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CARTILHA DE ORÇAMENTO PÚBLICO

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS 
ESTÂNCIA BALNEÁRIA 
 
 
 
 
 
SECRETARIA DE FINANÇAS 
 
 
Cartilha do Orçamento Público 
 
 
 
 
2007 
1ª Edição 
 
2011 
2ª Revisão 
 
 
 
 
2 
 
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE FINANÇAS 
Mírian Cajazeira Vasquez Martins Diniz 
 
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE ORÇAMENTO E GESTÃO 
Marcos Nóvoa 
 
EQUIPE TÉCNICA 
Elza Varanda 
Rodrigo Hitoshi Yamamoto 
Fremar Pereira Hauck Gavio 
 
REVISÃO 2011 
Eduardo Speeden 
Rogério Rebelo Lima 
 
 
 
 
3 
1. Entendendo o orçamento público 
 Saiba que... 
“A lei do orçamento conterá a discriminação da receita e 
despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira 
e o programa de trabalho do governo, obedecidos os 
princípios da unidade, universalidade e anualidade.” 
LEI FEDERAL 4.320/64, ART. 2º 
 
Princípio da universalidade 
Todas as despesas e receitas do governo devem ser obrigatoriamente consideradas. 
 
Princípio da unidade 
Todas as receitas e despesas devem compor um único orçamento. 
 
Princípio da anualidade 
O orçamento deve valer para o período de um ano. 
 
2. O que é orçamento público 
O orçamento público é uma previsão que a Prefeitura faz todos os anos da 
arrecadação com impostos e taxas e o que terá que gastar com a manutenção e preservação 
da cidade. Portanto, o orçamento é um documento com todas as informações sobre os 
recursos que a Prefeitura dispõe em termos de receitas e despesas. Dessa forma, o 
orçamento registra o programa de trabalho anual do Poder Público mostrando suas 
prioridades e a destinação dos recursos. 
 
3. O PPA, a LDO e o Orçamento 
A partir da Constituição de 1988, o planejamento orçamentário passou a ser feito em 
três etapas complementares: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias 
(LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA). O Plano Plurianual tem por objetivo ordenar as 
ações do governo que levarão ao alcance das metas fixadas para um período de quatro 
anos. O PPA detalha despesas de duração continuada (de mais de 2 anos de duração), 
estabelece uma programação anual e um planejamento de médio prazo. 
 
 
 
 
4 
A LDO, ao contrário do PPA, tem validade de apenas um 
ano. A LDO é feita a partir do PPA e nela são detalhadas as 
metas a serem alcançadas no ano em que o orçamento for 
executado. Assim, a LDO tem como finalidade guiar a 
elaboração do orçamento anual de forma a adequá-lo às 
diretrizes e metas estabelecidas no PPA. 
Para tornar realidade todos os planos previstos no PPA 
e obedecer todas as orientações definidas pela LDO, elabora-se 
então o orçamento anual. O orçamento é uma lei onde estão 
previstas todas as receitas e despesas para um determinado ano, ou seja, é nele que estão 
todas as ações governamentais e respectivos custos. 
 
4. A elaboração do orçamento 
A elaboração do orçamento envolve um ciclo 
específico que vai desde a proposição orçamentária inicial, 
oriunda de cada unidade orçamentária (secretaria, 
autarquia ou fundação), até a aprovação definitiva do 
orçamento pela Câmara Municipal e pelo Prefeito. O 
ciclo começa com cada unidade orçamentária elaborando 
sua proposta orçamentária, que é então repassada para a 
Secretaria de Finanças, encarregada de reunir as propostas consolidá-las em um único 
orçamento. O orçamento consolidado segue então para discussão e aprovação do Poder 
Legislativo. Depois da aprovação Legislativa e do Prefeito, o orçamento transforma-se em 
lei, a Lei Orçamentária Anual (LOA). Uma vez aprovada a LOA, o Executivo pode realizar 
a execução do orçamento e a liberação dos recursos 
para as secretarias que, por sua vez, procederão à 
execução dos programas e ações governamentais de sua 
competência. 
 
5. Os prazos 
No que se refere a prazos, de acordo com a Lei 
Orgânica do Município, o Prefeito deve enviar à 
Câmara Municipal, até o dia trinta de setembro de cada 
 
 
 
 
5 
ano, o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) para discussão e aprovação, sendo que o 
Legislativo tem até o final do ano para devolver a peça orçamentária para sanção do 
Prefeito. No caso do PPA e da LDO, o prazo máximo para envio à Câmara é o dia 30 de 
abril de cada ano. 
 
6. A tramitação do orçamento na Câmara 
O Legislativo tem até o final do ano que antecede a entrada em vigor da proposta 
orçamentária para apreciá-la. Os vereadores podem fazer emendas ao projeto de lei do 
orçamento proposto pelo Poder Executivo ou aos seus anexos, que compõem o programa 
de trabalho e respectivas previsões de despesas. 
Os vereadores não podem propor emendas que 
redirecionem recursos destinados a despesas com pessoal 
e encargos sociais, pagamento da dívida e transferências 
de recursos determinadas pela Constituição. Os valores 
previstos de receita também não podem ser alterados. 
O Prefeito tem poder para vetar emendas feitas ao 
projeto de lei. Os vereadores vão apreciar os vetos, 
podendo mantê-los ou rejeitá-los. Se o veto do Prefeito 
for mantido, o conteúdo do artigo alvo do veto deixa de 
fazer parte da lei orçamentária. 
Por fim, caso a proposta orçamentária do Executivo seja rejeitada pelos vereadores, 
fica valendo, para o próximo ano, o orçamento do ano em curso. 
 
