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CURRICULO OCULTO

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ISSN 2176-1396 
 
PRÁTICA DOS PROFESSORES FRENTE AO CURRICULO OCULTO: 
AULA PARA ALÉM DO PLANEJADO NO ENSINO DA MATEMÁTICA 
 
Rodrigo Branco
1
 - UNIPLAC 
Lucia Ceccato de Lima² - UNIPLAC 
 
Grupo de Trabalho - Cultura, Currículo e Saberes 
Agência Financiadora: não contou com financiamento 
 
Resumo 
 
Este trabalho refere-se ao projeto de dissertação em andamento, para tanto realizamos uma 
pesquisa exploratória. Ao realizar um estudo das situações decorrentes dentro da sala de aula 
percebeu-se que, o que acontece fora do esperado pelo professor são fatos que não estão no 
planejamento, que na visão de Silva, 2005, contribuem com o currículo real de forma 
implícita na construção do conhecimento do aluno. Este artigo tem como objetivo discutir os 
resultados de uma pesquisa realizada com professores universitários que também atuam no 
Ensino Básico, sobre questões que perpassam o currículo oculto como instrumento que 
norteiam a construção do conhecimento. A pergunta é, como eles agem perante a situações 
adversas que caracterizam o currículo oculto, podendo ocorrer durante suas aulas? Que tipo 
de metodologias eles desenvolvem para gerenciar esse tipo de situação sem deixar de lado a 
relação do processo ensino aprendizagem? O método utilizado para obtenção de respostas foi 
um estudo de caso, realizado por meio da aplicação de um questionário semiestruturado para 
seis professores, após os dados coletados, foram categorizados as situações que ocorrem com 
maior frequência e suas metodologias utilizadas para gerenciar essas situações. Na análise dos 
dados nota-se que o método mais praticado pelos docentes no processo da aprendizagem é a 
“ação e reflexão” para dar conta do currículo oculto, conclui-se nesta pesquisa que alguns 
professores usam da reflexão ou busca de conhecimento da realidade dos alunos, para 
tomadas de decisões que poderia fazer como ponto de partida para mostrar o real significado 
do aprender para a vida. 
 
Palavras-chave: Ensino da matemática. Currículo oculto. Prática dos professores. 
 
1Mestrando em Educação: Universidade de Planalto Catarinense – Lages (SC). Professor e Supervisor de 
Estágio do curso de Matemática da Uniplac. E-mail: branco_rb@hotmail.com 
²Professora do Mestrado em Educação e em Ambiente e Saúde da Uniplac Lider do grupo de Pesquisa GEPES 
AMBIENS. E-mail: ceccato@brturbo.com.br 
2329 
 
