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ISSN 2176-1396 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E MAPAS CONCEITUAIS Wilson da Silva1 - UNINTER Genoveva Ribas Claro2 - UNINTER Ademir Pinheli Mendes 3 - UNINTER Eixo – Educação, Tecnologia e Comunicação Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O presente artigo é parte de estudos realizados no grupo de pesquisa “Formação de Professores: Inovações metodológicas mediadas por tecnologias no cotidiano escolar da educação básica”, do Centro Universitário Internacional Uninter. A Aprendizagem Significativa é uma teoria de aprendizagem criada por David Ausubel em 1968 (AUSUBEL, NOVAK e HANESIAN, 1987), e afirma que, para aprender de forma significativa, o novo conteúdo deve relacionar-se com o conhecimento prévio do aprendiz. Se o aprendiz não possuir conhecimento prévio, o professor deve fazer uso da aprendizagem mecânica (memorização), que difere da aprendizagem significativa na medida em que o novo conteúdo não se relaciona com o conhecimento prévio do aprendiz. A aprendizagem significativa provoca a diferenciação progressiva, onde o novo conceito muda o conceito subsunçor, mas também é modificado por este. Este processo gera a reconciliação interativa, que nada mais é que o relacionamento entre conhecimentos já existentes na estrutura cognitiva do aprendiz, que ocorre a partir da modificação dos subsunçores. A teoria dos Mapas Conceituais foi criada por Joseph Novak em 1972 (NOVAK e GOWIN, 2010) quando trabalhava com muitos dados de entrevistas clínicas piagetianas, e necessitava de um instrumento para organizar esse material. Assim surgiu o mapa conceitual, que é uma ferramenta gráfica que serve para representar, organizar, construir e avaliar conhecimentos. A teoria dos mapas conceituais foi desenvolvida tomando por base a teoria da aprendizagem significativa de Ausubel, e possui diversas aplicações para a educação, tais como: a) apresentar um conteúdo; b) estudar um conteúdo; c) fazer síntese de texto; d) organizar o conteúdo programático de uma disciplina; e) avaliar a aprendizagem. O mapa conceitual possui ampla bibliografia na internet e pode ser construído por metodologia adequada e avaliado por critérios objetivos, e também pode ser feito por ferramentas digitais gratuitas, como o app CMapTools. Palavras-chave: Tecnologias educacionais. Aprendizagem Significativa. Mapas Conceituais. 1 Doutor em Educação (Unicamp). Graduado em Pedagogia (UFPR). Professor da Graduação e da Pós-Graduação do Uninter. E-mail: wilson.si@uninter.com 2 Mestre em Educação, Coordenadora da Pós-Graduação Psicopedagogia Clínica e Institucional, Neuropsicopedagogia, e Educação Especial da Educação a Distância e presencial no Centro Universitário Uninter, professora de pós-graduação em Psicopedagogia. E-mail: genoveva.c@uninter.com 3 Doutor em Educação. Licenciado em Filosofia. Professor Titular do Programa de Mestrado Profissional em Educação e Novas Tecnologias do Uninter. E-mail: ademir.m@uninter.com 22695 Introdução O estudo de pesquisa sobre a Aprendizagem Significativa e os Mapas conceituais tem como objetivo compreender os processos cognitivos dos alunos, principalmente na aquisição da aprendizagem e da memorização eficaz do conhecimento tendo como princípios operacionais, instrução programada e a tecnologia educacional. O processo de aprendizagem significativa, de acordo com a teoria cognitivista ocorre por meio de conhecimentos já estabelecidos na estrutura cognitiva dos alunos por meio de suas experiências com o meio, ou seja, seus conhecimentos prévios. Assim, novas experiências e informações podem ser aprendidas e retidas na memória na medida em que esses conceitos se tornam significativos, pois estão claros e disponíveis na estrutura cognitiva do aluno e funcionam, dessa forma, como pontos de ancoragem para os novos conceitos e conhecimento. No contexto educativo deste novo milênio, em que há uma expansão das informações e da tecnologia educacional são importantes utilizar estratégias de ensino com enfoques na aprendizagem significativa no qual é possível selecionar os conceitos relevantes, saber interpretá-los e ter a capacidade de fazer novas associações na busca de resoluções de problemas. O Cognitivismo, com enfoque na Psicologia da Educação se propõe em estudar como as pessoas são capazes de perceber, compreender, aprender, lembrar, pensar e transformar. A aprendizagem, nesse contexto, pode ser definida segundo Moreira e Mansini (2006) como um processo de armazenamento de informação, condensação em classes mais genéricas de conhecimentos, que são incorporados a uma estrutura no cérebro do individuo, de modo que esta possa ser manipulada e utilizada no futuro. É a habilidade de organização das