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OS DESAFIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA NA 
ESCOLA
Marcilene Santos Ortega
RESUMO 
O presente artigo aborda a evolução da gestão democrática historicamente na educação, para contextualizar a gestão democrática proposta pela Lei de Diretrizes e Bases, Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. (LDB), para as instituições de ensino. Trata-se de uma pesquisa literária abordando o contexto histórico da gestão escolar, como surgiu, sua finalidade e enfatiza os desafios do gestor educacional, assim como o desenvolvimento de ações voltados para gestão escolar. Apresenta-se as concepções e objeções sobre gestão escolar na visão de teóricos que discutem essa temática. Tem por objetivo analisar a importância da gestão democrática e os desafios desta democracia no âmbito da escola. Dessa maneira, busca-se contribuir de maneira significativa com estudos voltados para gestão democrática e participativa, assim como, na prática e no cotidiano das escolas. Essa pesquisa pauta-se na revisão bibliográfica, baseando-se nas obras de autores como: Libâneo (2001), Lück (2009) e Hora (2012), que apresentam importância de uma gestão pautada na democracia-participativa, com o foco de melhorar o desenvolvimento das práticas administrativas, pedagógicas e de ensino-aprendizagem. Na gestão democrática, é imprescindível a participação de todos, na tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. 
PALAVRAS-CHAVE: Democracia. Gestão. Organização. Participativa.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho está fundamentado numa pesquisa qualitativa, que irá abordar revisões bibliográficas, com enfoque em teóricos que tratam da gestão democrática e participativa, no âmbito educacional. 
Este estudo trará questionamentos norteadores para essa pesquisa bibliográfica tais como: O que é gestão escolar? Quais as funções da gestão escolar? Quem faz parte da gestão escolar? Quais os principais desafios da gestão escolar? Entre outros.
 O texto aqui apresentado tem como objetivo geral: analisar os desafios enfrentados pelos gestores de uma escola pública, conceituar e aprofundar os estudos sobre gestão escolar; investigar a compreensão da equipe gestora em relação ao trabalho da gestão escolar, bem como resultados de uma prática eficiente da gestão. 
Esta pesquisa, visa buscar e ampliar o conhecimento sobre o tema abordado, dando ênfase em autores que tratam de gestão democrática e participativa no âmbito das escolas.
Dessa forma, o objetivo desse artigo é compreender os desafios da gestão democrática e participativa na escola. Analisando seu contexto histórico, e os desdobramento político e social que levaram o conceito de hoje; e destacar os desafios dessa nova gestão, perante uma sociedade que ainda se encontra enrijecida.
Este estudo está pautado em uma pesquisa bibliográfica, fundamentada em teóricos como, Hora (2012), Lück (2009) e Libâneo (2001). 
 Este artigo está dividido em três seções, na primeira vamos discutir sobre a concepção histórica da organização escolar, na segunda seção sobre a trajetória de mudanças referente aos marcos legais no Brasil, na terceira seção as percepções das objeções mediante a gestão escolar e dos teóricos que visam sobre o tema, e fechamos com as considerações finais.
	1.	CONCEPÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
A administração é uma prática desde os povos mais antigos, a sociedade já exercia algumas formas de administrar em função de um bem comum, com o desenvolvimento da população, da política, e o meio social, essa demanda foi ficando maior, surgindo assim a administração escolar, com seus altos e baixos, e várias críticas a esse modelo, passou por um longo processo histórico até se consolidar a Gestão Escolar. 
Segundo Konder (2002, p. 18 apud DRABACH, 2009, p.13), “enquanto não enxergarmos a dimensão histórica de um ser, de um objeto, de um fenômeno, de um acontecimento, não podemos aprofundar, de fato, a compreensão que temos dele”. Nessa perspectiva, voltaremos ao passado para poder reconstituir essa trajetória, de forma contextualizada para compreensão das transformações das instituições educacionais, em relação a gestão.
Com isso, a escolarização passou a ter papel importante no desenvolvimento individual e social. No começo havia a necessidade da cientificização do ensino e o aumento da oferta educacional. Com o aumento dessa oferta, ficou difícil administrar, procurando assim uma administração mais moderna, “A administração da educação começa a inspirar-se na organização inteligente das companhias, das empresas, das associações industriais ou comerciais bem aparelhadas” (LEÃO, 1945, p. 161 apud DRABACH, 2009, p. 25).
