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Sífilis Congênita

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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 
 
 
INTRODUÇÃO: 
- É uma doença infecciosa de transmissão 
vertical (materno-fetal) causada pela bactéria 
Treponema Pallidum 
- A infecção congênita pode acometer 
praticamente todos os órgãos e sistemas, o 
que pode resultar em má formação, morte 
fetal ou neonatal 
- Mesmo tendo tratamento eficaz e de baixo 
custo, vem-se mantendo como problema de 
saúde pública até os dias atuais 
AGENTE ETIOLÓGICO: 
- A sífilis é causada por uma bactéria 
chamada Treponema pallidum, gênero 
Treponema, da família Treponemactaceae 
- O T. pallidum tem formato espiralado 
(espiroquetas) de 10 a 20 voltas, apresenta 
flagelos que se iniciam na extremidade distal 
da bactéria e encontram-se junto à camada 
externa ao longo do eixo longitudinal. Move-
se para trás e para frente rodando em torno 
de seu maior comprimento 
 
- É um patógeno exclusivo do ser humano 
- É facilmente destruído pelo calor, água e 
sabão, não resistindo muito tempo fora do 
seu ambiente (26 horas) 
- Divide-se transversalmente a cada 3 horas 
- A doença pode ser transmitida por via 
sexual, sendo que o contato com as lesões 
contagiantes pelos órgãos genitais é 
responsável por 95% dos casos de sífilis, 
(sífilis adquirida) e verticalmente pela 
placenta da mãe para o feto (sífilis 
congênita). A bactéria penetra a mucosa 
íntegra ou a pele lesionada e se dissemina 
pelo organismo 
- O treponema é muito sensível à penicilina 
 
CLÍNICA: 
- A evolução natural da doença mostra a 
alternação entre períodos de atividade, com 
diferentes estágios, sintomatologias e 
características clínicas e imunológicas 
distintas (sífilis primária secundária e 
terciária) e períodos de latência (sífilis 
latente) 
- A sífilis primária é caracterizada por uma 
lesão específica – cancro duro ou 
protossifiloma - que surge no local da 
penetração do T. pallidum entre 10 e 90 dias, 
mas em geral até 3 semanas após o 
contágio. O cancro costuma ser único, indolor 
e sem manifestações inflamatórias em volta 
da lesão, com bordas endurecidas e fundo 
liso, inicialmente de coloração rósea que 
evolui para avermelhada. Essa lesão é rica 
em bactérias 
- Essa lesão pode passar despercebida por 
ser pequena, principalmente nas mulheres, 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 
 
por ficar escondida entre os pelos pubianos 
ou dentro da vagina 
- Após 1 ou 2 semanas pode haver uma 
reação ganglionar múltipla e bilateral, de 
nódulos duros e indolores 
- Essa ferida desaparece sozinha, 
independente de tratamento após 3-6 
semanas, levando a falsa impressão de cura 
espontânea 
 
- Após o período de latência, os sinais e 
sintomas aparecem entre 6 semanas e 6 
meses da cicatrização da ferida inicial, sendo 
em média de 6-8 semanas, marcando o 
retorno da atividade da doença 
- O acometimento afetará a pele e órgãos 
internos, podendo ocorrer manchas por todo 
corpo, que geralmente não coçam, incluindo 
palmas das mãos e plantas dos pés 
- As lesões sifílides ocorrem por surtos e de 
forma simétrica, podem se apresentar como 
maculas de cor eritematosa, sendo ricas em 
bactéria e altamente contagiosas 
- O acometimento das regiões palmares e 
plantares é bem característico da forma 
secundária 
- Febre, dor de cabeça, inapetência, mal-
estar e linfonodos aumentados espalhados 
pelo corpo podem ocorrer 
- A fase secundária evolui no 1º e 2º ano da 
doença com novos surtos que regridem 
espontaneamente intercalados por períodos 
de latência cada vez maiores. Por fim, os 
surtos desaparecem, e um grande período de 
latência se estabelece 
 
- Os pacientes na fase de sífilis terciária 
desenvolvem lesões localizadas envolvendo 
pele e mucosas, comprometimento do 
sistema nervoso central, cardiovasculares e 
ósseos, podendo levar até a morte. Pode 
surgir de 2 a 40 anos após o início da 
infecção. Na pele, as lesões são nódulos, 
tubérculos e placas nódulo-ulceradas, as 
lesões são solitárias ou em pequeno número, 
assimétricas, endurecidas com bordas bem 
marcadas, formando segmentos de círculos. 
Em geral a característica das lesões 
terciárias é a formação de granulomas 
destrutivos (gomas) e ausência quase total 
de treponemas 
 