informações que deve ser desenvolvida. Este movimento cognitivista surgiu pelo fracasso do behaviorismo em explicar os aspectos mais elevados do comportamento humano a partir do paradigma estímulo-resposta (E- R) e reforços positivos e negativos que influenciaram e ainda influenciam a educação no contexto brasileiro, em que são baseados em uma aprendizagem em termos de estímulos, respostas, reforços, e memorização sem significados. Desta forma, o artigo se propõe a identificar as propostas sobre a aprendizagem significativa formulada pelo psicólogo David Ausubel, um representante do Cognitivismo em Psicologia da Educação e, como tal, propõe uma explicação teórica do processo de Aprendizagem Significativa e a teoria da educação do Joseph Novak, um empresário e educador 22696 americano, professor emérito na Cornell University e pesquisador sênior no Instituído da Cognição Homem-Máquina (IHMC). É conhecido mundialmente pelo desenvolvimento da teoria do mapa conceitual na década de 70 e redirecionou o foco cognitivista ausubeliano, considerando também os aspectos psicomotores e, principalmente, afetivos da aprendizagem, que contribuem para o crescimento do indivíduo e à facilitação desta aprendizagem por meio de estratégias instrucionais que é o mapeamento conceitual. Processo de aprendizagem siginificativa Neste novo contexto educacional, de grande expansão tecnológica e de informação, as palavras de ordem são aprendizagem significativa, mudança conceitual e a construção do conhecimento. Ao contrário de uma aprendizagem mecânica ou repetitiva, com pouca ou nenhuma atribuição de significação sendo armazenadas isoladamente na estrutura mental levando ao esquecimento e a dificuldade de associar com novos conhecimentos. A aprendizagem é um processo de mudança no comportamento obtido através da experiência com o meio, sendo esta construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais, ou seja, aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. Segundo Palangana (2001, p. 71) sobre o modelo proposto por Piaget: “Ele acredita que o conhecimento não é imanente nem ao sujeito nem ao objeto, sendo, isto sim, construído na interação entre estes dois polos”. Pode considerar que a aprendizagem humana é definida como sendo a mudança relativamente estável do comportamento do aluno resultante da sequência do estabelecimento de associações, ou seja, é o resultado das experiências anteriormente adquiridas fundamentais para o ajustamento de novos conceitos e modelos mentais para incluir e organizar as novas experiências. O Homem, dotado de estruturas biológicas, herda uma forma de funcionamento intelectual, ou seja, uma maneira de interagir com o ambiente que o leva à construção de um conjunto de significados. A interação deste sujeito com o ambiente permitirá a organização desses significados em estruturas cognitivista (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001, p.127). Os estudos da Psicologia Cognitivista se inserem num movimento mais amplo que a teoria behaviorista do qual aprendemos por associações entreestímulos e uma resposta, e à medida que praticamos, somos condicionados àquele comportamento. A Psicologia cognitivista pretende estudar, além da relação entre os processos cognitivos e o comportamento humano, como as pessoas são capazes de perceber, aprender, lembrar e pensar sobre determinadas situações da vida. Estudar quais os meios que o indivíduo organiza um conhecimento, como 22697 também a forma de como o conhecimento é utilizado a fim de direcionar ou planejar determinadas ações. A teoria cognitivista da aprendizagem surgiu a partir dos anos 50 e um dos principais psicólogos da educação de influência cognitivista foi David Ausubel (1918 – 2008). Ausubel, filho de família judia e pobre, imigrantes da Europa Central, cresceu insatisfeito com a educação que recebera. Formado em Psiquiatria, dedicou-se à Psicologia Educacional, foi Professor Emérito da Universidade de Columbia e teve muitas dificuldades em desenvolver sua teoria, devido ao grande prestígio do Behaviorismo na Educação naquela época. Segundo Ausubel (apud Faria, 1989, p. 8), a estrutura cognitiva é o conteúdo total e organizado de ideias de um dado indivíduo. No contexto da aprendizagem refere-se ao conteúdo e organização de suas ideias naquela área particular de conhecimento, a partir deste conhecimento faz associações, ou seja, processa-se quando um novo conceito relaciona-se com conceitos relevantes e disponíveis na sua estrutura cognitiva, sendo assim assimilado por ela, que Ausubel denominou como pontos de ancoragens, e estes pontos de ancoragem que servirão para a assimilação de um novo conceito. Assim, para Ausubel, aprendizagem significa organização e integração do material na estrutura