmente táteis) ÁREAS CORTICAIS SECUNDÁRIAS ✓ Área Motora Suplementar: ocupa a parte mais alta da Área 6 situada na face medial do Giro Frontal Superior – concepção ou planejamento de sequências complexas de movimentos ✓ Área Pré-motora: localiza-se no lobo frontal, ocupa toda a extensão da área 6, situada na face lateral do hemisfério – envolve grupos musculares maiores, como os do tronco ou da base dos membros. A área Pré-motora coloca o corpo em uma posição preparatória para realização de movimentos Lesões - músculos tem força diminuída (hipotonia) – paresia – o que impede o paciente elevar completamente o braço ou a perna. ● Áreas Motoras Secundária Motora ✓ Área Motora Suplementar: - Áreas 8 Automatismo do movimento e Tônus muscular Giro Frontal Superior e Giro Frontal médio -(Motricidade Automática) - associado com o controle do movimento dos olhos; ✓ Área de Broca - (programação da palavra escrita e falada) - Áreas 44 - 45, Giro Frontal Médio e Inferior. EXPRESSÃO DA LINGUAGEM Lesão: Afasia de Broca ou Afasia de Expressão ÁREAS CORTICAIS TERCIÁRIAS ● ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO TERCIÁRIAS ✓ Áreas Pré-Frontais - Áreas 9, 10 e 11. Parte anterior não motora do Lobo Frontal. Funções: ● Escolha de opções e estratégias comportamentais mais adequadas à situação física e social do indivíduo, assim como a capacidade de alterá-las quando tais situações se modificam. ● Manutenção da atenção: capacidade de seguir sequências ordenadas de pensamentos. ● Controle do comportamento emocional, função exercida juntamente com o Hipotálamo e o Sistema Límbico. ● Elaborar a representação mental do futuro. ● Retardar respostas para analisar melhor a situação. ● Resolver questões abstratas de matemática, filosofia etc. ● Auto controlar o comportamento segundo padrões éticos. ● Memória para fatos recentes ✓ Área Temporoparietal - Compreende todo o lóbulo parietal inferior, ou seja,Giros Supramarginal, Área 40, e GiroAngular, Área 39 estendendo-se às margens do sulco temporal superior e parte do lóbulo parietal superior. Situa-se pois entre as áreas secundárias auditiva, visual e somestésica, funcionando como centro que integra informações recebidas dessas 3 áreas Funções: ✓ Percepção espacial - permite ao indivíduo determinar relações entre os objetos no espaço extrapessoal. ✓ Área do esquema corporal - permite que se tenha uma imagem das partes componentes do próprio corpo, PATOLOGIAS ● Lesões das Áreas Terciárias ✓ Lesões na Área Temporoparietal Desorientação espacial generalizada, que faz com que o paciente não consiga mais deslocar-se de casa para o trabalho e, nos casos mais graves, nem mesmo dirigir-se de uma cadeira para a cama. ● Síndrome de Negligência ou Inatenção - lesões do lado direito, hemisfério mais relacionada com processos psico-visuais. Em relação ao próprio corpo - Indivíduo perde a noção de seu esquema corporal, deixa de perceber a metade esquerda de seu corpo como fazendo parte do seu “eu”. Em relação ao espaço extrapessoal - Paciente passa a agir como se do lado esquerdo o mundo deixasse de existir de forma significativa para ele. Assim, ele só escreve na metade direita do papel, só lê a metade direita das sentenças e só come alimento colocado no lado direito do prato. ÁREAS CORTICAIS TERCIÁRIAS ✓ Áreas Límbicas - Compreendem o Giro do Cíngulo, Giro Para-hipocampal e o Hipocampo ✓ FUNÇÕES: Áreas relacionadas com a memória e o comportamento Emocional associado com interpretação de emoções ÁREAS DE LINGUAGEM ● Área anterior da Linguagem - Área de Broca que está relacionada com a expressão da linguagem. ● Área posterior da Linguagem - Área de Wernicke que está relacionada basicamente com a percepção da linguagem. ✓ As duas áreas estão ligadas e as informações relevantes para a correta expressão da linguagem passam da área de Wernicke para a área de Broca. (Fascículo Arqueado) PATOLOGIAS Lesões das Áreas de Linguagem – Afasias - As perturbações não podem ser atribuídas a lesões das vias sensitivas ou motoras envolvidas na fonação, mas apenas lesões das áreas corticais de associação responsáveis pela linguagem. 