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FACULDADE DOM ALBERTO 
PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDOS DA SOCIEDADE NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA CRUZ DO SUL – RS 
 
1 
 
ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS 
Em todos os tempos, o ensino de História foi permeado por escolhas 
políticas. No Brasil, após a proclamação da República, em 1889, a construção 
da identidade do país tornou-se prioridade. As elites tinham de garantir a 
existência de um estado-nação, escolhendo para ser ensinado aos alunos 
conteúdos que exaltavam grandes "heróis" nacionais e feitos políticos gloriosos. 
Desde então, poucas mudanças aconteceram em termos do quê e como ensinar 
nessa área, e todas foram influenciadas, sobretudo, pelas visões de quem estava 
no poder. Para desenvolver a postura crítica da turma e dar aulas consistentes, 
é fundamental que o professor entenda esse processo. História é uma disciplina 
passível de múltiplas abordagens - que até há pouco tempo não estavam em 
sala de aula, mas que hoje devem ser vistas com destaque. Por isso, tornou-se 
premente o trabalho com diversas fontes e o relacionamento do passado com o 
presente para que se entenda que contra fatos há, sim, argumentos. Tudo 
depende do olhar que se lança sobre eles. 
Quando os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 e fundaram a primeira 
escola, só usavam os textos históricos como suporte para ensinar a ler e 
escrever e seus conteúdos sequer eram discutidos. Foi apenas em 1837 que o 
Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, instituiu a História como disciplina 
obrigatória e autônoma (leia a linha do tempo no box "O ensino de História no 
Brasil"). O foco era a formação da civilização ocidental e o estudo sobre o Brasil 
era apenas um de seus apêndices. 
Estabalecer a correspondência entre passado e presente passou a ser 
um dos objetivos da disciplina nos anos 1990, com a publicação dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs). 
Desde a publicação dos PCNs, temas como ética e pluralidade cultural 
passaram a permear o ensino da disciplina, indicando mais uma mudança: se 
nos tempos idos o objetivo era fomentar a ideia de identidade nacional, ancorada 
na deturpação e romantização de acontecimentos, hoje o intuito é explorar as 
diferentes identidades que existem dentro de uma nação, tornando os alunos 
sabedores da diversidade cultural de sua época. Um desafio e tanto para os 
professores.
 
2 
 
 
 Mitos pedagógicos 
As metodologias da disciplina levaram à construção de alguns mitos. São 
eles: 
- História é decoreba 
A concepção de Educação que está por trás disso é a de que a 
aprendizagem se dá pela repetição da fala do professor ou do conteúdo do 
material didático. Grande equívoco. 
- Não é preciso memorizar 
Em reação contrária à idéia anterior, alguns educadores defenderam que 
não era preciso decorar nada. Porém saber datas e nomes ajuda a relacionar os 
fatos. Memorizar significativamente é diferente de decoreba. 
- Uma lição de moral 
A História nasce como disciplina escolar no Brasil em um contexto de 
criação da identidade nacional. Daí a idéia de que ela serviria para incutir 
princípios e valores nacionalistas. 
- Um fato depois do outro 
Não se sustenta a idéia de que para entender um período é preciso 
estudar o que veio antes dele. O aluno aprende com base em questões do 
presente, relacionando ao passado o que lhe é mais próximo. 
- Existe apenas uma verdade 
De inspiração positivista, esse mito parte da idéia de que os documentos 
oficiais e os fatos políticos são os fiéis guardadores da realidade. A idéia foi 
sendo derrubada ao longo do século 20, quando os historiadores, recorrendo a 
outras fontes documentais, descobriram diferentes interpretações sobre 
períodos e fatos. 
 
