Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Campo Grande, MS 2019 Campo Grande, MS 2018 DISCIPLINAS NORTEADORAS: Aprendizagem e Desenvolvimento Social da Criança; Didática da Alfabetização e do Letramento; Didática da Língua Portuguesa; Educação de Jovens e Adultos Prática Pedagógica – Investigação Científica. ANHANGUERA EDUCACIONAL CAMPO GRANDE UNIDADE 2 PEDAGOGIA Campo Grande, MS 2019 NOME E RA Campo Grande, MS Perfil do público da EJA PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA VOLTADO AOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Desafio Profissional - apresentado à Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas de Aprendizagem e Desenvolvimento Social da Criança; Didática da Alfabetização e do Letramento; Didática da Língua Portuguesa; Educação de Jovens e Adultos e Prática Pedagógica – Investigação Científica. Tutor (a) à distância: Campo Grande, MS 2019 A Educação de Jovens e Adultos - EJA é uma modalidade de ensino instituída no Brasil com o intuito de desenvolver as competências básicas de alunos em fase inicial de alfabetização que não tiveram oportunidades de ingressar nos estudos ou abandonou os mesmos por circunstâncias alheias às suas vidas, sem a consolidação de pré-requisitos básicos como leitura e escrita. Neste contexto, a EJA, pela sua trajetória educacional do Brasil, foi elaborada e implantada inicialmente, apenas como um projeto de alfabetização de adultos com o propósito de diminuir os altos índices de analfabetismo que envergonhava nosso cenário sociocultural, em meados do século XX. A conquista de um ensino de qualidade para a EJA baseou-se na implementação de propostas pedagógicas diferenciadas e inovadoras, cujos métodos consistiam em alfabetizar e tornar o aluno da EJA autônomo e capaz de decodificar os mais diferentes contextos inerentes a toda a sua trajetória de vida. Esse método de ensino para a EJA ficou conhecido como “Método Paulo Freire”, pois o educador Paulo Freire em suas obras Pedagogia da Autonomia e Pedagogia Libertadora, idealizou a alfabetização partindo do domínio dos códigos linguísticos de sílabas das palavras que fazem parte da vida cotidiana dos jovens e adultos, o que possibilitou um rápido alcance de resultados, expandindo pelas escolas brasileiras no início da década de 1990. Sendo assim, pretendia ajustar as propostas da inserção dos jovens e adultos no processo ensino e aprendizagem, iniciando pelo resgate da alfabetização e domínio socioculturais dos mesmos e os conhecimentos prévios que os alunos possuem e são ampliados neste processo de ensino e aprendizagem. A EJA no sistema educacional, de acordo com a função social da escola, não é apenas um projeto de alfabetização como propunha na sua implantação histórica. Também, não é uma proposta mecânica de ensino apenas para apresentar dados estatísticos com quantitativos numéricos de ingresso e permanência desse público nas escolas, ao contrário, assume o papel de “projeto de vida”, para consolidação de planos pessoais, visando o reconhecimento na sociedade e a independência do Capitalismo burocrático imposto às pessoas, marginalizando-as, principalmente quando se declaram analfabetas, ou até mesmo, analfabetos funcionais, que é realidade da maioria dos jovens e adultos brasileiros. Portanto, o maior desafio que a EJA enfrenta na atualidade, após superar todas as barreiras impostas pelas burocracias de implantação dos projetos educacionais no Brasil, independente do apoio de empresas privadas, ONGs e demais instituições de resgate da cultura de proteção aos direitos humanos, é estabelecer um projeto igualitário no qual, em todas as regiões do Brasil, o público da EJA receba todo o apoio necessário para ingressar e dar continuidade nos estudos, com garantia de aprendizagem e resgate dos valores humanos Campo Grande, MS 2019 em todos os seus aspectos. Sendo assim, considera-se a atuação de profissionais de incentivo e apoio como primordiais para que essa realidade não seja considerada uma utopia, mas a conquista de direitos igualitários na perspectiva de um ensino de qualidade e com resultados. O que significa ler o mundo, segundo Paulo Freire? Como estimular o gosto pela leitura e pela escrita na Educação de Jovens e Adultos? No processo ensino e aprendizagem da EJA, destaca-se o trabalho do professor alfabetizador como mediador desse processo, auxiliando este público na construção dos seus conhecimentos com base nas suas experiências de vida, relacionadas aos convívios sociais. Sendo assim, considera-se o trabalho deste professor como imprescindível para relacionar os estudos com a sua vida cotidiana, conciliando à alfabetização e o letramento, pois este profissional de ensino, pela experiência adquirida com este público, adquire a competência de criar e pôr em prática, diferentes e eficientes métodos