Introdução 
Ensinar Matemática é fundamental para desenvolver o raciocínio lógico dos discentes, 
onde poderão estar enfrentando situações diárias, tomando a melhor decisão possível, que vão 
lhe encaminhar para uma vida plena e justa. Com o passar do tempo o ensino da Matemática 
vem se tornando tecnicista e conteudista, onde, o professor segue o programa de conteúdos, 
ou seja, pronto e acabado. Segundo Silva (2010, p. 65): “O currículo tradicional era 
simplesmente tomado como dado e, por tanto, como implicitamente aceitável. O que 
importava era saber se as crianças e jovens eram bem sucedidos ou não nesse currículo”. Com 
a nova sociologia da educação (NSE) proposta por Silva (2010), fala que o currículo 
tradicional se preocupa com o processamento de pessoas e não com o processamento do 
conhecimento. Os profissionais da educação poderão refletir nas formas de ensinar, criando 
métodos que sejam coerentes à realidade de seus alunos inserindo esse público com dignidade 
na sociedade. 
Além disso, um currículo que se fundamentasse nos princípios da nova sociologia da 
educação deveria transferir esses princípios para seu interior, isto é, a perspectiva 
epistemológica central do conhecimento envolvido no currículo deveria ser, ela 
própria, baseada na ideia de “construção social” (SILVA, 2010, p. 69). 
Dentro de currículo formal, surge a categoria currículo oculto, tendo como objetivo 
aprofundar os estudos sobre o tema e como essa categoria é abordada dentro da sala de aula. 
Ao realizar os primeiros analises se cai na fala de Tomas Tadeu Silva que define currículo 
oculto como: “O currículo oculto é constituído por todos aqueles aspectos do ambiente 
escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explicito, contribuem, de forma implícita, 
para aprendizagens sociais relevantes” (Silva, 2010, p. 78). Currículo Oculto é uma 
ferramenta que contribui na construção do currículo real, norteando temas adversos que não 
estão inclusos formalmente no planejamento do professor. Tendo em vista que para gerenciar 
alguns fatos decorrentes da sala de aula, o professor tem que desenvolver competências que 
possibilitem ao educando um aprendizado para vida, tais competências se desenvolvem com 
as experiências vividas dentro da sala de aula, segundo Perrenoud (2000) o desenvolvimento 
de competência implica em exercício e treino. 
Na visão de Oliveira o currículo oculto é o currículo real. “O currículo oculto era 
aquele transmitido implicitamente, mas não mencionado pela escola e que se fazia de tal 
forma poderoso, pois podia propiciar controles sociais, lutas ideológicas e políticas, 
provocadoras de mudanças sociais” (OLIVEIRA, 2008). 
2330 
 
