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Criminologia

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CONCEITO DE CRIMINOLOGIA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
CONCEITO DE CRIMINOLOGIA
. Crimino (latim: crime) + logos (grego: estudo)
“A criminologia é a ciência autônoma, empírica e interdisciplinar, que tem por objeto o
estudo do crime, do criminoso, da vítima e do controle social da conduta criminosa, com o
escopo de prevenção e controle da criminalidade” (Oliveira, 2018)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
CONCEITO DE CRIMINOLOGIA
“A criminologia é a ciência autônoma, empírica e interdisciplinar, que tem por objeto o
estudo do crime, do criminoso, da vítima e do controle social da conduta criminosa, com o
escopo de prevenção e controle da criminalidade” (Oliveira, 2018)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Ciência – tem função, 
método e objeto próprio, 
que permitem validade e 
confiabilidade.
Ênfase na experiência e 
observação da realidade
Conhecimento de 
diversos ramos
CONCEITO DE CRIMINOLOGIA
“La criminología estudia los comportamientos delictivos y la forma como las sociedades
responden a estos. La criminología es una ciencia social, pues obtiene sus conocimientos
de la observación y análisis de la realidad de la delincuencia y del funcionamiento del
sistema penal. (Elena Larrauri)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Como é ciência social, suas afirmações 
devem decorrer de dados, evidências 
e investigações
CONCEITO DE CRIMINOLOGIA
“... Ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do
infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, e que trata de
subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis
principais do crime – contemplado este como problema individual e como problema
social -, assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de
intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas de
resposta ao delito” (MOLINA e GOMES, 2012)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
CONCEITO DE CRIMINOLOGIA
“... a atividade intelectual que estuda os processos de criação das normas penais e das
normas sociais que estão relacionadas com o comportamento desviante; os processos de
infração e de desvio destas normas; e a reação social, formalizada ou não, que aquelas
infrações ou desvios tenham provocado: o seu processo de criação, a sua forma e
conteúdo e os seus efeitos” (Lola Aniyar de Castro, 1983)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
CRIMINOLOGIA, POLÍTICA CRIMINAL E DOGMÁTICA JURÍDICO-PENAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Criminologia – Professor Alberto Amaral
CRIMINOLOGIA, POLÍTICA CRIMINAL E DOGMÁTICA JURÍDICO-PENAL
Dogmática Jurídico-Penal (“direito penal”): o estudo, intelecção, interpretação,
sistematização e ordenação das normas penais vigentes, que preveem delitos e cominam
sanções, que foram confeccionadas a partir das orientações e sistemas propostos pela
Política Criminal, a aplicação e a execução das sanções impostas.
. Dever ser – estudo formal do direito
Obs: mesmo no campo jurídico, há juristas que buscam uma compreensão do direito
preocupado com a realidade (como o realismo, o critical legal studies, os estudos legais
empíricos, law and economics e estudos sociolegais).
Criminologia – Professor Alberto Amaral
CRIMINOLOGIA, POLÍTICA CRIMINAL E DOGMÁTICA JURÍDICO-PENAL
Política criminal: “Ciência ou arte de selecionar os bens (ou direitos), que devem ser
tutelados jurídica e penalmente, e escolher os caminhos para efetivar tal tutela, o que
iniludivelmente implica a critica de valores e caminhos já eleitos” (Zaffaroni, 2004).
Logo, possui função orientadora, na assunção de medidas penais futuras; e crítica, com a
valoração das decisões tomadas pelo poder político.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
CRIMINOLOGIA, POLÍTICA CRIMINAL E DOGMÁTICA JURÍDICO-PENAL
Dogmática Jurídico-Penal (“direito penal”): o estudo, intelecção, interpretação, sistematização e ordenação
das normas penais vigentes, que preveem delitos e cominam sanções, que foram confeccionadas a partir
das orientações e sistemas propostos pela Política Criminal, a aplicação e a execução das sanções impostas.
Política criminal: “Ciência ou arte de selecionar os bens (ou direitos), que devem ser tutelados jurídica e
penalmente, e escolher os caminhos para efetivar tal tutela, o que iniludivelmente implica a critica de
valores e caminhos já eleitos” (Zaffaroni, 2004). Logo, possui função orientadora, na assunção de medidas
penais futuras; e crítica, com a valoração das decisões tomadas pelo poder político.
Criminologia: o estudo do fenômeno criminal, de forma empírica, com a verificação das causas que levam o
Estado a incriminar determinados comportamentos como delituosos, dos agentes que praticam tais
condutas e das razões determinantes, estimuladoras ou ensejadoras da prática delituosa, e da participação
de pessoas como vítimas.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
CRIMINOLOGIA, POLÍTICA CRIMINAL E DOGMÁTICA JURÍDICO-PENAL
Criminologia
. Fundamento científico
. Explicativo
Política Criminal
. Transformação da 
experiência crimonológica em 
estratégia(s) concreta(s)
. Decisivo 
Direito Penal
. Converter as estratégias 
concretas (normas, decisões) 
em proposições jurídicas 
gerais e obrigatórias
. Operativo
MÉTODOS DA CRIMINOLOGIA
Empirismo e interdisciplinaridade
Criminologia – Professor Alberto Amaral
MÉTODOS DA CRIMINOLOGIA
. Empirismo: a partir da observação do fato, pretende conhecer a realidade para explica-
la, aproxima-se do fenômeno delitivo sem mediações, buscando informação direta.
Criminologia: como é a realidade (etiologia do fato real), compreendendo-a e com
poder transformador. Ciência empírica e causal-explicativa. Mundo do ser.
Direito Penal: procura observar a realidade criminal, a partir do modelo típico. Interpretar
normas e aplicar ao caso concreto, de forma dedutiva-sistemática. Ciência valorativa e
normativa. Mundo do dever-ser
Criminologia – Professor Alberto Amaral
MÉTODOS DA CRIMINOLOGIA
. Interdisciplinaridade: relaciona-se com diversas e distintas áreas do conhecimento,
sendo marcada por dialogar com diferentes orientações ao buscar compreender o delito,
o delinquente, a vítima e o controle social.
Ex: direito penal, sociologia, psicologia, psiquiatria, biologia.
Obs: Para Garland, não seria autônoma por esse caráter interdisciplinar. Porém, a
criminologia poderia ser concebida como um espaço de encontro, pois, do contrário, ser
autônomo implicaria estudar apenas “criminologia”.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
OBJETO (DE ESTUDO) DA CRIMINOLOGIA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
OBJETO (DE ESTUDO) DA CRIMINOLOGIA
. Delito
. Delinquente
. Vítima
. Controle Social
Criminologia – Professor Alberto Amaral
OBJETO (DE ESTUDO) DA CRIMINOLOGIA
. Delito: fenômeno humano, cultural e, logo, social. Porém, não há, sequer, consenso
sobre um delito universal.
. Condições pontuais que possibilitam o delito – reação social (?).
. O que leva um grupo de homens a criminalizar uma conduta, com a imposição de
sanção?
. O crime seria, para a criminologia, um fenômeno social com múltiplas faces, com
uma abordagem ampla e que depende de outros conhecimentos para ser compreendido.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
OBJETO (DE ESTUDO) DA CRIMINOLOGIA
. Delinquente: uma das grandes perguntas criminológicas é voltada para indagar por que
determinadas pessoas praticam determinadas condutas, que são reconhecidas como
delitos, e por que há uma captura, imputação e penalização?
De outra forma, por que outras pessoas não praticam determinadas condutas ou por
que, ao praticarem delitos, não são capturadas, imputadas e penalizadas?
. Pecador (escola clássica – livre-arbítrio para o mal), atávico (positivismo
antropológico – já nasce criminoso), necessitado (escola correlacionista)?
Criminologia – Professor Alberto Amaral
OBJETO (DE ESTUDO) DA CRIMINOLOGIA
. Vítima: o estudo sobre as pessoas que sofrem crimes também ganha relevânciana
criminologia, superando um ostracismo do relevante papel da vítima, especialmente
sobre
(a) (a) fatores de risco que facilitam vitimização, (b) relações mantidas com o
delinquente, (c) medidas preventivas adotadas, (d) denúncias oferecidas, (e)
incremento ou diminuição do medo, (f) atuação do sistema penal em prol das
vítimas.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
OBJETO (DE ESTUDO) DA CRIMINOLOGIA
Na vitimologia relacionada à criminologia (algumas constatações):
1. Não há diferença rígida entre vítima e delinquente
2. Maior probabilidade de sofrer delitos em razão de procedência de setores mais
vulneráveis
3. A vítima é essencial na prevenção (informações a partir das polícias)
4. A vítima nem sempre quer punir o agressor (pode desejar apenas a reparação)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
OBJETO (DE ESTUDO) DA CRIMINOLOGIA
. Controle social: como é articulada a resposta oficial em face de uma conduta definida
como criminosa? Como se articula e opera o sistema penal?