3 Tipos de AFASIAS: ● Motora de expressão: Afasia de Broca - o indivíduo compreende a linguagem falada e escrita mas, tem dificuldade de se expressar adequadamente, falando ou escrevendo. Varia desde uma mudez completa até uma fala lenta e deliberada. ● Sensitiva ou de Percepção: Afasia de Wernicke - a compreensão da linguagem falada e escrita é deficiente. Quando a lesão é extensa, a compreensão tanto da entrada auditiva como da visual da linguagem esta comprometida. A fala é fluente e normal na velocidade e melodia. Dificuldade de encontrar a palavra adequada fazendo uso de combinações de palavras erradas (parafasia). Tendem a adicionar sílaba às palavras e palavras às frases. Podem criar novas palavras (neologismo) ● Afasia de Condução – lesões no fascículo arqueado. Nomeação gravemente comprometida com boa compreensão. A escrita pode estar perturbada, a seqüência das letras nas palavras é pobre, com omissões, inversões e até substituição de letras. Em alguns o movimento voluntário está comprometido. NEUROPSICOLOGIA Preocupa-se com a complexa organização cerebral e suas relações com o comportamento e a cognição, tanto em quadros patológicos como no desenvolvimento típico. ▪ É uma ciência do século XX, que se desenvolveu inicialmente a partir da convergência da Neurologia com a Psicologia, no objetivo comum de estudar as modificações comportamentais resultantes de lesão cerebral; ▪ Atualmente - área de interface entre as neurociências e as ciências do comportamento; ▪ É multidisciplinar; ▪ Ampla gama de aplicações em pesquisas ou na área clínica; ▪ Atuação do neuropsicólogo – avaliação (exame neuropsicológico) e reabilitação das disfunções do SN, adquiridos ao longo da vida ou como consequência de alterações no neurodesenvolvimento. ▪ Achados paleontológicos de crânios pré-históricos – intervenções no cérebro para liberar maus espíritos; ▪ Egito Antigo – primeiras evidências em favor da ideia da relação entre cérebro e processos mentais: Papiro de Edwin Smith, escrito por volta de 1700 A.C. - autoria atribuída a um grande médico egípcio chamado Imhotep. Relato clínico de um caso de um paciente com alterações da linguagem decorrentes de ferimento localizado no osso temporal. ▪ Grécia – dilema cérebro x coração – sede da mente; ▪ Hipócrates (460-400 a.C.): - correlaciona ferimentos cranianos a problemas motores; - afirma que o cérebro é a parte mais importante do corpo e do pensamento; - postula a distinção entre doenças neurológicas e mentais, ambas relacionadas ao cérebro; - Descreve a epilepsia como sendo um distúrbio do cérebro e estabelece que o cérebro está envolvido com nossas sensações e emoções e é o sítio da inteligência; - Estudos com epilepsias trazem evidências da relação contralateral entre cérebro e corpo. NEUROPSICOLOGIA – HISTÓRICO – Idades Média e Moderna ▪ Idade Média - dilema entre as correntes ventricular x tecidual – regulação do comportamento; ▪ Desenvolvimento da ciência moderna após o Séc. XVIII – consolidação da hipótese tecidual e do cérebro como órgão responsável pelos processos mentais e comportamento; ▪ Idade Moderna - Descartes(1596-1650): - corrente ventricular e glândula pineal como sede da interação entre mente e corpo; ▪ Séc. XIX – holistas x localizacionistas - funcionamento cerebral; ▪ Gall (1757-1828) – localizacionista – Frenologia; ▪ Hipótese – forma e protuberâncias do crânio são indicativas das faculdades e aptidões mentais de uma pessoa. Baseia-se no conceito de que o cérebro é o órgão da mente e se encontra dividido em regiões com funções específicas denominadas módulos. ▪ Paul Broca (1824-1880) – demonstra o comprometimento da fala como decorrente de uma lesão no lobo frontal do hemisfério esquerdo – Afasia de Broca. ▪ Área de Broca - “centro funcional da linguagem”. “Expressão da linguagem” ▪ Carl Wernicke (1848-1904) – demonstra que lesões no córtex temporal do hemisfério esquerdo acarretam