Freire (1996) traz como proposta a busca pela igualdade apostando numa educação 
que tem como pressuposto o diálogo, em que todos têm direito à voz e se educam 
mutuamente. Este diálogo promove uma reflexão que pode conduzir qualquer indivíduo a um 
nível crítico elevado que gera uma ação, que é capaz de emancipá-lo(s) em conjunto. Se este 
diálogo é estabelecido de uma maneira empática, os resultados são muito mais promissores. 
Neste caso Paulo Freire traz como um método o diálogo entre aluno e professor que pode 
estar acontecendo no uso como ferramenta do currículo oculto. 
Tendo como base essas definições sobre currículo oculto, sentiu-se uma necessidade 
de saber qual a reação e ação dos professores universitários que também atuam na rede de 
ensino básico, sobre situações adversas que caracterizam o currículo oculto, tais movimentos 
que acontecem dentro da sala de aula, que o professor é oportunizado em transmitir valores 
culturais e sociais à seus alunos, por exemplo: o professor chega na sala todo empolgado com 
seu planejamento e começa sua aula, no processar da aula, pode ocorrer brigas, bullying, 
perguntas inusitadas, entre outras. São eventualidades que o professor não tem uma fórmula 
pronta para agir e vai obtendo conhecimento e sabedoria no decorrer da sua carreira. 
Metodologia 
O método abordado foi estudo de caso, enquadrando-se em uma pesquisa exploratória, 
que segundo o ponto de vista de Severino (2007, p. 123-4) que, 
A pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um determinado 
objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de 
manifestação desse objeto. Na verdade ela é uma preparação para a pesquisa 
explicativa. 
 Objetivando estudar a reação de professores nos casos adversos que acontece dentro 
do espaço escolar, para isso, foi realizado uma revisão bibliográfica, obtendo os indicadores 
que nortearam o artigo científico sobre a categoria escolhida, tendo como eixos norteadores 
da pesquisa “Como agir a imprevisto no cotidiano escolar na construção do conhecimento” e 
“Capacidade de desenvolver atitudes que vigorem perante a sociedade”, para se aprofundar do 
assunto foi pesquisado em revistas eletrônicas, artigos relacionados, autores que definem esta 
categoria. Então foi montado o questionário semiestruturado para ser aplicado. Escolhendo 
professores das licenciaturas da universidade X, que atuam na Educação Básica. Esse 
questionário foi aplicado com seis professores, na sequência foram tabulados e analisados os 
dados, que serão apresentados a seguir. 
2331Pressupostos sobre Currículo Oculto 
O currículo deve estar relacionado com o contexto social e econômico em que o aluno 
convive no seu cotidiano, isso se torna verdade se o professor utilizar-se da sua formação e 
experiência para relacionar suas práticas pedagógicas com a realidade de seu aluno, como diz 
Sacristán (2000, p. 129), 
O contexto social, econômico, político e cultural que o currículo representa, ou 
deixa de fazê-lo, deve ser o primeiro referencial em relação a como analisar e avaliar 
um currículo. Esse é o primeiro contexto prático externo para entender a realidade 
curricular: o exercício de prática políticas, econômicas e sociais que determinam as 
decisões curriculares, não podendo se esquecer que o currículo proposto para o 
ensino é o fruto das opções tomadas dentro dessa prática. Esquecer isto na formação 
de professores/as implicaria reduzi-los a consumidores passivos de algo dado, cujos 
valores não se discutem. 
Mediante as questões educacionais que os professores enfrentam no seu cotidiano 
escolar, geralmente questionados sobre seus métodos de ensinar e construir conhecimento 
junto de seus alunos, sempre deve estar com um plano de aula impecável, tudo planejado, 
para que sua aula ocorra dentro do programado, mas, sabemos que isso na maioria das vezes 
não acontece, quase sempre surgem os imprevistos, situações que o professor ou professora 
não realizaram um planejamento esperando que fosse acontecer, o que caracteriza o Currículo 
Oculto, segundo Silva: O currículo oculto é constituído por todos aqueles aspectos do 
ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explicito, contribuem, de forma 
implícita, para aprendizagens sociais relevantes (SILVA, 2011, p. 78). 
Logo o professor deve estar preparado para qualquer situação adversa que possa 
acontecer no decorrer de sua aula. Por exemplo um de seus alunos falta com respeito com seu 
colega, tendo uma atitude totalmente inversa, então, seu professor vivencia sua ação e sabe 
que a ação de seu aluno é inadequado para o momento, mas, como proceder? Brigar com o 
aluno? Chamar a atenção perante a classe e humilha-lo? Ou fazer de conta que nada aconteceu 
e prosseguir com seu planejamento? Bom, essas são algumas situações que surgem no 
decorrer da aula que o professor na maioria das vezes não está preparado para lidar e 
gerenciar o ocorrido e acaba pecando e perde momento certo de corrigir de direcionar seu 
aluno na construção de um conhecimento consciente que pode encaminha-lo para uma vida 
digna e de respeito perante a sociedade. Contudo, várias situações adversas vão acontecendo e 
o professor vai criando métodos para gerenciar tal situação e desenvolvendo procedimentos 
de ensino aprendizagem mais completo. Entretanto, com a evolução tecnológica, formas 
2332 
 
diferentes dos pais educarem seus filhos, recebemos em nossas escolas alunos que parecem 
serem diferentes, com outras concepções de vida e interesses que na maioria das vezes não 
correspondem as expectativas dos professores. Nesse sentido Silva (1996, p. 183), diz: 
[...]Se pensamos na aprendizagem real, do aluno real, não podemos esquecer que há 
componentes afetivos, sociais, biológicos, etc., que complexificam ainda mais a 
relação de ensino a aprendizagem. Portanto, ainda que seja importante distinguir e 
ter presente a aprendizagem e a construção do conhecimento, o professor precisa 
buscar compreender que, como toda a realidade a sala de aula, bem como o aluno e 
próprio professor estão inseridos em uma rede de relações, em que tudo que está ali 
na sua sala de aula faz parte um processo interminável é impossível de ser 
terminado. Cabe, portanto ao educador (que é também educando) e ao educando 
(que também educador) (cfe. Freire, 1985) saber que precisa participar desse 
processo afim de contribuir para que ele se dê da melhor forma possível, ainda que 
não saibamos exatamente para onde ele vai. 
 
