Buscar

Principais ISTs: resumo sobre Sífilis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
 
---------------Sífilis---------------- 
• Doença infectocontagiosa causada pelo Treponema pallidum, uma bactéria de morfologia espiralar, com cerca 
de 8 a 20 espiras. Mede cerca de 6 a 15 micra de comprimento e é dotado de filamentos que permitem movimentos de 
rotação e flexão. Possui um ciclo evolutivo de 30 horas 
• Trata-se de doença sistêmica exclusiva de humanos com períodos bem definidos de atividade clínica e de 
latência, podendo atingir todos os órgãos. Atinge, com maior predominância, os negros e possui populações de risco 
como os homossexuais. Se associada a AIDS, pode se apresentar de forma atípica e mais grave. 
• A transmissão ocorre pelo contato sexual principalmente, podendo haver casos em que um simples beijo pode 
transmitir a doença, desde que a pessoa tenha lesões na mucosa oral. Outras formas de transmissão incluem transfusão 
sanguínea e contaminação vertical em casos de pré-natal falho. 
• Na sífilis, a notificação compulsória às Secretarias de Saúde só é exigida para a sífilis congênita e sífilis na 
gravidez. 
• Na maioria dos casos, o Treponema penetra na mucosa ou semimucosa, sobretudo da área genital, e produz a 
lesão inicial que é conhecida como cancro sifilítico. Seu período de incubação ocorre em torno de 3 a 4 semanas. E 
interessante ressaltar que mesmo antes do aparecimento clínico do cancro, o Treponema já invadiu, desde o momento de 
sua inoculação, o organismo humano através do sistema linfático e/ou sanguíneo. 
• Assim, a Sífilis Adquirida pode ser classificada em 2 períodos. 
✓ Sífilis recente: compreende os aspectos da sífilis primária e secundária, o que ocorre praticamente no 
período de 1 ano da instalação da infecção; 
✓ Sífilis tardia: compreende a sífilis terciária, o que ocorre após o primeiro ano da instalação da doença. 
• Há ainda a forma da Sífilis Latente, quando a infecção está presente mas sem sintomatologia, podendo ser 
latente recente ou latente tardia. 
• A imunidade humoral está presente desde o início da infecção e pode persistir, até mesmo após o tratamento 
("cicatriz sorológica”). 
• Manifestações clínicas: 
A. Sífilis Primária: 
✓ Aparecimento Cancro Duro (ou protossifiloma ou cancro sifilítico, que é uma vasculite com infiltração de 
linfócitos e plasmócitos), uma lesão contagiosa (pela presença elevada do T. pallidum) que geralmente é 
única, indolor, de dimensão de alguns milímetros, exulcerada ou às vezes ulcerada, com bordas duras, em 
rampa, fundo discretamente avermelhado, com mínima serosidade. A localização varia com o sexo: no 
homem, a preferência é pelo sulco balanoprepucial e na glande, enquanto na mulher, a preferência é o colo 
uterino e a vulva; pode ocorrer em outras localizações (lábios, ânus, língua, dedo, amígdalas e outras). O 
cancro duro involui espontaneamente em torno de 30 a 60 dias. 
✓ Existência de adenopatia que sempre acompanha o aparecimento do cancro duro é regional, aflegmásica, 
bilateral e discreta; surge cerca de 7 a 10 dias após a instalação do cancro. 
✓ Pode haver a “sífilis decapitada”, isto é, sem a presença do cancro, como ocorre nas transfusões sanguíneas 
ou em pacientes que no momento faziam tratamento com certos antibióticos para outras doenças eventuais. 
✓ Possibilidade da coexistência de cancro mole produzido pelo Haemophilus ducreyi; trata-se então do 
cancro misto ou cancro de Rollet. 
✓ Possibilidade da existência do cancro redux que nada mais é do que a presença de sífilis recidivante 
surgindo no local do antigo cancro e do pseudocancro redux que corresponde à goma solitária no pênis. 