 
3 
 
 
 
Fonte: www.google.com.br 
. 
Há que se destacar a escassez de pesquisas que envolvem o ensino de 
História e Geografia para alunos da Educação Infantil e das séries iniciais do 
Ensino Fundamental, o que nos levou a propor outro objetivo, que emergiu, não 
por acaso, do primeiro, mas inserido num contexto mais restrito. Assim, 
buscamos verificar o que a literatura da área tem apontado sobre a temática 
mediante a construção de uma ação pedagógica que forme para a cidadania e 
que permita ao sujeito que aprende a se reconhecer como produto e, ao mesmo 
tempo, agente de sua própria história. 
Ante o cenário traçado atrás, percebemos que cada vez mais o aluno tem 
deixado de ser o indivíduo passivo e reprodutor de ideologias, em todas as áreas 
do conhecimento, tornando-se crítico e criativo, descobridor e pesquisador, a fim 
de que professor e aluno construam juntos o conhecimento, com base numa 
visão holística de parceria, colaboração, cooperação, dinamicidade, interação e 
trabalho coletivo. 
O RCNEI (BRASIL, 1998), o ensino de História na Educação Infantil 
precisa seguir alguns princípios, que podem levar a uma autonomia futura 
desejável. Os seguintes norteadores devem ser observados: 
 1) O respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas 
diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas, etc.; 
2) O direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, 
pensamento, interação e comunicação infantil;
 
4 
 
 
 3) O acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o 
desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à 
interação social, ao pensamento, à ética e à estética; 
 4) A socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais 
diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma e, 
5) O atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao 
desenvolvimento de sua identidade (BRASIL, 1988, p. 13). 
Pensar numa Educação Infantil que leve em consideração todos os 
aspectos da infância e da criança, é de extrema importância, nesse sentido, 
Pouco se exige em termos de conhecimento mais elaborado acerca das funções 
da educação infantil e das características sócio-históricas do desenvolvimento 
das crianças, bem como em termos do domínio do saber historicamente 
elaborado a respeito das diversas dimensões pelas quais o homem e o mundo 
podem ser conhecidos. (OLIVEIRA, 2002, p. 24) 
Entendemos que a infância vem se modificando através dos tempos e dos 
diferentes contextos sociais, e para interpretar o significado atribuído à infância, 
deve-se compreender sua trajetória dentro da história e quais os tratamentos e 
a relação das crianças com a sociedade para assim entender o conceito de 
infância, criança e educação infantil. 
 
Fonte: www.google.com.br
http://www.google.com.br/
 
5 
 
 
10- ASPECTOS SOCIOCULTURAIS 
A cultura molda as experiências e influencia o desenvolvimento das 
crianças. 
Do nascimento até os 5 anos de idade, as crianças passam por 
transformações importantes quanto a tamanho, organização biológica, 
capacidades comportamentais e organização social de experiências – um 
complicador importante para compreender a associação entre o contexto cultural 
e os processos de aprendizagem das crianças pequenas. 
A cultura consiste de conhecimentos, ferramentas e atitudes 
historicamente acumulados que permeiam a ecologia proximal da criança, 
inclusive as “práticas” culturais dos membros do núcleo familiar e de outros 
parentes. Ao desempenhar seus papéis – como prover cuidados e subsistência 
– esses membros enculturados da sociedade estão, eles próprios, sujeitos a 
várias influências vindas de sua ecologia natural e sociedade. 
 
A aprendizagem é compreendida como uma modificação relativamente 
permanente no comportamento e na compreensão conseqüente às experiências 
da criança. 
O desenvolvimento implica mudanças qualitativas na organização 
funcional do cérebro, do corpo e do comportamento individuais da criança, assim 
como em mudanças concomitantes no relacionamento entre a criança e suas 
experiênciasorganizadas em termos sócio-culturais. 
 