dificuldade na compreensão da linguagem (área de Wernicke) – Afasia de Wernicke. ▪ Postulou também a existência da Afasia de Condução (lesões nas conexões entre as áreas de Broca e Wernicke). ▪ Karl Lashley (1890-1958) - questiona os localizacionistas, ao demonstrar, nos seus estudos com animais, a dificuldade em localizar a área exata da memória. ▪ Walter Hess (1881-1973) - cria o princípio da organização cerebral - atividades mais complexas recrutariam, proporcionalmente, um maior número de estruturas. ▪ Alexander Luria (1902-1977) – Sistemas Funcionais. Funções mentais são organizadas pela ação conjunta e articulada de variadas estruturas que podem estar em diferentes e distantes áreas do cérebro. Descreveu o SNC estruturado hierarquicamente em três unidade funcionais, bem como descreveu o funcionamento das áreas corticais. NEUROPSICOLOGIA NO BRASIL - FUNDAÇÃO António Branco Lefèvre (1916-1981) - patrono da neuropsicologia no Brasil. Médico pediatra e psicólogo foi o fundador da neurologia infantil em nosso País. 1950 - tese de doutoramento, intitulada Contribuição para a psicopatologia da afasia em crianças, constitui um marco do vínculo embrionário entre a neurologia e a psicologia. 1970 - criou o primeiro grupo de estudos e o primeiro programa de pós-graduação em “atividade nervosa superior”, na Clínica Neurológica da FMUSP. Participavam das atividades de avaliação e reabilitação médicos neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. ▪ Beatriz Helena Withaker Ferreira Lefèvre (1928-2013) – psicóloga. iniciou seus trabalhos em Neuropsicologia no final da década de 1960, contribuindo intensamente para o desenvolvimento da ciência neuropsicológica. NEUROPSICOLOGIA NO BRASIL 1988 – fundação da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp), durante a realização do XIII Congresso Brasileiro de Neurologia, em São paulo; PRINCIPAIS CASOS CLÍNICOS Dos casos clínicos de lesão localizada, um dos mais famosos, ocorreu em 1848 quando um funcionário de uma ferrovia americana, P.T.Gage, teve seu córtex pré-frontal destruído por uma barra de ferro durante uma explosão... ▪ O jovem trabalhador teve que explodir uma rocha, mas cometeu um erro e a explosão ocorreu mais cedo do que o esperado. Como resultado desse erro de cálculo, Phineas foi arremessado a mais de 20 metros e recebeu o impacto de uma barra de metal que se encaixou em sua bochecha e perfurou seu crânio, saindo de sua testa. - olhar slides caso phineas gage aula 5. Neuropsicologia das funções cognitivas MEMÓRIA Memória é meio pelo qual se recorre ao conhecimento do passado, a fim de usá-la no presente. A memória é concebida como envolvendo três armazenamentos: 1. armazenamento sensorial – (curtíssimo prazo) capaz de conservar quantidades relativamente limitadas de informações durante períodos muito curtos de tempo. Dá-se ao nível da aquisição de informação somente (informações visuais). 2. armazenamento de curto prazo – (fixação/imediata) capaz de manter pequenas quantidades de informações por períodos um pouco mais longos de tempo (número telefônico). É a capacidade de repetir um fato, uma seqüência de fatos, nomes ou situações. . 3. armazenamento de longo prazo – (evocação) capaz de armazenar grandes quantidades de informação quase indefinidamente. Quanto mais reforço, seja pela importância dos fatos, a relevância ou pelo impacto emocional que as informações produzem, assim como a maior repetição destas informações,maior, mais clara e mais duradoura será a memória. Estruturas envolvidas na memória: hipocampo tálamo hipotálamo amígdala núcleos da base cerebelo córtex. Estas regiões encontram-se interligadas por complexos circuitos neuronais. Neurotransmissores: serotonina e acetilcolina Classificação da memória Memória explícita ou declarativa – (o que é o mundo) é desempenhada por processos tipicamente conscientes, representando fatos ou episódios. (Kandel e col., 1997) - Depende do sistema do lobo temporal medial. - Codifica a informação sobre eventos autobiográficos