7. A execução do orçamento 
A execução é o cumprimento do orçamento, com a realização das despesas nele 
previstas. Para que a execução orçamentária possa começar, é necessário que a Lei 
Orçamentária Anual tenha sido publicada em um veículo de 
comunicação de grande circulação ou no diário oficial do 
município para que todos possam conhecê-la. 
A execução do orçamento começa com a liberação das 
dotações orçamentárias para os vários órgãos da Prefeitura, que 
então podem começar a gastar os recursos previstos no 
orçamento. Dotações são os valores previstos no orçamento para 
 
 
 
 
6 
as despesas de cada órgão/secretaria do município. Sem a existência de uma dotação, uma 
despesa não pode ser realizada. O uso das dotações orçamentárias ocorre por meio do 
empenho, que é o vínculo estabelecido entre as dotações e as despesas. Com o empenho, 
inicia-se a relação contratual entre a Prefeitura e seus fornecedores ou prestadores de 
serviço. Depois de empenhados, os recursos das dotações passam para a etapa de 
liquidação (etapa seguinte ao empenho), que é basicamente uma verificação dos 
documentos (notas fiscais, recibos, etc). A fase final da despesa é o pagamento, onde a 
Prefeitura efetivamente paga suas despesas e quita os compromissos assumidos. É assim 
que, ao longo do ano, os recursos do orçamento são gastos e o orçamento é posto em 
prática, ou seja, é executado. 
 
8. O crédito orçamentário 
É o montante da dotação orçamentária alocada a um órgão, a uma unidade, a um 
programa, a uma ação, etc. Também se refere à autorização dada pela lei orçamentária para 
aplicação de determinada soma de recursos, discriminada conforme as classificações. 
Havendo insuficiência da previsão orçamentária ou simplesmente a inexistência de 
previsão para uma determinada despesa, a Prefeitura utiliza o crédito adicional, que pode 
ser de três tipos: suplementar, especial e extraordinário. Os créditos adicionais 
suplementares são acréscimos à dotação orçamentária que não dispuser de recursos 
suficientes para as despesas a serem realizadas. Os créditos adicionais especiais são aqueles 
destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. Já os créditos 
adicionais extraordinários são aqueles destinados às despesas urgentes e imprevistas, como 
em casos de calamidade pública. 
 
9. Receitas públicas 
 Entende-se por Receita Pública todos os recursos financeiros que ingressam na 
conta de Tesouro Municipal visando o pagamento dosgastos do governo. As principais 
fontes de receitas da Prefeitura são os impostos como, por exemplo, o ISSQN (Imposto 
sobre Serviços de Qualquer Natureza) e o IPTU (Imposto sobre Propriedade Predial e 
Territorial Urbana). No processo orçamentário, a previsão de receita é extremamente 
importante, pois é através dela que são definidos os projetos e as atividades que serão 
realizados pelo governo. Isso porque os gastos do governo devem se adequar a essa 
previsão, já que não existe a possibilidade de gastar mais do que poderá ser efetivamente 
 
 
 
 
7 
arrecadado. É como no orçamento familiar: não se pode gastar mais do que o salário que se 
espera receber, pois caso contrário, a família começará a se endividar. Da mesma forma, a 
Prefeitura só pode executar obras e serviços dentro de suas previsões de disponibilidade 
financeira. Dado que a previsão da receita é uma estimativa fundamental na programação 
dos atos futuros da Prefeitura, todos esses valores devem estar contemplados na Lei do 
Orçamento Anual (LOA). 
 
10. Categorias econômicas da receita 
 Segundo a Lei Federal nº 4.320/64, “a receita classificar-se-á nas seguintes 
categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital”. As receitas correntes são 
aquelas originadas através de transações que o governo realiza diretamente ou através de 
suas ramificações, como as entidades e fundações, que não resultem de operações com o 
patrimônio da Prefeitura. Os impostos são um exemplo de receitas correntes, pois não são 
provenientes de itens patrimoniais, mas do poder de tributar do Município. Em 
contrapartida, as receitas de capital são aquelas oriundas de operações com o patrimônio, 
gerando recursos a partir desses bens. Um exemplo de receita de capital é a venda de um 
bem imóvel como um terreno, o que resulta em uma receita originada pela alienação de um 
bem patrimonial da Prefeitura. 
 
11. As subcategorias econômicas 
 O nível das subcategorias econômicas é composto pelas seguintes receitas: 
 Receita tributária: 
São as receitas provenientes da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de 
melhoria. Decorrem do poder de tributar do Município. 
 Receita de contribuição: 
Proveniente de contribuições sociais destinadas ao custeio da seguridade social, que 
compreende a previdência social, saúde e a assistência social. Também são classificadas 
como receitas de contribuições, aquelas destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos 
representativos de categorias profissionais e as contribuições de intervenção no domínio 
econômico. 
 