As instituições educacionais se inspiraram nos princípios administrativos, a partir das teorias de Taylor e Fayol, que foram pensados para as empresas e indústrias, e foi adequado para as instituições. Henry Fayol “identificou as funções básicas da Administração: Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar, as quais atribuiu certa universalidade” (CHIAVENATO, 1983 apud DRABACH, 2009, p.25), adequando-se a Administração Escolar em processos que se dão em três momentos: planejamento e organização, comando e assistência à execução, e avaliação.
O planejamento, parte de uma ideia, onde é necessário examiná-lo, para saber se será viável, e se servirá de base e modelo para concretizar. A organização ela vai dar condições para a concretização desse planejamento, para isso ela terá o papel de estruturar a instituição, administrando o pessoal e os materiais. Nessa organização o diretor é autoridade, ele tem direito de mandar e os outros obedecerem, sua função é pedagógica e para alcançar esse objetivo é necessário desenvolver ações administrativas que deem condições para o desenvolvimento de ações pedagógicas. O diretor tem o auxílio do inspetor-orientador, onde sua função é observar os alunos e professores, julgando os métodos e processos aplicados, apreciando os resultados, com o fim de orientar e conduzir a obra escolar no sentido de uma construção futura (LEÂO, 1945, p.241 apud DRABACH, 2009, p.29). E ao professor cabe a função de ensinar e o aluno de aprender. Organizou-se a escola por séries e matérias, onde cada professor desenvolve seu trabalho.
No segundo momento o comando seria para marcar o início, meio e fim das atividades segundo os objetivos científicos no processo de escolarização. A assistência à execução tem por finalidade estimular cada pessoa que trabalha na escola; o professor, orientando os trabalhos escolares; a coordenação, na divisão de trabalho; e a supervisão, controlando o funcionamento das atividades e processo de desenvolvimento na escola (DRABACH, 2009, p. 
39).
O último processo administrativo é o Relatório Crítico, que tem a função de: 
Prestação de contas circunstanciadas e fundamentada na verificação retrospectiva de ação, durante o período predeterminado, em função de certa programação; (...) proposições de reajustes, ampliações, substituições e cortes de que a empresa carecer, através de uma operação que poderá chegar a ser todo um replanejamento (RIBEIRO, 1986, p. 174 apud DRABACH, 2009, p.40). 
Ou seja, avaliar, se as atividades desenvolvidas, alcançou seus objetivos pré-definidos, quando foi planejado, e verificar seu rendimento no processo de ensino e aprendizagem. Essa avaliação pode ser feita diariamente, semanalmente ou anualmente.
As teorias de Taylor e Fayol deixa claro que a própria organização e divisão de trabalho é o suficiente para que a empresa alcance seus objetivos, sem considerar as pessoas que nela trabalha. Nessa perspectiva começa a aparecer novas teorias, aonde reconhece a influência das pessoas frente ao desenvolvimento das decisões. Lourenço Filho foi um dos autores que defendeu essa nova teoria, na perspectiva que,
Na escola, por se tratar serviços (serviço de ensino) e não de produtos (como nas fábricas), as atividades administrativas devem levar em conta as relações humanas, que são a matéria-prima da produção do ensino, estabelecendoum trato entre elas, no sentido de ajustá-las entre si (DRABACH, 2009, p. 48).
“Precisava que essas pessoas que participavam do ensino aprendizagem, fossem solidários e participativo, e sentissem responsáveis e parte desse sistema, mesmo sem ter colaborado com sua concepção” (DRABACH, 2009 p. 48). 
2.	TRAJETÓRIA DE MUDANÇAS REFERENTE AOS MARCOS LEGAIS NO BRASIL
A gestão educacional no Brasil foi realizada por muito tempo em nossa sociedade por meio de um modelo centralizado e autoritário, no qual o supervisor educacional, ou até mesmo o diretor era quem fiscalizava, controlava e ditava normas referentes a educação. 
A gestão democrática surgiu com a Constituição de 1988 e posteriormente com a Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 (LDB) de 1996, e permitiu descentralizar o poder decisório de uma única pessoa para participação efetiva de toda comunidade escolar. 
No artigo 14, da LDB dispõe que a gestão democrática deverá contar com a participação dos profissionais da educação bem como da comunidade escolar. 
Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Nesse sentido, a democracia é um fundamento legal da educação, e ela deve acontecer por meio do conselho escolar, da construção do projeto político pedagógico, na construção do regimento escolar, nas eleições direta para o diretor, tudo compartilhado e decidido em conjunto com a comunidade escolar, para a qualidade e efetividade da educação. 
