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Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 0 Tecnologias da Biomassa Produção de Bioetanol Elisa Ramalho MESTRADO EM BIORRECURSOS Elisa Ramalho Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 1 Bioetanol - Ananda S. Amarasekara, Handbook of Cellulosic Ethanol, John Wiley & Sons, Inc. Hoboken, New Jersey, and Scrivener Publishing LLC, Salem, Massachusetts, 2014 ISBN 978-1-118-23300-9* - Charles E. Wyman, Handbook on Bioethanol: Production and Utilization, Taylor & Francis Lda., London, 1996 ISBN: 1-56032-553-4 *Todas as figuras e tabelas apresentadas e não referenciadas foram retiradas/adaptadas deste handbook. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 2 O que é? Bioetanol O bioetanol (álcool etílico - C2H5OH) é um líquido incolor transparente, biodegradável, produzido pelo processo de fermentação do açúcar. É o principal combustível utilizado como substituto de gasolina para veículos de transporte rodoviário. Atualmente o bioetanol é produzido sobretudo a partir da cana do açúcar (Brasil) e de milho (EUA) – Bioetanol de 1ª geração. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 3 Bioetanol a partir de milho -Moagem a seco Bioetanol No processo de moagem a seco, a semente de milho é triturada e depois é feita uma suspensão da farinha em água. Depois, são adicionadas enzimas para converter o amido em açúcar fermentável (glucose). O pH da solução é então ajustado e a levedura é adicionada para a fermentação (40 a 50 horas). Após a fermentação a mistura é destilada para ficar com ~ 95,6% (massa) de etanol e esta mistura etanol-água é desidratada, em peneiros moleculares, para produzir etanol combustível (=>99,5%). Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 4 Bioetanol a partir de milho-Moagem húmida Bioetanol No processo de moagem húmida, o grão de milho é misturado com ácido sulfúrico diluído em água e deixado embeber durante 24 a 48 horas. Em seguida, o milho passa por uma série de moinhos/peneiros para separar o germe de milho do amido. A solução de amido hidrolisado é então fermentada após o ajuste do pH. O etanol produzido é destilado, tal como no processo de moagem a seco. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 5 Bioetanol a partir de cana do açúcar Bioetanol Na produção de etanol de cana-de-açúcar, a cana-de-açúcar é esmagada para separar o caldo deixando o resíduo de fibra (bagaço). O caldo, que contém 10-15% de sacarose, é filtrado e a seguir é feita a adição da levedura para a fermentação. O etanol produzido é separado por destilação e desidratado, utilizando peneiros moleculares, pervaporação ou permeação de vapor. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 6 Diagrama de processo de produção Bioetanol Elisa Ramalho www.cropenergies.com/en/Bioethanol/Produktionsverfahren/ distiller’s dried grains /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 7 Biorrefinaria – bioetanol de beterraba Bioetanol Elisa Ramalho http://www.climatetechwiki.org/technology/ethanol /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 8 Biomassa como Matéria-prima Bioetanol Biomassa lenhocelulósica é o termo geral usado para descrever a matéria vegetal composta pelos compostos poliméricos celulose, hemicelulose e lenhina. Em teoria, qualquer forma de material vegetal com celulose e hemicelulose é adequada para a produção de etanol celulósico – Bioetanol de segunda geração. A principal vantagem destas matérias-primas sobre o amido e o açúcar é o facto de serem mais abundantes, poderem ser materiais residuais e não serem usadas na alimentação humana. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 9 Biomassa como Matéria-prima Bioetanol A celulose é um homopolímero linear composto de grupos glucose. Contém principalmente carbono (44,44%), hidrogénio (6,17%) e oxigénio (49,39%). A fórmula química é (C6H10O5)n; n é o grau de polimerização que varia de centenas a dezenas de milhares. A celulose é insolúvel na maioria dos solventes incluindo bases fortes. Os ácidos inorgânicos, tais como H2SO4 (65-80%), HCl (40-42%) podem levar à hidrólise homogénea de celulose. Elisa Ramalho H. Chen, Biotechnology of Lignocellulose: Theory and Practice, DOI 10.1007/978-94-007-6898-7__2, © Chemical Industry Press, Beijing and Springer ScienceCBusiness Media Dordrecht 2014 /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 10 Biomassa como Matéria-prima Bioetanol Hemicelulose é um polímero constituído por polissacarídeos de peso molecular relativamente baixo. Estes podem conter uma única unidade (homopolímero), como a xilana, ou mais do que uma unidade (copolímero) como as glucomananas. Os polímeros são constituídos por