 
 
 
 
 
8 
 Receita patrimonial: 
São classificados como receitas patrimoniais os recursos obtidos pelos rendimentos 
sobre investimentos do ativo permanente. São exemplos de receita patrimonial os alugueis 
recebidos pela Prefeitura e a remuneração de depósitos bancários. 
 Receita de serviços: 
São as receitas recolhidas por alguma prestação de serviço realizada pelo governo. 
São serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e 
fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos. 
 Transferência corrente: 
São receitas obtidas através da transferência de recursos de outros entes ou 
entidades para a Prefeitura, sendo que esses recursos serão aplicados em despesas 
correntes. 
 Operação de crédito: 
São as receitas provenientes da contratação de empréstimos e da colocação de 
títulos públicos. A colocação de títulos públicos é uma forma de captação de recursos para 
financiar as atividades do governo e, assim como os empréstimos e financiamentos obtidos 
pela Prefeitura, devem ser classificados como operação de crédito. 
 Alienação de bens: 
São receitas obtidas na transferência de ativos permanentes da Prefeitura para 
terceiros. Os ativos permanentes caracterizam-se por serem bens móveis e imóveis de 
longa duração. Um exemplo de receita de alienação de bens é a venda de uma propriedade 
imóvel da Prefeitura para terceiros. 
 Transferência de capital: 
São receitas obtidas através da transferência de recursos de outros entes ou 
entidades para a Prefeitura, sendo que esses recursos serão aplicados em despesas de 
capital. 
 
12. Fonte de recursos 
A fonte de recursos está relacionada com a vinculação ou não da receita. No 
dicionário, um dos significados de vincular é prender. E é isso que significa a vinculação da 
receita, é uma receita que está “presa” a alguma despesa já estabelecida. Por exemplo, 
quando a Prefeitura recebe do Estado recursos para a construção de uma obra, esse recurso 
 
 
 
 
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pode ser gasto apenas na construção de tal obra, não podendo ser gasto em outras coisas. 
A este recurso damos o nome de receita vinculada. 
Em contrapartida, as receitas não-vinculadas são aquelas que não estão “presas” a 
uma determinada despesa, podendo ser gastas em qualquer projeto ou atividade da 
Prefeitura. Lembramos ainda que existem percentuais mínimos para que esses recursos 
sejam gastos com saúde e educação, conforme determina a constituição federal. 
Conhecida a definição de receita vinculada, a fonte de recurso nada mais é do que 
um código que identifica se a receita é vinculada ou não. 
As fontes de recursos e seus códigos são as seguintes: 
 Código 01 – Tesouro – são os recursos próprios gerados pela Prefeitura. 
 Código 02 – Transferências e convênios estaduais – são os recursos 
originados das transferências estaduais que têm sua destinação vinculada, ou 
seja, destinados a um determinado gasto. 
 Código 03 – Recursos próprios de fundos especiais – são os recursos 
gerados pelos fundos especiais, e por isso pertencem a eles próprios. 
 Código 04 - Recursos próprios da administração indireta – são os recursos 
gerados pelas autarquias, fundações e entidades que fazem parte indiretamente 
da Prefeitura, como por exemplo, a CAPEP (Caixa de Pecúlios e Pensões dos 
Servidores Públicos) e a FAMS (Fundação Arquivo e Memória de Santos). 
Esses recursos gerados por eles, portanto, pertencem aos mesmos. 
 Código 05 - Transferências e convênios federais – são recursos originados 
das transferências federais que têm sua destinação vinculada. 
 Código 06 - Outras fontes de recursos – representa os recursos não 
enquadrados nos outros códigos. 
 Código 07 - Operações de créditos – são os recursos originados de 
operações de crédito. 
 
 
 
 
 
 
10 
13. A despesa pública 
Despesa pública é o desembolso financeiro por parte do 
Estado para financiar todos os gastos fixados na lei orçamentária. 
É por meio dela que são realizadas as ações previstas no 
orçamento público como obras, prestação de serviços e 
programas sociais. 
 
14. A classificação da despesa pública 
As despesas previstas no orçamento são organizadas na forma de programas e ações 
governamentais. Os programas reúnem as ações realizadas pela Prefeitura para o alcance 
dos objetivos pretendidos estabelecidos no Plano Plurianual, como por exemplo, os 
programas “Educação Básica” na Secretaria de Educação e “Promoção do Turismo” na 
Secretaria de Turismo. As ações governamentais podem ser de três tipos: projetos, 
atividades e operações especiais. O projeto é um conjunto de operações que ocorrem em 
um período limitado de tempo, das quais resulta um produto final, como por exemplo, a 
“Reforma ou Construção de Imóveis (escola, hospital, etc.)”. A atividade, por sua vez, 
também é um conjunto de operações com o objetivo de alcançar um produto final, mas 
com a diferença de possuir um caráter de continuidade, o que é importante para a 
manutenção da cidade. Um exemplo seria “Limpeza Urbana”, “Transporte Escolar” ou 
“Manutenção do Aquário Municipal”. Já as operações 
especiais são despesas que não contribuem paraa 
manutenção das ações de governo e das quais não resulta 
um produto, não gerando, portanto uma contraprestação 
direta sob a forma de bens e serviços. Exemplo: “Encargos 
da Dívida Pública Interna”. 
A organização da despesa ainda é feita por meio de funções e subfunções que servem 
como um agregador dos gastos públicos. A função corresponde ao maior nível de 
agregação das áreas de despesa do setor público, ou seja, as áreas onde ele atua. Por 
exemplo, temos as funções Educação, Saneamento, Segurança Pública, Urbanismo, 
Comércio e Serviços, etc. A subfunção, por sua vez, representa uma subdivisão da função, 
agregando um conjunto menor de despesas. A subfunção, desse modo, identifica a 
natureza básica das ações. Como exemplo de subfunções da função Comércio e Serviços, 
temos as subfunções Promoção Comercial, Comércio Exterior, Turismo, entre outras. 
 
