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Estágio Supervisionado em Alimentação Coletiva Hospital Otoclínica Sumário 1. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA E RECURSOS HUMANOS 1.1 Introdução 1.2 Dados Cadastrais 1.3 Atividades Econômicas 1.4 Estrutura Organizacional 1.5 Caracterização da UAN 1.6 Clientela atendida 1.7 Recursos Humanos 1.8 Higiene e saúde dos manipuladores 1.9 Segurança do Trabalhador 1.10 Avaliação de desempenho 1.11 Relações Trabalhistas 1.12 Capacitação dos Manipuladores 1.13 Referências Bibliográficas 2. ESTRUTURA FÍSICA E FUNCIONAL DA UAN 1.1 Introdução Hospitais são unidades de saúde voltadas ao diagnóstico, ao tratamento e à recuperação de enfermidades sob o regime de internação. As atividades hospitalares compreendem desde a primeira anamnese até os cuidados de enfermagem e os serviços de apoio ao tratamento, nos quais se insere a terapia nutricional, sob a responsabilidade da Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) Hospitalar. As Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) hospitalares podem ser definidas como estabelecimentos localizados em hospitais que desempenham atividades técnico administrativas necessárias à manipulação, à preparação, ao armazenamento e à distribuição de alimentos e de refeições (BRASIL, 2002; WENDISCH, 2010). O Hospital OTOclínica foi idealizado e implantado pelo Dr. José Iramar da Rocha Moreira, com a missão de ser um hospital geral, clínico e cirúrgico, focado na média e alta complexibilidade, sendo comprometido com a segurança, inovação e excelência dos serviços prestados. Fundado em 04 de novembro de 1991 o Hospital OTOclínica tem como visão, ser reconhecido em todo o estado do Ceará até 2020 como hospital referência de alta complexidade. O Hospital vem avançando em melhorias na sua infra-estrutura e mantendo a qualidade no atendimento prestado, tendo como valores: a valorização do capital humano, empreendedorismo, segurança, inovação e ética. Em 31 de maio de 2019 uma nova unidade foi inaugurada na região sul da cidade de Fortaleza, inovando no modelo de atendimento, infraestrutura e especialidades de atendimento. 1.2 Dados Cadastrais Nome da empresa (Razão social): HOSPITAL OTOCLINICA LTDA Nome fantasia (Título do estabelecimento): HOSPITAL OTOCLINICA Endereço: AV. Antônio Sales, 990, Aldeota, Fortaleza CE, CEP: 60.135-100 Telefone: 085 3466.1133 Número de inscrição do CNPJ: 23.443.518/0001-03 (Matriz) 1.3 Atividade Econômica Segmento de Mercado: Hospital Particular Capital social: R$ 1,000,000.00 Natureza jurídica: Sociedade Empresária Limitada (LTDA) Sócios da empresa: JOSE IRAMAR DA ROCHA MOREIRA (Sócio-Administrador) LIMA MOREIRA PARTICIPACOES S.A (Sócio). Situação atual segundo a Receita Federal: Ativa. 1.4 Estrutura Organizacional Entende-se por estrutura organizacional ser um meio para atingir o objetivo principal da UAN e explicar os limites de ação de cada unidade de trabalho que reúne um grupo de pessoas que planeja e/ou executa algumas atividades sob autoridade formal tendo a necessidade de divisão do trabalho de acordo com as especializações necessárias para atingir seus objetivos (TEXEIRA, 2007). A Unidade de Alimentação e Nutrição do Hospital OTOclínica é uma UAN Institucional Privatizada Hospitalar que atende médicos e pacientes. Possui atividade fim quanto ao objetivo é prevenir, melhorar ou recuperar a saúde dos pacientes e atividade meio quando o objetivo é promover a saúde e disposição para o trabalho dos médicos. Tem como estrutura Linear, que é caracterizada pela a centralização do poder direto do chefe imediato em relação aos subordinados, sendo responsável por este cargo a nutricionista RT Natália. Esta estrutura organizacional tem como principais vantagens, a liderança hierárquica, o favorecimento da disciplina e o baixo custo administrativo. Como em desvantagem, pode ocorrer uma supervalorização do chefe de comando, tornando-se muitas vezes arbitrário, essa centralização pode possibilitar uma liderança autocrática, o que torna-se difícil a cooperação dos subordinados. De outro modo, pode ocorrer também a sobrecarga de trabalho do chefe, podendo ocasionar um retardamento na tomada de decisões importantes, ou precipitar soluções, por meio de uma análise superficial dos problemas. (ABREU, 2011) Organograma Clássico O organograma é um gráfico que retrata a organização formal, a estrutura que foi delineada no regulamento, configurando os diversos órgãos, sua interdependência, linhas de autoridade e subordinação (TEIXEIRA, 2007). 