. Controle social formal: sistemas previstos em lei e formalmente voltados para a prática de delitos;
. Controle social informal: busca outras respostas, não necessariamente previstas em normas (ex: família,
consciência) e não necessariamente legais (ex: direito penal subterrâneo – agências executivas de controle
à margem da lei e com certa aderência de outros players; milícias)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
OBJETO (DE ESTUDO) DA CRIMINOLOGIA
Sistema penal (que participam muitos atores com uma cosmovisão de delito
particularizada) → reage a um comportamento definido como delito → enseja
consequências
. Forças policiais (que devem agir em prol da sociedade) e como são construídas
estatísticas delitivas para alguns delinquentes e não para outros (cifra oculta da
criminalidade)
. “Attrition rates”: diferença entre delitos conhecidos e condenados pelo sistema penal.
. Como evoluíram as formas de castigo e relações estabelecidas entre castigo e estrutura
econômica e cultural
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
. Período pré-científico
. Período científico
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
. Período pré-científico: textos esparsos, da Antiguidade, como, por exemplo, Sócrates
(importância da ressocialização), Hipócrates (premissas de inimputabilidade penal ao insano
mental), Platão (fatores econômicos geram criminalidade)
Características:
. Ausência de estudo sistematizado (crime e criminoso)
. Explicações sobrenaturais ou religiosas – delito era pecado
. Demonismo personificado pelo criminoso
. Divisão: enfoques criminológicos clássicos (filosofia, ideário do iluminismo, reformadores e direito penal
clássico) e empírico (investigações sobre o crime, fragmentada e com fontes diversificadas)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
Idade Média: Europa feudal e religião dominante era o Cristianismo, com poder político
da Igreja. O delito era pecado e o delinquente, pecador. Na produção de provas,
admitiam-se ordálios (juízos de Deus).
Santo Agostinho (354 a 430 d.C): pena é medida de defesa social, intimida e promove a
ressocialização do delinquente
São Tomás de Aquino (1.226 a 1.274 d.C): Pobreza era grande causa do roubo e deveriam
ser levadas em consideração as condições de miséria. Ideia de justiça distributiva “dar a
cada um o que é seu”
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
PERIODO PRÉ-CIENTÍFICO
DEMONOLOGIA: explicação do mal pela existência do demônio. Existência da natureza e
da qualidade dos demônios – seriam 7 milhões de diabos.
. Mãe em linha reta da criminologia (Bernaldo de Quirós)
. Indivíduos mais afetados: doentes mentais (possessão), confundidos com demônios.
Tratamento curativo para expulsar o demônio (água gelada e fogo)
. Teoria da tentação: criminoso era tentado pelo espírito do mal.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
Século XVI: Thomas Morus (Utopia, de 1516): o delito conectava-se à vários motivos, mas
destacavam-se a desorganização social e a pobreza (fator socioeconômico).
Proposta de que os poderes públicos arbitrassem medidas para que delinquentes
trabalhassem para as vítimas, para compensar o dano.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
Fisionomistas (séc. XVII e XVIII): como Della Porta e Joahnn Kaspar Lavater, estudavam aparência
externa dos delinquentes (relação entre somático e psíquico), buscando verificar características
físicas de matiz criminosa.
Referências: Código de Manu, Zófiro, Eximenes. São Jerônimo: “a face é o espelho da alma e os olhos, mesmo
calados, confessam os segredos do coração”
Utilizavam o “Édito de Valério” – presunção de culpabilidade pela feiura.
Marquês de Moscardi (juiz napolitano) – beleza do condenado para aferir o julgamento
Lavater: “homem de maldade natural” – homem semelhante a animal
→ Protagonismo do criminoso como protagonista do fenômeno delituoso.
→ Juízes sentenciam pessoas, não casos.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
. Cranioscopia (Franz Joseph Gall e Jonh Gaspar Spurzhem) – medição da cabeça e a
forma externa do crânio determinaria o caráter e personalidade.
. Frenologia (Franz Joseph Gall) – análise interna da mente, para identificar a localização
física de cada função anímica do cérebro (teoria do crânio – localização). Mapa cerebral
- criminosos condenados à morte tinham instinto de defesa extraordinária, coragem e
tendência a agressividade (localização atrás das orelhas). Tendência homicida (acima e à
frente das orelhas). Tendência a discutir (cabeças mais largas)
Da frenologia irá se desenvolver, mais recentemente, a neurofisiologia e neuropsiquiatria
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
ASPECTOS HISTÓRICOS
PSIQUIATRIA (séc. XVIII) : desenvolvimento da psiquiatria como ciência autônoma a partir
de Philippe Pinel.
– rompe com pensamento demonológico e distingue criminosos de enfermos mentais.
Esquirol: sistematização e classificação de enfermidades.
Morel: ponto de partida para a psicopatologia infantil, pelos estudos entre delinquência e
loucura – doença mental (delito é fenômeno patológico, resultante da interação entre
fatores biológicos hereditários e sociológicos ambientais)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
Final do Século XVIII: surgimento da Escola Clássica (“iluminismo penal”) - Cesare
Beccaria, Francesco Carrara e Giovanni Carmignani
Cesar Beccaria – “Dos delitos e das penas”
. Método lógico-abstrato e dedutivo, a partir do silogismo
. Fundamentação da responsabilidade penal no livre arbítrio
. Crítica às arbitrariedades anteriores, da idade média, já que o contrato social pautava a sociedade civil, a
autoridade e o próprio direito de castigar
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
Montesquieu: política criminal deve enfatizar primeiramente a prevenção do delito – é
mais importante prevenir do que castigar
Voltaire: Pela legalidade e redução do arbítrio; juízes devem ser escravos da lei, não seus
arbítrios. Pena deve ser proporcional (à personalidade criminosa do autor, natureza do
ato, escândalo produzido e necessidade de exemplo à sociedade)
Rousseau: crime surge com “O contrato social”, etapa necessária da passagem do estado
natural à sociedade organizada pelo Estado. O homem é naturalmente bom, a sociedade
o perverte. Crime demonstra má-estruturação do pacto social e da desorganização
estatal
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
→ ESCOLA CARTOGRÁFICA (OU ESTATÍSTICA MORAL) – Quetelet e Garry
→ Adolphe Quételet (1796-1864): cria a estatística criminal. Mapas geográficos da criminalidade
→ . Teoria das leis térmicas: determinados delitos correspondem a estações do ano – crime
patrimonial no inverno, crime contra a pessoa no verão e crimes contra a dignidade sexual na
primavera.
→ . Delito é fenômeno social– periódico – relacionado a determinados fatores (miséria,
analfabetismo, clima etc) e deve ser estudado pelas estatísticas.
→ . Concebeu a figura do homem médio
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
. Período científico: majoritariamente, indica-se o nascimento da criminologia com a obra
“O homem delinquente” (1876) de Cesare Lombroso.
ATENÇÃO:
(a) (a) Paul Topinard (1879) utilizou primeiramente o termo “criminologia”
(b) (b) Rafaelle Garofalo (1885) utiliza a nomenclatura como título de um livro científico voltado para a
ciência que estuda a criminalidade
(c) (c) Francesco Carrara (1859), no livro Programa de Direito Criminal, teria adotado aspectos de
pensamento criminológico para autores da escola clássica
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
Século XIX: cientificismo
. empirismo
. método experimental ou indutivo
.verificação prática do crime e do criminoso
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
Positivismo criminológico (Scuola Positiva italiana): Lombroso, Ferri e Garófalo
→ (a) Cesare Lombroso (1835-1909) – O homem delinquente (1876)
→ . Pai da criminologia / início da antropologia criminal
→ . Método empírico
→ . Determinismo biológico no campo criminal
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
→ (b) Enrico Ferri (1856-1929) – Sociologia Criminal (1914)
→ . Determinismo social (ao contrário do livre arbítrio da escola clássica)
→ → delito é fenômeno social determinado por causas naturais
→ → prática dos crimes decorre de fatores antropológicos, físico-naturais e sociais.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
→ (c) Raffaele Garofalo (1851-1934)
→ . O crime só pode ser compreendido se estudado por métodos científicos.
→ . Tentou formular uma definição sociológica do crime – como aquele ato que pode ser
reprimido por uma punição (delito natural), que viola dois sentimentos altruístas
básicos às pessoas (probidade e piedade), logo é ato imoral que viola a sociedade
→ . Lei de adaptação– adaptação e eliminação dos inaptos em um tipo de seleção social natural
(darwinismo social) , inclusive com a possibilidade de morte (anormalidade psicológica
permanente).