de ensino, superando o tradicional para estimular os alunos obter autonomia e sentir interesse e gosto pela aprendizagem, superando todas as suas limitações e elevando a autoestima na proporção da aprendizagem conquistada. A principal missão da EJA é proporcionar ao aluno a conquista pelo mundo letrado, através de diferentes contextos que o estimula a ler, interpretar e descrever sobre os códigos linguísticos em sua volta. Os diferentes contextos da língua que permitem ao sujeito interagir através da leitura, decodificação e escrita, estão presentes nos mais variados veículos de comunicação presentes nos lares, nos comércios, nas ruas e em diferentes setores da sociedade. Sendo assim, não é possível desvinculá-los das nossas vidas, pois dependemos deles para a nossa sobrevivência cultural, social e humana, sendo necessário ter o domínio geral sobre eles, para garantir os méritos que necessitamos enquanto sujeitos deste mundo letrado, para construção da nossa identidade própria e edificação da nossa história de vida. Portanto, a proposta de desenvolvimento da leitura do mundo para o público da EJA, pressupõe que este projeto de ensino tem o dever de ampliar as oportunidades para o indivíduo expressar de diferentes formas, não apenas pela linguagem oral, como sendo a mais usual, mas também pela linguagem não verbal, através de imagens, códigos, símbolos, gestos, dentre outros, demonstrando este domínio pelo contexto da informação e instrumentalizando a proposta da leitura, escrita e interpretação, culminando no letramento. Campo Grande, MS 2019 Isto significa que não basta ler e escrever, é necessário também interpretar todos os tipos de códigos linguísticos, para garantir o domínio sobre eles. Como exemplo, se um sujeito não conhece o significado das cores utilizadas como fonte de informações em um semáforo certamente cometerá erros que comprometerão sua atitude cidadã, sua própria vida e também a vida dos outros, além de comprovar seu analfabetismo funcional. Diferenças entre Alfabetização e Letramento e as estratégias que podem ser utilizadas na Educação de Jovens e Adultos: Aprender a ler e a escrever implica não apenas o conhecimento das letras e do modo de decodificá-las (ou de associá-las), mas a possibilidade de usar esse conhecimento em benefício de formas de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural. Fazendo com que o indivíduo em questão seja mais reflexivo e crítico na sua forma de agir e pensar mediante a sua realidade escolar e cultural. Ao permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza, confronte, induza,documente, informe, oriente-se, reivindique, e garanta a sua memória, o efetivo uso da escrita garante-lhe uma condição diferenciada na sua relação com o mundo, um estado não necessariamente conquistado por aquele que apenas domina o código. Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio históricos da aquisição de uma sociedade. Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se Letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivo. Na Educação de Jovens e Adultos, as estratégias de Alfabetização e Letramento pressupõe que, ao permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza, sistematize, confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique, e garanta a sua memória, o efetivo uso da escrita garante-lhe uma condição diferenciada na sua relação com o mundo, um estado não necessariamente conquistado por aquele que apenas domina o código. Por isso, aprender a ler e a escrever na EJA implica não apenas o conhecimento das letras e do modo de decodificá-las (ou de associá-las), mas a possibilidade de usar esse conhecimento em benefício de formas de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e Campo Grande, MS 2019 legítimas em um determinado contexto cultural. Os diferentes contextos da língua que permitem ao sujeito interagir através da leitura, decodificação e escrita, estão presentes nos mais variados veículos de comunicação presentes nos lares, nos comércios, nas ruas e em diferentes setores da sociedade. Sendo assim, não é possível desvinculá-los das nossas vidas, pois dependemos deles para a nossa sobrevivência cultural, social e humana, sendo necessário ter o domínio geral sobre eles, para garantir os méritos que necessitamos enquanto sujeitos deste mundo letrado, para construção da nossa identidade própria e edificação da nossa história de vida. A principal missão da EJA é proporcionar ao aluno a conquista pelo mundo letrado, através de diferentes contextos que o estimula a ler, interpretar e descrever sobre os códigos linguísticos em sua volta. Reflexões sobre as diferentes formas de falar no Brasil e como essas diferenças podem ser abordadas em sala de aula O contexto linguístico do Brasil é extenso e variável conforme os aspectos da regionalidade