e o conhecimento de fatos. - Sua formação depende de processos cognitivos do tipo da avaliação, comparação e interferência. - Podem ser recuperadas por ato deliberado de recordação. - São estabelecidas por testes ou experiência única e, com freqüência, podem ser expressas concisamente em frases declarativas: p.ex.: “no ultimo verão, visitei minha avó em sua casa de campo” (autobiográfico) . “O ouro é mais pesado que a água” (conhecimento de um fato) Memória explícita ou declarativa - pode ser subdividida em semântica ou episódica. Semântica – permite lembrar o conceito contido no conteúdo do fato, não estando ligada a uma conotação temporal. (conhecimento do que seja um computador). Episódica – lembrar do fato numa determinada temporalidade. (lembrar do episódio em que se escreveu determinado texto, com conotação temporal e situacional). A memória explícita ou declarativa inclui o aprendizado sobre as pessoas, lugares e coisas, passível de ser descrito verbalmente, um aprendizado que exige um conhecimento consciente. Memória implícita ou não declarativa – (como fazer coisas) adquirindo habilidades motoras ou perceptivas a que a consciência não tem acesso (inconsciente). ● Não exige recordação deliberada e depende de diversas vias perceptivas e reflexas. ● Tem qualidade automática e reflexiva. ● Sua formação e recordação não são absolutamente dependentes da capacidade de ter ou de tomar conhecimento ou mesmo de processos cognitivos. ● Acumula-se lentamente por repetições. Ex.: habilidades perceptivas e motoras e o aprendizado de certos tipos de procedimentos e de regras, como as da gramática. LINGUAGEM É uma forma de comunicação distintivamente humana, um meio de transmitir informação complexa de uma pessoa a outra. AFASIA Uma lesão cerebral de extensão limitada no hemisfério esquerdo de uma pessoa destra poderá fazê-la perder a capacidade de utilizar a linguagem como meio de comunicação e como meio de representação simbólica: o indivíduo não poderá se exprimir oralmente ou por escrito de uma forma inteligível; ele não mais decifra as mensagens que recebe sob a forma de linguagem falada ou escrita. Afasia pode ser entendida como uma perturbação da linguagem caracterizada pela perda parcial ou total da faculdade de exprimir os pensamentos por sinais e de compreender esses sinais. Alguns autores referem a Afasia como a perda da memória dos sinais pelos quais se realiza a troca de idéias. De qualquer forma, o fato dominante na Afasia é a incompreensão da palavra falada e a impossibilidade, em grau variável, de ler ou de escrever. O diagnóstico da Afasia é importante que aconteça sem que haja alguma patologia dos aparelhos sensoriais e sem que hajam paralisias capazes de impedir a elocução da palavra oral ou sua expressão escrita. A Afasia sempre diz respeito à perda dos conhecimentos de linguagem adquiridos, o que normalmente se acompanha de algumprejuízo das funções intelectuais. Seria, então, a perda da inteligência específica da linguagem, tanto para expressar o pensamento por meio da palavra oral ou gráfica, quanto para compreender a palavra falada ou escrita (na Afasia motora pode estar preservada a capacidade de compreender). Tanto a Afasia quanto a Disartria podem perturbar gravemente a expressão, porém, são dois os caracteres semiológicos que distinguem esses dois tipos de alteração da linguagem. Na Disartria há sempre uma conservação perfeita da compreensão da linguagem oral e escrita e existe sempre a possibilidade do paciente se expressar perfeitamente por escrito. AFASIA DE WERNICKE ▪ Deficiência importante na compreensão. ▪ A lesão afeta a área de Wernicke (área 22 de Brodmann) e muitas vezes se estende para as partes superiores do lobo temporal (áreas 40 e 39) e, inferiormente, para a área 37. ▪ Quando a lesão é extensa, a compreensão tanto da entrada auditiva como a da visual da linguagem fica gravemente comprometida. ▪ A fala permanece fluente e é normal na velocidade e na melodia. ▪ Dificuldades na produção da linguagem. ▪ Dificuldade de encontrar a palavra adequada ou usam a palavra ou combinações de palavras erradas (parafasia). ▪ Adicionam sílabas às palavras e palavras às frases. ▪ Criam novas palavras (neologismo). ▪ Deixam de transmitir as idéias que tenham em mente, um comprometimento chamado de fala vazia. ▪ Os pacientes não têm conhecimento dessa falha, por ter a compreensão da linguagem comprometida. ▪ Comprometimento em repetir palavras e frases. ▪ Leitura e escrita comprometidas. ▪ A linguagem falada pode ser excessiva (Iogorréia); esse fenômeno foi chamado de premência da fala. AFASIA DE BROCA ▪ A compreensão esta em boa parte preservada. ▪ A produção da linguagem esta gravemente comprometida. ▪ Lesão do córtex associativo motor no lobo frontal (áreas 44 e 45 de Brodmann). ▪ Nos casos graves as áreas pré motora e pré frontal circundantes (áreas 6, 8, 9, 10 e 46) também são lesadas. ▪ A falha na produção da linguagem varia desde uma mudez completa até uma fala lenta e deliberada, usando palavras simples. ▪ Enunciam os substantivos no singular e os verbos no infinitivo ou no gerúndio e, com frequência, eliminam totalmente os artigos, adjetivos e advérbios. ▪ Repetição comprometida e a nomeação moderadamente comprometida. ▪ Têm, em geral, conhecimento dos erros. ▪ A compreensão da linguagem falada e escrita esta menos perturbada. ▪ Dificuldade em ler em voz alta, e a escrita (como a fala) é anormal. ▪ Como a Área de Broca fica localizada próximo do córtex motor e da cápsula interna subjacente, uma paralisia parcial do lado direito com perda de visão acompanha quase sempre esse tipo de afasia. AFASIA DE CONDUÇÃO Via que conecta a Área de Broca com a Área de Wernicke, chama-se fascículo arqueado. Lesão no fascículo arqueado produz uma afasia de condução. A lesão desse fascículo ocorre por comprometimento do giro supramarginal do lobo parietal ou, com menor freqüência, das faces posterior e superior do lobo temporal esquerdo. A lesão não é restrita à substância branca, mas também envolve o córtex. Menor fluência na produção da linguagem. Cometem muitos erros parafásicos. ATENÇÃO A atenção é um processo complexo, é parte integrante e fundamental da atividade sensorial, é indispensável à linguagem, à aprendizagem e à memória e ainda participa como um distribuidor da atividade sensorial pelos vários níveis de consciência que simultaneamente processam a informação. A atenção é um complexo domínio neurocomportamental que se constitui como base fundamental de todas as funções cognitivas superiores. Há duas maiores redes de distribuição neural que fazem a mediação de aspectos complementares da atenção: consiste num sistema difuso que distribui a atenção globalmente e que é servido por uma ampla rede de estruturas talâmicas e bi-hemisféricas, entre as quais os lobos frontais ocupam um lugar preponderante. consiste num sistema mais focal, que canaliza a atenção para aspectos mais salientes da experiência espacial e é mais lateralizado nas regiões frontais e parietais do hemisfério direito. Três funções principais da atenção: 1. Atenção seletiva - escolhe-se no que prestar atenção a alguns estímulos e ignorar outros. 2. Vigilância – espera-se atentamente detectar o aparecimento de um estímulo específico. 3. Atenção dividida - distribui-se recursos de atenção disponíveis para coordenar o desempenho de mais de uma tarefa ao mesmo tempo. Orientação em relação ao tempo Funções mentais que produzem consciência do dia, data, mês e ano. Orientação em relação ao lugar Funções mentais que produzem consciência da localização da pessoa, em relação ao ambiente imediato, à sua cidade ou ao país. Orientação em relação à pessoa Funções mentais que produzem consciência da própria identidade e da dos indivíduos no seu ambiente imediato. Orientação em relação a si próprio Funções mentais que implicam na consciência da própria identidade. Praxia é a habilidade de idealizar e executar um ato motor normalmente gestual, tratando-se do componente cognitivo do comportamento motor