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
→ Sociologia Criminal: crime como fenômeno social e fatores ambientais (exógenos)
atuam sobre a conduta individual e conduzem à pratica delitiva
→ Alexandre Lacassagne (1834-1924): delinquente possui predisposição latente à prática
de crimes, que é disparado pelo meio social – oposição à escola italiana de Lombroso
→ Émile Durkheim (1858-1917): crime é fenômeno normal na sociedade, se não
ultrapassado um determinado limite para cada tipo social, ocorrendo de forma
generalizada na sociedade.
→ Jean-Gabriel de Tarde (1843-1904): Relevância dos condicionamentos sociais e
imitação como teoria antecipada de aprendizagem e que se transmite por gerações.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
→ Criminologia socialista (lato sensu):crime decorre da natureza capitalista da sociedade,
que somente iria diminuir ou erradicar com a instauração do socialismo. Final do
século XIX
→ . A partir das teorizações de Karl Marx (1818-1883) e Friderich Engels (1820-1895)
→ Sociologia Criminal norte-americana: Influenciada por Sutherland e Sellin, de caráter
prático e sociológico
→ Criminologia socialista (stricto sensu): estudaria as causas dos crimes em países
socialistas.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ASPECTOS HISTÓRICOS
No Brasil:
. Surgimento da criminologia: João Vieira de Araújo – Ensaios sobre Direito Penal (1884)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Teorias (alcance)
Teorias de longo alcance
Teorias de médio alcance
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Teorias (alcance)
Teorias de longo alcance (grandes teorias): ampla e abtrasta, demasiadamente
especulativa e geralmente desconectada da observação.
- poderia fornecer explicações mais amplas e facilitar as estratégias para compreensão e
enfrentamento à criminalidade. Porém, multifatoriedade do delito inviabiliza explicação
totalizante.
Teorias de médio alcance (teorias parciais): ocupa-se principalmente da análise estrutural
da sociedade em que surge o delito. Explicam fragmentos do todo, com conexão
empírica e com mais possibilidade de teste das hipóteses propostas.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA CLÁSSICA E POSITIVISMO CRIMINOLÓGICO
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA CLÁSSICA E POSITIVISMO CRIMINOLÓGICO
(“luta de escolas penais”)
1) Em que se funda a responsabilidade penal do criminoso?
2) Qual é o conceito de crime?
3) O criminoso é um homem normal ou anômalo?
4) Qual é o conceito e efeitos da pena?
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA CLÁSSICA
. “Escola clássica”: Denominação dada por Ferri
. Existiu ou não?
Zaffaroni: não é uma corrente ou escola, mas um amontoado de pensamentos, de
épocas e países diferentes.
Existiu, pois há uma unidade ideológica (buscava dar garantismo do indivíduo contra o
poder punitivo) e metodológico (a forma de pesquisa, pelo método racionalista, lógico-
abstrato, dedutivo)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA CLÁSSICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA CLÁSSICA
1º período – Filosófico
Beccaria – Dos Delitos e das Penas (1764)
. poder de síntese e representação histórica
. Autor que vislumbrou o que ocorria na época e conseguiu traduzir essa ocorrência,
inclusive anseios da população
“É melhor prevenir os delitos que ter de castigá-los” – tranquilidade pública por meios
preventivos eficazes
Denúncia da legislação da época, arbitrária na aplicação da lei – excesso punitivo
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA CLÁSSICA
1º período – Filosófico
Beccaria – Dos Delitos e das Penas (1764)
. Pilares: contrato social (reserva legal), separação dos poderes, humanidade das penas,
princípio utilitarista da máxima felicidade para o maior número de pessoas
. Conclusões: legalidade (poder punitivo contratualmente elaborada e da separação dos
poderes), leis gerais, escritas e juiz limitado ao silogismo, utilidade da pena
Criminologia – Professor Alberto Amaral
SILOGISMO
Premissa Maior
“Matar alguém” é homicídio (previsão típica)
Premissa Menor 
Pedro matou alguém (fato)
Conclusão: Pedro é homicida (imputação delituosa)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA CLÁSSICA
2º período – Jurídico
. Livre arbítrio, de origem divina, guia a ação humana, logo o crime é uma violação 
consciente e voluntária da norma penal
. A pena deve ser proporcional ao crime e por ele justificada (função retributiva)
A pena é a negação da negação
. Crime é um ente jurídico
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA CLÁSSICA
Método: dedutivo ou lógico-abstrato – o ponto de partida é um princípio geral, alheio ao 
mundo fático, e de gera consequências – é o “a priori”
Crime: não é simples fato, mas um ente jurídico, que revela contradição entre fato e lei, 
uma infração. 
Fundamento da responsabilidade: se funda na moral e tem por base o livre-arbítrio
Fim da pena: a pena é uma retribuição, consequência da livre ação humana. Deve ser 
exemplar (gravidade e proporcionalidade do crime), em correspondência quase 
matemática. 
Criminoso: princípio do indeterminismo – todos podem praticar crimes (livre-arbítrio)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA CLÁSSICA
Crime → responsabilidade moral → pena
(ente jurídico) (liberdade de vontade) (retribuição)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
CLÁSSICOS X POSITIVISTAS
. Os positivistas criticam os clássicos, que teriam sido responsáveis pelo aumento da 
criminalidade (em razão da tipificação e pela criminalização primária) e da reincidência. 
. Aplicação de métodos de orientação científica (empírico-positivista), ao invés de 
orientações filosóficas. 
. Apenas é possívelcompreender o crime entendendo o criminoso. 
. Para os positivistas, o ser humano era determinado em sua vontade, que não era livre, 
resultando de diversos fatores. 
. A ênfase exagerada na proteção dos direitos dos indivíduos, para algumas ideologias 
políticas, ultrapassou os limites e sacrificou os interesses da coletividade. 
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA POSITIVISTA
. Os positivistas criticam os clássicos, que teriam sido responsáveis pelo aumento da 
criminalidade (em razão da tipificação e pela criminalização primária) e da reincidência. 
Buscam reduzir a criminalidade (orientação etiológica). 
. Aplicação de métodos de orientação científica (empírico-positivista), ao invés de 
orientações filosóficas. 
. Apenas é possível compreender o crime entendendo o criminoso. 
. Para os positivistas, o ser humano era determinado em sua vontade, que não era livre, 
resultando de diversos fatores. 
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA POSITIVISTA
LOMBROSO FERRI GARÓFALO
Criminologia – Professor Alberto Amaral
→ (a) Cesare Lombroso (1835-1909) – O homem delinquente (1876)
→ . Pai da criminologia / início da antropologia criminal
→ . Método empírico-indutivo (ou indutivo-experimental)
→ . Tentativa de reunião de todas as disciplinas voltadas para a delinquência
(antropometria criminal, biologia e etiologia criminais, sociologia e psiquiatria
criminais, medicina legal e direito penal)
→ . Delito tem origem em múltiplas causas, inclusive de origem ambiental e social (uso
de álcool, clima, educação, trabalho).
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA POSITIVISTA - Fase Antropológica
ESCOLA POSITIVISTA - Fase Antropobiológica
Cesare Lombroso (1835-1909)
. Determinismo biológico – criminoso é ser atávico, que regride a um estado
primitivo e selvagem (ser bestial)
. O criminoso nasce criminoso e fatores exógenos (clima, bebida etc) apenas
desencadeiam a propulsão interna (endógena) para o delito.
→ Teses centrais: 
(1) sinais físicos e psíquicos diferenciam os criminosos dos não criminosos 
(2) Criminoso é variante da espécie humana, um ser atávico (degeneração).
(3) Essa variação pode ser transmitida hereditariamente
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Criminoso nato: a partir de um criminoso 
multirreincidente que reúne série de anomalias, 
inclusive a fosseta occipital média. 
40% da população carcerária – tendência
“Criminoso nato universal” – características 
seriam comuns em todo mundo. 
Atavismo feminino: “prostitutas” (crueldade
requintada e diabólica)
Darwinismo social: homem primitivo próximo a 
animais inferiores
Tipos de criminosos: nato louco moral, epilético 
(congênito), louco, ocasional e passional (não congênito)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA POSITIVISTA - Fase Antropológica
Enrico Ferri (1856-1929): criador da sociologia criminal (1914)
1) Psicologia jurídica: Livre-arbítrio é ilusão metafísica
2) Antropologia: criminoso é uma classe especial, com retorno atávico às raízes selvagens
3) Estatística: prova que o aumento ou diminuição do crime depende de outras causas
além das aplicação de penas.