1.5 Caracterização da UAN A Unidade de alimentação e nutrição do Hospital Otoclínica é composta por dois tipos de gestão. A autogestão, sendo esta uma prestação de serviço descentralizado, onde a refeição é elaborada dentro do hospital e posteriormente encaminhada aos enfermos e médicos. São servidas 6 refeições diárias nesta gestão, sendo elas desjejum, lanche manhã, almoço, lanche tarde, jantar e ceia. O cardápio para os enfermos é do tipo popular, que são preparações mais simples, já o cardápio dos médicos possui padrão intermediário com preparações mais elaboradas. Em sua contrapartida, existe a terceirização sendo um serviço prestado pela a empresa Serlares contratada à fim de elaborar as refeições destinada aos colaboradores. As refeições são preparadas em uma cozinha industrial na empresa contratada e transportada até o hospital, onde são distribuídas em cubas em um único refeitório, local onde o mesmo disponibiliza para a realização das refeições, tornando-se um serviço centralizado. A empresa Serlares transporta diariamente o almoço e o jantar, o seu cardápio é constituído por uma padrão intermediário com duas opções de sobremesa, essas refeições são destinadas aos colaboradores em geral do hospital. 1.6 Clientela Atendida A clientela de maior relevância no Hospital Otoclínica são os enfermos, sendo a maioria da faixa etária de adultos e idosos, os mesmo são distribuídos em 4 postos nos 3 andares do prédio, resumindo em um total de 90 leitos, sem acrescentar as U.T.I’s. 1.7 Recursos Humanos O serviço de Nutrição da UAN Institucional autogestão do hospital conta com 28 funcionários distribuindo-se pelos seguintes cargos ou funções: 03 Nutricionistas; 01 Supervisora de Produção; 02 Aux. Administrativo; 03 Cozinheiros; 02 Aux. de cozinha; 02 Aux. de serviços gerais; 06 copeiras A Chefia é exercida por uma nutricionista responsável técnica (RT), a ela compete planejar e avaliar periodicamente as atividades além de dirigir e coordenar o serviço juntamente com a supervisora de produção que auxilia o cumprimento dos regulamentos do hospital e das normas de boas práticas. Cálculo de Pessoal de Unidades Hospitalares: Nº de Leitos / 8 70/8 = 8,75+20% = 10,5 Segundo MEZOMO essa UAN necessita de 11 funcionários para produção, no entanto o valor real excede, contando com 14 funcionários de produção. 1.8 Higiene e saúde dos manipuladores A NR 07 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituiçõesque admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: 1. admissional 2. periódicos 3. de retorno ao trabalho 4. de mudança de função 5. demissional Nessa Unidade de Alimentação e Nutrição todos os colaboradores realizam o ASO admissional (atestado de saúde ocupacional) emitido por um médico do trabalho que determina se o trabalhador é apto ou não para exercer tal função e o ASO demissional que é realizado no ato do desligamento do funcionário da empresa, importante para atestar que o colaborador esteve em condições de saúde e segurança seguras durante o período de atuação o contrato com a empresa. Na ASO admissional, além da avaliação médica também é solicitado exames de sangue ( hemograma completo) e o exame parasitológico de fezes que procura detectar a presença de parasitas no intestino, visando, evitar a contaminação alimentar por parasitoses. No entanto, não são realizados exames periódicos,de retorno de trabalho e de mudança de função. 1.9 Segurança do Trabalhador A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Devem constituir a CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998). No Hospital OTOclínica, duas funcionárias são membros da CIPA: a nutricionista clínica Rose e a Supervisora de Produção Daylane. Essas duas funcionárias participam de reuniões mensais que tem como objetivo a prevenção de acidentes dos funcionários da UAN e ajudam na prevenção de acidentes e doenças decorrentes ao trabalho dos colaboradores. Comparando a proposta da CIPA e observando essa UAN, notamos a ausência de dois EPIs: as luvas para corte de carne e os protetores auriculares, tais EPIs evitam possíveis cortes por faca (as luvas de aço) e futuros problemas auditivos causado por maior tempo de exposição ocupacional há ruídos e vibrações provocadas pelos próprios colaboradores e eletrodomésticos, desta respectiva UAN. 1.10 Avaliação do desempenho Conforme Limongi-França (2002), a avaliação de desempenho é um processo de administração através do qual o supervisor e o subordinado, estabelecem metas e prioridades comuns perante a organização e ao indivíduo, e delimita a área de responsabilidade de cada funcionário, em termos do resultado total da organização. A avaliação de desempenho é um método, que visa julgar ou estimar o valor, qualidades da pessoa, para verificação de sua contribuição dentro da organização. É um método que se identifica dificuldades de supervisão e gerência, integração, adequação, além de ser uma atividade essencial à gestão de pessoas, porque dela decorrem consequências primordiais para a motivação e progressão na carreira dos funcionários. Nesta UAN não se aplica atualmente a análise de desenvolvimento, no entanto, a Nutricionista a reconhece como uma importante ferramenta para melhoria relacionada a gestão de pessoas e nos relatou que será elaborada e aplicada em breve. 