SÍFILIS CONGÊNITA: 
- É o resultado da disseminação 
hematogênica do Treponema pallidum, da 
gestante infectada não-tratada ou 
inadequadamente tratada para seu bebê, por 
via transplacentária 
- Das doenças que podem ser transmitidas 
durante a gestação e parto, a sífilis e a que 
apresenta maiores taxas de transmissão. Por 
isso é importante fazer os testes para 
detectar e tratar corretamente a mulher e seu 
parceiro sexual durante o pré-natal 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 
 
- O tratamento da gestante deve ser feito 
sempre com penicilina, mesmo em casos de 
hipersensibilidade, quando se processa a 
dessensibilização, pois outra droga não trata 
o feto 
- A taxa de mortalidade fetal e perinatal por 
sífilis congênita continua elevada (40 a 50%) 
e a pesquisa da sífilis faz parte do screening 
pré-natal obrigatório para todas as gestantes 
que frequentam os serviços públicos de 
saúde, não se justificando a ocorrência de 
infecção congênita 
- Os sinais e sintomas podem se manifestar 
logo após o nascimento, durante ou depois 
dos 2 anos de vida da criança. Em neonatos 
infectados, as manifestações da sífilis são 
classificadas como congênita precoce 
(nascimento até os 2 anos) e congênita tardia 
(após os 2 anos de idade). Os sobreviventes 
podem ser assintomáticos em mais de 50% 
dos casos, e os primeiros sintomas 
geralmente aparecem nos primeiros 3 meses 
de vida. Por isso, é muito importante a 
triagem sorológica da mãe no pré-natal 
- Segundo orientação do Ministério da Saúde, 
gestantes devem coletar VDRL na primeira 
consulta de pré-natal, no 3º trimestre de 
gestação e no momento do parto 
SÍFILIS CONGÊNITA PRECOCE: 
- Surge até o 2º anos de vida, mas é mais 
evidente até a 5ª semana e deve ser 
diagnosticada por meio de uma avaliação 
epidemiológica criteriosa da situação materna 
e de avaliações clínica, laboratorial e de 
estudos de imagem na criança 
- O diagnóstico na criança não é tão simples, 
visto que mais da metade de todas as 
crianças é assintomática ao nascimento e, 
naquelas que apresentam sinais e sintomas, 
a expressão clínica podem ser discretos e 
inespecíficos 
- A forma disseminada da infecção (sífilis 
congênita major) manifesta-se no momento 
do nascimento e é de elevada mortalidade 
(até 25%), mesmo quando tratada de forma 
adequada. O sinal mais sugestivo é o 
comprometimento da pele das mucosas, 
exantema maculopapular e bolhoso, com 
presença mais intensa na palma da mão e na 
planta dos pés (pênfigo palmoplantar) 
 
- As principais características dessa 
síndrome são, excluindo outras causas, 
prematuridade, baixo peso ao nascer, 
hepatomegalia com ou sem esplenomegalia, 
lesões cutâneas (exemplo, pênfigo palmo-
plantar), periostite ou osteíte ou 
osteocondrite,- metafisite (sinal de 
Weimberg),pseudoparalisia dos membros, 
sofrimento respiratório, rinite sero-
sanguinolenta, icterícia, anemia, 
trombocitopenia, meningoencefalite e 
lifadenopatia generalizada. 
- O quadro clínico clássico da sífilis congênita 
precoce se manifesta nos 2 primeiros anos 
de vida e é expresso por exantema 
maculopapular e bolhoso, mais intenso na 
palma das mãos e na planta dos pés (pênfigo 
palmoplantar) e rinite sero-sanguinolenta 
SÍFILIS CONGÊNITA TARDIA: 
- Aparece após o 2º ano de vida do infectado 
e corresponde a fase terciária da sífilis do 
adulto 
- Deve-se estar atento na investigação para a 
possibilidade de a criança ter sido exposta ao 
T. pallidum por meio de exposição sexual 
 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 
 
- Consistem em lesões típicas e aparecem 
em consequência da substituição dos órgãos 
por tecidos de granulação sifilítica. São eles: Fronte olímpica 
 Cicatrizes nasolabiais das rágades na 
face 
 Nariz em sela 
 Maxila curta 
 Molares em amora (Mozer) 
 Sinal de Higoumenakis (alargamento 
da clavícula) 
 Dentes de Hutchinson 
 Tíbia em sabre 
 Palato em ogiva 
 Goma do véu do paladar 
 Dificuldade no aprendizado 
 Hidrocefalia 
 Retardo mental 
 