 
 
 
11 
Assim, no caso da ação “Manutenção do Aquário Municipal”, temos: 
Função Subfunção Programa Ação 
23 695 0043 2157 
Comércio e 
Serviços 
Turismo Promoção do Turismo 
Manutenção do 
Aquário Municipal 
 
15. A classificação econômica da despesa 
A despesa anterior foi apresentada sob a chamada classificação funcional da despesa. 
Além da classificação funcional, temos ainda a classificação econômica da despesa. Nesta 
classificação, utilizamos quatro números, separados por pontos, para definir a despesa 
quanto ao seu aspecto econômico. 
O primeiro número, que pode ser 3 ou 4, informa a categoria econômica da despesa. 
Esta pode ser uma despesa corrente (3), que são despesas gerais para a manutenção dos 
serviços da Prefeitura, ou uma despesa de capital (4), que são em geral relacionados a 
investimentos. 
O segundo número relaciona o grupo da despesa ao qual pertence o gasto, agregando 
despesas com as mesmas características quanto ao objeto de gasto. Dividem-se em 6 
categorias: “1 - Pessoal e Encargos Sociais”, “2 - Juros e Encargos da Dívida”, “3 - Outras 
Despesas Correntes”, “4 – Investimentos”, “5 - Inversões Financeiras” e “6 - Amortização 
da Dívida”. 
O terceiro número informa a chamada modalidade de aplicação, identificando quem 
realiza o gasto. Por exemplo, se é uma “Aplicação Direta” (90) da Administração Pública, 
uma “Transferência da União” (20) ou uma “Transferência Intraorçamentaria” (91). A 
modalidade mais comum é a “Aplicação Direta” de recursos pela Prefeitura. 
 
De acordo com a Lei 4.320/64, a classificação dos gastos no 
orçamento deve ser feita de acordo com o elemento de despesa, 
que estabelece a destinação de recursos. Nesse caso, cada 
projeto/atividade deve ser acompanhado do tipo de gasto e do 
valor necessário à sua realização. 
 
 
 
 
 
 
12 
Tomando o exemplo anterior da ação “Manutenção do Aquário Municipal”, a 
despesa com a compra de ração para os peixes do Aquário teria a seguinte classificação 
econômica: 
Categoria Econômica Grupo de despesa 
Modalidade de 
aplicação 
Elemento de despesa 
3 3 90 30 
Despesa corrente Outras despesas correntes Aplicações diretas Material de Consumo 
 
 
16. Identificando as dotações 
De posse da classificação funcional e econômica da despesa, fica fácil identificar uma 
dotação, uma vez que o código que a identifica é formado pela seqüência numérica da 
classificação funcional seguida da classificação econômica, sendo que estas duas seqüências 
são antecedidas pelo número do órgão e da unidade dos quais a despesa pertence. Voltando 
ao nosso exemplo da compra de ração para os peixes do Aquário, o código completo da 
dotação orçamentária seria 18.11.00.3.3.90.30.06.23.695.0043.2157.1100000, cuja seqüência 
fica: 
Órgão Unidade Categoria Econômica Grupo de despesa 
18 11.00 3 3 
Secretaria de Turismo 
Fundo de Assistência 
ao Turismo 
Despesa corrente Outras despesas correntes 
 
Modalidade de 
aplicação 
Elemento de despesa Item Função 
90 30 06 23 
Aplicações diretas Material de Consumo Alimentos para Animais Comércio e Serviços 
 
Subfunção Programa Ação Código de aplicação 
695 0043 2157 1100000 
Turismo Promoção do Turismo 
Manutenção do Aquário 
Municipal 
Geral Total 
 
17. As vinculações orçamentárias 
A fixação de valores no orçamento não é livre, devendo-se atender a uma série de 
vinculações e limites definidos em lei. 
No que tange aos gastos com Educação, um percentual mínimo de 25% de toda a 
arrecadação de impostos e de transferências deve ser destinado a esta rubrica. No caso dos 
 
 
 
 
13 
gastos em Saúde, no mínimo 15% de todas as receitas e transferências deve ser aplicada 
neste setor. 
As despesas com pessoal nos municípios ficam vinculadas ao limite de 60% da 
Receita Corrente Líquida, sendo este percentual dividido em 54% para o Poder Executivo 
e 6% para o Poder Legislativo. 
Os municípios têm ainda de pagar precatórios e criar uma Reserva de Contingência 
para o atendimento de eventos imprevistos e outros riscos. No caso de Santos, tanto a 
Reserva de Contingência quanto o pagamento de precatórios são calculados sobre 1% da 
Receita Corrente Líquida prevista para o ano seguinte. 
 
18. A participação popular 
É importante destacar que, apesar de ser um elemento técnico de administração, o 
orçamento público é um instrumento democrático, na medida em que expressa as 
prioridades e objetivos de um governo democraticamente eleito e as sugestões feitas pelos 
membros do Poder Legislativo (os Vereadores), que apresentam propostas de emendas ao 
orçamento todos os anos. Dessa forma, o orçamento público representa a vontade do 
povo e conta com a participação da sociedade. 
 
19. Como participar 
A população participa do orçamento público não apenas quando elege seus 
representantes (Prefeito e Vereadores), mas principalmente quando atua diretamente junto 
a eles, levando suas propostas e sugestões. 
 