O professor carrega grande responsabilidade perante a sociedade, por que ele, pode 
transformar as mentes de seus alunos, mas, para que isso aconteça ele precisa conhecer do 
assunto de sua disciplina e o meio social em que os discentes estão inseridos, onde poderá 
prever alguns eventos inesperados neste processo de ensino e aprendizagem. 
Análise dos dados 
Perfil dos professores questionados 
São professores que atuam na graduação de cursos superiores e na educação básica de 
ensino, na sua maioria mulheres, sendo quatro professores/as das exatas e dois da área das 
humanas. O tempo de formação, em média 10 (dez) anos e de atuação como professor entre 
10 (dez) e 15 (quinze) anos. Todas licenciados para atuarem dentro da sala de aula e com 
objetivo comum, ensinar. 
Como agir a imprevistos no cotidiano escolar na construção do conhecimento? 
Construir um conhecimento critico consciente que o leve a pensar na realidade onde se 
está inserido e possa agir de maneira a transformar para se ter uma qualidade de vida, tendo 
consciência de suas atitudes, como diz Paulo Freire, p.16: A conscientização nos convida a 
assumir uma posição utópica frente ao mundo, posição esta que converte o conscientizado em 
“fator utópico”. Tendo em vista que o currículo oculto pode ser uma das ferramentas 
importantes na construção do conhecimento consciente. Como define SILVA: 
2333 
 
Currículo Oculto é o termo usado para denominar as influências que afetam a 
aprendizagem dos alunos e o trabalho dos professores. O currículo oculto representa 
tudo o que os alunos aprendem diariamente em meio às várias práticas, atitudes, 
comportamentos, gestos, percepções, que vigoram no meio social e escolar. O 
currículo está oculto por que ele não aparece no planejamento do professor 
(MOREIRA; SILVA, 1997). 
Tendo em vista que várias situações adversas acontecem no meio escolar, foi 
questionado alguns professores atuantes na sala aula, como eles agem perante situações 
inesperadas, assim responderam: 
Professor A: “Quanto ao aluno que pego colando, prefiro não expor o aluno, porém aviso ele 
que tomarei providências. Brigas te provocam uma reação complicada, pois é difícil saber o 
que fazer, mas em geral tento acalmar os indivíduos”. 
Professor C: “Adverti o aluno quanto a cola e ao plágio e dei nota 0 (zero). Quanto ao 
desrespeito, o aluno foi encaminhado para o setor de orientação pedagógica (SOP)”. 
Comentário: A ação do professor C é mais comum entre nossas escolas, onde a atitude do 
aluno não coerente ao combinado com o professor, ele será punido através de notas, podendo 
vir a reprovar por ações dessas maneira. 
Note que na fala do professor A, zela pela integridade do seu aluno perante a turma, coloca 
sua angustia que passa sobre essas situações, e acaba usando seu bom senso, calma e 
tranquilidade para gerenciar a o ocorrido. 
Professor D: “Brigas, sempre interferi e procurei que se esclarecessem a situação. Bullyng, 
provocava reflexão sobre o assunto levando-os a entender que se a situação fosse contrária 
eles não gostariam. As minhas atitudes sempre foram de reflexão, conversa e as vezes até 
chamar os pais”. 
Professor B: “Sob efeitos de produtos tóxicos - Permiti que fizesse a avaliação e 
posteriormente tivemos uma conversa a sós, sobre o ocorrido e as consequências de suas 
escolhas”. 
Comentário: Olha só a atitude desses professores D e B, eles chamam os alunos e conversa 
com eles a sós, fazem refletirem sobre seu futuro, se colocar no lugar um do outro, 
perceberem que suas escolhas decidiram seu futuro, Paulo Freire disse que um dos preceitos 
básicos para que a conscientização ocorra é a existência de uma relação dialética entre ação e 
reflexão. 
2334 
 
