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Asma Brônquica A Asma Brônquica é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas caracterizada por hiperresponsividade (aumento na facilidade e grau de estreitamento das vias aéreas em resposta a estímulos broncoconstritores in vivo) e limitação ao fluxo aéreo reversível espontaneamente ou com tratamento. O processo inflamatório leva à formação de edemas, aumento da produção de muco e espasmo da árvore respiratória, dificultado a passagem de ar pelos pulmões. Este processo recebe o nome de broncoespasmo e é caracterizado por dificuldade em respirar, chiado, tosse e sensação de opressão no peito. A principal característica fisiopatogênica da asma é a inflamação brônquica, resultante de um amplo e complexo espectro de interações entre células inflamatórias, mediadores e células estruturais das vias aéreas. Na asma, há o recrutamento das células inflamatórias do tipo TH2, que infiltram a mucosa da árvore brônquica nas grandes e pequenas vias aéreas. Faz parte da hipersensibilidade tipo 1 com produção intensa de IL-4, IL-5, TH2 e eosinóflos. Os sintomas mais comuns são a falta de ar, o broncoespasmo e a tosse. Muitos pacientes também queixam-se de sensação de peso ou compressão no peito. A classificação atual da asma é feita de acordo com os níveis de controle da doença e deve ser avaliada a cada consulta. Na avaliação são abordadas as manifestações sintomáticas e os fatores de risco para futuras exacerbações. • Asma Controlada: paciente que apresenta função pulmonar normal, sem limitação de suas atividades diárias, sem sintomas noturnos e sintomas diurnos menos de duas vezes por semana. • Asma Parcialmente Controlada: paciente que apresenta sintomas diurnos ou uso de broncodilatador de curta ação mais de duas vezes por semana, qualquer limitação funcional ou qualquer sintoma noturno. • Asma não controlada: paciente com três ou mais parâmetros de ‘asma parcialmente controlada’. A avaliação para riscos futuros de exacerbação deve ser feita no diagnóstico da doença e nas consultas de revisão e incluem os seguintes fatores: · Fatores de risco modificáveis: uso inadequado do corticoide inalatório, VEF1 baixo (especialmente inferior a 60% do previsto), problemas psicológicos e socioeconômicos, exposição a agentes desencadeantes (fumaça de cigarro, aeroalérgenos), comorbidades (obesidade, rinite alérgica, doença do refluxo gastroesofágico), entre outros. · Fatores de risco independentes para pior prognóstico: história de ventilação mecânica ou internação em UTI devido à asma e mais de uma exacerbação grave no último ano. · Fatores de risco para desenvolver limitação de fluxo aéreo: não utilizar corticoide inalatório quando indicado, exposição a agentes desencadeadores, valores baixos de VEF1, hipersecreção crônica O diagnóstico da asma deve ser baseado na anamnese, exame clínico e, sempre que possível, nas provas de função pulmonar e avaliação da alergia. O diagnóstico clínico é suspeitado na presença de sintomas como dispneia, tosse crônica, sibilância e desconforto torácico. Os principais diagnósticos diferenciais em adultos são: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (especialmente se o paciente é tabagista), Insuficiência Cardíaca Congestiva, hiperreatividade pósinfecciosa, discinesia de cordas vocais, doença difusa do parênquima pulmonar, bronquiectasias, síndrome de hiperventilação (como transtornos de ansiedade). O tratamento da asma abrange controle atual da doença e prevenção de riscos futuros, seu principal objetivo é obter e manter o controle clínico. Inclui medidas preventivas para o desencadeamento da crise, tratamento da crise instalada e educação do paciente e de seus familiares para conviver com uma doença crônica. Tratamento Não-farmacológico: • Controle ambiental - Deve ser oferecido, em todas as consultas, o aconselhamento sobre cessação do tabagismo do paciente e dos familiares, bem como aconselhamento para evitar exposição aos alérgenos ambientais/ocupacionais. • Atividade física - O paciente asmático deve ser estimulado a realizar atividade física regularmente e receber orientação em relação ao tratamento da broncoconstrição desencadeada pelo exercício. • Vacinação - Pacientes com asma em uso de corticoide inalatório devem receber a vacina da Gripe (Influenza). Tratamento farmacológico: • Medicação sintomática (resgate) - Beta2-agonista e anticolinérgico são broncodilatadores utilizados para aliviar os sintomas da asma e devem estar prescritos para todos os pacientes, mesmo para os pacientes com asma controlada, para o uso conforme a necessidade. • Medicação de controle (uso contínuo) - O tratamento da asma em longo prazo é realizado através de um manejo medicamentoso sequencial determinado pela resposta clínica ao tratamento. Os pacientes que alcançam controle satisfatório devem manter o tratamento no estágio com a menor dose do medicamento que controla os sintomas da doença. Quando encaminhar para o pneumologista: • asma de difícil controle (paciente que necessita tratamento clínico em estágio 5); • asma grave (paciente que necessita manter tratamento em Estágio 4 e 5 por mais de 6 meses para controle); • pacientes com indicadores de fatalidade; • asma lábil (crises que iniciam abruptamente e de forma grave, principalmente quando o paciente não consegue reconhecer sintomas iniciais da crise). Quando encaminhar para Medicina do Trabalho: • asma ocupacional.
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