 
 
 
14 
Os diversos segmentos da sociedade, representados por partidos políticos, sindicatos, 
sociedades de melhoramentos, conselhos municipais, organizações não governamentais, 
associações comunitárias são, em geral, as principais formas pelas quais os diversos 
segmentos da sociedade atuam junto aos seus governantes. Estes grupos levam suas 
propostas e reivindicações aos representantes da Administração Municipal (Prefeito e 
Secretários Municipais) e aos membros da Câmara Municipal (Vereadores), buscando o seu 
atendimento. 
Além de atuar diretamente junto às autoridades, a população também pode participar 
da elaboração do orçamento público nas suas diversas etapas (PPA, LDO e LOA), 
assistindo às audiências públicas realizadas todos os anos, na época de sua elaboração. As 
audiências são realizadas não só para apresentar o orçamento, como também para colher as 
opiniões, sugestões e críticas que, depois de analisadas, podem vir a ser incluídas no 
orçamento. As datas e locais de realização das audiências públicas são sempre divulgadas 
no Diário Oficial do Município. 
Outra maneira fácil de participar do orçamento é acessando o site da Prefeitura 
www.santos.sp.gov.br na época da elaboração das peças orçamentárias. Nele, você vai 
encontrar um espaço onde poderá apresentar suas idéias. Suas propostas e sugestões serão 
analisadas e poderão ser incluídas no orçamento da cidade. 
 
20. Glossário do orçamento público 
Este glossário foi elaborado para apoiar a compreensão dos termos técnicos sobre 
orçamento e contabilidade pública mais utilizados no dia-a-dia da administração da 
Prefeitura de Santos. 
Também são oferecidas referências sobre a legislação pertinente, sendo usadas: 
 Palavras em negrito, para indicar que a palavra está contida neste glossário, em 
outra letra; 
 A expressão “consulte também”, buscando que o leitor obtenha um entendimento 
abrangente sobreo assunto consultando outra definição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 A 
Administração Pública 
Conjunto de todos os órgãos públicos criados para a realização dos objetivos da Prefeitura 
através da prestação de serviços, execução de obras, implementação de programas sociais e 
atividades de toda natureza em benefício do interesse público. É integrado pelos servidores 
públicos e deve atuar segundo leis específicas, garantindo que os direitos dos cidadãos 
sejam respeitados. Pode ser chamada também de Poder Executivo, e é classificada em 
Administração Pública Direta e Indireta. 
 
Administração Pública Direta 
Conjunto de órgãos públicos ligados diretamente ao Prefeito que não possuem 
personalidade jurídica própria, não tendo autonomia para tomar decisões diferentes 
daquelas determinadas pelo Prefeito. Um exemplo são as secretarias, departamentos e 
seções. As suas despesas são pagas diretamente pelo orçamento da Prefeitura. 
 
Administração Pública Indireta 
Conjunto de órgãos públicos ligados indiretamente ao Prefeito que possuem personalidade 
jurídica própria, com autonomia para tomar suas próprias decisões. A personalidade 
jurídica própria nada mais é do que o órgão possuir um CNPJ diferente daquele utilizado 
pela Prefeitura. As Fundações são exemplos de órgãos da administração pública indireta. 
Também é importante destacar que eles administram seu próprio orçamento. 
 
Anulação de Despesa 
Ato que cancela o valor de uma dotação orçamentária. Pode ser uma anulação total ou 
parcial da dotação. O saldo resultante da anulação poderá ser utilizado em outras 
finalidades através da abertura de um crédito adicional. 
 
Anulação de Empenho 
A anulação do empenho devolve o valor que seria utilizado no pagamento de uma 
obrigação para a sua dotação orçamentária de origem. 
 
 
 
 
 
16 
Aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 
O processo de aprovação da LDO começa com a entrega do projeto de Lei de Diretrizes 
Orçamentárias para a Câmara de Vereadores. A partir deste momento, os vereadores ficam 
encarregados de analisar e discutir o projeto, sugerindo as alterações que forem necessárias. 
Essas alterações são chamadas de emendas, e são previamente avaliadas pela Comissão de 
Orçamento da Câmara. A aprovação do projeto deve ser ainda no primeiro semestre, 
seguindo depois para a sanção do Prefeito para que o projeto se torne a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias. A Lei Orçamentária Anual (LOA) segue o mesmo procedimento, porém 
com datas diferentes. 
 
Atividade 
São todas as ações desenvolvidas de forma permanente, necessárias à manutenção dos 
serviços públicos da Prefeitura, como por exemplo, o pagamento dos salários dos médicos 
ou a despesa com medicamentos dos hospitais. 
Consulte também: Projeto 
 
Autorização de despesa 
Autorização legislativa para a realização de despesa, concedida por meio da lei orçamentária 
ou leis e medidas provisórias relativas a créditos adicionais, ou ainda pela lei de diretrizes 
orçamentárias, no que se refere, no último caso, à execução provisória até a aprovação do 
orçamento. 
 
B 
Balanço 
São demonstrativos que apresentam todo o tipo de informações relacionadas com a parte 
financeira da Prefeitura. É dele que são extraídos, por exemplo, a situação financeira, o grau 
de endividamento e o valor do patrimônio da Prefeitura, entre outros. Para dar 
transparência às contas públicas, são utilizados no mínimo quatro deles: o Balanço 
Patrimonial, o Balanço Financeiro, o Balanço Orçamentário e a Demonstração das 
Variações Patrimoniais. A elaboração desses demonstrativos é estabelecida pela Lei 
4.320/64. 
 