 
Fonte: www.google.com.br
 
6 
 
 
A cultura desempenha um papel essencial na forma como a criança 
interpreta o mundo. Uma diferença determinante entre a aprendizagem da 
criança e qualquer sistema técnico inteligente é que tais sistemas podem 
reconhecer e organizar informações, mas não podem captar seu significado. O 
desenvolvimento do significado e a adoção de ferramentas culturais adequadas 
– símbolos, significados, roteiros, objetivos, etc. – da atividade humana são os 
desafios básicos da aprendizagem inicial. 
É necessário ter em mente que as crianças ainda não conseguem 
compreender e analisar conscientemente o significado do mundo. Os 
significados são fundamentados em conexões corporais com os objetos e são 
constantemente associados à ação.No entanto, a partir do nascimento ou logo 
depois, as crianças são extremamente sensíveis a contingências entre todos os 
tipos de eventos no ambiente. Tal sensibilidade permeia desde a aprendizagem 
dos padrões característicos da atividade, até a diversidade das respostas das 
pessoas de seu ambiente, e as contingências entre os fonemas da língua que 
ouvem e que formarão a base gramatical de seu idioma nativo. Ao nascer, a 
criança já conhece o “tom” característico de seu idioma nativo, aprendizagem 
que é demonstrada pela atenção diferente que dá às vocalizações emitidas 
nesse idioma. 
Muitos psicólogos acreditam que crianças de diferentes grupos culturais 
aprendem um “estilo cognitivo” básico caracterizado em termos um pouco 
diferentes, mas sobrepostos, dependendo das diferentes tradições acadêmicas. 
Um “estilo cognitivo” deve privilegiar a atenção inicial ao contexto no qual os 
eventos ocorrem. Em seguida, a atenção deve ser dirigida aos objetos 
participantes do evento. Uma formulação semelhante aplica-se a contextos 
culturais que favorecem o individualismo ou coletivismo. 
Segundo Vygotsky (1989, 1930/2009), todo ser humano contribui, com 
sua imaginação, com os significados e sentidos que produz, para construir e 
transformar a cultura em que vive, ao mesmo tempo em que é constituído por 
ela. As crianças, portanto, não são passivas frente a suas experiências na escola 
e por essa razão podem contribuir para o desenvolvimento dessas instituições, 
se escutadas.
 
7 
 
 
Diferentes formas de brincadeira – com objetos, simbólicas, de faz-de-
conta – criam diferentes tipos de contextos culturais para aprendizagem. No 
entanto, há amplas variações culturais na medida em que os adultos sancionam 
diferentes formas de brincadeiras ao longo da primeira infância. Nas sociedades 
nas quais a brincadeira é uma prática cultural valorizada nessa idade, 
Poddiakov demonstrou como as crianças realizam experiências sociais com 
outras pessoas em brincadeiras e na vida cotidiana. Vygotsky e outros 
estudiosos das brincadeiras infantis enfatizam a importância da mutualidade e 
da possibilidade de transcender, no brincar, a situação presente por meio da 
criação de outros mundos (imaginários). Vygotsky argumentou que distorcer a 
realidade na brincadeira reforça paradoxalmente a aprendizagem aplicada à vida 
real ao modificar a compreensão da criança sobre a relação entre os objetos e 
seus significados. 
O estudo de contextos culturais e aprendizagem na primeira infância 
envolve o entrelaçamento de fatores biológicos e culturais. O desenvolvimento 
ativo de subculturas para expandir e melhorar a aprendizagem é uma tendência 
atual promissora. 
A exposição pura ao conteúdo a ser aprendido, oferecida por diferentes 
práticas culturais, é de fundamental importância. Um achado de rotina nas 
pesquisas em diversas áreas é que as crianças aprendem mais rapidamente 
quando são solicitadas a aprender ou solucionar problemas baseados naquilo 
que lhes é familiar, ou que façam sentido do ponto de vista humano. 
Essas relações entre cultura e aprendizagem não diminuem de 
intensidade, mas tornam-se ainda mais nítidas à medida que a criança passa do 
início ao meio da infância e à adolescência. Consequentemente, aqueles que 
desejam utilizar o poder da cultura para promover a aprendizagem devem 
considerar tanto o enriquecimento cultural da criança quanto sua saúde e seu 
bem-estar físico, uma vez que todos esses elementos desempenham um papel 
particularmente importante durante esse período de mudanças 
extraordinariamente rápidas do desenvolvimento. 
Devemos ser democráticos e éticos com a educação da criança pequena, 
levando em consideração a especificidade familiar, cultural e local, bem como a 
 