propriamente dito. Apraxia Prejuízo na capacidade de executar atividades motoras, apesar de as capacidades motoras, função sensorial e compreensão estarem intactas para a tarefa exigida. Na realidade é a perda da capacidade de executar eficientemente a intenção para um ato para um determinado fim, mas não há comprometimento anatômico das estruturas cerebrais envolvidas na execussão desse ato (seja ele da musculatura voluntária, da fala, da mímica, etc). Os indivíduos com demência podem apresentar apraxia. Eles apresentam prejuízo em sua capacidade de demonstrar com mímica o uso de objetos (por ex., pentear os cabelos) ou de executar atos motores conhecidos (por ex., acenar dizendo adeus). A apraxia pode contribuir para déficits nos atos de cozinhar, vestir-se e desenhar. As perturbações na habilidade motora podem ser testadas pedindo que o indivíduo execute funções motoras (por ex., mostrar como se escova os dentes, copiar pentágonos que se intercruzam, montar blocos, ou arranjar varetas em desenhos específicos). VISUOCONSTRUÇÃO A habilidade vísuoconstrutiva – reconhecidas também como praxia construtiva – trata-se da capacidade de juntar/manipular estímulos físicos ou de realizar certos movimentos, de forma a organizá-los ou adaptá-los a determinado fim. A realização de um ato, mesmo que habitual, envolve diversas operações mentais e motoras. COGNIÇÃO SOCIAL habilidade de identificação, manipulação e adequação do comportamento de acordo com informações socialmente relevantes detectadas e processadas em determinado contexto do ambiente (Adolphs,2001) A cognição social direciona o comportamento automático e volitivo, juntamente com uma variedade de outros processos cognitivos, modulando a resposta comportamental. A cognição social são diferentes formas da análise para compreensão do comportamento humano A cognição social consiste em uma operação mental, que esta na base do funcionamento social, envolvendo a capacidade humana de perceber a intenção e a disposição do outro em determinado contexto. Isso inclui as habilidades nas áreas da percepção social, atribuição e empatia e reflete a influência do contexto social. TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO Grupo de condições com início no período do desenvolvimento: ▪ A primeira manifestação se dá, em geral, antes de a criança ingressar na escola; ▪ Ocorrência de déficits no desenvolvimento, que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. ▪ Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no controle de funções executivasaté prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência; ▪ É frequente a ocorrência de mais de um transtorno do neurodesenvolvimento. ▪ Síndrome neurológica descrita pela primeira vez em 1798 pelo médico e autor escocês Alexander Crichton – “inquietação mental”. ▪ Transtorno do Neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade, excessivos para a idade ou nível de desenvolvimento; ▪ Desatenção e desorganização - incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais; ▪ Hiperatividade-impulsividade - atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar; ▪ Costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional. TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH Três áreas da região pré-frontal: ▪ 1. Circuito orbitofrontal; ▪ 2. Circuito dorsolateral; ▪ 3. Circuito do cíngulo anterior. ▪ Dorsolateral – processos mais cognitivos associados as decisões (planejamento, solução de problemas, flexibilidade, memória, etc.); ▪ Orbitofrontal - comportamento social, controle inibitório, automonitoramento, cumprimento de regras sociais; ▪ Cingulo anterior – motivação, atenção executiva, seleção e controle de respostas. TDAH – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Funções e tratamentos. ▪ Diagnóstico – multiprofissional – a avaliação neuropsicológica é um exame complementar; ▪ Tratamento – multidisciplinar – envolvendo aspectos neurológicos, emocionais, psicomotores e pedagógicos; ▪ Tratamento medicamentoso – psicoestimulantes do SNC; anfetaminas; bloqueador seletivo da recaptura de noradrenalina; ▪ Acompanhamentos – psicoterapia, psicopedagogia; fonoterapia; terapia ocupacional; psicomotricidade, etc.; ▪ Educação familiar; ▪ Intervenção na escola (para o caso de crianças e adolescentes). TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEA ▪ 1943 - Leo Kanner publicou “Autistic Disturbance of Affective Contact” . Descreveu 11 crianças socialmente isoladas que compartilhavam um desejo obsessivo para mesmices. ▪ “Os transtornos do espectro autista representam um amplo continuum de déficits cognitivos e neurocomportamentais, incluindo déficits de socialização e comunicação, com padrões restritos e repetitivos de comportamentos”. É um Transtorno do Neurodesenvolvimento que caracteriza-se por: ▪ déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos; ▪ presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades; *Início antes dos 3 anos de idade; *Comprometimento adaptativo. Detecção precoce – aos 2 anos, crianças no espectro mostram claros problemas em comunicação social, jogos, linguagem e cognição, bem como outras dificuldades sensoriais e motoras. TEA - CARACTERÍSTICAS ▪ Comunicação e interação social ▪ Déficits verbais e não verbais ▪ Déficits na reciprocidade socioemocional – claramente evidentes em crianças pequenas (imitação reduzida, dificuldade em atenção compartilhada, etc.); ▪ Déficits nas relações sociais – pode haver interesse social ausente, reduzido ou atípico; ▪ Cptos restritos e repetitivos – estereotipias motoras, fala repetitiva, adesão a rotinas e resistência a mudanças, rituais, interesses limitados e fixos, hiper ou hiporreatividade a estímulos. TEA – ACHADOS DE NEUROANATOMIA E NEUROIMAGEM ▪ Aumento do volume cerebral que afeta tanto substância branca quanto cinzenta, bem como ventrículos alargados; ▪ Anormalidades na química cerebral: ▪ Síntese de serotonina e eletrofisiologia cerebral ▪ Claras diferenças no funcionamento e na estrutura do “circuito da empatia” (amígdala, junção parieto-temporal, cíngulo anterior e córtex órbito-frontal) TRANSTORNO ESPECÍFICO DE APRENDIZAGEM - DISLEXIA Histórico: ▪ 1872 – Berlin utilizou pela primeira vez o termo dislexia; ▪ 1896 – Morgan – “cegueira verbal”; ▪ 1917 – Hinshelwood – ressurge o temo dislexia. Grave distúrbio de leitura como um defeito congênito do cérebro, afetando a memória visual de palavras e de letras. TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM - DEFINIÇÃO “... compreende uma inabilidade específica, como de leitura, escrita ou matemática, em indivíduos que apresentam resultados significativamente abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual.” TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM - CARACTERIZAÇÃO ▪ Dificuldades persistentes (pelo menos 6 meses, a despeito de intervenções) e prejudiciais, que podem acarretar prejuízos duradouros, inclusive no desempenho profissional; ▪ Manifestam-se durante os anos de escolaridade formal; ▪ O desempenho individual deve estar bastante abaixo da média para a idade; ▪ Não podem ser consequências de: - falta de oportunidade de aprender; - descontinuidades educacionais (mudança de escola, faltas excessivas); - TCE ou doença cerebral adquirida; comprometimentos visuais e/ou auditivos. - comprometimento na inteligência global. Domínios: ▪ Com prejuízo na leitura: problemas na leitura de palavras, velocidade ou fluência da leitura e na compreensão da leitura; ▪ Com prejuízo na expressão escrita: problemas na ortografia, na gramática e na pontuação ou na organização da expressão escrita; DISLEXIA ▪ Com prejuízo na matemática: problemas com senso numérico, memorização de fatos aritméticos, fluência de cálculo e no raciocínio matemático. “...padrão de dificuldades de aprendizagem caracterizado por problemas no reconhecimento preciso ou fluente de palavras, problemas de decodificação e dificuldades de ortografia. “ (DSM V, p. 67) ▪ Prejuízo na leitura de palavras impressas (correlacionar letras