Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cinética bacteriana Genoma bacteriano Constituintes (pág 211) A maioria das informações genéticas de uma célula bacteriana está contida em unidades genéticas independentes denominadas replicons (cromossomo e plasmídios), que apresentam capacidade de autorreplicação. Alguns genes podem estar contidos em transposons, que não apresenta, replicação autônoma, dependendo de um replicon para duplicar-se. A maioria das bactérias é haploide, apresentam um único cromossomo circular, composto de DNA de cadeia dupla. Muitas bactérias possuem genes adicionais em moléculas de DNA circulares, autorreplicativas e de localização extracromossômica denominados plasmídios. Os plasmídios pequenos, menor que 10 kb (kilobase, corresponde a 1000 pares de bases na molécula de DNA) não apresentam a característica de autotransferência de uma célula bacteriana para outra. Os plasmídios grandes, maiores que 30Kb estão presentes em duas ou somente uma cópia por célula, e sua replicação é controlada do mesmo modo que a cromossômica, são capazes de autotransferência por um mecanismo chamado conjugação. Características bacterianas determinas por plamídios: • Resistência a antibióticos • Capacidade de produzir substancias antimicrobianas • Capacidade metabólica extra OBS: DNA de origem viral também é amplamente encontrado em bactérias, esses vírus são denominamos bacteriófagos. Quando o bacteriófago infecta uma bactéria, seu ácido nucleico passa a constituir elemento genético extra cromossômico, capaz de se auto replicar e se transferir de uma célula bacteriana para outra. Após infectar a bactéria, pode ocorrer o ciclo lítico, com lise da bactéria, ou ciclo lisogênico, com interação do DNA viral ao cromossomo da bactéria. Os transpossons (pág 213) são fragmentos de DNA linear de fita dupla, apresentando no mínimo 5000 pares de bases, são também conhecidos como elementos móveis, pois possuem capacidade de se mover de um locus para outro no genoma, graças à presença de sequencias de DNA designadas sequencias de inserção (IS); essa sequência é codificada pela produção de uma enzima denominada transposase, responsável por esse movimento. Os transpossons são encontrados em células tanto procarióticas quanto eucarióticas. Replicação do material genético (pág 213) Antes da divisão celular, ocorre a replicação do DNA, iniciada numa região denominada locus ori, associada à membrana celular. A replicação é altamente controlada, e quatro é o número máximo de cromossomos por célula em divisão. Mutação e rearranjo de genes (pág 214) As mutações são alterações hereditárias em uma sequência de bases do ácido nucleico, sendo denominada mutante a linhagem que carrega a alteração. As mutações podem originar-se de simples substituições de bases, deleções, inserções e rearranjos de genes. Mutações espontâneas e induzidas (pág 214) As mutações espontâneas podem ocorrer pela ação de radiações naturais, ou ainda durante a replicação, como resultado de erros de pareamento de bases, a frequência dessas mutações é baixa. Define-se como mutação simples ou de ponto a sequência de DNA alterada em uma única posição. Quando um nucleotídeo resultar na formação de um códon sinônimo, a mutação é denominada silenciosa, pois o efeito da mutação não será aparente. Se a substituição simples de base resultar na formação de um códon com sentido diferente, é denominado mutação de sentido errôneo. Se houver formação de códons terminais, que resulta no término prematuro da síntese proteica, levando a formação de proteínas incompletas, esse tipo é denominado de mutação sem sentido. Agentes mutagênicos (pág 215) No caso das mutações induzidas, elas podem ser aumentadas pela exposição das células a agentes mutagênicos, que podem ser químicos ou físicos. Os mutagênicos químicos atuam através de alterações da estrutura física ou química do DNA, podendo agir de várias maneiras: • Como análogos das bases nulceotídicas • Por modificação das bases do DNA • Intercalando a molécula de DNA Dentre os mutagênicos físicos, tem-se as radiações, ionizantes ou não ionizantes, sendo a ultima a mais utilizada em genética microbiana; o principal efeito da radiação UV é a indução de ligação cruzada entre pirimidinas adjacentes, através de ligações covalente, formando dímeros, e interrompendo a sequencia normal de pareamento entre bases das fitas das moléculas de DNA. Os mutagênicos biológicos são representados pelos