B. Sífilis Secundária: 
✓ Aparecimento de inúmeras lesões generalizadas em pele e mucosas (sifílides) que podem ser puriginosas 
ou não e surgem, em geral, em média 60 dias após a instalação do cancro inicial. As lesões são inicialmente 
maculares (roséolas sifilíticas) que se transformam em pápulas, muitas das quais se tornam escamosas e 
ganham aspecto psoriasiforme; raramente as sifílides podem ser pustulosas. As lesões nas mucosas são 
chamadas "placas mucosas" que podem ser numerosas, erosivas, de aspecto arredondado ou oval. Em 
certas áreas (ânus, vulva, região inguinal), as sifílides podem ser papuloerosivas e até mesmo ser 
tuberoerosivas (condiloma plano). Quando localizadas nos lábios constituem o “Sinal da lesma” que, por 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
serem erosivas, são contagiosas. Em negros, essas sifílides apresentam aspecto anular e circinado ("sifílides 
elegantes"). Com maior frequência no sexo feminino, as sifílides podem aparecer como lesões 
hipocrômicas na área do pescoço e então recebem a denominação de colar de Vênus. 
✓ Os fâneros podem estar comprometidos: alopecia em clareira, madarose, paroníquia e aníquia. Essas 
sifílides acabam por desaparecer mesmo sem tratamento. 
✓ A sífilis secundária geralmente apresenta outras manifestações como micropoliadenopatia generalizada, 
febre, astenia, artralgias, cefaleia, meningite, emagrecimento, iridocidite, hepatite, esplenomegalia e 
periostite. 
✓ Podem haver imunocomplexos que atingem vários órgãos. 
C. Sífilis Recente Recidivante: 
✓ Lesões papulares, localizadas e com tendência à circinação presentes entre a sífilis secundária e terciária. 
D. Sífilis Maligna Precoce: 
✓ Forma grave em que surgem lesões ulceradas e profundas, inclusive de mucosas. As localizações mais 
frequentes são a face e o couro cabeludo. Ressalte-se que essas lesões podem estar cobertas por crostas 
hemorrágicas com aspecto rupioide, localizadas preferencialmente na face e no couro cabeludo; muitas vezes 
essas lesões são dolorosas. 
✓ Mialgia, febre irregular, inapetência e mal-estar. 
✓ Incidência muito aumentada com o advento da AIDS e pode estar relacionado com a introdução da terapia 
antirretroviral, sendo considerada nesta situação uma manifestação da síndrome de reconstituição 
imunológica. 
E. Sífilis Grave ou tardia: 
✓ Decorre da instalação do processo imunológico celular e humoral e em casos em que não há cura por reações 
de hipersensibilidade celular; 
✓ As manifestações tegumentares da sífilis tardia são únicas ou poucas, localizadas, assimétricas e não 
contagiosas. 
✓ Há lesões tegumentares (16%), cardiovasculares (10%), neurossífilis (6%) e até mesmo morte (10%). 
✓ Lesões Gomosas = inicialmente inclui 1 ou poucos nódulos que sofrem necrose e ulceram; surgem na pele e 
em outros órgãos: ossos, septo ventricular, língua, fígado, estômago, músculos etc. 
✓ Lesões Tuberocircinadas = são tubérculos ou nódulos que às vezes ulceram-se, porém se dispõem 
de maneira reniforme ou arciforme; são de coloração vermelho-amarronzada com descamação, medindo de 
poucos milímetros a muitos centímetros. 
✓ Também pode haver acometimento do sist.. cardiovascular e, de maneira mais grave, do SNC (neurosífilis), 
que corre em cerca de 15 a 40% dos pacientes que adquiriram sífilis primária e não foram tratados. Nem 
sempre apresentam sintomatologia. A neurossífilis pode ser assintomática ou sintomática e suas 
manifestações clínicas, quando ocorrem, podem ser meningite, forma cerebrovascular e parenquimatosa, 
sendo que, às vezes, a forma assintomática. 
✓ A meningite sifilítica pode surgir nos 2 primeiros anos da infecção e caracteriza-se por cefaleia, rigidez da 
nuca, paralisia dos nervos cranianos, náuseas e vômitos. Reage bem ao tratamento e, até mesmo sem 
tratamento, os sintomas podem desaparecer espontaneamente. Nesta forma, o liquor pode não apresentar 
alterações, porém, esse fato não é frequente. 