Professor E: “Surpresa e sem saber o que fazer, depois de vivenciadassituações parecidas 
criei um método para dinamizar o ocorrido. Pesquisa para compreensão dessas vivencias, 
buscar entender as pessoas envolvidas no assunto, elaborar formas e métodos 
comportamentais para que esses grupos interajam e convivam”. 
Professor F: “O professor programa aula buscando chamar a atenção do aluno, buscando 
meios de facilitar o processor de ensino aprendizagem e ao deparar com situações de 
desrespeito por indisciplina se sente incapaz e busca rever sua forma de atuação”. 
Comentário: Professores podem não estar preparados para variadas situações, mas, na 
sequência buscar se preparar, por que, quando ocorrer algo parecido novamente esteja 
preparado para gerenciar a situação, esse é o caminho do profissional da educação sempre em 
busca de métodos para uma boa interação entre os grupos que refletirá mais tarde na 
sociedade em que esses indivíduos estão inseridos. 
 Em termos de discussão, o currículo é o coração da escola, e nos momentos de colocar 
em prática os planejamentos, metodologias educacionais criado por estudiosos e pelos 
próprios professores, nota-se dois tipos de currículos, o formal que é tudo programado para 
ser seguido e o não formal que acontece de forma inesperada dentro da sala de aula, onde o 
aluno terá a oportunidade de aprender várias práticas, através de atitudes, comportamentos, 
gestos, percepções que prevaleçam no meio social e escolar. 
Capacidade de desenvolver atitudes que vigorem perante a sociedade 
Nos bancos acadêmicos se aprende a realizar um plano de ensino, plano de aula, um 
planejamento completo, no momento em o professor vai para a sala de aula, relacionar a 
teoria estudada com a prática, leva material didático organizado e planejado, na maioria da 
vezes não se conhece a realidade em que a instituição escolar se encontra, se deparando com 
situações adversas que no primeiro momento fica sem saber o que fazer, como cita o 
professor A questionado. Com o passar do tempo o professor vai vivenciando situações bem 
parecidas, tornando-as rotineiras, com isso, ele busca estudar e entender o espaço e o meio 
social que seus alunos estão inseridos, a partir dessa compreensão e entendimento ele poderá 
elaborar procedimentos de aulas que possa relacionar a realidade dele com conhecimentos 
científicos tentando facilitar o processo de ensino e aprendizagem, como relatam os 
professores E e F questionados. 
2335 
 
Segundo Perrenoud (2000) o desenvolvimento de competência implica em exercício e 
treino. Acredita-se então, que quanto maior for o tempo de atuação em sala de aula, o 
professor terá facilidade e competência para gerenciar situações que definem currículo oculto. 
Todo aquele conteúdo que supostamente é aprendido pelo aluno de forma categórica, a 
maioria deles acaba sendo inútil, pois o aluno não encontra onde aplica-lo de forma concreta. 
Aí está a importância do professor na sala de aula é o momento de contato com o aluno, onde, 
se constrói junto dele valores sociais que o mesmo levará para sua vida intima e profissional, 
construindo relações de aprendizagem através do currículo oculto, onde nos momentos mais 
sensíveis da prática docente o aluno observará as ações praticadas pelo professor e aprenderá 
através dessas ações, como: atitudes, comportamentos, equilíbrio, reflexão, entre outros. São 
gestos do professor que se associa ao ensino aprendizagem. Bom, isso é relativo a cada 
professor de ter competência e habilidade para agir de forma a desenvolver atitudes no aluno 
que vigorem perante a sociedade. 
Um assunto polêmico que não foi citado a cima são temas relacionados à sexualidade, 
sendo tratadas de forma transversal no espaço escolar, como já é previsto nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais, documento oficial que norteiam os currículos oficiais escolares. Esse 
assunto divide muito os docentes, muitos não abordam esse assunto por não fazer parte do 
currículo real da sua disciplina, outros acham o assunto irrelevante não gostam de abordar ou 
sentem preconceito em falar diante da classe. Sabe-se que por questões culturais a maioria dos 
pais não conversam com seus filhos sobre o assunto e se a escola relaciona o assunto em seu 
currículo, dizem que a escola incentiva os estudantes a fazerem coisas erradas, LOURO faz a 
seguinte pergunta: “A que valores, orientações, e éticas deveria uma educação sexual 
socialmente relevante apelar se a cultura não é uma casa ordenada e segura, ou se a cultura 
produz seu próprio conjunto de desigualdades ao longo das linhas do gênero, do status sócio 
econômico, das práticas sexuais, da idade, de conceitos de beleza, do poder e do corpo?” 
(LOURO, 1998) 
Há muito que se falar e o que se ouvir dos educandos dentro de uma “educação para a 
sexualidade”. Para se falar da temática na escola, há primeiramente vários tabus a serem 
desconstruídos por parte de todos da escola para o estabelecimento de um diálogo aberto e 
coerente sobre a temática. 
No meio cultural que se vive nos dias atuais, chegar na sala e encontrar um menino 
fisicamente e menina psicologicamente é meio que inusitado, os questionados a cima não 
testemunharam nenhuma situação assim, mas, é nesse momento que identifica-se o currículo 
2336 
 