cognitiva, e se torna significativa quando uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo, tornando a aprendizagem significativa. A Aprendizagem Significativa é uma teoria de aprendizagem em que o novo conteúdo deve se relacionar com o conhecimento prévio do aluno, também chamado de subsunçor. O subsunçor é uma estrutura específica ao qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual que armazena experiências prévias do aprendiz (MOREIRA, 1983, p. 62). Esse processo ocorre por meio do qual uma nova informação interage de forma não- literal, que significa a relação entre o material a ser aprendido e a estrutura cognitiva não deve ser ao pé da letra, ou seja, a relação não se altera se símbolos diferentes, mas equivalentes, forem usados e também não-arbitrária, em relação ao novo item com a estrutura cognitiva, não deve ser ao acaso, mas feita de modo intencional para permitir a ancoragem com os subsunçores específicos. A aprendizagem significativa pode ocorrer tem três tipos: - Aprendizagem de representações: é a aprendizagem por meio de símbolos e o que eles representam, seus conceitos. Esse é o muito utilizado principalmente com crianças pequenas, 22698 pois o aluno associa o conceito com um símbolo para representar qualquer objeto. Percebe, intuitivamente, que todo objeto pode ser representado por um símbolo verbal e que o significado a ser relacionado ao símbolo é a imagem evocada pelo objeto. Quando estiver firmemente estabelecido na estrutura cognitiva do aluno ele conquistou condições para realizar quaisquer aprendizagens de representações. - Aprendizagem de proposições: é o inverso da Representacional, necessita do conhecimento prévio dos conceitos e símbolos, mas seu objetivo e promover uma compreensão sobre uma proposição. O objetivo aprender o significado de ideias expressas em forma de proposição e não isoladamente, ou seja, aprender o significado que está além dos significados das palavras ou conceitos que compõem a proposição. - Aprendizagem de conceitos: A aprendizagem de conceitos comporta dois tipos de aquisição: a formação de conceitos e a assimilação de conceitos. A formação de conceitos é uma aprendizagem inicial em que ocorre uma aquisição espontânea e indutiva de ideias gerais sobre um assunto. A assimilação de conceitos é um processo que se quando o aluno já possui os atributos criteriais do conceito por meio de uma definição. Assim, o aluno relaciona os atributos do conceito com as ideias pertinentes em sua estrutura cognitiva. O processo de “subsunção” é descrito pelo principio da assimilação. Pela assimilação um conceito ou proposição A, potencialmente significativo é assimilado sob uma ideia ou conceito mais inclusivo já existente na estrutura cognitiva. Essa assimilação ou ancoragem indica ter um efeito maior na retenção. Para haver aprendizagem significativa é preciso que o aluno tenha um interesse para aprender e que o material a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo e lógico. Assim, pode-se concluir que para que a aprendizagem significativa ocorra, três condições são necessárias: 1) o material deve ser claro, com exemplos e linguagem relacionada com o conhecimento prévio do aprendiz; 2) o aprendiz deve possuir o conhecimento prévio relacionado ao novo conteúdo; e 3) o aprendiz precisa ter vontade de aprender de modo significativo. Ausubel, na sua teoria foi o primeiro a se preocupar com a aprendizagem dentro de sala de aula, acreditava no valor da descoberta e experiência. Neste sentido, sua maior contribuição foi repensar acerca da aula do tipo “tradicional”, e refletir sobre o que é uma aprendizagem mecânica e uma aprendizagem significativa (MOREIRA & MASINI, 2006). Segundo Ausubel (2003), os principais conceitos relativos à aprendizagem se articulam esquematicamente da seguinte forma (figura 1): 22699 Figura 1 - Mapa conceitual da aprendizagem FONTE: Adaptado de Ausubel, 2003. A teoria de Ausubel oferece, portanto, diretrizes, princípios e uma estratégia de facilitadores da aprendizagem e como colocá-las em prática, desenvolvida principalmente por Novak. Novak desenvolveu os mapas conceituais que são uma técnica que, como sugere o próprio nome, enfatiza conceitos e relações entre conceitos à luz dos princípios da diferenciação progressiva e reconciliação integrativa. Os mapas conceituais podem ser usados como recurso didático, de avaliação e de análise de currículo, como também como instrumento de metacognição, para aprender a aprender. Os mapas conceituais: uma técnica para a aprendizagem significativa Os Mapas conceituais são representações gráficas semelhantes a diagramas, que indicam relações entre conceitos mais abrangentes até os menos inclusivos e são utilizados para auxiliar a ordenação e a sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino, de forma a oferecer estímulos adequados ao aluno. Servem como instrumentos para facilitar o aprendizado do conteúdo sistematizado em conteúdo significativo para o aprendiz. Eles surgiram da teoria de Educação de Novak, que dedica grande parte da sua teoria ao conceito da aprendizagem significativa e à facilitação desta aprendizagem por meio de duas estratégias instrucionais, o mapeamento conceitual e o epistemológico de Gowin. Ela decorre diretamente da teoria original de Ausubel e têm se mostrado muito útil, na prática para facilitar a aprendizagem significativa. Ausubel sustenta o ponto de vista de que cada disciplina acadêmica tem uma estrutura articulada e hierarquicamente organizada de conceitos que constitui o sistema de informações dessa disciplina. [...] Esses conceitos estruturais podem ser identificados e ensinados ao estudante, constituindo para ele um sistema de processamento de informações, um verdadeiro mapa intelectual que pode ser usado para analisar o domínio particular da disciplina e nela resolver problemas (MOREIRA e MASINI, 2006, p. 42). 22700 Os mapas conceituais têm por objetivo representar relações significativas entre conceitos na forma de proposições.Uma proposição é constituída de dois ou mais termos conceituais unidos por palavras para formar uma unidade semântica (NOVAK; GOWIN, 1996). São instrumentos que permitem descobrir as concepções de um conceito, ilustradas por uma frase ou imagem. Devem ser hierárquicos, quer dizer, os conceitos mais gerais devem situar-se na parte superior, e os conceitos mais específicos e menos inclusivos na parte inferior (figura 2). Três são os elementos de um mapa conceitual: 1) conceitos, que são “uma regularidade nos acontecimentos ou nos objetos, que se designa mediante algum termo” (NOVAK e GOWIN, 2010); 2) relações (ver figura 3), que são proposições formadas por dois conceitos ligados por um verbo; e 3) questão focal, que é uma pergunta de direciona a construção do mapa conceitual. Figura 2 – Mapa Conceitual FONTE: elaborado pelos autores (2017). Na figura 3 pode-se ver o que são as proposições do mapa conceitual. Ao ligar dois ou mais conceitos, deve-se explicar esta ligação. Figura 3 – Proposições FONTE: elaborado pelos autores (2017). 22701 Diferentemente de textos e outros materiais educativos, os mapas conceituais não são autoexplicativos. Eles não foram projetados com esta finalidade. Requerem explicação do professor. No exemplo de Mapa conceitual (figura 2), nos retângulos estão os conceitos mais relevantes para a argumentação desenvolvida ao longo de todo o texto. Aprendizagem significativa aparece, intencionalmente, com destaque por ser o conceito-chave. As linhas simbolizam as relações entre os conceitos. As palavras escritas sobre as linhas, os chamados conectivos, juntamente com os conceitos unidos pelas linhas, devem dar a ideia de proposições que expressam as relações entre os conceitos. As flechas são utilizadas, apenas quando necessárias para direcionar certas relações (ver figura 3). Uma das condições para que ocorra esse tipo de aprendizagem é que exista uma troca de significados e também uma troca de sentimentos, e essa predisposição para aprender esta intimamente relacionada com a experiência afetiva que o aluno tem no evento educativo. Para Novak, uma teoria de educação deve considerar que seres humanos pensam, sentem e agem e deve ajudar a explicar com se pode melhorar as maneiras através das quais as pessoas fazem isso. Qualquer evento educativo é, de acordo com Novak, uma ação para trocar significados (pensar) e sentimentos entre aprendiz e professor. Novak se refere uma troca de sentimentos. Um evento educativo, segundo ele, é também acompanhado de uma experiência afetiva. Novak, como foi dito no começo desta seção, “adotou” a teoria de Ausubel e, consequentemente, o conceito de aprendizagem significativa. No entanto, ele deu novos significados a este conceito, ou estendeu seu âmbito de aplicação: em sua teoria humanista de educação, a aprendizagem significativa subjaz a construção do conhecimento humano e o faz integrando positivamente pensamentos, sentimentos e ações, conduzindo ao engrandecimento pessoal. Aplicações dos mapas conceituais na educação A teoria dos mapas conceituais possui diversas aplicações para a educação, tais como: a) apresentar um conteúdo; b) estudar um conteúdo; c) fazer síntese de texto; d) organizar o conteúdo programático de uma disciplina; e) avaliar a aprendizagem. A seguir serão apresentados exemplos de mapas conceituais para as aplicações educacionais mencionadas. A figura 4 mostra um mapa conceitual que resume as aplicações educacionais dos mapas conceituais para a educação. Neste mapa, pode-se ver aplicações destinadas aos alunos e também aos professores. 