1.11 Relações trabalhistas . A Consolidação das Leis do Trabalho, popularmente chamada de CLT, regulamenta as relações trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural, de relações individuais ou coletivas. Essa legislação visa a proteger o trabalhador, a regular as relações de trabalho e criar o direito processual do trabalho. A Consolidação das Leis de Trabalho impõe regras, determina os direitos e deveres do empregado e do empregador e define conceitos importantes para a interpretação das relações de trabalho. Por exemplo, considera empregado toda pessoa que preste serviços regularmente a uma pessoa ou empresa e receba salário. Além disso, deve haver uma dependência na relação do empregador e do empregado. A legislação também prevê a igualdade de salários para pessoas que prestam os mesmos serviços, independente de gênero (ou sexo). Todo trabalhador tem direito: Salário Mínimo Descanso semanal Férias remuneradas Faltas Justificadas http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/01/1219174-conheca-quais-sao-os-principais-direitos-do-trabalhador.shtml http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/01/1219174-conheca-quais-sao-os-principais-direitos-do-trabalhador.shtml https://www.politize.com.br/vamos-falar-sobre-genero/ Licença a maternidade Vale transporte 13° salário Jornada de trabalho e hora extra FGTs Seguro Desemprego Aviso prévio Adicional noturno Segundo os colaboradores desta UAN, seus direitos são contemplados. Em relação aos deveres do trabalhador, eles são pontuais, assíduos e respeitam os colegas, zelam pelo material de trabalho e o único item a ser observado é a dificuldade em usar medidas de proteção (máscaras,durante o porcionamento das refeições). 1.12 Capacitação dos Trabalhadores A capacitação de manipuladores de alimentos é uma alternativa para aumentar a qualidade dos serviços de alimentação e seus produtos.Alimentos produzidos em condições higiênicas-sanitárias inadequadas são responsáveis por doenças transmitidas por alimentos (LEÃO, 2006). As Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) são todas as ocorrências clínicas provocadas pela ingestão de alimentos contaminados por bactérias, fungos, vírus e parasitas. Essas doenças causam danos à saúde do ser humano bem como perdas econômicas e diminuição da confiança do consumidor nos estabelecimentos produtores de alimentos (FILHO et al., 2009). Segundo Bastos (2008), uma forma de reduzir os riscos à saúde do consumidor é a adoção das Boas Práticas (BP) em todos os locais que manipulam alimentos, reduzindo assim os riscos de DTAs. Na Unidade de Alimentação e Nutrição do Hospital é realizado de 6 em 6 meses treinamentos de Boas Práticas nos Serviços de Alimentação com todos os manipuladores, com objetivo de manter a segurança alimentar dos comensais; mesmo assim, os manipuladores tem dificuldade em realizar a lavagem das mãos. 1.13 Referências Bibliográficas WENDISCH, Carlota. Avaliação da Qualidade de Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) Hospitalares: Construção de um Instrumento. 2010. 133f. Dissertação(Mestrado em Saúde Pública) Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2010. ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; ZANARDI, A. M. P. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 4. ed. rev. ampl. São Paulo: Metha; 2011. 360 p. TEIXEIRA, S. et al. Administração aplicada às unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Atheneu, 2007. 219 p. LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina. As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. Oda, Leila, Ávila, Suzana; Et al. Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública. Brasília. Ministério da Saúde, 1998. BASTOS, C. C. B. Condições higiênico-sanitárias no preparo de refeições em creches comunitárias de Belo Horizonte, Minas Gerais. 112 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008. FILHO, F. C. S; SANTOS, F. L.; SILVA, M. G.; CURVELO, F. M.; RIOS, J. C. C. Avaliação das condições higiênico-sanitárias de creches comunitárias da cidade de Salvador. Diálogos & Ciência – Revista da Rede de Ensino. Ano III, n. 9, p. 11-20, 2009. LEÃO, C. M. S. Avaliação das boas práticas de produção nas unidades de alimentação e nutrição localizadas nas esplanadas dos ministérios em Brasília/DF. 48 f. Monografia (Especialização) - Universidade de Brasília; Brasília, 2006.