8 
 
importância dessa etapa de ensino e estar atentos às concepções que 
nossos educadores têm a esse respeito. 
11- PROFESSOR COMO MEDIADOR 
O papel do professor é fundamental para a organização do espaço e do 
tempo necessários para a aprendizagem da criança. 
Ser mediador é se posicionar literalmente entre o ensino e a 
aprendizagem, ou seja, é não dar respostas prontas, e sim estimular a busca de 
respostas promovendo a reflexão, mostrando os caminhos, compreendendo as 
dificuldades e o motivo de elas estarem ocorrendo. Dessa maneira, o professor-
mediador estará colaborando para a construção da autonomia dos alunos - seja 
de pensamento seja de ação - ampliando a participação social e dinamizando o 
desenvolvimento mental deles, de forma a capacitá-los a exercer o papel de 
cidadão do mundo. 
A mediação terá sucesso quando o professor: 
 Interagir com a criança, e não coagi-la; 
 Interagir com a criança procurando compreender seu mundo e o 
modo de ela vivenciá-lo; para isso, é preciso entender o universo 
dela e o processo que está em andamento; 
 Considerando o conhecimento de mundo que a criança traz, 
valorizá-la, estimulá-la e proporcionar-lhe outros conhecimentos e 
outras leituras; 
 Estimular a reflexão e a busca de respostas; 
 Usar o “erro” da criança para buscar o “acerto”; 
 não ignorar nem desrespeitar as várias formas dialetais utilizadas 
pelos alunos. Ao contrário, num clima de respeito, desde a 
Educação Infantil, encorajar todas as crianças a falar, a escrever e 
a ler como sabem; 
 Der voz à criança e orientá-la a respeitar a fala dos outros.
 
9 
 
 
 
 
Fonte: /www.google.com.br 
Em todo processo de aprendizagem humana, a interação social e a 
mediação do outro tem fundamental importância. Na escola, pode-se dizer que 
a interação professor-aluno é imprescindível para que ocorra o sucesso no 
processo ensino aprendizagem. Por essa razão, justifica-se a existência de 
tantos trabalhos e pesquisas na área da educação dentro dessa temática, os 
quais procuram destacar a interação social e o papel do professor mediador, 
como requisitos básicos para qualquer prática educativa eficiente. 
As escolas que atendem a Educação Infantil precisam receber atenção 
especial dos governantes, dos gestores, professores, pais, funcionários da 
escola, enfim de todos aqueles que estão de alguma forma contribuindo para o 
processo educacional. Os professores, sobretudo, devem colaborar no processo 
de ensino por meio da escuta sensível, da organização do espaço escolar e, 
principalmente, é preciso que eles tenham consciência da sua importância 
enquanto educador infantil. 
Um espaço escolar sem estrutura, sem organização e que não acolhe o 
aluno não possibilitará desenvolvimento e aprendizagem de qualidade para as 
 
10 
 
crianças. A busca pela constituição de um ambiente que proporcione boas 
experiências para a criança é imprescindível, pois este exerce papel fundamental 
no desenvolvimento das crianças. Deste modo é preciso pensar sobre o 
ambiente educativo na Educação Infantil. 
O espaço escolar é socialmente construído, logo a criança como ser 
social, participa desse processo. 
para Vygotsky, a ideia de interação social e de mediação é ponto central do 
processo educativo. Pois para o autor, esses dois elementos estão intimamente 
relacionados aoprocesso de constituição e desenvolvimento dos sujeitos. A 
atuação do professor é de suma importância já que ele exerce o papel de 
mediador da aprendizagem do aluno. Certamente é muito importante para o 
aluno a qualidade de mediação exercida pelo professor, pois desse processo 
dependerão os avanços e as conquistas do aluno em relação à aprendizagem 
na escola. 
Organizar uma prática escolar, considerando esses pressupostos, é sem 
dúvida, conceber o aluno um sujeito em constante construção e transformação 
que, a partir das interações, tornar-se-á capaz de agir e intervir no mundo, 
conferindo novos significados para a história dos homens. Quando se imagina 
uma escola baseada no processo de interação, não se está pensando em um 
lugar onde cada um faz o que quer, mas num espaço de construção, de 
valorização e respeito, no qual todos se sintam mobilizados a pensarem em 
conjunto. Na teoria de Vygotsky, é importante perceber que como o aluno se 
constitui na relação com o outro, a escola é um local privilegiado em reunir 
grupos bem diferenciados a serem trabalhados. Essa realidade acaba 
contribuindo para que, no conjunto de tantas vozes, as singularidades de cada 
aluno sejam respeitadas. 
Portanto, para Vygotsky, a sala de aula é, sem dúvida, um dos espaços 
mais oportunos para a construção de ações partilhadas entre os sujeitos. A 
mediação é, portanto, um elo que se realiza numa interação constante no 
processo ensinoaprendizagem. Pode-se dizer também que o ato de educar é 
nutrido pelas relações estabelecidas entre professor-aluno. 
Paulo Freire expressa que a escola deve ser um lugar de trabalho, de 
ensino, de aprendizagem. Um lugar em que a convivência permita estar 
continuamente se superando, porque a escola é o espaço privilegiado para 
 
