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CLARETIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO GRADUAÇÃO BACHARELADO EM ENFERMAGEM FRANCISCA CLAIRE DE SOUZA LOPES ESQUIZOFRENIA CRUZEIRO DO SUL 2020 FRANCISCA CLAIRE DE SOUZA LOPES ESQUIZOFRENIA CRUZEIRO DO SUL 2020 Portfólio apresentado ao curso de graduação Bacharelado em Enfermagem do Centro Universitário Claretiano, a ser utilizado como diretriz para obtenção de aprovação na disciplina Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental do 5° semestre. Orientadora: Ires Miguel 3 ESQUIZOFRENIA O termo “esquizofrenia” foi criado no início do século passado, mais precisamente em 1911, por um psiquiatra suíço, Eugen Bleuler, que se destacou no universo psiquiátrico; considerava esse diagnóstico clínico como uma das doenças mentais mais severas (SHIRAKAWA; MARI, 2001). O termo indica uma dissociação entre pensamento, emoção e comportamento. Segundo a Classificação Internacional das Doenças, a esquizofrenia é uma enfermidade complexa, caracterizada por distorções do pensamento, da percepção de si mesmo e da realidade externa, além de inadequação e embotamento do afeto. Com a predominância ou ausência de determinados sintomas, a esquizofrenia pode ser subdividida em tipos, com cada um possuindo características próprias. De acordo com o CID 10, existe uma classificação estatística internacional de Doenças e problemas relacionadas à saúde. (OMS, 2008), vejamos os principais tipos: Esquizofrenia paranoide: Os principais sintomas desse tipo de Esquizofrenia são as alucinações, delírios, sensação de perseguição e pensamentos sobre conspirações. Normalmente, as alucinações e os delírios giram em torno do mesmo tema e se mantêm consistentes ao longo do tempo. O esquizofrênico paranoide também pode apresentar fala e escrita confusas, alterações no humor, mudanças na personalidade e desinteresse com a vida social, o que pode resultar em isolamento social. Os pacientes, no entanto, nem sempre têm dificuldades em manter as suas atividades de rotina e relacionamentos estáveis com outras pessoas. As razões para isso ainda não são claras, mas é possível que uma das causas seja o fato de que os sintomas desse tipo costumam se manifestar mais tarde, quando a pessoa já conseguiu se estabelecer pessoal e profissionalmente. Esquizofrenia hebefrênica: também chamada de desorganizada, é caracterizada por um comportamento mais infantil, com respostas emocionais inadequadas e pensamentos incoerentes. Nesse tipo, as alucinações e os delírios são menos comuns, apesar de não serem sintomas excluídos dessa classificação. Os esquizofrênicos hebefrênicos têm dificuldade em seguir processos e organizar pensamentos. Isso pode prejudicar a execução de tarefas simples de rotina, como escovar os dentes, tomar banho ou vestir-se. Esses pacientes também têm dificuldade em expressar sentimentos e comunicar-se, podem parecer emocionalmente instáveis e ter reações inapropriadas em diversas situações. Esquizofrenia indiferenciada: Quando um paciente tem sintomas de Esquizofrenia que ainda não estão completamente formados ou não são suficientemente específicos para serem classificados como nenhum dos outros tipos da doença, ele é classificado como esquizofrênico indiferenciado. Nesses casos, os sintomas podem variar em intensidade e frequência, causando incerteza na classificação exata da doença. Entretanto, é preciso lembrar que os tipos de Esquizofrenia podem variar ao longo da vida de um paciente. Por isso, quem é diagnosticado com Esquizofrenia indiferenciada pode, com a evolução do quadro, ter o seu caso encaixado em outra categoria depois de algum tempo. Esquizofrenia catatônica: É um dos menos comuns e se caracteriza pela pouca fala, falta de interação com as pessoas ao redor, recusa em se alimentar, movimentos corporais estranhos ou até redução da atividade motora. O paciente pode permanecer imóvel, quieto e com expressão facial de indiferença durante horas. “Ela é diferente das demais formas porque apresenta poucos sintomas psicóticos, característicos da esquizofrenia paranoide, e não é centrada na desorganização do pensamento, como a esquizofrenia hebefrênica”, afirma o psiquiatra Eduardo de Castro Humes. Esquizofrenia Residual: Estado crônico da evolução de uma doença esquizofrênica, com uma progressão nítida de um estado precoce para um estado tardio, o qual se caracteriza pela presença persistente de sintomas "negativos" embora não forçosamente irreversíveis, tais 4 como lentidão psicomotora; hipoatividade; embotamento afetivo; passividade e falta de iniciativa; pobreza da quantidade e do conteúdo do discurso; pouca comunicação não-verbal (expressão facial, contato ocular, modulação da voz e gestos), falta de cuidados pessoais e desempenho social medíocre. Esquizofrenia simples: apresenta mudanças na personalidade. O