Tomando como base esta perspectiva Lück (2009, p. 65) afirma que:
A democracia constitui-se em característica fundamental de sociedades e grupos centrados na prática dos direitos humanos, por reconhecerem não apenas o direito de as pessoas usufruírem dos bens e dos serviços produzidos em seu contexto, mas também, e sobretudo, seu direito e seu dever de assumirem responsabilidade pela produção e melhoria desses bens e serviços. Com essa perspectiva, direitos e deveres são dois conceitos indissociáveis, de modo que, falando-se de um, remete-se ao outro necessariamente. E é nessa junção que se estabelece a verdadeira democracia, construída mediante participação qualificada pela cidadania e construção do bem comum.
Dessa forma, é importante ressaltar que a gestão democrática não ocorre sem a participação. A participação é um componente fundamental para o processo de democratização da escola que se refere não apenas no sentido de estar presente, mas de tomar decisões importantes, assumir responsabilidades que almejam os objetivos comuns e os interesses coletivos. 
Nessa perspectiva, Lück (2009, p.66) destaca que, “a participação constitui uma forma significativa de, ao promover maior aproximação entre os membros da escola, reduzir desigualdades entre eles”. Portanto, a participação está centrada na busca de formas mais democráticas de promover a gestão de uma unidade social. As oportunidades de participação se justificam e se explicam, em decorrência, como uma íntima interação entre direitos e deveres, marcados pela responsabilidade social e valores compartilhados e o esforço conjunto para a realização de objetivos educacionais.
Na gestão democrática participativa todos que atuam na escola estão incluídos nos processos de decisão na implementação de projetos escolares e na execução de atividades conjuntas. Esse método de gestão, além de aproximar, professores, alunos, pais, tem como objetivo fazer com que as pessoas que estão envolvidas no ambiente de ensino se reconheça como integrante importante, e que desse modo passe a cumprir com suas responsabilidades e assumir afazeres que contribua com o desenvolvimento escolar. 
2.1 OS DESAFIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA 
Para transformar a escola e promover uma nova gestão que vise a intervenção e participação dos segmentos internos e externos, o diretor encontra grandes desafios, ele desempenha um papel fundamental na gestão democrática e pode dificultar ou facilitar esse processo.
Lück (2009; apud SILVA, 2017) aponta alguns conceitos básicos para o exercício da liderança. Um líder é quem tem: 
Abertura na aceitação das expressões das pessoas no trabalho, observando os desafios, dificuldades e limitação na tentativa de possibilitar a superação. Observar e desenvolver o que de melhor existe nas pessoas ao seu redor, partindo com uma visão proativa da sua atuação. Ter uma visão clara diante da missão dos valores educacionais permitindo a compreensão dos indivíduos na expressão de suas atitudes. (LÜCK, 2009, p.75).
É também função do líder:
Orientação aos membros de modo que sejam promovidas melhorias a todos, em principal aos processos educativos. Permitir um diálogo aberto com capacidade de ouvir e compreender as questões de modo contínuo. Possibilitar oportunidades a todos a fim de compartilhar responsabilidades. Ter atitudes e expressões de liderança e não de chefia. Exercício contínuo do diálogo aberto e da capacidade de ouvir (LÜCK, 2009, p.75). 
Nesse sentido, o gestor ou líder é quem leva as decisões finais da comunidade escolar para se tornar efetiva. Em uma gestão democrática, ele tem que superar conflitos, ter uma competência para buscar alternativas que atenda aos interesses da comunidade. Deve haver uma base forte entre a direção e os professores constatando integração, liberdade de expressão, colaboração e entendimentos. Se não houver esse entrosamento no setor interno da escola, esta instituição não poderá exigir que alunos ou pais cumpram as suas parcelas de democracia frente ao que está determinado no contexto geral do ensino.
Conforme Libâneo (2001, p. 25): 
Uma das funções profissionais básicas do professor é participar ativamente na gestão e organização da escola contribuindo nas decisões de cunho organizativo, administrativo e pedagógico – didático. Para isso, ele precisa conhecer bem os objetivos e o funcionamento de uma escola, dominar e exercer competentemente sua profissão de professor, trabalhar em equipe e cooperar com os outros profissionais. 
 A participação do professor em uma gestão democrática é imprescindível para que haja uma administração que interaja através de processos organizados e construídos com a participação de todos, desenvolvendo melhores formas de educação, resultando em uma ação conjunta que é necessária para se ter uma gestão democrática participativa. 