- Outro tipo de lesão característica desse 
período é de natureza imunoalérgica 
(geralmente invalidante), mas que pode ser 
evitada se o tratamento da infecção sifilítica 
na criança acontecer até o 3º mês de vida 
extrauterina. São elas: 
 Surdez por lesão do VIII par craniano 
 Artropatia de Clutton (artrite de 
joelhos) 
 Queratite intersticial que pode evoluir 
para cegueira 
- O tempo de evolução da infecção congênita 
é extremamente variável e resultará em 
deformidades em que o tecido ósseo e 
cutaneomucoso pode ser destruído e 
substituído por tecido de granulação sifilítica, 
que geralmente é interrompido com o 
tratamento 
DIAGNÓSTICO: 
- É baseado em critérios clínicos, 
laboratoriais e epidemiológicos 
- Diagnóstico laboratorial da infecção sifilítica 
pode ser feito por meio de exames diretos 
para a identificação do Treponema pallidum 
ou indiretos, para a avaliação da presença de 
anticorpos sanguíneos contra o agente 
infeccioso 
- Na sífilis congênita, o VDRL deve ser 
utilizado para realizar triagem dos recém-
nascidos possivelmente infectados, filhos de 
mães com teste não-treponêmico reagente 
na gravidez ou parto, para que sejam 
investigados com exames complementares. 
Permite o seguimento do recém-nascido com 
suspeita de infecção e caso os títulos 
diminuam até a negativação, conclui-se que 
são anticorpos passivos maternos e não 
houve sífilis congênita 
- Se permanecerem reagentes até o 3º mês 
de vida, a criança deverá ser tratada, pois 
após esse período as sequelas começam a 
se instalar; comparar os títulos com o da mãe 
(se o título for maior do que o da mãe é uma 
forte evidência de infecção congênita por 
sífilis). Além disso, serve para seguimento de 
recém-nascido tratado 
- Os títulos deverão diminuir até a 
negativação, que pode ocorrer até o fim do 2º 
ano nos infectados 
- Nos recém-nascidos não-reagentes, mas 
com suspeita epidemiológica, deve-se repetir 
os testes sorológicos após o 3º mês pela 
possibilidade de positivação tardia 
 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 
 
- Nas situações em que a avaliação 
complementar da criança não for possível, 
em função da grande importância 
epidemiológica desta condição, esta criança 
deve, necessariamente, ser tratada e 
acompanhada clinicamente, baseado na 
história clínico-epidemiológica da mãe e no 
diagnóstico clínico presuntivo quando a 
criança apresentar sinais e/ou sintomas 
- A decisão para tratamento do RN deve levar 
em consideração vários fatores: 
 Maternos → diagnóstico de sífilis na 
gestação; tratamento adequado ou 
não da mãe e do parceiro sexual 
durante a gestação; sífilis 
diagnosticada até 30 dias antes do 
parto, mesmo se adequadamente 
tratada; tratamento com outra droga 
que não seja penicilina; 
 RN com → evidências (clínicas, 
laboratoriais e/ou radiológicas) de 
sífilis; títulos maiores (4x) que os da 
mãe; aumento, estabilização ou falta 
de descida dos títulos do VDRL no 
acompanhamento; achado do 
treponema no exame da placenta ou 
do cordão umbilical (em campo escuro 
ou usando anticorpos anti-
treponêmicos fluorescentes); 
meningite (VDRL positivo no LCR); 
persistência da reatividade do teste 
treponêmico após os 18 meses de 
vida 
- RN termo, adequado para idade 
gestacional, filho de genitora com diagnóstico 
de sífilis inadequadamente tratada durante a 
gestação, assintomático ao nascimento, 
encaminhado para alojamento conjunto. Qual 
conduta deve ser tomada com relação a 
possível infecção por sífilis? Realizar raio-X 
de ossos longos, punção liquórica, 
hemograma e VDRL 
TRATAMENTO: 
- O antibiótico de escolha é a penicilina para 
os vários estágios e formas de contaminação 
da sífilis 
- Além de tratar o paciente, é necessário 
tratar também os contatos sexuais 
- No caso de prevenção, a dose mínima de 
penicilina benzatínica é de 2.400.000 UI 
- O tratamento da sífilis adquirida deve ser 
específico a cada momento 
- O tratamento da sífilis congênita é realizado 
com penicilina por 10 a 14 dias 
- A penicilina cristalina deve ser usada 
quando houver comprometimento 
neurológico (meningoencefalítico), na dose 
de 100.000 U/kg/dia divididos a cada 12 
horas nos primeiros 7 dias de vida e a cada 8 
horas após essa idade 
- A penicilina procaína na dose de 50.000 
U/kg/dose durante 10 a 14 dias ou a 
penicilina benzatínica em dose única de 
50.000 U/kg também podem ser uma opção 
terapêutica para os casos em que não houve 
comprometimento do sistema nervoso central 
(SNC)

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