Fatores criminológicos: ordem antropológica (orgânica, psíquica, caracteres pessoais e
condições biológico-sociais), física (cosmo-telúrico, como clima, natureza, temperatura) e
social-cultural.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA POSITIVISTA - Fase sociológica
(b) Enrico Ferri (1856-1929)
. Determinismo social (ao contrário do livre arbítrio da escola clássica)
→ → delito é fenômeno social determinado por causas naturais (responsabilidade social)
→ → Razão de punir: defesa social (prevenção geral é mais eficaz que repressão)
→ → criminosos: natos, loucos, habituais, de ocasião e por paixão.
→ Obs: Genro e discípulo de Lombroso
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA POSITIVISTA - Fase sociológica
ESCOLA POSITIVISTA - Fase sociológica
Lei da saturação: nível de criminalidade é atrelado anualmente pelas condições físicas e
sociais, combinadas com tendências congênitas e impulsos ocasionais dos indivíduos.
Em condições especiais poderia ocorrer sobressaturação criminal, com excepcional
incremento das taxas de criminalidade.
1) Não há regularidade mecânica dos fenômenos criminais
2) Penas não tem a eficácia atribuída a elas. 
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA POSITIVISTA - Fase sociológica
Teoria dos substitutos penais: o crime pode ser punido sem sanção penal, por um
conjunto de providências em reformas práticas – meios preventivos.
Dentre os meios de combate à criminalidade, os preventivos seriam mais eficazes que os
reparatórios, repressivos e excluidores.
A pena é um meio de defesa social para ajustar o criminoso à convivência social.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Raffaele Garofalo (1852-1934): “Criminologia”
. Acentua fatores psicológicos (personalidade do autor do delito e anomalias psíquicas)
→ crime está no homem e se revela como sua degeneração
. A partir de formulações jurídicas, define o critério de temibilidade (ou periculosidade),
base da reprovação; prevenção especial como fim da pena e métodos de graduação.
. Pensou na aplicação de medidas de segurança como outra intervenção penal.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA POSITIVISTA - Fase jurídica
Raffaele Garofalo (1852-1934): “Criminologia”
. Delito natural: existe na sociedade humana, independente das circunstâncias e
exigências de uma determinada época ou das particularidades do legislador, e decorre da
violação dos sentimentos altruístas fundamentais de piedade (violado nos crimes contra
as pessoas) e probidade (violado nos crimes contra o patrimônio).
. Relevância da indenização (do Estado e da vítima)
. A repressão deveria ser rigorosa, especialmente a pena de morte, deportação,
relegação a colônicas penais.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA POSITIVISTA - Fase jurídica
Raffaele Garofalo (1851-1934)
→ . Lei de adaptação– adaptação e eliminação dos inaptos em um tipo de seleção social
natural (darwinismo social) , inclusive com a possibilidade de morte (anormalidade
psicológica permanente) para criminosos natos.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA POSITIVISTA - Fase jurídica
ESCOLA POSITIVISTA
Método: positivo empírico (imaginação submetida constantemente à análise, observação
e indução dos fatos) – indutivo-experimental – a partir de dados singulares
suficientemente enumerados, infere-se uma verdade universal. Na dedução, o resultado
lógico deriva de verdades universais já conhecidas.
Crime: conceito natural de delito (antissocial); fenômeno natural e social
Fundamento da responsabilidade: social (como ente da própria sociedade, deve zelar pela
sua manutenção)
Fim da pena: defesa social – inclusive com penas indeterminadas (curativas) . 
Criminoso: autor do fato, escravo de sua carga hereditária (determinismo social), com
periculosidade
Criminologia – Professor Alberto Amaral
TERZA SCUOLA ITALIANA 
(ESCOLA ECLÉTICA, CRÍTICA OU POSITIVISMO CRÍTICO)
Emmanuele Carnevale, Bernardino Alimena e Juan Impallomeni
Dualismo metodológico: premissas de etiologia do crime e da antropologia e da
sociologia criminal (escola positiva) e, apesar de afastar o livre-arbítrio, combina com a
Escola clássica a distinção entre imputáveis (penas) e não imputáveis (medidas de
segurança)
Direito penal: substantivo e autônomo.
POSTULADOS: (a) distinção entre inimputáveis e imputáveis; (b) responsabilidade moral
baseada no determinismo; (c) crime é fenômeno social e individual; (d) pena de caráter
aflitivo, para defesa social.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
TÉCNICO-JURÍDICA ITALIANA
Arturo Rocco: Direito penal não possui propensão a ser mero capítulo da história (positivismo
criminológico) e do formalismo excessivo (escola clássica). Redução do direito penal a uma teoria
jurídica, conjunto de princípios, de fatos ou fenômenosregulador pelo ordenamento jurídico
positivo.
Método dogmático: voltado para o único direito penal que existe como dado pela experiência,
direito penal positivo. Crime e pena sob aspecto puramente jurídico, como fatos disciplinados
pelo direito positivo.
Elaboração científica escalonada: fases da interpretação (Exegética teleológica), sistemática e
crítica (como o direito deve ser)
Juristas, ao elaborarem o estudo técnico das leis penais, devem elaborar uma dogmática guiada
por um espírito realista (estudo de instituição jurídica deve remeter a estudo de sua finalidade e
função social).
Criminologia – Professor Alberto Amaral
DOGMÁTICA JURÍDICO-PENAL ALEMÃ
Feuerbach, Binding, Merkel, Beling
Binding: Estudo do direito em si, excluindo qualquer consideração metajurídica ou
valorativa – Formalismo intranormológico
Contribuições nas teorias das normas (norma é entidade puramente jurídica), jus
puniendi (aspecto formal e polo criado pela norma) e pena (possui apenas finalidade
retributiva, voltada para a sua execução).
Teoria objetiva da interpretação: buscar a vontade da lei (não do legislador, mas da
vontade do direito que se exprimiu na proposição jurídica como elemento de um
sistema)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
ESCOLA SOCIOLÓGICA ALEMÃ – POLÍTICA CRIMINAL OU MODERNA ALEMÃ
Franz Von Liszt (Programa de Marburgo – 1882), Adolphe Prins, Von Hammel
Olhar sociológico do direito, conservando o estudo dogmático.
Estudo do delito e da pena em sua realidade sensível
Sociedade desenvolve e produz criminalidade – fator social como causa determinante
Postulados: (a) método indutivo-experimental; (b) distinção imputáveis e inimputáveis
(pena e medida de segurança para perigosos); (c) crime é fenômeno humano-social e
fato jurídico; (d) função da pena: prevenção especial; (e) eliminação-substituição de
penas privativas de curta duração.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
A DEFESA SOCIAL
Filippo Gramatica: responsabilidade penal deve repousar no indivíduo – eliminação das
causas de desemparo na sociedade pelo Estado; não há direito de castigar, mas de
socializar (não com penas, mas medidas de defesa social preventiva, terapêutica e
pedagógica), em face da personalidade (antissocialidade subjetiva), não em relação ao
dano causado. Tratamento comprovado do enfermo.
Marc Ancel (nova defesa social): máxima individualização da resposta punitiva para
potencializar a socialização e rechaçar direito penal meramente retributivo.
Objetivo: prevenção da delinquência e recuperação do delinquente em contexto de
harmonia social
Criminologia – Professor Alberto Amaral
MODELOS TEÓRICOS DA CRIMINOLOGIA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
MODELOS TEÓRICOS DA CRIMINOLOGIA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
MODELOS TEÓRICOS DA CRIMINOLOGIA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Teorias
Bioantropológicas
Lombroso
Biotipologia: 
morfologia, fisiologia 
e psicologiaEndocrinologia
Psicologia criminal: 
psicanálise, 
psicopatologia e 
psiquiatria
Sociológicas
Consenso
Conflito
Virada 
sociológica
MODELOS TEÓRICOS DA CRIMINOLOGIA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Criminologia do consenso: a sociedade apenas se mantém por um consenso entre os
viventes e por compartilharem valores fundamentais, que definem a identidade do
sistema e permitem a coesão social. Funcionalista – integração
Elementos sociais: perenidade, integralidade, funcionalidade, estabilidade.
Ex: Escola de Chicago, Anomia, subcultura criminal e Diferenciação Funcional.
Criminologia do conflito: a coesão e a ordem são fundadas na força. Há um
planejamento de produção de normas criminais (criminalização primária) voltado para
os interesses das classes dominantes.
Elementos sociais: mudança contínua, cooperação para dissolução, lutas de classes.
Ex: teóricos da reação social (ou crítica), teoria radical.