Pensando em gestão, é pertinente ressaltar, para que a gestão seja realmente democrática a própria regulamentação que a rege deve ser repensada e reformulada. Deve-se haver um envolvimento nessa construção de forma coletiva, e principalmente pelos atores do processo de ensino- aprendizagem que estão no cotidiano escolar e vivenciam o fazer da própria gestão.
Ao gestor escolar cabe, então, o desafio de reverter o modelo tradicional de ensino que vem sendo utilizado a anos e colocar em prática toda a dinâmica da ação educativa, bem como repensar o processo de ensino aprendizagem dos educandos, ele deve envolver os pais, alunos, professores, para que possa participar da tomada de decisões, coletivamente. 
É um desafio renunciar ao seu poder de decisão, saber ouvir o outro, trabalhar em coletivo, lidar com opiniões diferentes, sair da zona de conforto. Para superar esses desafios o diretor deve ouvir e dar oportunidade a todos os envolvidos para opinar e decidir sobre as questões institucionais de ensino, a gestão democrática pode ser uma das melhores maneiras de alcançar os objetivos e as metas estabelecidas.
3. A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA SEGUNDO OS 
AUTORES HELOÍSA LÜCK, JOSÉ CARLOS LIBÂNEO E DINAIR LEAL DA HORA.
O papel do gestor escolar nos dias atuais como responsável de todas as competências, pedagógicas, administrativas e recursos humanos é uma tarefa muito complexa. O trabalho do gestor escolar precisa ser uma ação coletiva,envolvendo a participação da equipe de forma integrada ao processo educacional na instituição, na busca de fazer cumprir os objetivos propostos, na solução dos problemas, nas tomadas de decisões, no monitoramento e melhoria da avaliação do plano de ação do processo educacional. Os desafios são constantes, são muitas as dificuldades existentes no dia a dia de um gestor escolar, mas cabe a ele a tarefa de garantir, o cumprimento de todas as funções, principalmente a educativa, que é a razão de ser da escola. (LUCK 2009).
É um grande desafio para o gestor escolar, atuar como líder e desenvolver formas de organizar, inovar, empreender e ser participativo frente à escola a qual está sobre sua responsabilidade. Este trabalho traz como tema: Principais Desafios Enfrentados na Gestão Escolar Pública, que buscará explicar os desafios que surgem no dia a dia de um gestor escolar e as suas competências, as quais são tarefas complexas e de difícil desempenho frente à uma escola e seus atores, principalmente ao se considerar que o indivíduo que assume essa função na escola sempre foi e esteve na sala de aula como professor àquela que é sua principal profissão. (LUCK 2009).
O presente trabalho traz como perguntas norteadoras: O que é gestão escolar? Quais as funções da gestão escolar? Quem faz parte da gestão escolar? Quais os principais desafios da gestão escolar? O trabalho aqui apresentado tem como objetivo geral: analisar os desafios enfrentados pela gestão de uma escola pública conceituar e aprofundar os estudos sobre gestão escolar; investigar a compreensão da equipe gestora em relação ao trabalho da gestão escolar, bem como resultados de uma prática eficiente da gestão. 
Além de compreender o saber como um todo para a atuação correta nas práticas escolares da vida. Para desempenhar tal função, existem 6 pilares da Gestão escolar a serem considerados: 
⋅Gestão pedagógica: responsável pelo planejamento dos propósitos, conteúdos e métodos relacionados diretamente à educação.
⋅Gestão administrativa: estabelece o cuidado e manutenção da estrutura da escola que garantam seu funcionamento. O que inclui recursos físicos, materiais e financeiros. Gestão Financeira: viabiliza os recursos, mantenedores da ação administrativa, através das finanças que precisam estar equilibradas e saudáveis.
⋅Gestão de Pessoas: inclui especialmente alunos, professores, coordenadores, funcionários, fornecedores e pais. Em geral, todos aqueles que podem afetar de alguma forma os objetivos estabelecidos.
⋅Gestão de Comunicação: está ligada diretamente à gestão de recursos humanos. Afinal diz respeito à troca entre transmissão e recepção da mensagem por pessoas.
⋅Gestão de Tempo e Eficiência dos Processos: é um exercício constante em favor do aumento da produtividade, a fim de garantir maior previsibilidade de desafios e potenciais.
 Esses alicerces centralizam a autonomia dentro da administrativa, tanto financeira como pedagógica. Sabemos que apesar de interdependentes, presa–se o bom desenvolvimento entre esses pontos, para que haja o um desempenho satisfatório da instituição. Cabe ao gestor envolver-se e atuar em diferentes áreas.