que o nosso país possui, considerando as dimensões territoriais e a forte miscigenação cultural advinda da intensa entrada de povos advindos de outros países. Portanto, as questões que envolvem a variação linguística, sem dúvida, interferem nas relações em sala de aula e na qualidade de apropriação do saber, especialmente, no que se refere ao ensino de língua materna, pois a linguagem coloquial assume papel de destaque na oralidade e interfere diretamente na linguagem escrita, dificultando para o professor desenvolver um trabalho relacionado à linguagem culta, podendo confundir o aluno e interferir no seu desempenho cognitivo, pois na maioria das vezes, o aluno escreve da forma que ele pronuncia. Plano de Ação Campo Grande, MS 2019 Tema: Intensificação da leitura através de enunciados dos rótulos e embalagens. Objetivos a ser alcançados: - Perceber que nos rótulos e embalagens dos produtos há uma infinidade de contextos linguísticos que contribuem para a apropriação da leitura e escrita, seguindo a norma padrão. . Vivenciar experiências linguísticas pela leitura de palavras e expressões dos rótulos e embalagens que contribuam para a adequação entre a linguagem oral e a linguagem escrita. . Relacionar algumas formas de ler e escrever a partir da reescrita de palavras ordenadas em sílabas. Justificativa sobre a relevância do tema: Os rótulos e embalagens de produtos estão por todas as partes com uma série de contextos linguísticos que possibilitam à decodificação, a oralidade e a padronização da tipologia textual que é empregada seguindo a norma padrão. Diante disso, é possível alfabetizar letrando o público da EJA a partir da consolidação de um trabalho com as palavras e expressões destes rótulos e embalagens no processo ensino e aprendizagem, em que sejam valorizados os conhecimentos prévios dos alunos e o linguajar para ajustamento linguístico da norma coloquial para a norma padrão culta. Portanto, a justificativa deste Plano de Ação par o público da EJA, está relacionada ao fato de que necessitamos aprender a ler, escrever e interpretar (alfabetização e letramento), bem como conhecer e aplicar a norma padrão na pronuncia e escrita das palavras e frases, utilizando à visualização e percepção para a memorização, conforme às contribuições de recursos como rótulos e embalagens. Definição das ações e estratégias: . Seleção de várias embalagens e rótulos que contem palavras em alto-relevo ou em evidência, sendo estas Campo Grande, MS 2019 comumente pronunciadas oralmente na norma culta, mas escritas na forma coloquial, como por exemplo: macarrão, chocolate, açúcar e outros, para que possam ser analisadas e reescritas por algumas vezes até assimiladas às semelhanças e diferenças entre a pronúncia e a escrita das palavras pelos alunos. . Desenvolvimento da oralidade e interpretação sobre a origem, composições, utilidades, cores, sabores e outros contextos que estejam relacionados a estes produtos. . Formação de palavras novas utilizando sílabas destas palavras para formação de outras, exemplo: Chocolate Cola Late Tela Materiais a serem utilizados Rótulos e embalagens, tesouras, cola, cadernos, réguas. Avaliação sobre as ações desenvolvidas: Através da observação do envolvimento dos alunos com a proposta de ensino e aprendizagem intermediada pela oralidade e escrita que enfatiza a mudança na pronúncia e representação gráfica das palavras. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Campo Grande, MS 2019 ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é o método Paulo Freire. 24. Ed. São Paulo: Brasiliense, 2003. FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação. 3. ed. São Paulo: Centauro, 1980. _______. A educação é um quefazer neutro? In: GADOTTI, Moacir, História das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 2002, p.254. _______. Política e Educação.7. ed. São Paulo: Cortez, 2003. FUCK, Irene Terezinha. Alfabetização de Adultos: Relato de uma experiência construtivista. 8. Ed. Petrópolis: 2002. GADOTTI, Moacir. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione, 1989. GENTILE, Paola. A Educação, vista pelos olhos do professor. Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, ano 22, n. 207, Nov. 2007. LOPES, Eliane Marta Teixeira (Org.). 500 anos de Educação no Brasil. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Pedagogia dos Projetos: Uma jornada Interdisciplinar rumo ao desenvolvimento das Múltiplas inteligências. 3. Ed. São Paulo: Érica, 2002. PAIVA, Ernesto Pereira. Educação Popular e Educação de Adultos. São Paulo: Loyola, 1983. SANTOS, José Luis dos. O que é cultura. 14. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. STEPHANOU, Maria; BASTOS, Maria Helena Câmara. História e Memórias da educação no Brasil – Século XX. Petrópolis: Vozes, 2005. Campo Grande, MS 2019
Compartilhar