#VEMSERDEFENSOR
ESCOLA DE CHICAGO
Criminologia – Professor Alberto Amaral
. EXPLICAÇÃO ECOLÓGICA DA CRIMINALIDADE
Crime: a gênese delitiva relaciona-se diretamente com o conglomerado urbano (muitas
vezes desordenado e radial) e favorecia a decomposição da solidariedade das
estruturas sociais nas cidades grandes.
Zonas de delinquência: espaços geográficos – cidade é o centro das investigações
sociológicas
Desorganização social (desaparece controle social informal) e áreas de criminalidade
(gradiente tendency). Foco na prevenção.
Objeto: condições sociais
Método: empírico e técnicas estatísticas.
#VEMSERDEFENSOR
ESCOLA DE CHICAGO
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Desorganização social: impossibilidade de definir modelos e padrões de condutas
coletivas – ausência de limites para o indivíduo expressar suas inclinações (William
Thomas). Locais com alto IDH tem baixa criminalidade (Clifford Shaw e Henry Mckay)
Robert Park: cidade como organismo vivo (invade, domina, expulsa outras formas vivas
Ernest Burgess: teoria das zonas concêntricas – expansão radial, de dentro para foram,
em círculos concêntricos
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS ESTRUTURAIS-FUNCIONALISTAS
Criminologia – Professor Alberto Amaral
. Para as teorias estruturais-funcionalistas, o crime é fenômeno social, normal e
funcional para a sociedade.
Teoria da Anomia (Émile Durkheim): o desvio é fenômeno inevitável, normal da
estrutura social, sendo necessário e útil para equilíbrio e desenvolvimento
sociocultural. Apenas possui aspecto negativo quando ultrapassa certos limites.
Crime pode prepara e antecipar a moral futura (renova pautas) e o delinquente
introduz um agente regulador da vida social (Estabiliza e reforça sentimento coletivo).
Pena: mantém intacta a coesão social e reforça a consciência coletiva.
Anomia: perda das referências coletivas leva ao enfraquecimento da solidariedade
social.
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS ESTRUTURAIS-FUNCIONALISTAS
Criminologia – Professor Alberto Amaral
. Teoria da Anomia (Robert K. Merton): Crime ligados ao modelo cultural e, em razão
de apelos de cada sociedade, que sugere metas culturais, cada indivíduo devem
alcançar a estrutura social, daí decorrendo pressões sociais sobre o comportamento
humano.
Crime surge do desajuste entre os objetivos culturais e as formas legítimas de alcança-
los (típico de uma estrutura social defeituosa).
Estrutura cultura: conjunto de valores que regulam o comportamento, os objetivos
culturais de cada sociedade
Estrutura social: complexo de relações sociais em que os membros de uma sociedade
ou grupo estão inseridos (estrutura das oportunidades reais).
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS ESTRUTURAIS-FUNCIONALISTAS
Criminologia – Professor Alberto Amaral
. Teoria da Anomia (Robert K. Merton):
Anomia: crise da estrutura cultural quando há forte discrepância entre normas e fins
culturais, de um lado, e possibilidades estruturadas socialmente de atuar em
conformidade com aquelas, de outro lado.
Sociedade anômica: caracterizada por uma distribuição seletiva das estruturas sociais,
em que apenas alguns conseguirão alcançar as metas culturais (caráter sistêmico)
Tipos de adaptações: conformistas (reposta positiva do indivíduo ao fins culturais e aos meios legítimos),
inovação (tipicamente criminoso, só se adapta aos fins culturais, não aos meios legítimos), ritualismo
(rechaço às metas culturais, por não conseguir alcança-las e respeito por quem consegue), evasão ou
apatia (negação total) e rebelião (substituição por novos fins culturais e meios institucionalizados)
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS ESTRUTURAIS-FUNCIONALISTAS
Criminologia – Professor Alberto Amaral
. Teoria da Pressão (Robert Agnew): a criminalidade é consequência da pressão social
sofrida por indivíduos que buscam alcançar fins culturais, diante da escassez dos meios
legítimos. Delito é uma das formas de aliviar as pressões.
A pressão não é presumida unicamente para a aquisição de bens materiais (como
Merton), mas:
(a) na impossibilidade de alcançar as metas sociais desejadas (desequilíbrio
expectativas e o que pode alcançar);
(b) privação de estímulos positivos que indivíduo possui ou que esperapossuir;e
(c) derivada da confrontação do invidíviduo com situações negativas que não pode
escapar
Fatores de impulsão (como menor adaptação ou apoio social) ou fatores de predisposição
(temperamento)
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS SUBCULTURAIS
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Cultura: membros de um grupo específico de uma dada comunidade, valores
transmitidos dinamicamente de uma geração para outra, com certa durabilidade. Ação
que individualiza um grupo e torna-o singular e inconfundível.
Subcultura (Cohen): cultura dentro da cultura.
1) Caráter pluralista e atomizado da ordem social
2) Cobertura normativa da conduta desviada
3) Semelhanças estruturais entre comportamentos regulares e irregulares
Subcultura: comportamento social e sistema de valores que se separa de outro
existente (e dominante). Refere-se à minoria (ex: grupos de jovens) e não constituem
uma contracultural. Valores não se desprendem por completo da cultura dominante.
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS SUBCULTURAIS
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Alberto K. Cohen (Delinquent boys, 1955): subculturas delinquentes, gerando um
estado de frustração que influencia na aderência à subcultura e resultará em
delinquência.
Subcultura delinquente:
1) Não utilitarismo da ação: muitos delitos que não possuem motivação racional (ex:
quebrar placas de trânsito)
2) Malícia da conduta: prazer em atemorizar o outro (ação de gangues, temor em
jovens)
3) Negativismo da conduta: polo oposto aos padrões da sociedade
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS SUBCULTURAIS
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Richard Cloward e Lloyd Ohlin: pela oportunidade diferencial, assim como acontece
com meios legítimos, também é variável a oportunidade de ser bem sucedido por
meios ilegítimos.
Oportunidade ilegítima diferenciais e possibilidades de adaptação: subcultura criminal
(criminalidade adulta estruturada fornece padrão aos jovens), subcultura de conflito
(não há criminalidade estável e estruturada – tônica violência) e subcultura de
afastamento (renúncia aos valores tradicionais e uso de drogas)
Walter B. Miller: subcultura, com seus valores e metas, é transmitida por gerações,
fomentando a delinquência – crime resulta da própria cultura das classes inferiores
(classe social)
#VEMSERDEFENSOR
TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
GABRIEL TARDE: estudar a criminalidade em função da origem social (“imitação”) – sociedade
é reunião de pessoas que se imitam e repetem comportamentos. Para ele, criminoso é mero
receptor passivo de impulsos delitivos ou não delitivos, não havendo interação para o
influenciado.
EDWIN SUTHERLAND (1939): Cria a teoria da associação diferencial, inspirado em Tarde.
O comportamento criminoso deriva de um processo de aprendizagem que se dá com a
interação com pessoas favoráveis à prática de crimes (comunicação pessoal). Não é um
processo de socialização deficiente.
Excesso de definições aprendidas que são favoráveis à violação da lei em número superior às
definições desfavoráveis à violação da lei.
#VEMSERDEFENSOR
TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
1. “Comportamento criminoso é aprendido”.
2. “Comportamento criminoso é aprendido pela interação com outras pessoas em um processo de comunicação”. 
3. “A principal parte da aprendizagem do comportamento criminoso ocorre dentro de grupos íntimos e pessoais”. 
4. “Quando um comportamento criminoso é aprendido, a aprendizagem inclui: técnicas para executar o crime, que 
podem ser complicadas ou simples; e as direções específicas de motivos, impulsos, racionalizações e atitudes”. 
5. “A direção específica dos motivos e impulsos é aprendida a partir de definições dos códigos legais como 
favoráveis ou desfavoráveis”. 
6. “Uma pessoa torna-se delinquente por causa de um excesso de definições favoráveis à violação das leis sobre 
definições desfavoráveis à violação delas”. 
7. “Associações diferenciais podem variar em frequência, duração, prioridade e intensidade”. 
8. “O processo de aprendizagem do comportamento criminoso por associação com padrões criminosos e 
anticriminosos envolve todos os mecanismos envolvidos em qualquer aprendizagem”. 
9. “Enquanto comportamento criminoso é uma expressão de necessidades e valores gerais, ele não é explicado por 
essas necessidades e por esses valores, dado que comportamento não criminoso é uma expressão das mesmas 
necessidades e dos mesmos valores”. 
#VEMSERDEFENSOR
TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Crime de colarinho branco: pessoa de alto nível, alto poder econômico e viola leis que
regulamentam sua profissão. Cifras douradas da criminalidade.