3.1. PAPEL DO GESTOR
O tema gestão escolar democrática é bastante discutido atualmente, pois procura soluções para uma transformação no sistema atual de ensino, destacam -se as mudança s que se direcionam a descentralização do poder, a necessidade de um trabalho realizado com ampla participação de todos os membros d a escola e da comunidade, para envolver a sociedade como um todo. 
Considera-se que esse processo é de grande relevância e importância para o início de uma transformação, é necessário que ele ocorra por etapas, proporcione um ambiente de trabalho que seja favorável a essas inovações, buscam-se pessoas preparadas e motivadas, que se envolvam, sujeitos que participem direta ou indiretamente desse processo educacional. Na área da educação, a escola é responsável pela transmissão do conhecimento, porém, no mundo globalizado, exige -se que a escola tenha uma nova concepção e uma forma diferenciada de se trabalhar, ou seja, uma constante renovação na sua postura, para transmitir um conhecimento de nível elevado para preparar o aluno para ser criativo e pensante, com objetivo de formar cidadãos críticos e que se comprometam a uma participação mais efetiva, para obter resultados com eficácia, favoráveis ao desenvolvimento da escola. 
 Com isso, o gestor escolar necessita criar situações para romper barreiras entre a teoria e a prática . O ponto de partida para que ocorram mudanças significativas no sistema escolar é o de uma gestão mais democrática onde todos possam participar deste processo, opinar com ideias coerentes, de acordo com as prioridades do estabelecimento. 
A educação no Brasil vem sendo marcada, desde o período colonial, pela influência dos países mais desenvolvidos passando por vários momentos, de intensas lutas para atingir o objetivo de uma escola nova, pública, única e democrática que atenda a todos independente de sua classe social. Ao longo dos anos a educação vem sendo dividida, existindo uma distância entre as leis previstas no papel e as leis que foram executadas. As leis são feitas, mas não se providenciam recursos para que sejam cumpridas. Observa-se, no entanto, que o bloqueio contra o acesso e a permanência na escola tem sido furado algumas vezes e em alguns lugares. Mais isso nunca se deu em decorrência da ação dos poderes públicos, e sim como resultado da organização e da luta das classes populares em defesa dos seus direitos em matéria educacional (PILLETTI, 1997, p. 22). Segundo LUCK (2005 ), é no ano de 1980 que o movimento e m favor da descentralização e da democratização da gestão das escolas públicas é iniciado. 
A partir do início da década de 1980, com a chamada transição democrática, a sociedade brasileira delineou um novo quadro de mobilização e organização social, suficientemente amplo para provocar mudanças nas relações de poder em todas as áreas, inclusive na educação. Essas mudanças exigiram o redimensionamento de toda a comunidade escolar, nos processos de tomada de decisões, tornando-se, assim, o principal elemento de democratização no espaço escolar. (HORA, 1994, p. 56). Segundo LUCK (2005 ), é no ano de 1980 que o movimento e m favor da descentralização e da democratização da gestão das escolas públicas é iniciado. A partir de então, surgem várias. A constituição Federal de 1988 já apontava para modificações necessárias na gestão educacional, com vistas a imprimir-lhes qualidade. Do conjunto dos dispositivos constitucionais sobre educação, é possível inferir que essa qualidade diz ao respeito caráter democrático, cooperativo, planejado e responsável da gestão educacional, orientado pelos princípios arrolados no artigo 206 da mesma. Entre estes, colocam-se a garantis de um padrão de qualidade do ensino e a gestão democrática (FREITAS, 2000, p. 58). Em 1996, a L DB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) nº 9394/96 regularizou o contido na Constituição Federal, acima citada, e ampliou o rumo da democratização. 
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
Esta pesquisa visa discutir a Gestão Escolar, para isso foi necessário conhecer a trajetória histórica, desde o termo Administração Escolar até Gestão Democráticae Participativa, para compreendermos o que influenciou a mudança de termos. Analisar a importância da participação da comunidade em prol de melhorias para o ensino e os desafios que o gestor tem para promover esta gestão.
O procedimento metodológico usado foi a pesquisa bibliográfica. Conforme esclarece Boccato (2006, p. 266 apud PIZZANI, SILVA, BELLO, 2012, p.54),
 A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planejamento sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática, passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação e divulgação. 
