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Asma: Causas, Sintomas e Diagnóstico

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MARIANA MARQUES – T29 
CLÍNICA MÉDICA 
INTRODUÇÃO 
• A asma é uma doença inflamatória crônica das 
vias aéreas, causando hiper-responsividade 
brônquica, que leva a episódios recorrentes de 
sintomas respiratórios. 
• Esses episódios aparecem como consequência da 
obstrução ao fluxo aéreo, generalizada e variável 
e que pode ser potencialmente reversível 
espontaneamente ou com tratamento. 
• Causa episódios recorrentes de sintomas 
respiratórios, de intensidade variável. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
• A doença causa cerca de 6 óbitos por dia no Brasil, 
devido à não realização do diagnóstico ou o 
tratamento inadequado. 
• 5% dos pacientes possuem forma grave da doença. 
• Atinge principalmente adultos entre 18-45 anos. 
 
ETIOLOGIA 
• Genética; 
• Fatores ambientais: 
➔ Exposição a alérgenos; 
➔ Dieta (desnutrição); 
➔ Fatores perinatais: infecções respiratórias 
durante a infância – bronquiolite. 
 
FISIOPATOLOGIA 
• Há participação de múltiplas células inflamatórias: 
linfócitos TH2, eosinófilos 
• Quando há a exposição a um alérgeno, há a 
apresentação de antígeno ao TH2 o qual 
estimulará o linfócito B a se transformar em 
plasmócito que formará IgE e recrutar eosinófilos. 
➔ Paciente típico: início na infância, de perfil 
alérgico e asma associada a anti-inflamatórios 
ou induzida pelo esforço 
• Também há uma forma de apresentação da doença 
em que o antígeno é ao TH1. 
➔ Associado a outros mecanismos de inflamação: 
geralmente no paciente adulto, portador de 
obesidade, tabagista. 
• A asma causa uma inflamação crônica nos 
brônquios, gerando produção de muco espesso, 
broncoconstrição devido ao aumento da espessura 
de musculatura lisa, inflamação e edema. 
• A inflamação pode persistir mesmo quando os 
sintomas são em episódios. 
• Inflamação localizada principalmente em vias 
aéreas de maior calibre, porém as menores 
também podem ser afetadas. 
• Parênquima pulmonar não afetado, indica doença 
de via aérea. 
 
 
FENÓTIPOS 
• Asma alérgica: início infância, história pessoal ou 
familiar de atopia, possui escarro eosinofílico e 
boa resposta ao corticoide inalatório. 
• Asma não alérgica: sem história de atopias, o 
escarro pode ser neutrofílico, eosinofílico ou 
paucicelular e a resposta ao corticoide inalatório 
geralmente é ruim. 
• Asma de inicio tardio: asma que surge na idade 
adulta (40 anos), mais prevalente em mulheres, 
sem atopias e com resposta ruim ao corticoide 
inalatório. 
• Asma associada a obesidade: o paciente é muito 
sintomático mesmo com poucos eosinófilos na via 
aérea. 
• Asma com padrão de obstrução fixa das vias 
aéreas: remodelamento das vias aéreas (paciente 
que não faz tratamento – torna-se irreversível). 
Asma 
 
 
MARIANA MARQUES – T29 
CLÍNICA MÉDICA 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Sintomas típicos da asma: dispneia, tosse seca, 
sibilos e opressão torácica. 
• Geralmente há a presença de mais de um sintoma; 
• Há variabilidade dos sintomas em intensidade e ao 
longo do tempo; 
• Há piora noturna ou ao acordar. 
• Fatores desencadeantes: mofo, mudança de 
temperatura, infecção de vias aéreas inferiores, 
inalação de fumaça, poeira, estresse, 
medicamentos (AINES, beta-bloqueador, aspirina), 
gestação, tabagismo, atividade física. 
• Fatores que reduzem a probabilidade de ser asma: 
tosse isolada, produção crônica de secreção, falta 
de ar associada a tontura, dor torácica ou 
sintomas sistêmicos (febre e perda de peso). 
 
ANAMNESE 
• Na anamnese deve-se caracterizar a recorrência 
das crises e todos os fatores associados. 
• Deve-se questionar sobre a reversibilidade (se 
melhora ao fazer inalação com medicamentos). 
• Antecedentes: 
➔ Início de sintomas respiratórios na infância - 
nem sempre está presente. 
➔ Rinite aparece em cerca de 80% dos asmáticos. 
➔ Presença de história familiar de asma ou 
alergia. 
 