→ Subestimação da criminalidade econômica e supervalorização da criminalidade de classe
baixa.
“A hipótese aqui sugerida como uma substituta para as teorias convencionais é que a
criminalidade de colarinho branco, assim como qualquer tipo sistemático de criminalidade, é
aprendida; que ela é aprendida pela associação direta ou indireta com aqueles que já haviam
praticado o comportamento; e que aqueles que aprendem esse comportamento são
segregados de frequentes e íntimos contatos com comportamentos obedientes à lei. O fato de
uma pessoa tornar-se criminosa ou não é determinado amplamente pela comparação da
frequência e intimidade dos contatos com esses dois tipos de comportamento”.
#VEMSERDEFENSOR
TEORIA DA IDENTIFICAÇÃO DIFERENCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
DANIEL GLASER: crime relaciona-se mais com a identificação do delinquente com pessoas reais
ou imaginárias, e suas pautas de conduta, do que decorre de um processo de aprendizagem.
. Uma teoria do comportamento criminoso deve incluir a complexidade da associação por si -
deve incluir grandes processos envolvendo o indivíduo e a associação.
#VEMSERDEFENSOR
TEORIA DO REFORÇO DIFERENCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Uma pessoa aprende o comportamento desviante pela interação com o seu entorno
social.
Burgess e Akers: a partir do condicionamento operante (conduta criminosa é derivada
de uma série de estímulos constantes na vida do indivíduo, experiências), é a partir do
reforço diferencial, em que é reiterado, reforçado, com mais frequência, intensidade e
probabilidade, o comportamento social desviante.
Jeffery: condicionamento a partir das ideias de privação e saciação, bem como a
ausência de punição (de atos passados).
#VEMSERDEFENSOR
TEORIA DA NEUTRALIZAÇÃO
Criminologia – Professor Alberto Amaral
David Matza e Gresham Sykes: o processo da carreira criminosa parte da
aprendizagem, de técnicas de cometimento dos crimes e de impulsos, motivos,
racionalizações e atitudes favoráveis à violação das leis.
Não existiria uma subcultura (outro sistema de valores opostos aos socialmente
difundidos), mas os criminosos compartilham do mesmo sistemas de valores, existindo
um sentimento de culpa e vergonha; há tributação de respeito à quem não descumpre
a lei; e reconhecem a ilegitimidade de seus atos.
#VEMSERDEFENSOR
TEORIA DA NEUTRALIZAÇÃO
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Ao internalizar valores dominantes, também ocorre o aprendizado de técnicas
capazes de neutralizar, racionalizar e justificar o comportamento criminoso.
1) Negação da responsabilidade – “não foi minha culpa”;
2) Negação da lesão (ilicitude) – “não achava que faria mal a alguém”;
3) Negação da vítima – “teve o que merecia”;
4) Condenação dos condenadores (ex: juízes hipócritas); e
5) Apelo à lealdade – “não fiz isso por mim”
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS CONFLITUAIS – A TEORIA DA REAÇÃO SOCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Teoria da reação social (interacionismo simbólico, rotulação social, etiquetamento ou
labelling approach): explicação para o crime concentra-se nas respostas formais do
Estado (processo de estigmatização)
Processo de definição do delito, do delinquente e a assunção da identidade de
delinquente.
. Sistema penal: forma de dominação social – criminalidade é uma definição.
. O podereconômico e político determina o que e quem é etiquetado
. O etiquetamento é instrumental para a criação de caráter e de um estilo de vida
desviado (ex: alterações decorrentes de instituições totais)
Teorema de Thomas: “se os homens definem uma situação como real, ela acaba se tornando real para
eles” (ou real em suas consequências).
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS CONFLITUAIS – A TEORIA DA REAÇÃO SOCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Expoentes: Erving Goffman e Howard Becker (EUA, 1960)
O desviante é produzido pelo controle social (sociologia da sociedade punitiva)
Desvio primário: comportamento ocasional ou situacional – é multifatorial, logo deve
ficar fora da explicação do crime.
Desvio secundário: resultado da interação entre o indivíduo e a resposta formal ao
desvio – resposta aos problemas derivados pela desviação primária.
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS CONFLITUAIS – A TEORIA DA REAÇÃO SOCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Becker: Desviação é produto de um processo exitoso de aplicação da etiqueta (estigma
social), em que alguns são rotulados e outros, embora tenham praticado crimes, nunca
são descobertos ou apreendidos.
Não é predicado do comportamento da pessoa, mas consequência da aplicação, por
outros, das normas e sanções.
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS CONFLITUAIS – A TEORIA DA REAÇÃO SOCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Criminalização primária: primeira vez que indivíduo é objeto de seleção como
desviante. Consiste na eleição de condutas consideradas criminosas pelo legislador, em
função da habitualidade e do estereótipo dos criminosos, não do dano social.
Intolerância a determinadas condutas e hábitos (ex: capoeira no Império, uso de
drogas, aborto).
Criminalização secundária: o ato é considerado desviado de acordo com o padrão de
comportamento pré-estabelecido por indivíduos com poder na sociedade (agências de
controle social, principalmente instâncias formais) e pelo estereótipo relacionado ao
ato.
O estigma não advém do processo de criminalização primária (criminalização gerada
pelo legislador), mas de como as pessoas reagem a ele (criminalização secundária).
#VEMSERDEFENSOR
TEORIAS CONFLITUAIS – A TEORIA DA REAÇÃO SOCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Instituições totais (Erving Goffman): despersonalização do sujeito, com a mortificação
do ”eu” e a reconstituição para seguir as regras do local
Cerimônias degradantes (Garfinkel): condenação e despojamento da identidade e
recebimento de outra. Podem ser formais (processo penal) ou informal (mídia)
“Role-engulfment”: autoimagem que o delinquente passa a fazer de si – papel
assumido pelo criminoso na carreira desviante.
#VEMSERDEFENSOR
A TEORIA DA REAÇÃO SOCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Becker: gestores da moral (“moral entrepreneurs”) – indivíduos criadores
ou aplicadores das regras ocupados de impor sua moral a todos, por
possuir superioridade e conhecimento de regras que tornariam a vida
melhor.
Instrumentalizam o direito penal a seu favor.
#VEMSERDEFENSOR
A TEORIA DA REAÇÃO SOCIAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Consequências político-criminais: busca evitar que o indivíduo ingresse nas instâncias
formais de controle
1) Diversificação – soluções alternativas
2) Descriminalização: formal (em sentido estrito: abolitio criminis); substitutiva
(administrativização); e descriminalização do fato (material: sistema não faz sua
função, ex: ausência de queixa-crime)
3) Despenalização: redução das sanções criminais tradicionais
4) Devido processo: observação das garantias de liberdade.
Ex: Lei 9.099 e a horizontalização do controle penal
#VEMSERDEFENSOR
TEORIA CRÍTICA OU RADICAL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Bonger (Holanda): capitalismo é a base da criminalidade, por promover o egoísmo e
incentivar condutas de apropriação de bens.
Condutas dos menos favorecidos são efetivamente perseguidas, ao contrário das
condutas dos possuidores de poder.
Características:
(a)Concepção conflitual da sociedade e do direito
(b)Alteridade para o criminoso
(c)Critica severa da criminologia tradicional
(d)Capitalismo é base da criminalidade
(e)Reformas estruturais na sociedade são necessárias para reduzir desigualdades e a
criminalidade.
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Paradigma etiológico: Positivismo criminológico (séx. XIX) predomina a visão da
criminologia como o estudo das causas do crime, de natureza patológica
(anormalidade) e biológica.
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Legitimidade; Defesa social (ou Bem e Mal); Finalidade (ou Prevenção); Igualdade; Interesse social;
Culpabilidade
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
(a) Legitimidade: Estado interpreta a necessidade de controle e, por seus entes, busca
exercitá-lo
(b) Defesa social (ou Bem e Mal): o desvio criminal é um mal e a sociedade é o bem a
ser protegido
(c) Finalidade (ou Prevenção): além de reprimir, sendo uma justa punição a contra
motivação, ressocializar os indivíduos pelas penas.
(d) Igualdade: Criminoso é uma minoria anormal, verificada por uma lei abstrata,
genérica e aplicada de forma equânime
(e) Interesse social: o Código protege o interesse comum de todos os cidadãos e
apenas uma pequena parte é interesse político e econômico
(f) Culpabilidade: atitude interior reprovável, contrária à sociedade e suas normas
sociais naturais.