oculto e temos a chance de desoculta-lo, tornar-se consciente da situação e criar atitudes nesse 
aluno que provoque mudanças positivas diante a sociedade. 
Considerações Finais 
É relevante sabermos a necessidade de conhecermos o espaço cultural em que a escola 
está inserida, que tipos de relações sociais os alunos que frequentam essa escola tem perante a 
sociedade e partindo desse ponto elabora um plano de ensino direcionado a esse público, é 
quase ilusório falar isso, por que, na maioria das vezes o professor nem conhece seu público, 
chega na escola e já tem um plano de ensino pronto para ele seguir, entrando para dentro da 
sala com grande possibilidades de ocorrências de fatos inesperados e ficar sem saber como 
proceder. 
Currículo Oculto é ferramenta poderosa na mão de um professor competente, que 
saiba manuseá-la com sabedoria. Aproveitando esses momentos de situações não planejados, 
o professor pode criar um vínculo de confiança entre ele e seus alunos possibilitando 
desenvolver métodos que auxiliem no processo de ensino e aprendizagem, que possam 
encaminhar cidadãos ativos, críticos, capazes de melhorar o meio onde vive com ações 
humanas e politicamente corretas. 
Analisando as falas dos professores questionados, que alguns lidam com algumas 
situações adversas seguindo uma metodologia já prescrita no seu plano de aula, e seguindo 
adiante com seu planejado, outros, procuram dialogar fazendo com que seus alunos reflitam 
sobre suas ações e o próprio professor repensa sua atuação quanto professor, buscando 
entendimento, conhecimento mais apurado de alunos, podendo agir e criar formas de ensino. 
Para que a aprendizagem ocorra, exige do professor habilidades e competências que nunca 
serão as mesma, não terá um modelo ou fórmula que é só aplicar e funciona, deve-se construir 
junto de cada aluno que se propõe ensinar. 
REFERÊNCIAS 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 27. ed. 
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. 
GIMENO SACRISTÁN, J.; PÉREZ GÓMEZ, A. Compreender e transformar o ensino. 4 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
LOURO, G. L. Pedagogias da sexualidade. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 
Belo Horizonte: Autêntica, p. 9-34, 1999. 
2337 
 
MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu. (Org.). Currículo, cultura e 
sociedade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1997. 
OLIVEIRA, Zélia Maria Freire de. Currículo: um instrumento educacional, social e cultural. 
Revista Diálogo Educacional. Curitiba,v. 8, n. 24, p. 535-548, Maio-Agosto de 2008. 
PERRENOUD, P. Construir competências é virar as costas aos saberes? Revista Pátio, Porto 
Alegre: ARTMED, ano 03, nº 11, jan. 2000. 
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 
2007. 
SILVA, Luis Eron da. Reestruturação Curricular: novos mapas culturais, novas 
perspectivas educacionais. Porto Alegre: sulina, 1996. 
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do 
currículo. 3 ed. 1ª reimp. – Belo Horizonte: Autentica, 2010.

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