EXAME FÍSICO 
• Paciente sem crise tem exame físico normal. 
• Durante a crise: expansibilidade reduzida, uso de 
musculatura acessória, frêmito tóraco vocal 
reduzido, percussão hiper timpânica e ausculta 
com presença de sibilos ou roncos. 
 
DIAGNÓSTICO 
• História compatível + exame físico + exame. 
• O diagnóstico é confirmado com a realização de 
um exame de limitação ao fluxo aéreo ou com 
viabilidade aumentada. 
• Exames usados para o diagnóstico: espirometria 
com obstrução, teste de broncoprovocação 
(farmacológica ou por exercício) e pico de fluxo 
expiratório. 
 
EXAMES 
ESPIROMETRIA: 
• Para a espirometria comprovar o diagnóstico de 
asma deve haver uma obstrução ao fluxo aéreo 
com ou sem reversibilidade, podendo ou não ter 
resposta ao broncodilatador. 
• Avalia gravidade da obstrução: pior VEF1 indica 
maior exacerbação. 
• É possível fazer acompanhamento e resposta ao 
tratamento (3-6 meses após início do tratamento). 
• Pode ser normal – remissão ou períodos intercrise. 
• Achados na asma: 
➔ Sinais de obstrução: ↓VEF1/CVF e ↓VEF1 
➔ Resposta positiva após broncodilatador: 7% e 
200ml no VEF1 e/ ou CVF. 
PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO: 
• Mede obstrução das vias aéreas e a sua 
instabilidade (paciente enche o peito de ar e solta 
rápido). 
• Em fase estável, não há variação. 
• Em fase de crise, o pico de fluxo é reduzido. 
• Para fazer diagnóstico de asma deve-se realizar 3 
medições pela manhã + 3 medições a noite por 14 
dias e registrar o maior valor de cada período. 
• Os valores de referência variam conforme idade e 
altura. 
• Parâmetros: PFE maior-menor/maior: 
➔ 20% para adultos; 
➔ 30% para crianças. 
BRONCOPROVOCAÇÃO: 
• Medida da responsividade das vias aéreas por 
meio de um estímulo broncoconstritor (metacolina, 
histamina, carbacol, adenosina, manitol, 
hiperventilação, exercício). 
• A resposta é avaliada através do gráfico dose/ 
resposta. 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX: 
• Geralmente é normal. 
• Hiperinsuflação 
➔ Retificação de costelas; 
➔ Aumento dos espaços intercostais; 
➔ Retificação do diafragma. 
• Em períodos de crise pode apresentar: 
espessamento de paredes brônquicas, redução das 
sombras vasculares pulmonares e áreas de 
atelectasias (diferenciar de pneumonia). 
MARIANA MARQUES – T29 
CLÍNICA MÉDICA 
DIAGNÓSTICOS DFERENCIAIS 
• Principal: DPOC; 
• Discinesia de cordas vocais; 
• Síndrome de tosse de vias aéreas superiores; 
• Síndrome de hiperventilação; 
• Bronquiectasia: fibrose cística; 
• Insuficiência cardíaca; 
• Uso de medicamentos: betabloqueadores, IECA; 
• Doenças pulmonares parenquimatosas: pneumonia 
de hipersensibilidade, sarcoidose, poliangeíte 
granulomatosa eosinofílica; 
• Embolia pulmonar; 
• Obstrução de vias aéreas centrais. 
 
DPOC x ASMA 
CARACTERÍSTICAS DPOC ASMA 
 
Início 
 
Após os 40 anos 
Início na 
infância 
Antecedentes de 
atopias 
 
NÃO 
 
SIM 
Histórico familiar NÃO SIM 
 
 
Sintomas 
Sempre 
presentes, há 
progressão, 
pioram nas 
exacerbações 
 
Variam dia a 
dia, pioram à 
noite 
Tabagismo SIM VARIÁVEL 
Melhora com o 
tratamento 
 