paciente prefere ficar isolado – o que inibi seu convívio social –, é disperso aos acontecimentos do dia a dia e insensível no que diz respeito a afetos. Portanto, este transtorno é caracterizado pela ocorrência insidiosa e progressiva de excentricidade de comportamento, incapacidade de responder às exigências da sociedade, e um declínio global do desempenho. Os padrões negativos característicos da esquizofrenia residual (por exemplo: embotamento do afeto e perda da volição) se desenvolvem sem serem precedidos por quaisquer sintomas psicóticos manifestos. Diante disso, pode-se perceber que a esquizofrenia é constituída por um grupo de distúrbios mentais graves, sem sintomas, mas caracterizados por distorções do pensamento, da percepção, por inadequação do afeto sem prejuízo da capacidade intelectual. O paciente tem a sensação de que seus pensamentos, sentimentos e atos mais íntimos são sentidos ou partilhados por outros. Pode desenvolver delírios explicativos de que forças externas influenciam pensamentos e ações, de formas muitas vezes bizarras (BRASIL, 2012). Mudanças feitas na assistência em saúde mental, com base no movimento da reforma psiquiátrica, adotaram a reabilitação psicossocial como fundamental para o processo de trazer esse paciente novamente a sociedade. Essa mudança engloba o envolvimento contínuo dos profissionais da saúde, pacientes e familiares. Com isso, observa-se grandes dificuldades e limites para se estabelecer um diagnóstico de agravos à saúde mental, por isso, uma identificação, diferenciação e categorização desses agravos carecem da assimilação dos sinais e sintomas, distinção de outras variáveis e avaliação da realidade e da subjetividade do paciente. A esquizofrenia exige em geral o tratamento em equipe multidisciplinar. A intervenção adequada envolve o tratamento farmacológico, psicossocial e da família, que tem a maior parte do contato com o paciente. Deve-se fazer um diagnóstico diferenciado de cada paciente, respeitando sua individualidade. A avaliação e a assistência devem ser feitas por uma equipe multiprofissional, composta no mínimo de médico psiquiatra, terapeuta ocupacional, enfermeira com especialização em psiquiatria e assistente social. Portanto, o enfermeiro deve auxilia o portador a desenvolver e recuperar habilidades perdidas, acompanhando-o no seu dia-a-dia, fazendo com que o portador interaja e busque uma diversão. O vinculo é um passo importante para que seja estabelecido o relacionamento interpessoal, através do qual o enfermeiro observa os aspectos biopsicossociais do ser, observando efeitos colaterais da medicação e acompanhando a saúde geral do paciente. Na abordagem o Enfermeiro deve usar empatia seguida de palavras claras, diretas e simples; questionar cuidadosamente os conteúdos trazidos pelo paciente para diferenciaro delírio da realidade; trazer o paciente para a realidade, observando, escutando e acrescentando, cautelosamente, conteúdos reais; intervir na diferenciação entre ilusão e a realidade; evitar julgar os comportamentos bizarros, respeitando sempre o paciente. Este profissional pode se envolver em diversas atividades, como a visita domiciliar, trabalhos em grupos com os pacientes em oficinas com trabalhos que estimulem um controle emocional. O controle emocional é importante, uma vez que esses pacientes costumam se sentir desconfortável na presença de outras pessoas, o que exige a intervenção do enfermeiro para que não haja uma retração e isso mude a sua interação na comunidade, auxiliando esses pacientes a praticar a habilidade de controlar e resolver sua emoção. 5 Além disso, esses pacientes podem ser bastante sensíveis sobre a autoestima e responder com emoções exageradas. A enfermagem trabalha para ajudá-los a utilizar seus pontos fortes e qualidades perante a situação, dando-lhes um feedback positivo sobre sua capacidade de lidar com a situação, deixando-os cientes da sua autoconfiança. Portanto, é necessário, além de todo carinho e atenção, colocar limites claros para com o paciente, pois estes costumam tanto negar coisas que foram feitas por eles como em momentos criticos ficam muito violentos. E isso envolve o esclarecimento e mostra ao paciente quanto à necessidade do tratamento, respeito com o profissional e ate mesmo a hospitalização. 6 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA CASTRO, Aparecida. Enfermagem psiquiatrica e saude mental. Batatais-SP, 2017. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAUDE. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições clínicas e diretrizes diagnosticas. - Porto Alegre: Artmed, 1993. SANTOS,Anastacia;MARQUES,Cristhyano;SOUZA, Nicolli. ESQUIZOFRENIA: assistência de Enfermagem ao paciente esquizofrênico. Revista Científica Online v11, n2. Minas Gerais. 2019.
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