O quadro 1 apresenta as fontes secundárias que utilizamos como fundamentos da pesquisa.
Quadro 1- Fontes secundárias utilizadas na pesquisa	
	Autor
	Título do texto
	Local que acessou e data
	LIBÂNEO,
José Carlos
	Organização e gestão da escola: teoria e prática
	Organização e gestão da escola: teoria e prática. Editora Alternativa, 2001. Goiânia - GO.
	LÜCK, Heloisa
	Dimensões da gestão escolar e suas competências
	Dimensões da gestão escolar e suas competências. Editora Positivo, 2009. Curitiba – PR.
	HORA, Dinair Leal da
	Gestão educacional democrática
	Gestão Educacional Democrática. Editora Alínea, 2010. Campinas – SP.
	HORA, Dinair Leal da
	Gestão democrática na escola
	Gestão democrática na escola. 18° edição, Papirus, 2012. Campinas – SP.
Fonte: Organizado pelas autoras, 2020
Articulado com o campo empírico, os estudos bibliográficos foram constantes e relevantes para a produção científica produzida durante e ao final da trajetória de pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo nos possibilitou um novo olhar para organização da gestão escolar e demonstrou que, para haver novas relações entre escola e comunidade é preciso ser promovida a efetivação da democratização no campo educacional, repensando a teoria e a prática e suprindo os controles formais.
Sendo a forma mais adequada de gestão educacional, a democratização, requer conquistar a própria autonomia escolar, visto que, sua trajetória traz a descentralização, o crescimento profissional e a valorização da escola, da comunidade e, consequentemente, do gestor e da equipe que está envolvida no processo, que precisa fundamentalmente, de parcerias sólidas e comprometidas com uma educação inovadora, no sentido de proporcionar maiores opções de elevar o conhecimento de seus alunos.
Observamos que há distância do discurso sobre gestão democrática e a prática na educação, pois ainda não há uma conscientização dos profissionais da escola, pais e da comunidade. Os mesmos não participam das reuniões, debates e outros processos decisórios e nem para tratar dos problemas da comunidade escolar que refletem nos resultados do processo de ensinar e aprender. Pois ainda há uma ruptura entre a escola e a comunidade, como se uma não dependesse da outra, então cabe ao gestor promover mecanismo e criar espaços na escola para o envolvimento de todos, como: o Conselho Escolar, Conselho de Classe, APM (Associação de Pais e Mestre) e o Grêmio Escolar. 
Contudo, para promover uma educação mais justa, igualitária e de qualidade é preciso articular toda a comunidade escolar em prol do objetivo maior da instituição, que deve ser o da formação integral dos alunos, buscando uma educação transformadora em que o educando seja um cidadão ativo e crítico, capaz de atuar de forma participativa e transformadora da sociedade em que está inserido.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996. Disponível em: 
<https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/559748/lei_de_diretrizes_e_bases_3ed.pdf?seque nce=1&isAllowed=y>. Acesso em: 1 jun. 2020.
DRABACH, Neila Pedrotti. Dos Primeiros Escritos Sobre Administração Escolar no Brasil aos Escritos Sobre Gestão Escolar: Mudanças e Continuidades. Manancial, 2009. Disponível em: 
<https://repositorio.ufsm.br/handle/1/1573>. Acesso em: 26 mai. 2020.
FARIA, Marcelo da Silva; FERREIRA, Lúcia Alves Tomaz dos Santos; GONTIJO, Evailda da Silva. 
Gestão Democrática e Participativa: uma ferramenta para otimizar a educação. Rio Verde – GO. 
2018.
HORA, Dinair Leal da. Gestão democrática na escola. 18. ed. Campinas, SP. Papirus, 2012.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2001.
LÜCK, Heloisa. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009.
PIZZANI, Luciana; SILVA, Rosemary Cristina da; BELLO, Suzelei Faria. A Arte da Pesquisa Bibliográfica na Busca do Conhecimento. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, ISSN 1678-765X, Campinas, v.10, n.1, p.53-66, jul. /dez. 2012.
SANTOS, Ana Lucia Felix dos. Gestão Democrática da Escola: Bases Epistemológicas, Políticas e 
Pedagógicas. Anped, 2006. Disponível em: <http://www.anped.org.br/sites/default/files/gt052114.pdf>. Acesso em: 26 mai. 2020.
SILVA, Jéssika Nogueira da. Os desafios da gestão democrática: Políticas Públicas e Gestão da Educação. In: EDUCERE – XIII CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, ISSN 2176-1396, 2017, Campo Grande, MS.
SILVA, Josias Benevides da. Um olhar histórico sobre a gestão escolar. Educação em Revista, 2007, v.8, n. 1, p. 21-34. Disponível em: 
<http://www.bjis.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/view/616>. Acesso em: 26 mai. 
2020.
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OS DESAFIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA NA 
 