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
. Século XX – 1930 (resposta sociológica) a 1960 (labelling approach)
Paradigma da reação social: 
. Crime → definido pelo Direito, não é natural e depende do contexto social
. Repúdio ao determinismo e à visão do delinquente como indivíduo diferente
. Opõe-se aos pressupostos da ideologia da defesa social.
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Legitimidade: Estado interpreta a necessidade de controle e, por seus entes, busca
exercitá-lo
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Legitimidade: Estado interpreta a necessidade de controle e, por seus entes, busca
exercitá-lo
→ Crítica: Há impulsos iguais nos demais membros sociais (Freud) e se projeta no
criminoso os impulsos idênticos, através da punição, para que a sociedade não haja
dessa forma.
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Defesa social (ou Bem e Mal): o desvio criminal é um mal e a sociedade é o bem a ser
protegido
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Defesa social (ou Bem e Mal): o desvio criminal é um mal e a sociedade é o bem a ser
protegido
→ Durkheim: o crime possui função social positiva, renovando pautas ou reforçando a
coesão social.
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Finalidade (ou Prevenção): além de reprimir, sendo uma justa punição a contra
motivação, ressocializar os indivíduos pelas penas.
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Finalidade (ou Prevenção): além de reprimir, sendo uma justa punição a contra
motivação, ressocializar os indivíduos pelas penas.
→A prisão, antes de ressocializar, impede o retorno às práticas não desviantes, pois
insere os criminosos em uma consolidação as carreiras criminosas.
Etiquetamento:
- Interpretam comportamento como desviante
- Define alguém como desviante
- Põe em ação um tratamento apropriado
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Igualdade: Criminoso é uma minoria anormal, verificada por uma lei abstrata, genérica
e aplicada de forma equânime
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESASOCIAL:
Igualdade: Criminoso é uma minoria anormal, verificada por uma lei abstrata, genérica
e aplicada de forma equânime
→Cifra negra da criminalidade (criminalidade real e aparente) e o second code dos
magistrados (criminalização secundária)
Fritz Sack: a criminalidade é atribuição dada por um Juiz (principalmente) e inicia a
consolidação da carreira criminosa.
Juiz se baseia em meta-regras, código paralelo
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Interesse social: o Código protege o interesse comum de todos os cidadãos e apenas
uma pequena parte é interesse político e econômico
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MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Interesse social: o Código protege o interesse comum de todos os cidadãos e apenas
uma pequena parte é interesse político e econômico
→Colarinho branco e impunidade
→Cifra negra da criminalidade
→ Encarceramento em massa
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MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Culpabilidade: atitude interior reprovável, contrária à sociedade e suas normas sociais
naturais.
#VEMSERDEFENSOR
MUDANÇA PARADIGMÁTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL:
Culpabilidade: atitude interior reprovável, contrária à sociedade e suas normas sociais
naturais.
→ Com a teoria das subculturas criminais: a conduta regular e a ilegal, desviada, é
definida em relação ao respectivo sistema de normas e valores oficiais e subculturais –
há uma reflexão interna pelo autor sobre valores internalizados, favoráveis ou
contrários à prática delituosa, e que foram interiorizados com mecanismos idênticos.
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Interacionismo simbólico (Escola de Chicago - Georg Mead, Blummer, Howard Becker):
o ser humano significa as coisas conforme suas interações, sendo a sociedade
constituída por uma infinidade de interações concretas.
Crime: agente que pratica + agente(s) que qualifica
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
“a criminalidade não é mais uma qualidade ontológica de determinados
indivíduos, mediante uma dupla seleção: em primeiro lugar, a seleção dos
bens protegidos penalmente, e dos comportamentos ofensivos destes
bens, descritos nos tipos penais; em segundo lugar, a seleção dos
indivíduos estigmatizados entre todos os indivíduos que realizam infrações
a normas penalmente sancionadas. “
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
a) o direito penal não defende todos os bens essenciais, nos quais estão igualmente
interessados todos os cidadãos, e quando pune as ofensas aos bens essenciais o faz com
intensidade desigualdade e de modo fragmentário.
b) a lei penal não é igual para todos, o status de criminoso é distribuído de modo
desigual entre os indivíduos.
c) o grau efetivo de tutela e a distribuição do status criminoso é independente da
danosidade social das ações e da gravidade das infrações à lei, no sentido de que estes
não constituem a variável principal da reação criminalizante e da sua intensidade.
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Criminologia crítica dos EUA: Chambliss e Quinney
Sistema de justiça criminal é expressão do conflito característico da
sociedade capitalista. A lei atende a desejo dominante.
Na Inglaterra: Taylor, Auton e Young – o controle social é resposta ao
indivíduo e fator gerador da desviação criminal.
Na Itália: Alessandro Baratta e os apontamentos anteriores. 
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TEORIAS CONFLITUAIS – PROPOSTAS ATUAIS
Teoria da criminalização secundária (Zaffaroni, Alagia e Slokar): a
criminalização secundária é responsável por construir o estereótipo de
quem é o delinquente, em dada comunidade, sendo altamente seletiva, em
face da fragmentariedade do direito penal, e volta-se com muita eficiência
para a incriminação dos mais vulneráveis.
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TEORIAS CONFLITUAIS – PROPOSTAS ATUAIS
Teoria da vergonha reintegradora - reintegrativa (Braithwaite): uma maior
integração à comunidade gera laços de interpendência, inclusive uma
aversão a se sentir envergonhado naquele local, como ocorreria com a
aplicação da pena, que tem duração limitada e, se a comunidade não desfaz
os vínculos de aceitação, contribui para a formação da consciência do
indivíduo. Ao lado da reprovação, cerimonias de reintegração.
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TEORIAS CONFLITUAIS – PROPOSTAS ATUAIS
Teoria do desafio (Sherman): a pena não terá o mesmo efeito para todos.
Logo, deve tentar verificar quando a pena estimula o falso orgulho e a
criminalidade futura (percepção de sanção injusta e estigmatizante, não o
ato criminoso; e vínculos sociais precários; orgulho do isolamento de quem
sanciona) e quando ela serve como dissuasão criminal (respeito às normas e
dignidade do criminoso; ligação social do criminoso; introjeção da vergonha,
em um caminho de reintegração).
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TEORIAS CONFLITUAIS – PROPOSTAS ATUAIS
Teoria das valorações reflexas (Matsueda): o indivíduo deve colocar-se no
papel do outro, membros dos grupos de referência de cada indivíduo,
atentando-se para os seus controles internos. O self como delinquente é
desenvolvido e tende a estabilizar.
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CRIMINOLOGIA NO BRASIL
Criminologia – Professor Alberto Amaral
. Positivismo criminológico italiano: Viveiros de Castro – defesa do
positivismo; Raimundo Nina Rodrigues – raça negra como um dos fatores
de inferioridade;
. Tecnicismo jurídico: Nelson Hungria (1 fase: o limite do direito penal é a
lei, não podendo se valer de experimentos; 2 fase: a recuperação do
criminoso deve ser a base o sistema judicial).
. A escola socialista: Roberto Lyra Filho (criminologia dialética ou crítica) –
questão criminal é um aspecto social. A sociedade não é neutra e há um
processo de estigmatização das classes marginalizadas.
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NOVAS CRIMINOLOGIAS (?)
Criminologia cultural (mass mídia)
Criminologia global (dano social)
Criminologia verde (meio ambiente)
Criminologia feminista (sociedade machista – esquerda punitivista)
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PREVENÇÃO E MODELOS PREVENCIONAIS
Criminologia – Professor Alberto Amaral
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PREVENÇÃO
Prevenção primária: voltada para as “causas”, buscando neutralizá-las, com forte caráter
etiológico. São demandas de alto custo, voltadas para toda população, de médio a longo
prazo, por intermédio de políticas públicas.
Ex: acesso à educação, saúde, saneamento básico.
Prevenção secundária: Após ou na iminência do delito, se volta para os grupos que
possuem maior possibilidade de sofrerem ou praticarem o delito. Foco em grupos sociais
mais vulneráveis, de curto a médio prazo.
Ex: ações policiais, grupos de apoio.
Prevenção terciária: Incide sobre detentos, após a prática do delito, com objetivo de
prevenir a reincidência, como medidas alternativas, serviços comunitários, liberdade
assistida. Criminologia – Professor Alberto Amaral
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PREVENÇÃO SITUACIONAL DO CRIME 
(MARCUS FELSON, RONALD CLARK E DONALD CORNISH)
TEORIA DA ESCOLHA RACIONAL
TEORIA DAS ATIVIDADES ROTINEIRAS
TEORIA DA OPORTUNIDADE
TEORIA DO PADRÃO CRIMINAL
Utilitarismo (Bentham) – aspecto ambiental (criminologia ambiental)
Base para o policiamento preventivo (ostensivo)
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PREVENÇÃO SITUACIONAL DO CRIME 
TEORIA DA ESCOLHA RACIONAL (Ronald Clark e Derek Cornish)
O delito é fruto de uma escolha racional, baseada na maximização dos ganhos e
minimização dos custos, baseada na percepção de riscos e recompensas.