✓ A forma parenquimatosa da neurossífilis, que é posterior, pode apresentar paralisia geral progressiva, tabes 
dorsalis e atrofia ótica. A paralisia geral progressiva apresenta alterações da memória, do senso crítico e de 
conduta, irritabilidade e desinteresse pela aparência pessoal. Mais tarde, pode haver a piora dos estados 
físico e mental (demência, disartria, tremores, convulsões, alterações da marcha,além de pupilas de Argyll-
Robertson que se caracterizam porpupilas pequenas, irregulares, desiguais, com reflexo de acomodação 
preservado, porém com abolição do reflexo fotomotor). O prognóstico é grave, podendo levar à morte se não 
houver tratamento adequado. 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
✓ Outra forma de manifestação da 
neurossífilis é a tabes dorsalis que surge 
tardiamente (15 a 25 anos após a 
primoinfecção). Nesta forma há lesões nas 
colunas e raízes posteriores da medula e 
dos gânglios da raiz dorsal. O paciente 
apresenta, entre outros sintomas, dores 
lancinantes nos membros inferiores, ataxia, 
incontinência urinária e parestesia. 
Apresenta, também, alterações papilares e 
ausência de reflexos aquileu e patelar, 
atrofia ótica, paralisia ocular e até mesmo, 
articulações de Charcot. As alterações 
liquóricas ocorrem em cerca de 90% dos 
casos. 
F. Sífilis Congênita: 
✓ É a sífilis transmitida da mãe ao feto, 
através da circulação transplacentária, que ocorre, em geral, desde o início da gestação. 
✓ As manifestações clínicas estão relacionadas com o tempo de duração da infecção materna. Se o fato ocorrer 
na fase inicial da gestação, a chance de abortamento é grande; mais tarde, ocorrem, além de natimortos e 
prematuros, as alterações clínicas da doença, que podem surgir dias, meses ou anos mais tarde. As alterações 
clínicas, antes do segundo ano de vida, correspondem à sífilis congênita recente; se surgirem posteriormente, 
é denominada sífilis congênita tardia. 
✓ Impõe-se que a mãe deva realizar uma reação VDRL antes da gestação. Caso contrário, pode ocorrer a morte 
perinatal da criança infectada em cerca de 40% dos casos. Cabe destacar que o aleitamento não é 
contagiante. A infecção transplacentária é mais grave do que a adquirida. Deve-se atentar para o fato de 
ocorrer 30% de infecção fetal se a sífilis tardia da mãe não for tratada antecipadamente. 
✓ Clinicamente, as alterações da sífilis congênita recente compreendem rinite hemorrágica, erupção 
eritematopapulosa, placas mucosas, condiloma latum, fissuras anais e periorais radiadas, bolhas 
palmoplantares, designadas comumente pênfigo sifilítico, microadenopatia, hepato e/ou esplenomegalia e 
osteocondrite; raramente podem ocorrer coroidite e irite. 
✓ Na sífilis congênita tardia ocorrem queratite intersticial, iridociclite, coroidorretinite, hidrartose bilateral de 
Clutton, gomas, tibia em sabre, neurolabirintite com surdez e neurossífilis. São incluídos nessa fase da 
infecção sifilítica os seguintes estigmas: dentes de Hutchinson (incisivos menores e cônicos), que podem 
estar associados a queratite e surdez, o que representa a tríade de Hutchinson. Acrescentam-se ainda os 
seguintes estigmas: molar uniforme, nódulos de Parrot no crânio, nariz em sela, fronte olímpica, fundo de 
olho em "pimenta e sal”. 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
 
• DIAGNÓSTICO: 
✓ Pesquisa de Treponema pallidum = indicada apenas na presença de cancro e de lesões mucocutâneas do 
secundarismo e na sífilis congênita recente. 
✓ Diferencial; 
✓ Microscopia em campo escuro = O local deve ser limpo com soro fisiológico e, após secá-lo, 
deve-se proceder à escarificação. A serosidade que surge deve ser imediatamente disposta em uma lâmina e 
coberta por lamínula. O examinador deve usar luvas. Evidenciam-se treponemas vivos. Nas lesões da 
mucosa oral e da genitália, a interpretação cuidadosa por laboratorista experiente é essencial, devido à 
presença de treponemas saprófitas. 