ESCOLA
 
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arcilene 
Santos Ortega
 
RESUMO 
 
O presente artigo aborda a evolução da gestão democrática h
istoricamente na educação, para 
contextualizar a gestão democrática proposta pela Lei de Diretrizes e Bases, Lei n. 9394, de 20 de 
dezembro de 1996. (LDB), para as instituições de ensino. Trata
-
se de uma
 
pesquisa literária abordando 
o contexto histórico da
 
gestão escolar, como surgiu, sua finalidade e enfatiza os desafios do gestor 
educacional, assim como o desenvolvimento de ações voltados para gestão escolar. Apresenta
-
se as concepções e objeções sobre gestão escolar na visão de teóricos que discutem essa
 
temática. 
Tem por objetivo analisar a importância da gestão democrática e os desafios desta democracia 
no âmbito da escola. Dessa maneira, busca
-
se contribuir de maneira significativa com estudos 
voltados para gestão democrática e participativa, assim com
o, na prática e no cotidiano das 
escolas. Essa pesquisa pauta
-
se na revisão bibliográfica, baseando
-
se nas obras de autores como: 
Libâneo (2001), Lück (2009) e Hora (2012), que apresentam importância de uma gestão pautada 
na democracia
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participativa, com o
 
foco de melhorar o desenvolvimento das práticas 
administrativas, pedagógicas e de ensino
-
aprendizagem. Na gestão democrática, é 
imprescindível a participação de todos, na tomada de decisões e no funcionamento da 
organização escolar. 
 