11 
 
pensar. Ele que sempre acreditou na capacidade criadora dos homens e 
mulheres, e pensando assim é que apresenta a escola como instância da 
sociedade. Paulo Freire diz que “não é a educação que forma a sociedade de 
uma determinada maneira, senão que esta, tendo-se formado a si mesma de 
uma certa forma, estabelece a educação que está de acordo com os valores que 
guiam essa sociedade” (1975, p. 30). Reconhece a presença do oprimido e do 
opressor, ao que convida-nos a essa libertação, inicialmente pela libertação do 
opressor que reside em cada um, para então conseguirmos pela marcha popular 
libertar todos os homens. 
Assim, a educação é compreendida como instrumento a serviço da 
democratização, contribuindo pelas vivências comunitárias dos grupos sociais, 
no diálogo, para formar pessoas participantes. A reforma da educação e a 
reforma da sociedade andam juntas, sendo parte do mesmo processo. 
Paulo Freire apresenta propostas de práticas pedagógicas necessárias à 
educação como forma de construir a autonomia dos educandos, valorizando e 
respeitando sua cultura e seu acervo de conhecimentos empíricos junto à sua 
individualidade. 
 O aprender na escola precisa acontecer de forma significativa, dessa 
maneira a apropriação do conhecimento não pode partir do nada, mas sim do 
conhecimento prévio, dos interesses e das experiências dos alunos. A 
aprendizagem torna-se significativa quando o novo conteúdo é incorporado às 
estruturas de conhecimento dos alunos passando a adquirir significado para ele 
ao manter relação com a sua vivência.
 
12 
 
 
 
 
Fonte: www.google.com 
 
Chamamos de “saber” um ato ou um efeito de abstrair idéias ou noção de 
alguma coisa. Quando nascemos passamos a interagir com o mundo ao redor, 
vivemos em eterno aprendizado, mas a instituição escolar parece esquecer que 
as crianças, adultos ou adolescentes nunca chegam vazios a escola, eles trazem 
consigo uma bagagem social, cultural, etc. devido a essa interação com o mundo 
e isso deve ser levado em consideração no momento do ensino-aprendizado. 
 Não existe ninguém no mundo que não saiba algo, cada um dos alunos em 
sala de aula passaram por experiências diferentes e possuem bagagens 
diferentes. Devido a isso é que surge a importância de se trabalhar em conjunto, 
pois além da questão da socialização, os estudantes podem trocar informações 
e aprender coisas novas, característico da experiência de cada um, 
enriquecendo assim suas respectivas bagagens e tornando a aula dinâmica. 
O que diferencia o saber é a cultura onde a pessoa (criança) está inserida, 
a escola precisa socializar os conteúdos pertencentes ao mundo da cultura, pois 
de que adianta falar-se em neve se os alunos oriundos das classes menos 
favorecidas nunca a viram, sentiram, vivenciaram essa realidade (é necessário 
frisar que o exemplo aqui citado é valido na alfabetização, já que em outros graus 
de aprendizagem o exemplo da neve pode ser utilizado como abertura de 
 