a sons do próprio idioma); ▪ Comprometimento das habilidades de reconhecimento das palavras e compreensão da leitura. DISLEXIA – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ▪ DIAGNÓSTICO – clínico e multidisciplinar; ▪ TRATAMENTO – fonoaudiologia e psicopedagogia: - planejado a partir dos resultados da avaliação neuropsicológica, considerando o contexto biopsicossocial da criança e visando benefícios duradouros; - o treinamento em habilidades fonológicas é uma modalidade de intervenção bem consolidada; - recursos pedagógicos e de reabilitação neurocognitiva; - geralmente não demanda tratamento farmacológico, contudo, quando acompanhado por transtornos psiquiátricos, poderão ser necessários tratamentos complementares, como psicoterapia e psicofármacos. Aula 7: ALTERAÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E COMPORTAMENTAIS ASSOCIADAS A QUADROS NEUROLÓGICOS EPILEPSIAS - CONCEITUAÇÃO “Não há uma definição satisfatória de epilepsia. Epilepsia não é, naturalmente, uma doença específica, ou mesmo uma única síndrome. Sob esta denominação, compreende-se ampla categoria de sintomas complexos decorrentes de funções cerebrais alteradas que podem ser secundárias a um grande número de processos patológicos.” ▪ Caracterizada por uma alteração cerebral e predisposição contínua do cérebro em gerar crises epilépticas (ILAE); ▪ Crises epilépticas: - ocorrem na ausência de condição tóxico – metabólica ou febril; - são eventos clínicos que refletem disfunção temporária de um conjunto de neurônios de uma parte do encéfalo (crises focais) ou de áreas mais extensas envolvendo simultaneamente os dois hemisférios (crises generalizadas); - associadas a patologias estruturais ou neuroquímicas do cérebro, que desequilibram sua atividade elétrica, gerando descargas súbitas, excessivas e descontroladas, predominantemente no córtex cerebral. ▪ Condição crônica de alta prevalência - 24 milhões de pessoas no mundo (WHO, 2016); ▪ Um grande número de doenças/condições ou lesões cerebrais podecausar epilepsia, tais como: - fatores genéticos e perinatais; - malformação cerebral durante o desenvolvimento; - traumatismos cranianos ou agentes físicos (hemorragias, tumores, infecções cerebrais); - distúrbios vasculares, metabólicos e nutricionais; - doenças degenerativas e hereditárias. DIAGNÓSTICO ▪ Realizado por meio da descrição da fenomenologia clínica das crises e exames que caracterizam a atividade elétrica cerebral: - Anamnese; - Exame físico e neurológico; - EEG, Video-EEG; - Exames complementares. TRATAMENTO ▪ Medicamentoso; ▪ Cirúrgico – cirurgias, implante de eletrodo, VNS; Avaliação Neuropsicológica – importante na compreensão das habilidades cognitivas do paciente; na monitorização dos efeitos das drogas e/ou da epilepsia sobre a cognição; acompanhamento pré e pós-cirúrgico. EPILEPSIAS - IMPACTO Impacto importante nas relações familiares e sociais e no funcionamento psíquico/cognitivo das pessoas acometidas: ▪ Imprevisibilidade das crises; ▪ Efeitos colaterais das drogas antiepilépticas; ▪ Quando refratárias ao tratamento há a preocupação relacionada à necessidade de intervenção cirúrgica. ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO “refere-se a um problema neurológico, tem- porário ou permanente, focal e abrupto, decorrente de um processo patológico dos vasos sanguíneos encefálicos.” Pode ser classificado em: ▪ Isquêmico - oclusão de um vaso sanguíneo ou de uma artéria que interrompe o fluxo de sangue a uma região específica do cérebro; ▪ Hemorrágico - ruptura de um vaso sanguíneo que leva ao derrame de sangue para dentro do cérebro. AVE - CAUSAS AVE ISQUÊMICO ▪ Embolia cerebral ➔ um coágulo que se forma numa parte qualquer do corpo, que se desprende e se desloca percorrendo os vasos sanguíneos até uma artéria cerebral; ▪ Trombose arterial ➔ formação de um coágulo de sangue (trombo) dentro de um vaso sanguíneo no cérebro, geralmente sobre uma placa de gordura (arteriosclerose).
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