 
 
 
 
17 
Balanço Orçamentário 
Demonstrativo que apresenta a comparação entre o que foi previsto pela Prefeitura no 
orçamento e o que foi realmente arrecadado e gasto. É um instrumento para avaliar a 
gestão orçamentária, indicando se as previsões iniciais foram adequadas ou não. 
 
C 
Comissão de Orçamento 
Nome dado à comissão de vereadores que aprecia e fiscaliza as matérias orçamentárias, 
financeiras, patrimoniais no âmbito do município, nos termos do art. 166 da Constituição 
Federal. 
 
 
Crédito Adicional 
É uma autorização para que as despesas não incluídas no orçamento sejam gastas. Esta 
autorização também é necessária para as despesas que foram previstas a menor no 
orçamento, e que precisam de um acréscimo em seu valor. Existem três tipos de créditos 
adicionais: o especial, o extraordinário e o suplementar. 
Consulte também: art. 40 e 41 da Lei 4.320/64 
 
Crédito Adicional Especial 
É a modalidade de crédito adicional que deve ser utilizada quando se cria uma nova 
atividade ou um novo projeto que não estavam previstos no orçamento. É o caso de uma 
obra ou serviço que precisam ser realizados pela Prefeitura dentro do ano, não podendo 
esperar pela aprovação da próxima Lei Orçamentária Anual. 
 
Crédito Adicional Extraordinário 
É a modalidade de crédito adicional utilizada quando ocorrem despesas urgentes e 
imprevisíveis, como no caso de calamidade pública. 
 
Crédito Adicional Suplementar 
É o crédito adicional utilizado quando é necessário aumentar o valor de uma despesa já 
existente. 
 
 
 
 
18 
D 
Déficit Orçamentário 
É o termo utilizado quando a despesa maior do que a receita, havendo distinção entre 
déficit previsto e o déficit da execução orçamentária. 
 
Despesa 
É todo o desembolso realizado pela Prefeitura. Por se tratar de dinheiro público, depende 
de vários procedimentos até que seja efetivamente desembolsado, visando manter a 
transparência dos gastos e evitar desvios. Sendo assim, a despesa seguirá pelas seguintes 
etapas: reserva, empenho, liquidação e, finalmente, pagamento. 
 
Dotação Orçamentária 
Representa o valor máximo que a Prefeitura pretende gastar em determinado projeto ou 
atividade. Por exemplo, uma das atividades desenvolvidas é o pagamento dos salários dos 
médicos, sem os quais as clínicas e hospitais não poderiam continuar funcionando. Para 
que não falte dinheiro para pagar esses salários, é preciso fazer uma previsão no orçamento 
de um valor que atenda a esses gastos durante todo o ano. Assim, quando começar a 
execução do orçamento, já se tem um valor separado para o pagamento desses salários, 
sendo que este valor é chamado de dotação orçamentária. 
Consulte também: Reserva 
 
E 
Elemento de Despesa 
Classificação da despesa na Lei do Orçamento Anual que corresponde a determinado valor 
de crédito orçamentário, identificando os objetos de gasto, tais como vencimentos dos 
funcionários, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, 
obras e instalações, equipamentos e material permanente, e outros que a administração 
pública utiliza para a consecução de seus fins. 
 
 
 
 
 
19 
Emenda 
Prerrogativa dos parlamentares garantida constitucionalmente (art. 166,§ 3º, CF) para 
alterar o projeto de Lei do Orçamento Anual enviado pelo Executivo, exercida dentro de 
limites constitucionais e conforme o Regimento Interno de Funcionamento da Câmara de 
Vereadores. As emendas são apresentadas à Comissão de Orçamento, que as analisa 
antes de irem à apreciação. Podem se referir ao projeto de lei propriamente dito ou aos 
seus anexos, onde se encontram registrados os projetos / atividades orçamentários. 
 
Empenho 
Ato do ordenador de despesa que cria para a Administração Pública a obrigação de 
pagamento a determinado fornecedor de bens, prestador de serviços ou empreiteira, de 
acordo com as condições contratuais estabelecidas (art. 58, Lei 4.320/64). Através do 
empenho, o ordenador de despesa compromete parte do valor de determinada dotação 
orçamentáriareduzindo-lhe o valor disponível e, deste modo, evitando a sobreposição de 
outra despesa com o valor já comprometido. O empenho não poderá exceder o limite dos 
créditos concedidos (art. 59, Lei 4.320/64). É legalmente obrigatório e deve ser prévio à 
realização da despesa (art. 60, Lei 4.320/64). Na prática, ele é emitido após o 
conhecimento do vencedor do processo licitatório (quando ele ocorre), visto que é 
nominal. Para cada empenho, deve ser emitida uma nota de empenho. 
 
Empenho Global 
Empenho de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamentos, cujo valor exato possa 
ser determinado. 
 
Empenho Ordinário 
Empenho de despesas cujo valor é previamente conhecido e cujo pagamento ocorrerá de 
uma só vez. 
 
Empenho por Estimativa 
Empenho da despesa cujo valor não pode ser determinado a priori. 
 
Execução Orçamentária 
Fase do processo orçamentário que se inicia com a publicação da Lei do Orçamento 
Anual e que se desenrola com a definição de cota trimestral e provisão de dotação 
orçamentária, para que as despesas sejam realizadas. Envolve o conjunto de decisões sobre 
 
 
 
 
20 
a implementação de ações governamentais e também a administração de receitas através do 
lançamento de seus registros. 
 