13 
 
mundo, ao se tratar de outras culturas). Então nesse contexto para facilitar no 
processo de aprendizagem e percepção, as escolas deveriam levar em 
consideração os conhecimentos prévios dos seus estudantes, trazendo para 
sala de aula situações do cotidiano dos mesmos. 
Considerar a criança como sujeito é levar em conta, nas relações que com 
ela estabelecemos, que ela tem desejos, ideias, opiniões, capacidade de decidir, 
de criar, de inventar, que se manifestam, desde cedo, nos seus movimentos, nas 
suas expressões, no seu olhar, nas suas vocalizações, na sua fala. É considerar, 
portanto, que essas relações sempre têm dois lados— de um lado o adulto e do 
outro a criança. São, portanto, relações dialógicas — entre o adulto e a criança 
— que possibilitam a constituição da subjetividade da criança como também 
contribuindo na contínua constituição do adulto como sujeito. Ao juntarmos ao 
substantivo sujeito os adjetivos sócio, histórico e cultural, estamos afirmando que 
desejos, vontades, opiniões, capacidade de decidir, maneiras de pensar, de se 
expressar e as formas de compreender o mundo são construídas historicamente 
na cultura do meio social em que vive a criança. Significa dizer que cada ser 
humano que chega ao mundo trazconsigo a história da humanidade e da cultura, 
erguida ao longo de muitos séculos. 
Além disso, a criança constrói uma história pessoal, que vai se fazendo 
na cultura familiar e que se define em função da classe social de sua família, do 
espaço geográfico que habita, do seu sexo, de seu pertencimento etnico-racial, 
das especificidades de seu desenvolvimento e das vivências socioculturais que 
têm em função desses fatores. Sua história se constrói também com seus pares, 
produzindo e partilhando uma cultura da infância, constituída por ideias, valores, 
códigos próprios, formas específicas de compreensão da realidade, que lhe 
permitem não apenas reproduzir o mundo adulto, mas ressignificá-lo e reinventá-
lo. Quando afirmamos que a criança é um cidadão de direitos, estamos 
considerando que, independentemente de sua história, de sua origem, de sua 
cultura e do meio social em que vive, lhe foram garantidos legalmente direitos 
inalienáveis, que são iguais para todas as crianças. Ao considerarmos a criança 
um ser da natureza, recuperamos a dimensão biológica da espécie humana. Ao 
mesmo tempo, estamos dizendo que não vivemos sós no planeta Terra, que o 
compartilhamos com numerosas outras espécies das quais dependemos para 
continuar existindo. As crianças, sendo parte dessa natureza, devem conhecer 
 
14 
 
e conviver harmoniosamente com os demais elementos que dela fazem parte, 
aprendendo a respeitar, conservar e preservar seus bens. 
O professor tem essa responsabilidade, não apenas de ensinar, mas de 
educar em um contexto global, ele não precisa apenas preocupar-se com os 
conteúdos que vão ser repassados a partir da relação cuidar/educar, porém de 
que forma esses chegarão a se transformar em conhecimento pelos educandos. 
Além dos conteúdos relacionados às áreas de conhecimentos formais, é preciso 
ensinar a criança “a ser gente”, deforma que saibam se comportar em sociedade 
e que aprendam a lidar com as dificuldades no âmbito pessoal e grupal. Dessa 
forma, o professor precisa ser exemplo daquilo que ensina, respeitando os 
saberes trazidos por cada um de sua vivência em comunidade. 
12- CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO PARA A SOCIEDADE 
Na Educação Infantil não há como dissociar o cuidar do educar, pois as 
crianças estão lá para aprender e se desenvolver, e como é de conhecimento, 
nós seres humanos somos completamente dependentes do outro nos primeiros 
anos de vida, então não há como existir uma Educação Infantil completa se o 
cuidar e o educar não estiverem entrelaçados. 
O ensino escolar, nesse processo de aprendizagem e desenvolvimento 
humano, apresenta um papel importante, uma vez que se apresenta como 
auxiliar no desenvolvimento cognitivo do aluno. No ambiente escolar encontram-
se possibilidades para o desenvolvimento cognitivo acontecer, visto que através 
da mediação e das interações estabelecidas nesse espaço, mobilizam-se 
diversos processos externos e internos que desencadeiam aprendizagem e 
desenvolvimento intelectual. (VIGOTSKY, 2007). 
Entende-se que o aprendizado acontece em duas etapas, primeiro a 
interação da criança com o outro, que seria denominada por Vigotsky como 
função interpsicológica, depois a internalização dos conceitos, que acontece no 
interior da criança, como uma função intrapsicológica. Isso acontece a partir das 
relações de interação entre os sujeitos.
 