✓ Impregnação pela prata ou pelo método da tinta da China = Em material fixado com intuito de evidenciar 
treponemas no material biopsiado. 
✓ Imunofluorescência direta = Colhe-se o fragmento de pele de lesão suspeita e coloca-se o anticorpo 
marcado sobre o material onde se deseja revelar o antí- geno específico (T. pallidum). O exame é altamente 
específico. 
✓ Reação em cadeia por polimerase; 
✓ Histopatologia; 
✓ Exame de líquor = Contagem celular (5 a 9 linfócitos/ml é suspeito; 10 ou mais linfócitos/ml é anormal); 
Dosagem de proteínas superior a 40 ml% é anormal; Títulos elevados de IgM e IgG; Reações sorológicas... 
✓ Sorologia = é a + empregada, podendo apresentar: 
a. Reações não treponêmicas: reações lipídicas, também denominadas imunolipídioreações, podem 
ser: de macro ou microfloculação (VDRL, RPR, reagina sética não aquecida etc.) ou de fixação de 
complemento; O antígeno empregado é uma associação de cardiolipina, colesterol e lecitina. 
Podem ser divididas em transitórias e persistentes. As reações transitórias são aquelas que se 
negativam dentro de 6 meses, como as que podem ser encontradas na malária, gravidez, 
mononucleose infecciosa, viroses, após vacinação antivariólica, toxicomania, pneumonia viral, 
tuberculose, endocardite e outras. As reações persistentes são aquelas que permanecem positivas 
além de 6 meses, como as que podem ser encontradas na hanseníase virchowiana (35%) e doenças 
de autoimunes (lúpus entre outras). 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
b. Reações treponêmicas: 
Compreendem o teste de 
imobilização do treponema (TPI), 
o teste de Reiter, o teste de 
hemaglutinação do T. pallidum 
(TPHA), o FTA-ABS e o FTA-ABS-
IgM. Destes, o mais utilizado é o 
FTA-ABS (ABS - absorção de 
anticorpos treponêmicos com cepas 
de treponema de Nichols antes de se 
aplicar o antissoro anti-T. pallidum 
com fluoresceína). São reações que 
apresentam alta sensibilidade e 
especificidade 
c. Fenômeno prozona: em soros com 
excesso de anticorpos por não haver 
floculação nas diluições iniciais, 
gerando falso negativo. 
• Tratamento: 
✓ Foi possível graças ao advento da penicilina, 
cuja dose e tempo de uso devem ser feitos de 
acordo com o estágio da doença. 
✓ Sífilis Recente: tratamentos curativos que 
devem ser seguidos a risco pelo paciente, com 
a. Penicilina G benzatina com 2.400.000 UI 
dose única IM (primária) ou de 717 dias 
IM por 2 semanas; dose total 4.800.000 UI 
(secundária ou latente recente); 
b. Penicilina G procaína, 600.000 UI IM/dia, por 
10 dias. 
c. Tetraciclina, 500 mg VO, de 6/6 h, por 15 dias; 
d. Eritromicina, 500 mg VO, de 6/6 h, por 15 dias; 
e. Doxiciclina, 100 mg VO, de 12/12 h, por 15 
dias. 
✓ Sífilis tardia: 
a. Penicilina benzatina, 2.400.000 UI IM a cada 7 dias, por 3 semanas (dose total 7.200.000 UI); 
b. Tetraciclina, 500 mg VO, de 6/6 h, por 30 dias; 
c. Eritromicina, 500 mg VO, de 6/6 h, por 30 dias; 
d. Doxiciclina, 100 mg VO, 12/12 h, por 30 dias. 
✓ Neurossífilis: 
a. Penicilina G cristalina, 18 a 24 milhões, UI IV/dia (3 a 4 milhões UI 4/4 h), por 10 a 14 dias; 
b. Penicilina G procaína, 2,4 milhões UI IM/dia, mais probenecida, 500 mg VO, 4 vezes/dia, por 14 dias. 