VARIÁVEL 
 
SIM 
 
TRATAMENTO 
• Controle ambiental; 
• Perda de peso e atividade física; 
• Cessação de tabagismo; 
• Controle dos agravantes e comorbidades; 
• Terapia farmacológica; 
• Educação do paciente (Plano de ação). 
OBJETIVO DO TRATAMENTO: 
• Controlar os sintomas e reduzir os riscos: 
➔ Minimizar os sintomas ou torná-los ausentes; 
➔ Reduzir a necessidade do uso de medicação 
para alívio dos sintomas; 
➔ Ausência de limitação das atividades físicas; 
➔ Deixar a função pulmonar normal; 
➔ Reduzir riscos futuros: exacerbações, perda 
acelerada da função pulmonar e efeitos 
adversos do tratamento. 
PLANO DE AÇÃO: 
• Especificação do tratamento de manutenção; 
• Monitorização dos sintomas da asma e/ou do pico 
de fluxo expiratório quando indicado; 
• Reconhecimento dos sinais e sintomas precoces de 
exacerbação; 
• Proposta de alteração do esquema terapêutico; 
• Tratamento domiciliar das crisesleves; 
• Indicações claras de quando procurar um serviço 
de emergência. 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: 
• Controle da doença: corticóide inalatório. 
• Alivio dos sintomas agudos: 
➔ Beta-agonista de curta duração; 
➔ Anticolinérgico de curta ação. 
• Caso não haja melhora dos sintomas pode haver a 
associação de medicamentos: 
➔ Associação beta-agonista de longa duração + 
corticóide inalatório; 
➔ Anticolinérgico longa ação. 
➔ Anti-leucotrieno. 
• Em ultimo caso utiliza-se terapia com anticorpos: 
Anti-IGE / anti-IL-5 / anti-IL-5R / anti-IL-4. 
• ATENÇÃO: após o uso de corticóide inalatório, 
deve-se lavar a boca – evita candidíase oral. 
Observação: o corticóide inalatório deve ser usado em 
TODOS os pacientes, possui melhor custo-risco- 
benefício, reduz sintomas e inflamação, está associado 
à redução de crises e mortalidade e com a melhora da 
hiperreatividade brônquica e da função pulmonar. 
 
AVALIAÇÃO DE GRAVIDADE: 
• Avaliada pela dose medicação usada (STEPS – 
GINA) → Leve, Moderada e Grave. 
• Refere-se à quantidade de medicamentos 
necessária para atingir o controle, que reflete uma 
característica intrínseca da doença e que pode ser 
alterada com o tempo. 
• Asma grave: alta dose de corticoide + terapias 
adicionais. 
 
MARIANA MARQUES – T29 
CLÍNICA MÉDICA 
• Deve-se reavaliar tratamento a cada 3 meses para 
classificar o controle, pode haver escalonação se 
for necessário, mas antes garantir que: 
➔ Técnica inalatória e adesão adequadas; 
➔ Confirmar se o diagnóstico é de asma mesmo; 
➔ Rever fatores de risco e comorbidades; 
Observação: a técnica inalatória inadequada e baixa 
adesão são causas importantes de não controle da 
doença e devem sempre ser avaliadas antes de 
escalonar tratamento. 
• Também pode haver desescalonação se os sintomas 
estiverem controlados a 3 meses e ter baixo risco 
de exacerbação. 
CONTROLE DA ASMA: 
• Avaliado de acordo com sintomas nas últimas 4 
semanas (GINA) → Controlada, Parcialmente 
Controlada e Não Controlada. 
➔ Sintomas < 2 vezes no mês: asma leve 
(controlada). 
➔ Sintomas > 2 vezes no mês, mas não diários: 
asma leve (controlada). 
➔ Sintomas quase diários ou acorda 1x por 
semana pela asma: asma moderada 
(parcialmente controlada); 
➔ Sintomas quase diários ou acorda 1x/semana 
pela asma ou PFP ↓: asma moderada 
(parcialmente controlada). 
➔ Sintomas diários: asma grave (não 
controlada). 
 
ETAPAS DE AVALIAÇÃO DA ASMA 
1. Avaliar controle nas últimas 4 semanas: 
➔ Identificar fatores de risco modificáveis; 
➔ Função pulmonar ao diagnóstico, 3-6 meses 
após e depois anualmente. 
2. Avaliar comorbidades: 
➔ Rinite, rinussinusite, DRGE, obesidade, apneia, 
depressão e ansiedade; 
➔ Função pulmonar ao diagnóstico, 3-6 meses 
após e depois anualmente. 
3. Avaliar tratamento: 
➔ Verifique o tratamento com o paciente: cheque 
efeitos adversos; 
➔ Verifique uso do dispositivo inalatório; 
➔ Forneça o plano de ação.

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