15 
 
 
A concepção de desenvolvimento humano, postulada por Vigotsky, 
remete à ideia de que o sujeito é constituído em um ambiente histórico e cultural, 
por meio das interações com os mesmos. 
 
 
Fonte: www.google.com 
A interação é vista como componente crucial no processo de 
aprendizagem e desenvolvimento, uma vez que o indivíduo vai construindo a 
aprendizagem através da experiência vivenciada em contato com o outro, 
principalmente quando falamos em crianças, pois estas tem a imitação como um 
instrumento de aprendizagem, logo tomará de exemplo condutas que vivenciou 
em seu meio. 
Ressalta-se que o aprendizado da criança começa antes mesmo dela 
frequentar a escola, pois em seu processo de desenvolvimento humano, interage 
com outros grupos humanos, como família e sociedade, os quais participam de 
sua aprendizagem e de seu desenvolvimento, tendo o outro papel importante 
nesse processo. 
Papel da escola é socializar o conhecimento seu dever é atuar na 
formação moral dos alunos, é essa soma de esforço que promove o pleno 
desenvolvimento o individuo como cidadão. A escola é o lugar onde a criança 
deverá encontrar os meios de se prepara para realizar seus projetos de vida, a 
qualidade de ensino é, portanto, condição necessária tanto na sua formação 
intelectual quanto moral, sem formação de qualidade a criança poderá ver seus 
projetos frustrados no futuro.
 
16 
 
 
A convivência deve ser organizada de modo que os conceitos como 
justiça, respeito e solidariedade que sejam compreendidos, assimilados e 
vividos, com esse proposto à escola se desafiam a instalar uma atitude crítica, 
que levará o aluno a identificar possibilidades de reconhecer seus limites nas 
ações e nos relacionamentos a partir dos valores que os orientam. 
Formar uma escola democrática que está sempre atenta à qualidade do 
relacionamento entre seus alunos, professores, pais e dirigentes, já que já 
praticam, as relações sociais são os melhores mestres em questão e moralidade. 
Professor a cooperação o diálogo reforçam o respeito mútuo, tão determinante 
para o convívio democrático, então educador o seu desafio é, então esta alerta 
para o conhecimento e as informações que possam orientar os princípios da 
construção da cidadania na escola. 
Fazer com que o aluno perceba que há coerência entre esses valores e o 
que ele espera da vida, então não há duvida, ele se tornará uma pessoa que se 
auto- espeito, pelo simples fato de respeitar esses valores. O papel da escola 
é justamente esse: fazer compreensível o significado dos conceitos das normas 
e valores, se esforçar para torna-los visíveis, assimilar os valores no seu 
comportamento ao conscientizá-los na sua relação com os outros alunos 
afirmando sua autonomia, estabelecer limites ao exercícios da liberdade, 
contribuir para uma convivência democrática. Desta forma, a escola deve 
preocupar-se, possibilitando condições para que a sociedade que a abriga 
ingresse em seu meio, assumindo assim seu compromisso como local de 
transmissão de saber e construção do conhecimento o papel da escola neste 
mundo que se transforma, deve estar equilibrado entre uma função sistêmica de 
preparar cidadãos tanto para desenvolver suas qualidades como para a vida em 
sociedade. Ao mesmo tempo, deve exercitar sua função crítica ao estudar os 
principais problemas que interferem em sua localidade, devendo apontar 
soluções. 
A educação é, portanto, um processo social que se enquadra numa 
concepção determinada de mundo, a qual estabelece os fins a serem atingidos 
pelo ato educativo em consonância com as ideias dominantes numa dada 
sociedade. O fenômeno educativo não pode ser, pois, entendido de maneira 
fragmentada, ou como uma abstração válida para qualquer tempo e lugar, mas
 
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sim, como uma prática social, situada historicamente, numa realidade total, que 
envolve aspectos valorativos, culturais, políticos e econômicos, que permeiam a 
vida total do homem concreto a que a educação diz respeito.

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