OBS: ambas as opções devem ser seguidas de penicilina G benzatina, 2.400.000 UI IM, semanalmente, 
por 3 semanas consecutivas. E, embora não existam dados clínicos definitivos sobre 
terapêuticas alternativas (casos de alergia à penicilina) para neurossífilis, a ceftriaxona, 1 a 2 g/dia, por 14 
dias, parece ser a mais eficaz, que não deve ser usada quando há história de anafilaxia. 
✓ Sífilis congênita: O tratamento deve ser instituído no caso em que a mãe não tenha sido tratada ou de 
maneira inadequada. Antes, porém, o exame do liquor deve ser realizado. Recém-natos de mães tratadas 
adequadamente deverão fazer VDRL e se este for maior do que o da mãe e/ou apresentar qualquer alteração 
clínica, realizar hemograma, radiografia de ossos longos e análise do liquor. Agir conforme preconizado 
anteriormente em caso de qualquer anormalidade encontrada. 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
✓ Gestantes: Se não houver alergias, o tratamento deve ser feito como já citado. Não há alternativa 
terapêutica eficaz para grávidas alérgicas à penicilina. Nesses casos, deve-se proceder à dessensibilização. Na 
impossibilidade desta, o antibiótico a ser empregado deverá ser a eritromicina (esterato ou etilsuccinato). 
Pacientestratadas durante a segunda metade da gravidez estarão sob risco de trabalho de parto prematuro e/ou 
sofrimento fetal se o tratamento desencadear a reação de Jarisch-Herxheimer. 
✓ Casos associados a HIV: devem ser tratados como os demais pacientes assim como ser feita 
a punção liquórica, de acordo com cada manifestação. Em pacientes infectados 
pelo HIV, falhas terapêuticas são mais frequentes e, por isso, devem ser monitorados mais regularmente. O 
controle clínico e sorológico deve ser realizado mensalmente nos primeiros 6 meses. 
 
✓ Complicações: 
a. Reação de Jarisch-Herxheimer. Na sífilis, sobretudo na fase secundária, é caracterizada por cefaleia, 
febre, calafrios, artralgias, mialgias; a exacerbação das lesões pode ocorrer cerca de 4 a 12 h após o 
início do tratamento com penicilina. Tal reação se deve à liberação súbita e maciça de antígenos 
treponêmicos. O paciente deverá ser advertido previamente para tal possibilidade, uma vez que poderá 
abandonar o tratamento pensando tratar-se de reação alérgica medicamentosa. Essa reação deverá ser 
tratada com analgésicos e repouso. A reação desaparece em cerca de 24 h. Pode ser evitada com a 
administração prévia de 20 mg de prednisona oral, tetraciclina ou eritromicina, 1 g/dia, por 2 a 3 dias 
antes do início da terapia. 
b. Reação de Hoigne. Caracteriza-se por taquicardia, elevação da pressão arterial, distúrbios audiovisuais, 
sintomas psicóticos agudos e, eventualmente, convulsão; dura cerca de 30 min. Ocorre com o uso de 
penicilina procaína em aproximadamente 1:1.000 casos tratados. 
c. Reação paradoxal. Seria devida à liquefação das gomas, após o início do tratamento, levando ao 
agravamento do quadro clínico, cujas manifestações estarão relacionadas com a estrutura acometida. 
d. Reações alérgicas. Choque anafilático é raro, mas pode levar ao óbito. 
✓ Cura: a cura bacteriológica processa-se antes da cura clínica. Apenas 24 h após a administração de 
penicilina, o paciente poderia ser liberado para reiniciar suas atividades sexuais, mas, por questões de segurança, 
deve-se esperar mais 1 dia. Deve-se solicitar VDRL aos 3,6 e 12meses após o tratamento. 
✓ Existem casos de Sífilis endêmica (bejel), caracterizada por um público-alvo de populações de baixo nível 
socioeconômico e sanitário; Contaminação direta não sexual; Incidência maior em crianças; Congenitalidade 
rara, visto que a gestante, tendo adquirido a sífilis em criança, já se encontra no período tardio; Raridade das 
manifestações cardiovasculares e neurológicas.

Continue navegando