PALAVRAS
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CHAVE:
 
Demo
cracia. Gestão. Organização. Participativa.
 
INTRODUÇÃO
 
O
 
presente trabalho 
está
 
fundamentado numa
 
pesquisa
 
qualitativa, que irá abordar 
revisões
 
bibliográficas, com enfoque em teóricos 
que tratam 
da
 
gestão democrática e 
participativa,
 
no âmbito 
educa
cional
.
 
 
Este estudo trará questionamentos
 
norteadores para essa pesquisa bibliográfica tais como:
 
O que é gestão escolar? Quais as 
funções da gestão escolar
? 
Quem faz parte da
 
gestão escolar
? 
Quais os principais
 
desafios da
 
gestão escolar?
 
Entre ou
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O
 
texto
 
aqui apresentado tem como objetivo geral
: 
analisar os desafios enfrentados
 
pel
os 
gestores
 
de uma escolapública
,
 
conceituar e aprofundar os 
estudos sobre
 
gestão 
escolar; investigar
 
a compreensão da equipe gesto
ra em relação ao trabalho da gestão 
escolar, bem
 
como resultados de uma prática eficiente da gestão. 
 
 
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OS DESAFIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA NA 
ESCOLA 
Marcilene Santos Ortega 
RESUMO 
O presente artigo aborda a evolução da gestão democrática historicamente na educação, para 
contextualizar a gestão democrática proposta pela Lei de Diretrizes e Bases, Lei n. 9394, de 20 de 
dezembro de 1996. (LDB), para as instituições de ensino. Trata-se de uma pesquisa literária abordando 
o contexto histórico da gestão escolar, como surgiu, sua finalidade e enfatiza os desafios do gestor 
educacional, assim como o desenvolvimento de ações voltados para gestão escolar. Apresenta-
se as concepções e objeções sobre gestão escolar na visão de teóricos que discutem essa temática. 
Tem por objetivo analisar a importância da gestão democrática e os desafios desta democracia 
no âmbito da escola. Dessa maneira, busca-se contribuir de maneira significativa com estudos 
voltados para gestão democrática e participativa, assim como, na prática e no cotidiano das 
escolas. Essa pesquisa pauta-se na revisão bibliográfica, baseando-se nas obras de autores como: 
Libâneo (2001), Lück (2009) e Hora (2012), que apresentam importância de uma gestão pautada 
na democracia-participativa, com o foco de melhorar o desenvolvimento das práticas 
administrativas, pedagógicas e de ensino-aprendizagem. Na gestão democrática, é 
imprescindível a participação de todos, na tomada de decisões e no funcionamento da 
organização escolar. 
PALAVRAS-CHAVE: Democracia. Gestão. Organização. Participativa. 
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho está fundamentado numa pesquisa qualitativa, que irá abordar 
revisões bibliográficas, com enfoque em teóricos que tratam da gestão democrática e 
participativa, no âmbito educacional. 
Este estudo trará questionamentos norteadores para essa pesquisa bibliográfica tais como: 
O que é gestão escolar? Quais as funções da gestão escolar? Quem faz parte da gestão escolar? 
Quais os principais desafios da gestão escolar? Entre outros. 
 O texto aqui apresentado tem como objetivo geral: analisar os desafios enfrentados pelos 
gestores de uma escola pública, conceituar e aprofundar os estudos sobre gestão 
escolar; investigar a compreensão da equipe gestora em relação ao trabalho da gestão 
escolar, bem como resultados de uma prática eficiente da gestão.