22702 Figura 4 – Aplicações dos Mapas Conceituais na Educação FONTE: elaborado pelos autores (2017). A figura 5 mostra um exemplo de aplicação do mapa conceitual para mostrar um conteúdo novo, e neste caso, o conteúdo apresentado foi pesquisas sobre xadrez. Figura 5 – Mapa Conceitual Pesquisas sobre Xadrez FONTE: elaborado pelos autores (2017). A figura 6 mostra a utilização do mapa conceitual para fazer síntese de texto, que trata sobre a percepção. 22703 Figura 6 – Mapa conceitual sobre Percepção FONTE: elaborado pelos autores (2017). A figura 7 mostra um mapa conceitual sobre o pensamento ético e político de Santo Agostinho construído por alunos do terceiro ano do ensino médio de uma escola pública de Curitiba/PR. Figura 7 – Mapa conceitual sobre Santo Agostinho FONTE: elaborado pelos alunos do terceiro ano do ensino médio de uma escola pública de Curitiba/PR. (2017). O mapa conceitual da figura 7 foi construído por um grupo de quatro estudantes do terceiro ano ensino médio ao estudar o pensamento ético e política de Santo Agostinho durante as aulas de Filosofia. 22704 Com o objetivo de que os estudantes investigassem o pensamento ético e político de Santo Agostinho, o professor de filosofia, após contextualizar em uma aula expositiva o pensamento de Santo Agostinho como um dos pensadores da Filosofia Patrística e posteriormente solicitou aos estudantes construíssem um mapa conceitual a fim de apresentar alguns dos conceitos estruturantes da ética e da política no pensamento do bispo de Hipona. Além dos materiais disponibilizados aos estudantes, como por exemplo livro didático, eles poderiam consultar outras referências. Após a pesquisa e seleção dos conceitos os estudantes utilizaram o software Cmaptools a fim de que organizar o conteúdo investigado e reproduzir graficamente os conceitos significativos selecionados para compreensão da ética e política de Agostinho. Na mesma ferramenta eles também construíram uma apresentação sequenciada dos conceitos de modo que ao apresentar o mapa conceitual aos colegas de sala, foram paulatinamente abrindo os conceitos que caracterizam o pensamento do autor estudado e explicando-os à turma que atentamente assistiu à apresentação e interagiram com o grupo fazendo perguntas a respeito do conteúdo. A finalização do trabalho ocorreu quando todos os estudantes da turma, sob a mediação do professor, produziram um texto dissertativo fazendo uma síntese do pensamento do autor investigado e discutido. O processo de investigação, construção, apresentação e produção de síntese do mapa conceitual possibilitou ao docente avaliar de modo qualitativo a aprendizagem significativa dos estudantes ao menos de quatro maneiras: o processo de pesquisa realizado pelo grupo, a seleção significativa dos conceitos e termos de ligação a fim de construir proposições de forma lógica e ordenada, e a análise da síntese escrita produzida por todos os integrantes da turma. Considerações finais O presente artigo trouxe algumas reflexões acerca de duas teorias relevantes para a educação: a Teoria da Aprendizagem Significativa, de David P. Ausubel, e a teoria que deriva dela, os Mapas Conceituais, de Joseph D. Novak. Após apresentar a fundamentação teórica referente às duas teorias, o artigo apresentou exemplos de mapas conceituais que explicitam o uso deste instrumento para a educação, tais como: a) apresentar um conteúdo; b) estudar um conteúdo; c) fazer síntese de texto; d) organizar o conteúdo programático de uma disciplina; e) avaliar a aprendizagem. Com o presente artigo, os autores esperam contribuir, mesmo que modestamente, para a aplicação dos mapas conceituais na educação. Neste sentido, os autores trouxeram exemplos 22705 de mapas conceituais que foram elaborados especificamente para uma finalidade educativa. Espera-se que este importante recurso seja cada vez mais utilizado na educação. Referências AUSUBEL, D. Aquisição e retenção do conhecimento: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Editora Plátano, 2003. BOCK, A. M. B, FURTADO, O, TEIXEIRA, M de L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. 13ª. São Paulo. Editora saraiva, 2001. FARIA,W. de. Aprendizagem e planejamento de ensino. São Paulo, Ática, 1989. MOREIRA, M. A. Ensino e Aprendizagem: enfoques teóricos. São Paulo, Moraes, 1983. MOREIRA, M. A.; MASINI, E. F. S. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. 2. ed. São Paulo: Centauro, 2006. NOVAK, J. D. e GOWIN, D. B. Aprender a aprender. Lisboa, Plátano Edições Técnicas, 1996. PALANGANA, I. C. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vygotsky: A relevância do social.3ª ed. São Paulo: Summus, 2001
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