O delito ocorre quando se percebe que ele é a solução mais rentável para as
necessidadesdo delinquente (a partir do que é mais evidente e imediato, negligenciando
questões mais complexas de custo-benefício)
Teoria dos jogos: homens tomam suas decisões a partir de possíveis consequências das
decisões alheias (estratégias a partir de posicionamento dos outros)
Aspecto econômico da conduta humana
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PREVENÇÃO SITUACIONAL DO CRIME 
TEORIA DA ESCOLHA RACIONAL (Ronald Clark e Derek Cornish)
Fases: seleção primária do alvo→ determinação do alvo→ planejamento → espreita→ ação delitiva
Intencionalidade: programam suas finalidades em face das consequências não 
intencionais de ações internacionais de outras pessoas
Racionalidade: há racionalidade na ação social, conhecimento e alternativas às ações 
são possíveis. 
Risco (visualizam probabilidades de vários resultados) x Incerteza (não é possível 
visualizar)
Ação estratégica (possui possibilidades de escolha) e ação independente (não há 
alternativas plausíveis)
Criminologia – Professor Alberto Amaral
Elementos:
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TEORIA DA ESCOLHA RACIONAL 
(Ronald Clark e Derek Cornish)
Fonte: Understanding crime displacemente: na application of rational
choice theory. Derek B. CORNISH & Rolad V. CLARKE, Novembro, 1987 
apud SCURO NETO, Pedro. Sociologia ativa e didática, 2004, p. 258
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PREVENÇÃO SITUACIONAL DO CRIME 
TEORIA DAS ATIVIDADES ROTINEIRAS (Clarke e Felson, 1998)
O delito é escolha racional entre custos e benefícios; a organização social pode facilitar o cometimento de 
determinados delitos (influência da Escola de Chicago)
Mudanças sociais estruturais trazem mudança das atividades rotineiras, produzindo aumento aumento dos 
objetivos apropriados e ausência de vigilância. 
Para crimes “predatory”: roubo, furto, estupro, assédio sexual, invasão de domicílio, quando o agente 
invade a vizinhança da vítima e são mais frequentes em ruas das cidades. 
ELEMENTOS NECESSÁRIOS (TEMPO E ESPAÇO): (1) Alvo (pessoa ou coisa) disponível – a partir dos critérios 
de valor, inércia, visibilidade e acesso; (2) “Guardião” responsável ausente; (3) Ofensor motivado. 
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PREVENÇÃO SITUACIONAL DO CRIME 
TEORIA DAS ATIVIDADES ROTINEIRAS
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PREVENÇÃO SITUACIONAL DO CRIME 
TEORIA DA OPORTUNIDADE (Clarke e Felson, 1998)
A oportunidade é uma das principais causas do crime (interações entre indivíduo e ambiente)
Negligenciada pela criminologia. 
Crime é produto da interação entre pessoas e seus ambientes. 
Oportunidade: (a) papel na causa de todos os crimes; (b) altamente específicas; (c) concentradas
no tempo e espaço; (d) dependem de como as atividades diárias ocorrem; (e) crime produz
oportunidade para outro; (f) produtos são mais tentadores conforme as oportunidades; (g) novas
oportunidades por mudanças sociais ou tecnológicas; (h) é possível prevenir reduzindo as
oportunidades; (i) esforço para reduzir o crime não o desloca, mas pode oferecer mudanças
reais; (j) redução acentuada de oportunidades pode produzir amplos declínios dos índices de
crimes.
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PREVENÇÃO SITUACIONAL DO CRIME 
TEORIA DO PADRÃO CRIMINAL (CLARKE, 1998) 
Explica o delito em certas áreas, já que o crime (e suas oportunidades) não é aleatório. 
Ele acontece quando um espaço de atividade (casa, trabalho, escola, shopping etc) da vítima ou
do alvo atravessa o espaço de atividade de um ofensor (delimitada por experiências passadas).
Os padrões pessoais se conectam em vários nós criando um perímetro.
Apenas ocorre o crime quando os espaço de atividade de vítima cruza o espaço de 
conscientização de um criminoso. 
Fornece elementos para organizar padrões de comportamento e de criminalidade. 
Princípio de Pareto: pequeno número de causas (20%) são responsáveis por grande proporção de 
resultados (80%) – causas: criminosos ou vítimas ou lugares ; pessoas, lugares, horários; alvos. 
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PREVENÇÃO SITUACIONAL DO CRIME 
TEORIA DO PADRÃO CRIMINAL
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PREVENÇÃO SITUACIONAL DO CRIME 
TEORIA DO 
PADRÃO CRIMINAL
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VITIMOLOGIA E VITIMIZAÇÃO
Vitimização primária: Decorre da própria prática delituosa, causando danos (físicos,
patrimoniais) à vítima.
Criminologia – Professor Alberto Amaral
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VITIMOLOGIA E VITIMIZAÇÃO
Vitimização primária: Decorre da própria prática delituosa, causando danos (físicos,
patrimoniais) à vítima.
Vitimização secundária: é a sobrevitimização, decorrente dos efeitos causados na vítima
pela atuação do sistema de justiça criminal, seja pelas investigações, seja pelo próprio
curso do processo penal (ex: oitivas, constrangimentos, reconstituições de delitos, ver-se
em face do criminoso).
Criminologia – Professor Alberto Amaral
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VITIMOLOGIA E VITIMIZAÇÃO
Vitimização primária: Decorre da própria prática delituosa, causando danos (físicos,
patrimoniais) à vítima.
Vitimização secundária: é a sobrevitimização, decorrente dos efeitos causados na vítima
pela atuação do sistema de justiça criminal, seja pelas investigações, seja pelo próprio
curso do processo penal (ex: oitivas, constrangimentos, reconstituições de delitos, ver-se
em face do criminoso).
Vitimização terciária: A inércia ou atuação insuficiente do Estado e do próprio corpo
social causam prejuízos às vítimas, que são desestimuladas a denunciar os fatos
delituosos ou buscar reparações – incremento na cifra oculta da criminalidade.
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MODELOS DE POLÍTICA CRIMINAL
. Políticas criminais autoritárias (ex: eficientismo – broken windows theory, 3 strikes and
you’re out – realismo de direita ou neorretribucionismo)
Extremo: direito penal do inimigo (Gunther Jakobs)
. Políticas criminais minimalistas: direito penal como ultima ratio essendi estatal., logo
deve incidir nas condutas mais graves, com ferimento mais sensível ou se vale da
segurança ;
. Políticas criminais abolicionistas: o direito penal causa mais prejuízos que os crime.
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REAÇÃO AO DELITO
. Modelo clássico (dissuasório – direito penal clássico): punição ao agente com a
imposição de penas e reforço coletivo.
. Modelo Ressocializador: possibilita a reinserção social, para além da aplicação da pena.
. Modelo Restaurador (integrador ou justiça restaurativa): pretende restabelecer o status
quo, reeducando o agressor, assistindo a vítima e o controle social.
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PENOLOGIA
. TEORIAS ABSOLUTAS (Kant, Hegel): pena é imperativo da justiça, sem fins utilitário.
Punição advém da prática delituosa.
. TEORIAS RELATIVAS: a pena deve ter finalidade utilitária, crime não é causa da pena,
mas momento para aplicá-la. Fins de prevenção geral e especial.
. TEORIAS MISTAS: admitem caráter retributivo das penas, mas com finalidade de
reeducação e intimidação.
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PENOLOGIA
. Prevenção geral negativa (prevenção por intimidação) ou positiva (integradora)
. Prevenção especial negativa (neutralização) ou positiva (ressocialização)
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A DEFESA SOCIAL
Filippo Gramatica: responsabilidade penal deve repousar no indivíduo – eliminação das
causas de desemparo na sociedade pelo Estado; não há direito de castigar, mas de
socializar (não com penas, mas medidas de defesa social preventiva, terapêutica e
pedagógica), em face da personalidade (antissocialidade subjetiva), não em relação ao
dano causado. Tratamento comprovado do enfermo.
Marc Ancel (nova defesa social): máxima individualização da resposta punitiva para
potencializar a socialização e rechaçar direito penal meramente retributivo.Objetivo: prevenção da delinquência e recuperação do delinquente em contexto de
harmonia social
Criminologia – Professor Alberto Amaral

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