transpossons, os elementos transponíveis tem sido usados na obtenção de mutantes, pois podem causar a perda da atividade dos genes dentro dos quais se inserem. Mecanismos de recombinação genética (pág 217) Recombinação genética é o processo pelo qual moléculas distintas de DNA são combinadas numa mesma molécula, por um processo físico de quebra e ligação dessas moléculas. Em procariotos ocorre quando há introdução de fragmento de DNA de uma célula doadora em uma célula receptora. Os genes transferidos podem integrar-se ao cromossomo bacteriano ou permanecer como elementos extracromossomais. A recombinação pode ser homóloga, envolve a troca genética entre sequências com alto grau de similaridade, ou sítio-específica, envolvendo sequências distintas de DNA com pouca ou nenhuma homologia, também pode ser ilegítima, onde eventos que ocorrem não envolvem alto grau de homologia nem sequências específicas de DNA. A recombinação homóloga pode ocorrer entre quaisquer dois fragmentos de DNA homólogo, esses fragmentos podem ser: • Duas moléculas lineares de DNA, • Um fragmento linear e o cromossomo circular, • Uma molécula circular (plasmídeo ou bacteriófago) e o cromossomo também circular. OBS: em bactérias a recombinação homóloga envolve a participação de uma proteína denominada RecA, que pode facilitar a interação entre moléculas de DNA a serem recombinadas. Outra proteína envolvida no processo é a endonuclease, com capacidade de desenrolar a molécula de DNA. Mecanismos de transferência de material genético (pág 218) Existem três mecanismos distintos pelos quais a transferência de material genético pode ocorrer: • Transformação, na qual células receptoras incorporam moléculas de DNA livre (explicação pág 220) • Conjugação, que envolve a transferência direta de DNA de uma célula doadora para uma célula receptora (explicação pág 220) • Transdução, na qual a transferência de DNA é medida por bacteriófagos ( explicação pág 221) Regulação da expressão gênica (pág 222) O controle da expressão gênica é exercido através da taxa de produção dos RNA mensageiros, ou seja, processa- se pela regulação da produção e atividade de enzimas específicas. Células bacterianas regulam esse processo pela prevenção da transcrição ou tradução, graças a interações entre molécula de DNA e proteínas reguladoras. O processo de transcrição inicia-se na região promotora, onde se liga à RNA polimerase, que é a enzima central do processo de transcrição genética. Proteínas repressoras podem prevenir a transcrição (controle negativo), e proteínas ativadoras podem estimular o início da transcrição (controle positivo). Os operons são transcritos a partir de um único promotor, formando uma longa molécula de RNAm, em seguida, as proteínas individuais são traduzidas separadamente. Vários fatores podem influenciar o mecanismo de regulação da produção e atividade enzimática: • Número de cópias do gene- quanto maior o número de cópias, maior a concentração do produto final. • Eficiência da transcrição- depende preponderantemente da natureza do promotor • Estabilidade do RNA mensageiro- baseado na razão com que é produzido e no tempo em que persiste de forma ativa na célula • Eficiência de tradução do RNAm em proteína • Estabilidade da proteína produzida- dependendode suas funções específicas. Apresenta diferentes graus de estabilidade. • Eventos pós tradução- as modificações covalentes influenciam na atividade da proteína Engenharia genética (pág 223) A engenharia genética permite a recombinação genética entre espécies distintas, possibilitando a obtenção de organismos com características novas, não encontradas naturalmente. Permite ainda o desenvolvimento de culturas microbiana capazes de produzir substancias de origem eucariótica tais como insulina humana. Apesar da potencialidade dos métodos na obtenção de produtos biotecnológicos, ainda são poucas as proteínas de origem eucariótica que tem sido expressa de forma eficiente e com baixo custo em hospedeiros procarióticos. Além disso, a partir do isolamento e da purificação de genes específicos (clonagem de genes), tem se tornado possível a determinação das sequencias nucleotídicas, e das sequências de aminoácidos das proteínas resultantes; além disso, o conhecimento dessas sequencias possibilita a indução de mutações sítio-dirigidas (mutagênese de alta especificidade), com a obtenção de produtos biológicos não obtidos por fontes naturais. (Clonagem de genes na página 225)
Compartilhar