F 
Fonte de Recursos 
Classificação da origem da receita baseado na necessidade de melhor identificar os recursos 
e evitar a dupla contagem na consolidação do orçamento. Todas as dotações orçamentárias 
contidas na Lei do Orçamento Anual têm um código identificador da fonte de recursos, 
definido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. 
 
Funcional-Programática 
Classificação obrigatória na elaboração das peças orçamentárias. Agrupa os 
projetos/atividades orçamentários, sucessivamente, da mais até a menos abrangente 
classificação, por função, sub-função e programa, visando o agrupamento temático das 
ações governamentais, sobretudo para fins de planejamento e consolidação das contas. A 
esta classificação corresponde uma codificação que acompanha as atividades e projetos 
orçamentários. 
I 
Inversão Financeira 
Classificação de despesa de capital que compreende a aquisição de imóveis ou bens de 
capital já em utilização, de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de 
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe constituição ou aumento 
de capital de entidades ou empresas com objetivos comerciais ou financeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
Item de Despesa 
Classificação facultativa de gastos por elemento de despesa, realizada conforme a 
conveniência de cada esfera governamental, com o objetivo de alcançar controle mais 
detalhado dos gastos. 
 
L 
 
Lei 4.320/64 
Lei promulgada em 17 de março de 1964, que estabelece normas gerais de Direito 
Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da Administração 
Pública. Define os principais conceitos e classificação das receitas e despesas, assim como 
o conteúdo e forma da proposta orçamentária, os princípios para a execução e controle 
do orçamento, créditos adicionais e contabilidade. 
 
Lei de Diretrizes Orçamentárias 
Lei prevista pelo artigo 165, II, § 2º, da CF, chamada abreviadamente de LDO, que deve 
ser elaborada e enviada à Câmara de Vereadores pela Administração Pública, até 30 de 
abril de cada ano, estabelecendo para o período de 1 (um) ano as metas e prioridades da 
Prefeitura, as orientações para elaboração da Lei Orçamentária Anual, as alterações na 
legislação tributária, a concessão de vantagem ou aumento de remuneração, a criação de 
cargos, a admissão de pessoal, a alteração de carreiras e a política de aplicação das agências 
financeiras oficiais de fomento. 
 
Lei do Orçamento Anual 
Lei prevista pelo artigo 165 da CF, III, chamada abreviadamente de LOA, que deve ser 
elaborada e enviada à Câmara de Vereadores pela Administração Pública, até 30 de 
setembro de cada ano, estabelecendo, para o período de 1 (um) ano, a discriminação da 
receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de 
trabalho do governo. 
 
 
 
 
 
 
22 
Liquidação 
Estágio da despesa após o empenho, no qual é feita a verificação do direito adquirido pelo 
credor, atestando que o produto foi entregue ou o serviço prestado, para que a despesa 
possa ir para a última etapa, o pagamento. 
 
O 
Orçamento 
Documento do Poder Executivo, aprovado pelo Poder Legislativo, que estima receitas e 
despesas para o período de um ano para todos os seus órgãos, discriminando o programa 
de trabalho a ser realizado, elaborado segundo os princípios da unidade, universalidade e 
anualidade. Do ponto de vista político, corresponde ao contrato formulado anualmente 
entre governo, administração e sociedade sobre as ações a serem implementadas pelo 
Poder Público. 
 
 
Orçamento da Seguridade Social 
Orçamento dos órgãos, entidades e fundos instituídos e mantidos pelo Poder Público, 
vinculados à seguridade social. Deve integrar a Lei do Orçamento Anual. 
 
Orçamento Fiscal 
Orçamento dos fundos, fundações, órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta. 
Integra a Lei do Orçamento Anual. 
 
Orçamento Participativo 
Processo de discussão pública dos orçamentos, com caráter deliberativo, conduzido por 
alguns governos municipais a partir do final da década de 80. Em geral, os processos 
envolvem discussões em reuniões regionalizadas, abertas à população e a entidades, 
visando o levantamento preliminar de demandas e a aprovação, na seqüência, de 
prioridades de ação para o exercício seguinte. Caracterizam-se por conferir à participação 
popular poder deliberativo. Normalmente, essas experiências não se encontram 
regulamentadas por lei e sua metodologia varia entre os municípios promotores. 
 
 
 
 
23 
 
Orçamento Programa 
Concepção gerencial do orçamento público que procura defini-lo como um elo entre o 
planejamento e as ações executivas da Administração Pública, dando ênfase à 
consecução de objetivos e metas e, para tanto, considerando os custos dos programas de 
ação e classificando-os do ponto de vista funcional-programático. Foi difundido pela 
Organização das Nações Unidas - ONU a partir do final da década de 50, inspirado na 
experiência do orçamento de desempenho nos Estados Unidos da América. Expressão 
usada também genericamente para designar o fato do orçamento conter os programas de 
trabalho da Administração Pública. 
 
Ordenador de Despesa 
Autoridade de cujos atos resultam autorização para efetuar despesas, emissão de 
empenho, assinar contratos e convênios, homologar licitações, fazer pagamentos etc. 
Normalmente é o dirigente de unidade orçamentária, por delegação da autoridade geral 
(Chefe dos Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário). 
 