pentoses (xilose e arabinose) e por hexoses (glucose, manose e galactose). A hemicelulose pode dissolver tanto em solução alcalina (solução de Na2CO3 a 5%) como em solução ácida (solução de HCl a 2%). Elisa Ramalho Mariana Martinho Barbosa, Produção de etanol a partir de palha de cevada, Relatório Final da Dissertação apresentado à Escola Superior de Tecnologia e Gestão Instituto Politécnico de Bragança, 2011 /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 11 Biomassa como Matéria-prima Bioetanol A lenhina possui uma elevada massa molecular e é formada a partir de vários ácidos e alcoóis fenilpropílicos (cumarílico, coniferílico e sinapílico) o que resulta numa estrutura tridimensional. Está comprovada a existência de ligações químicas entre a lenhina e a hemicelulose e até entre a lenhina e a celulose. A lenhina em meio fortemente alcalino sofre alteração estrutural o que permite a sua separação da celulose. A lenhina dissolve em alguns solventes orgânicos (metanol, etanol, ..) Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 12 Biomassa como Matéria-prima Bioetanol Na constituição da biomassa lenhocelulósica além da celulose, hemicelulose e lenhina há ainda os compostos que são extraídos por solventes orgânicos (extratáveis), que são ácidos gordos, ceras, proteínas, açúcares simples, pectinas, gomas, resinas, óleos essenciais, etc. e espécies inorgânicas como potássio, sódio, cálcio, etc. Elisa Ramalho Mariana Martinho Barbosa, Produção de etanol a partir de palha de cevada, Relatório Final da Dissertação apresentado à Escola Superior de Tecnologia e Gestão Instituto Politécnico de Bragança, 2011 /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 13 Resíduos da agricultura Bioetanol Elisa Ramalho Resíduo Celulose % Hemicel. % Lenhina % Cinzas % Palha (hastes e folhas) de milho 38 26 23 5 Palha de cevada 42 28 7 11 Palha de Aveia 40 20 18 8 Casca de arroz 40 23 15 13 Palha de trigo 38 20 15 5 Bagaço de cana açúcar 40 21 18 2 % em base seca /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 14 Pré-tratamento da biomassa Bioetanol O pré-tratamento é o processo utilizado para libertar celulose e hemicelulose da estrutura da lenhina de modo a tornar os polissacarídeos acessíveis para um passo de hidrólise subsequente. A extensão e o custo da conversão dos açúcares a bioetanol, no processo global, dependem fortemente do pré-tratamento efetuado. Elisa Ramalho O pré-tratamento da biomassa lenhocelulósica pode originar produtos de degradação com um efeito inibitório sobre o processo de fermentação. Estes são produzidos pela degradação de açúcares, bem como pela degradação da lenhina. As pentoses podem desidratar a furfural e a degradação da lenhina pode dar origem a fenóis e aldeídos. Os fenóis de baixo peso molecular são os mais tóxicos. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 15 Pré-tratamento da biomassa Bioetanol As tecnologias de pré-tratamento podem ser classificadas basicamente nas seguintes quatro categorias: - Pré-tratamento físico - Pré-tratamento físico-químico - Pré-tratamento químico - Pré-tratamentobiológico Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 16 Pré-tratamento físico Bioetanol O pré-tratamento físico envolve a redução do tamanho da biomassa por moagem ou trituração. Este é o primeiro em qualquer processo de pré- tratamento multi-estágio. Os materiais podem ser reduzidos a 10-30 mm por esmagamento e a 0,2-2mm por moagem. A torrefação suave da biomassa é uma abordagem recente de pré- tratamento físico, com temperaturas de 200 a 320°C sob pressão atmosférica e sem oxigénio. A eficiência energética é crucial na escolha dos equipamentos. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 17 Pré-tratamento físico-químico Bioetanol Os mais difundidos são os pré-tratamentos físico-químicos. Exemplos de tecnologias de pré-tratamento: Explosão a vapor (ou pré-tratamento a vapor); Pré-tratamento com água líquida sobreaquecida (ALS); Explosão da fibra com amoníaco (AFEX); Percolação e reciclagem com amónia (ARP); Impregnação com solução de amónia (SAA); Fracionamento dos materiais lenhocelulósicos com solvente para celulose; Pré-tratamento Organosolv; Tratamento com CO2 supercrítico… Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 18 Explosão a vapor Bioetanol É o processo mais económico de pré-tratamento da biomassa lenhocelulósica e tem sido aplicado em instalações de demonstração à escala industrial. A biomassa é normalmente tratada com vapor a temperaturas na faixa de 180- 220ºC, a pressões de operação entre 1 e 2,3 MPa e tempos de retenção de 20 s a 10 min. A alteração brusca da pressão do vapor provoca uma explosão que separa as fibras. Durante o processo de explosão a vapor ocorre a hidrólise parcial da hemicelulose. As altas temperaturas promovem a formação de acido acético a partir dos grupos acetilo da hemicelulose. No final obtém-se uma fração sólida (celulose e lenhina parcialmente modificada) e uma fase líquida (carbohidratos provenientes da hemicelulose). Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 19 Explosão a vapor Bioetanol Elisa Ramalho a) Batch b) Contínuo Adv Biochem Engin/Biotechnol (2012) 128: 25–51 DOI: 10.1007/10_2011_ 129 /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 20 Água líquida sobreaquecida (ALS) Bioetanol Esta técnica é semelhante ao tratamento a vapor, mas usa água, tipicamente 120- 260ºC, em vez de vapor. A água líquida sobreaquecida, comprimida, entra em contacto com a biomassa (até 15 min) e cerca de 40-60% da biomassa total é dissolvida na água. A água hidrolisa 4-22% da celulose, 35-60% da lenhina e a maior parte da hemicelulose. A fase sólida é fundamentalmente celulose e lenhina. Aplicado à escala laboratorial e piloto. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 21 Explosão da fibra com amoníaco (AFEX) Bioetanol A biomassa é tratada com amoníaco anidro líquido a temperaturas de 60-100ºC e pressão de 17-20 atm durante cerca de 5 min. Em seguida, a válvula de descarga é aberta e a descida rápida da pressão provoca a evaporação do amoníaco e uma queda na temperatura. A lenhina permanece na biomassa, mas sua estrutura é alterada resultando em maior facilidade na digestão. Quase todo o amoníaco pode ser recuperado e reutilizado; A recuperação da matéria seca é de ~ 100%; A celulose e a hemicelulose são bem preservadas; A biomassa tratada com AFEX necessita de celulases e hemicelulases na etapa seguinte de hidrólise enzimática. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 22 Organosolv Bioetanol Usa-se um solvente orgânico e água, com ou sem catalisador (ácido ou base). São utilizados vários solventes tais como metanol, etanol, acetona. A biomassa lenhocelulósica é exposta à mistura de água com solvente orgânico, a alta temperatura (100-200ºC), por um curto período de tempo. Esta mistura solvente hidrolisa as ligações internas da lenhina, bem como algumas ligações entre a lenhina e a hemicelulose. Adicionalmente, as ligações glicosídicas na hemicelulose são também parcialmente hidrolisadas. Neste processo formam-se três frações separadas: lenhina seca, uma corrente aquosa de hemicelulose e uma fração de celulose relativamente pura. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 23 Organosolv Bioetanol Elisa Ramalho Xuebing Zhao, Keke Cheng, Dehua Liu, Organosolve pretreatment of lignocellulosic biomass for enzimatic hydrolysis, Appl. Microbiol Biothecnol. (2009) 82:815-827 /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 24 Pré-tratamento Químico Bioetanol Podem-se destacar os seguintes pré-tratamentos: Pré-tratamento ácido; Pré-tratamento alcalino; Pré-tratamento por ozono; Pré-tratamento por oxidação húmida; Pré-tratamento com líquidos iónicos; Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 25 Pré-tratamento Ácido Bioetanol Pré-tratamento com ácido sulfúrico diluído em água (0,2 a 2,5% em massa) é o mais comum com temperaturas de 130 a 210ºC e duração de poucos minutos a horas dependendo do tipo de biomassa e da concentração do ácido. Neste tratamento dá-se a hidrólise da hemicelulose. O tempo de contacto e a relação mácido/mbiomassa seca são os parâmetros mais importantes. O pré-tratamento ácido seguido de um pré-tratamento alcalino, usado para melhorar a remoção de lenhina, produz celulose relativamente pura. O tratamento também pode ser conseguido, com vantagens, impregnando sob pressão (200ºC e 2 – 10min) a biomassa com SO2. Além da hidrólise da hemicelulose há despolimerização e sulfonação de lenhina. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 26 Pré-tratamento Alcalino Bioetanol Este pré-tratamento é feito pela impregnação da biomassa com uma solução alcalina: de hidróxido de sódio, de potássio, de cálcio ou de amónio. São usadas pressões e temperaturas baixas mas tempos de contacto longos (horas ou dias). Aumentar a temperatura permite diminuir o tempo de contacto. Este pré-tratamento provoca uma alteração estrutural da lenhina permitindo a sua remoção. A hemicelulose é também substancialmente removida. É necessário um passo de neutralização e lavagem com água para remover a lenhina e os inibidores (sais, ácidos fenólicos, furfural e aldeídos) antes da hidrólise enzimática. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 27 Pré-tratamento por Oxidação Húmida Bioetanol A oxidação húmida é uma técnica de pré-tratamento químico que envolve a exposição da biomassa à água e ao ar ou oxigénio a temperaturas, 125-320 °C, e pressões elevadas, 0,5 - 2MPa. A oxidação húmida pode ser utilizada para fracionar material lenhocelulósico por solubilização de hemicelulose e remoção de lenhina (50-70%) que é decomposta em dióxido de carbono, água e ácidos carboxílicos. A quantidade de subprodutos formada é maior do que na explosão a vapor. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 28 Pré-tratamento por Ozono (Ozonólise) Bioetanol O ozono oxida essencialmente a lenhina. A hemicelulose é ligeiramente atacada, mas a celulose é pouco afetada. Durante a oxidação da lenhina formam-se compostos solúveis de baixo peso molecular, em particular ácidos orgânicos, tais como ácido fórmico e acético, o que pode resultar numa queda do pH de 6,5 para cerca de 2. Há uma remoção efetiva da lenhina e os compostos prejudiciais ao processo de fermentação podem ser removidos com água. O pré-tratamento pode ser levado a cabo à temperatura ambiente, mas como uma grande quantidade de ozono é necessária, o processo é caro. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 29 Pré-tratamento Biológicos Bioetanol No pré-tratamento biológico, os microrganismos degradam a lenhina e a hemicelulose deixando a celulose facilmente hidrolisável quando exposta a enzimas desacarificação. Os estudos de biodegradação de lenhina foram realizados principalmente usando o fungo de podridão-branca Phanerochaete chrysosporium. Os pré-tratamentos biológicos são normalmente conduzidos a baixas temperaturas e pressão atmosférica. O tratamento biológico é um método verde, seguro e barato, no entanto, as velocidades de reação enzimática são lentas. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 30 Vantagens/desvantagens Bioetanol Elisa Ramalho Processo Vantagens Desvantagens Fragmentação Reduz a cristalinidade da celulose Elevado consumo energético Explosão a vapor Altera estruturalmente a lenhina e solubiliza a hemicelulose Custo acessível; Alto rendimento de glicose e hemicelulose. Origina produtos tóxicos Degradação parcial da hemicelulose. ALS Não necessita de produtos químicos; Menor produção de inibidores relativamente à explosão a vapor. Elevados consumos de água Processo energeticamente intensivo; AFEX Aumenta a área de superfície acessível; Elevada taxa de recuperação de pentoses; Baixa formação de inibidores. Não é eficiente para materiais com elevados teores de lenhina; Elevado custo do amoníaco /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 31 Vantagens/desvantagens (continuação) Bioetanol Elisa Ramalho Processo Vantagens Desvantagens Ácido Tempos de reação pequenos; Dissolve a totalidade de hemicelulose. Requisitos e custos de equipamentos elevados; Origina produtos tóxicos; Alcalino Remove hemicelulose e a lenhina; Aumenta a área de superfície acessível Necessita de maiores tempos de residência relativamente ao ácido Biológico Degrada a lenhina e a hemicelulose; Baixos consumos energéticos. Baixa velocidade de hidrolise; Necessita de longos tempos de residência. Tabela adaptada de: Luís Filipe Trindade Levita Quilhó, Produção de Bioetanol a partir de Materiais Lenho-celulósicos de Sorgo Sacarino: Revisão Bibliográfica, Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Energia e Bioenergia, UNL, 2011 /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 32 Hidrólise da Celulose e Hemicelulose Bioetanol Na produção de etanol celulósico através do processo de fermentação é essencial a hidrólise (sacarificação) da biomassa lenhocelulósica a açúcares fermentáveis antes da conversão bioquímica em etanol. Durante este passo, os principais componentes da biomassa, celulose e hemicelulose são despolimerizados em hexoses e pentoses. Há três vias básicas no processo de produção de etanol através da hidrólise da biomassa em fase aquosa: hidrólise enzimática; hidrólise ácida direta; sacarificação e fermentação simultâneas (SSF). Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 33 Hidrólise da Celulose e Hemicelulose Bioetanol Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 34 Hidrólise Enzimática da Celulose Bioetanol A celulose é hidrolisada por enzimas denominadas celulases. Estas enzimas são produzidas por diversos microrganismos, usualmente bactérias e fungos. As enzimas celulósicas encontram-se divididas em três classes que trabalham sinergeticamente para hidrolisar a celulose. As características estruturais da celulose são determinantes na taxa de hidrólise conseguida. O complexo de celulases ideal deve ser altamente ativo na biomassa específica com o mínimo de pré-tratamento, ser capaz de hidrolisar completamente a biomassa a pH moderadamente ácido, resistir ao stress do processo e ser rentável. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 35 Hidrólise Enzimática da Hemicelulose Bioetanol O componente principal da hemicelulose é a xilana. Ao contrário da celulose, a hemicelulose é um polímero ramificado constituído por cadeias mais curtas, tipicamente 500-3000 unidades de açúcar. A hidrólise enzimática da hemicelulose envolve um sistema de multi-enzimas. Embora o número de enzimas diferentes necessárias para a hidrolise da hemicelulose seja muito maior do que para a hidrólise da celulose, a acessibilidade ao substrato é mais fácil uma vez que esta não forma estruturas cristalinas compactas. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 36 Hidrólise Ácida (concentrado) Bioetanol Entre todos os métodos de hidrólise de celulose, o uso de ácido concentrado para a produção de açúcares é a mais antiga abordagem química conhecida. Primeiro é usado acido sulfúrico concentrado, seguindo-se uma diluição com água, para dissolver e hidrolisar o substrato em açúcares. O processo promove uma conversão rápida e completa da celulose em glicose, e da hemicelulose em pentoses e hexoses, com pouca formação de produtos de degradação. A recuperação do ácido sulfúrico é essencial. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 37 Hidrólise Ácida da Celulose Bioetanol Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 38 Hidrólise Ácida (diluido) Bioetanol Os ácidos diluídos, a temperaturas mais elevadas, podem ser utilizados para a hidrólise da biomassa. O ácido diluído causa hidrólise de ligações glicosídicas produzindo monossacarídeos. O ácido sulfúrico é o mais usado, com concentração <4%, porque é comparativamente barato e ajuda a alcançar velocidades de reação elevadas. A maior parte dos processos com ácido diluído estão limitados a uma eficiência de recuperação de açúcares de aproximadamente 50%. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 39 Desintoxicação Bioetanol O passo de desintoxicação é aplicado para remover ou reduzir as concentrações de compostos indesejáveis, formados durante a hidrólise, até níveis toleráveis antes dos processos biológicos. No método de hidrólise e fermentação separadas (SHF), a desintoxicação pode ser aplicada antes da exposição às enzimas, no caso de hidrólise ácida direta (sem pré-tratamento), a desintoxicação é aplicada antes do passo de fermentação. Na sacarificação e fermentação simultâneas (SSF) é necessária a desintoxicação antes da hidrólise e fermentação. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 40 Desintoxicação Bioetanol Como resultado dos processos de pré-tratamento ou de hidrólise podem formar-se produtos da degradação, como por exemplo, da lenhina: compostos fenólicos e aldeídos; dos açúcares: furfural, 5-hidroximetilfurfural (HMF) e da degradação destes, os ácidos levulínico, acético e fórmico. Uma série de métodos de desintoxicação foram desenvolvidos dependendo das necessidades dos processos a jusante. Os métodos podem ser associados. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 41 Desintoxicação Bioetanol Elisa Ramalho Métodos físicos e químicos Exemplos de aplicação Evaporação Redução da concentração de ácido acético e compostos fenólicos presentes em frações de material não voláteis Extração por solvente Remoção de ácido acético, fórmico e levulinico e de furfural e HMF Adsorção Em zeólitos, resinas ou carvão ativado para redução da concentração de furfural Neutralização Com Ca(OH)2 ou CaO, pH = 6, seguida de filtração por membranas ou adsorção /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 42 Desintoxicação Bioetanol Elisa Ramalho Métodos físicos e químicos (continuação) Exemplos de aplicação Permuta iónica Remoção ou redução de compostos fenólicos, ácidos fórmico, acético e levulínico e furfural (Com perda considerável de açúcares) Desintoxicação alcalina (Over Liming) Com Ca(OH)2, pH = 9–10.5, seguida de ajuste do pH para 5.5–6.5 com H2SO4 ou HCl e de separação dos sólidos. Este procedimento controla a concentração de cálcio na solução dentro do limite tolerado pelos microrganismos e também parece catalisar reações de condensação de compostos derivados da lenhina (pHs mais elevados parecem favorecer estas reações). /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa43 Desintoxicação Bioetanol Elisa Ramalho Métodos biológicos Exemplos de aplicação Desintoxicação enzimática Utilização de enzimas para oxidação de compostos fenólicos Desintoxicação microbiana Utilização de bactérias para oxidação de compostos aromáticos Aclimatação ou a exoproteção das leveduras com PEG podem ser alternativas aos processos de desintoxicação. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 44 Fermentação Bioetanol Elisa Ramalho De acordo com cálculos teóricos, uma tonelada de hexosanas, como glucana, galactana ou manana produz 1,11 toneladas de açúcares C6 e pode ser fermentada a 720L de bioetanol. A fermentação dos açúcares C6, como a glicose pode ser representada por: C6H12O6 → 2 CH3CH2OH + 2 CO2 Da mesma forma, uma tonelada de pentosanas, como xilana ou arabinana, produz 1,14 toneladas de açúcares C5, e pode ser fermentada, teoricamente, a 739L de bioetanol. A fermentação de açúcares C5 como a xilose pode ser representada pela equação: 3 C5H10O5 → 5 CH3CH2OH + 5 CO2 /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 45 Fermentação Bioetanol O microrganismo mais utilizado para a fermentação de bioetanol, em processos industriais, é a Saccharomyces cerevisiae, que apresenta boa robustez, adequada à fermentação do hidrolisado de materiais lenhocelulósicos. Esta levedura é capaz de fermentar facilmente as hexoses, mas é incapaz de fermentar a xilose proveniente da xilana, principal constituinte da hemicelulose. Uma levedura que fermenta a xilose é Pichia stipitis. A fermentação a bioetanol de açúcares C6 e C5 pode ser efetuada eficientemente por S. cerevisiae recombinante, transportando genes da P. stipitis. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 46 Fermentação Bioetanol Elisa Ramalho Hidrólise e Fermentação Separadas (HFS) Esta configuração clássica envolve um processo sequencial onde a hidrólise de celulose/hemicelulose e fermentação são realizadas em unidades diferentes. Primeiro dá-se a hidrólise enzimática ou ácida para produzir hidrolisado de biomassa, solução de açúcar C-5 e C-6, e depois esta solução de açúcar é submetida a fermentação num equipamento separado. Esta configuração, conhecida como hidrólise e fermentação separadas (HFS), tem a vantagem de permitir otimização das condições operatórias de cada etapa. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 47 Fermentação Bioetanol Sacarificação e Fermentação Simultâneas (SFS) Nesta via alternativa, a biomassa pré-tratada é submetida a hidrólise e fermentação numa única unidade. Este método pode ser realizado de duas formas diferentes: utilizando uma mistura de microrganismos de sacarificação de biomassa com microrganismos de fermentação, ou utilizando microrganismos geneticamente modificados que podem fazer tanto a sacarificação como a fermentação. A principal vantagem é que os açúcares simples à medida que se formam vão sendo consumidos não aumentando a sua concentração no meio o que poderia inibir a atividade enzimática. Elisa Ramalho Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 48 Fermentação Bioetanol Elisa Ramalho Caraterística para o processo de fermentação Requisitos Produção de bioetanol > 90% do valor teórico Tolerância ao bioetanol > 40 g l-1 Produtividade de bioetanol > 1 g l-1 h-1 Crescimento robusto e requisitos de crescimento simples Formulação de meios de cultura pouco dispendiosa Capacidade de crescimento em hidrolisado não diluído Resistência a inibidores Condições que minimizem a produção de microrganismos contaminantes pH mais baixo ou temperaturas mais elevadas Tabela adaptada de: Luís Filipe Trindade Levita Quilhó, Produção de Bioetanol a partir de Materiais Lenho-celulósicos de Sorgo Sacarino: Revisão Bibliográfica, Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Energia e Bioenergia, UNL, 2011 /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 49 Fermentação - configurações Bioetanol A fermentação pode ser realizada em três configurações diferentes: Fermentação em reator fechado Fermentação com alimentação escalonada (fed-batch) Fermentação em reator contínuo A imobilização e recirculação de células são técnicas comuns utilizadas para aumentar a concentração de massa celular, o que leva a uma maior produção de etanol. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 50 Fermentação – “Batch” Bioetanol Nenhum ingrediente é adicionado durante o processo de fermentação após inoculação, exceto ácido ou álcali para controlo de pH. Os microrganismos funcionam em alta concentração de substrato, inicialmente, e em alta concentração de produto durante parte final. O processo “batch” decorre normalmente em reatores sucessivos para o tornar mais flexível e mais facilmente controlável. A fermentação em “batch” é um processo de mão-de-obra intensiva e caracteriza- se por baixa produtividade. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 51 Fermentação – “Fed-Batch” Bioetanol De modo a manter as concentrações de açúcar no reator, o hidrolisado da biomassa é continuamente adicionado ao reator durante a fermentação em alimentação escalonada (fed-batch). Assim, os microrganismos trabalham com baixa concentração de substrato e com uma concentração crescente de etanol durante o processo de fermentação. As culturas em fed-batch frequentemente proporcionam melhores rendimentos e produtividade do que as culturas em batch. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 52 Fermentação – “Fed-Batch” Bioetanol Vantagens: Produção de densidades celulares elevadas devido a tempos de trabalho longos. Condições controladas do fornecimento de substrato durante a fermentação. Controle sobre a produção de subprodutos devido à quantidade limitada de substrato. Só é adicionado o necessário para a formação do produto. Permite a substituição da perda de água por evaporação. Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 53 Fermentação – “Fed-Batch” Bioetanol Elisa Ramalho Desvantagens: Requer conhecimento prévio e sólido da fisiologia e produtividade dos microrganismos. Requer muita habilidade do operador para o arranque e o processo. Quando a biomassa (cultura) é reutilizada, deve-se tomar cuidado para assegurar que as toxinas não acumulam a níveis inibitórios. Se forem executados muitos ciclos, a acumulação de variantes de microrganismos de baixa produção pode ter um efeito negativo sobre o rendimento global. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 54 Fermentação –“Fed-Batch” Bioetanol Elisa Ramalho Reatores Fed-Batch a Volume Variável O volume varia com o tempo de fermentação devido à alimentação do substrato. O volume de líquido pode ser usado como variável na otimização do rendimento. Neste caso o sistema de controlo é uma parte essencial do reator. A estratégia ótima é alimentar o substrato limitante do crescimento à mesma velocidade que os organismos o utilizam. Para monitorizar o sistema pode ser usada a medição direta da concentração do substrato ou a medição indireta com base em parâmetros como pH, O2 dissolvido ou concentrações de produtos. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 55 Fermentação em Contínuo Bioetanol Elisa Ramalho Num processo de fermentação contínua, o hidrolisado é continuamente alimentado a um pré-fermentador onde é misturado com levedura e onde o ar é borbulhado. Em seguida, a mistura é alimentada a um fermentador agitado ou a um conjunto de fermentadores ligados em paralelo com volume constante. O tempo de residência em cada fermentador é controlado. O mosto fermentado é bombeado continuamente dos fermentadores para centrífugas onde é separado. A corrente concentrada em levedura é recirculada para o pré-fermentador. O mosto centrifugado (praticamente isento de levedura) é enviado para destilação. /BiorrefinariasAlbina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 56 Fermentação em contínuo Bioetanol Elisa Ramalho Reator Tanque Agitado (RPA) e Reator Tubular (RP) No RPA o mosto em fermentação é continuamente agitado por um ou mais agitadores e idealmente a composição no reator é homogénea e idêntica à do fluxo de saída. No RP os reagentes são bombeados através de um tubo, apresentando idealmente com um perfil de velocidade uniforme. A operação destes reatores implica que o inóculo tenha que ser constantemente alimentado ao reator. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 57 Fermentação em contínuo Bioetanol Elisa Ramalho Fermentador de Leito Fixo (células imobilizadas) apresenta geralmente elevadas resistências à transferência de calor e massa o que é negativo para o crescimento dos micro-organismos. A velocidade de circulação do fluido tem que ser baixa e pode facilmente compactar e criar perdas de carga elevadas. Fermentador de Leito Fluidizado é uma tentativa de minimizar os problemas apresentados pelos Leitos Fixos. A maior dificuldade reside no facto de as densidades da fase sólida e da fase líquida poderem ser muito próximas para se conseguirem estabelecer boas condições de fluidização. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 58 Reatores “Fed-Batch ou Batch” Bioetanol Elisa Ramalho /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 59 Purificação do etanol Bioetanol Elisa Ramalho O processamento da solução fermentada (a cerveja) por destilação seguida de secagem para obter etanol com grau de combustível (>99,5%) é uma tecnologia consolidada. Um sistema de destilação de etanol convencional é uma combinação de três colunas: a coluna da cerveja ou de arrastamento por vapor, a coluna de retificação ou de refinação e por fim uma segunda coluna de arrastamento por vapor para recuperação do etanol ainda existente no produto de fundo da retificação. Na coluna de retificação não se consegue obter etanol acima de 97,2% em volume (95,6% em massa; 89,4% molar) devido à formação do azeótropo etanol/água. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 60 Sistema convencional destilação do etanol Bioetanol Elisa Ramalho Jan B.Haelssig,Andre´ Y. Tremblay n, JulesThibault, Chemical Engineering Science 68 (2012) 492–505 /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 61 Sistema destilação do etanol Bioetanol Elisa Ramalho NREL /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 62 Purificação - Arrastamento por vapor (Beer column) Bioetanol Elisa Ramalho A alimentação ao sistema de destilação contém 10% a 12% de etanol em água. Grande parte dos sólidos, os não fermentáveis do hidrolisado e a levedura, pode ser removida por centrifugação prévia. Contudo, algumas pequenas partículas sólidas podem permanecer na cerveja. A cerveja é introduzida no topo da coluna de arrastamento e o vapor de água é introduzido no fundo. O vapor de água arrasta o etanol e sai pelo topo da coluna contendo 40-60% de álcool em massa. A coluna é de pratos perfurados sendo a temperatura no topo 70-74 °C e no fundo 85-88 °C. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 63 Destilação – Coluna de retificação Bioetanol Elisa Ramalho A coluna de retificação é uma torre de pratos perfurados. A corrente de vapor, rica em álcool, proveniente do topo da coluna de arrastamento por vapor anterior, é alimentada ao fundo da coluna de retificação. O destilado sai no topo da coluna (≈ 90% molar de etanol) e entra no condensador. Dois terços do álcool a 90% (molar) produzido aqui retorna ao topo da coluna de retificação como refluxo. O produto de fundo entra no topo da segunda coluna de arrastamento por vapor. A temperatura no topo da coluna de retificação é cerca de 68–71°C e no fundo é 85–88°C. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 64 Segunda coluna de arrastamento por vapor (Side Stripper Column) Bioetanol Elisa Ramalho O produto de fundo da coluna de retificação entra no topo da segunda coluna de arrastamento por vapor (SCAV). No fundo desta coluna é injetado vapor de água que arrasta o etanol da fase líquida recuperando-o para a fase de vapor. A corrente de vapor sai no topo da SCAV enriquecida em etanol e é enviada para o fundo da coluna de retificação. A temperatura no fundo da coluna SCAV é de 85-88 °C, enquanto na parte superior da coluna a temperatura é cerca de 65-68 ° C. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 65 Métodos de desidratação Bioetanol Elisa Ramalho Métodos por adsorção. Métodos por destilação - principalmente destilações azeotrópicas e extrativas. Métodos usando membranas. Nas destilações azeotrópica e extrativa é adicionado um terceiro componente à mistura que ajuda a quebrar o azeótropo etanol/água. Os métodos por adsorção são uma alternativa mais eficiente, em termos energéticos, relativamente aos métodos por destilação. A pervaporação, em que se usam membranas, é uma técnica ainda em desenvolvimento. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 66 Adsorção em peneiros moleculares Bioetanol Elisa Ramalho A desidratação do etanol é realizada com peneiros moleculares de zeólito sintético (3A), que são aluminossilicatos. As moléculas de água têm um diâmetro de 2,5A. Os peneiros moleculares podem adsorver água até 22% do seu próprio peso. O leito de zeólito pode ser regenerado por secagem com dióxido de carbono quente. Geralmente, são utilizados dois leitos de adsorvente para tornar o processo contínuo. Enquanto o leito em serviço está sob pressão fazendo a desidratação da corrente, o leito em regeneração está sob vácuo. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 67 Adsorção em peneiros moleculares Bioetanol Elisa Ramalho Para os peneiros moleculares 3A as temperaturas de regeneração do leito devem estar na gama de 175-260°C. Após a regeneração, é necessário um período de arrefecimento para reduzir a temperatura do leito para valores de 15-20°C, temperatura a que se trabalha na etapa de adsorção. Isto pode ser feito usando a mesma corrente de gás que foi usada no aquecimento, mas sem aquecer esse gás. Para uma regeneração ótima, o fluxo de gás deve ser em contracorrente relativamente à adsorção durante o ciclo de aquecimento e em cocorrente durante o arrefecimento. /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 68 Fábricas de bioetanol celulósico Bioetanol Elisa Ramalho 6Final Report of the 6th International Conference on Lignocellulosic Ethanol, December 2017 /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 69 Fábrica de bioetanol celulósico Bioetanol Elisa Ramalho 2013 60 000 t etanol /ano. Desativada 270 000 t biomassa seca/ano /Biorrefinarias Albina Ribeiro Tecnologias da Biomassa 70 Fábrica de bioetanol celulósico Bioetanol Elisa Ramalho /Biorrefinarias
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