P 
Plano Plurianual 
Lei prevista pelo artigo 165 da CF, I, § 1º, que deve ser elaborada e enviada pelos 
respectivos governos Executivos de cada esfera governamental até 31 de agosto do 
primeiro ano do mandato ou conforme estabelecer cada Constituição Estadual ou Lei 
Orgânica Municipal, prevendo obrigatoriamente investimentos que ultrapassem um ano e 
estabelecendo, para o período de 4 (quatro) anos, de forma regionalizada, as diretrizes, 
objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de capital e outras delas 
decorrentes, bem como para as relativas aos programas de duração continuada. 
 
Programa 
Classificação funcional-programática de projetos/atividades orçamentários de abrangência 
intermediária, abaixo de função, que designam os objetivos gerais da ação governamental. 
 
 
 
 
 
24 
Projeto 
Conjunto de operações limitadas no tempo, que concorre para a expansão ou 
aperfeiçoamentogovernamental. Têm objetivos que podem ser avaliados física e 
financeiramente. 
 
Proposta Orçamentária 
Compatibilização e consolidação dos programas de trabalho contidos nas propostas 
parciais apresentadas por cada órgão da Administração Pública, formando um 
documento de unidade técnica e expressão monetária que será encaminhado à apreciação 
do Legislativo. Compõe-se da mensagem, projeto de Lei do Orçamento Anual, tabelas 
explicativas contendo receitas arrecadadas nos exercícios anteriores e previstas para o 
seguinte e a especificação dos programas de trabalho, custeados por dotações globais. Se 
não for enviada ao Legislativo no prazo fixado nas Constituições ou Leis Orgânicas dos 
Municípios, este considerará como proposta a Lei do Orçamento Anual vigente. 
 
R 
Receita 
Recursos auferidos na gestão, a serem computados na apuração do resultado do exercício, 
desdobrados nas categorias econômicas de correntes e de capital. 
 
Receitas Correntes 
Receitas que apenas aumentam o patrimônio não duradouro do Município, isto é, que se 
esgotam dentro do período anual. São os casos, por exemplo, das receitas dos impostos 
que, por se extinguirem no decurso da execução orçamentária, têm, por isso, de ser 
elaboradas todos os anos. Compreendem as receitas tributárias, patrimoniais, industriais e 
outras de natureza semelhante, bem como as provenientes de transferências correntes. 
 
Receitas de Capital 
Receitas que alteram o patrimônio duradouro do Município, como, por exemplo, aquelas 
provenientes da observância de um período ou do produto de um empréstimo contraído 
 
 
 
 
25 
pelo estado a longo prazo. Compreendem, assim, a constituição de dívidas, a conversão em 
espécie de bens e direitos, reservas, bem como as transferência de capital. 
 
Reserva 
Ferramenta pela qual a unidade responsável pela execução orçamentária garante os recursos 
em uma dotação específica para que o processo da despesa seja iniciado. A reserva é, 
portanto, imediatamente anterior ao empenho. A reserva também é requisito necessário 
para a abertura de licitações (art. 14 da Lei 8.666/93) 
 
S 
Superávit Orçamentário 
Quando a soma das receitas estimadas é maior que às das despesas orçamentárias previstas. 
 
U 
Unidade Administrativa 
Órgão da Administração Pública definido em lei, com estrutura e competências 
específicas para a implementação de ações governamentais. Pode se confundir com uma 
unidade orçamentária ou integrar mais de uma delas. Ex.: unidade administrativa: 
Secretaria de Educação; unidades orçamentárias: Departamento de Ensino Infantil e 
Departamento de Ensino Fundamental. 
 
Unidade Orçamentária 
Órgão da Administração Pública ou agrupamento de serviços a quem o orçamento 
consigna dotações orçamentárias específicas para a realização de seu programa de 
trabalho e com autoridade para movimentá-las (art.14, Lei 4.320/64). 
 
 
 
 
 
26 
V 
Valor Empenhado 
Valores de créditos orçamentários que se encontram comprometidos no estágio de 
empenho, ou seja, que já foram autorizados para gasto. 
 
Valor Liquidado 
Valores de créditos orçamentários que se encontram comprometidos no estágio de 
liquidação, ou seja, que já se encontram prontos para pagamento. 
 
Valor Pago 
Valores de créditos orçamentários que se encontram pagos. Também chamado de valor 
realizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
21. Referências Bibliográficas 
 
KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2000. 
 
MACHADO JR., José Teixeira. A lei 4.320 comentada [por] J. Teixeira Machado Jr. 
[e] Heraldo da Costa Reis. 31 ed. rev. Atual. Rio de Janeiro, IBAM, 2002/2003. 
 
CASTRO, Alexandre Barros. O orçamento público, sua natureza e atuais vicissitudes. 
Dataveni@ - Artigos, ano V, nº 49, agosto de 2001. 
 
 
 
 
Legislação Consultada: 
 
Constituição Federal de 1988, com respectivas emendas atualizadas até janeiro de 2006. 
 
Lei Federal nº 4.320/1964. 
 
Lei Orgânica do Município de Santos, de 05/04/1990. 
 
Lei Complementar nº 101, de 04/05/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). 
 
Portaria nº 42, de 15/04/1999, Ministério do Orçamento Planejamento e Gestão. 
 
Portaria nº 163, de 04/05/2001, Secretaria do Tesouro Nacional. 
 
Lei nº 2409, de 12/07/2006, Lei de Diretrizes Orçamentárias de Santos. 
 
Portaria nº 576/1990, Secretaria do Tesouro Nacional. 
 
Decreto Lei nº 200, 25/02/1967.

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