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Defesa Preliminar

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA__ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÇÃO DO AGRESTE-CE
Processo nº xxxxxxxxxx
Requerente: Ministério Público do estado do Ceará
Requerido: José Percival da Silva
 José Percival da Silva, brasileiro, casado, vereador da cidade de Conceição do Agreste, ocupando o cargo de Presidente da câmara de vereadores, portador da cédula de identidade sob nº xxxxxxxxx e incrito no CPF sob nº xxxxxxxxxx natural desta mesma cidade e comarca, por sua advogada que a esta subscreve, vem perante Vossa Excelência, apresentar DEFESA PRELIMINAR, com fulcro no artigo 514 do CPP, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I – DOS FATOS 
Alega o autor em sua denúncia que, os denunciados, sob a liderança do Acusado José Percival da Silva, hora requerido, valendo-se da qualidade de Vereadores do Município, se associaram, em unidade de desígnios, com o fim específico de cometer crimes. 
Que no dia 3 de fevereiro de 2018, na sede da Câmara dos Vereadores desta Comarca, exigiram do Sr. Paulo Matos, empresário sócio de uma empresa interessada em participar das contratações a serem realizadas pela Câmara, a importância de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar de procedimento licitatório que estava agendado para o dia seguinte.
Expõe que, a mera solicitação de vantagem indevida já configura o crime de corrupção passiva e a discussão sobre a (i) legalidade da prisão em flagrante realizada é irrelevante para a configuração do delito. 
Por fim, sustenta que os denunciados incorreram nos crimes dos artigos 288 e 317, na forma do art. 69, todos do Código Penal.
II - DA INÉPCIA DA DENÚNCIA 
A denúncia é inepta, uma vez que os fatos narrados claramente não preencheram os requisitos do artigo 41 do CPP, eis que havendo mais de um acusado, a acusação deve individualizar a conduta de cada um deles, o que não ocorreu. Conforme o disposto no e sendo assim, a presente merece ser rejeitada, conforme o art. 395, inciso I do CPP:
Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
I - for manifestamente inepta
Nesse sentido, é o entendimento do Supremo Tribunal Federal:
STF: EMENTA: HABEAS CORPUS. DENÚNCIA. ESTADO DE DIREITO. DIREITOS FUNDAMENTAIS. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. REQUISITOS DO ART. 41 DO CPP NÃO PREENCHIDOS. 1 - A técnica da denúncia (art. 41 do Código de Processo Penal) tem merecido reflexão no plano da dogmática constitucional, associada especialmente ao direito de defesa. Precedentes. 2 - Denúncias genéricas, que não descrevem os fatos na sua devida conformação, não se coadunam com os postulados básicos do Estado de Direito. 3 - Violação ao princípio da dignidade da pessoa humana. Não é difícil perceber os danos que a mera existência de uma ação penal impõe ao indivíduo. Necessidade de rigor e prudência daqueles que têm o poder de iniciativa nas ações penais e daqueles que podem decidir sobre o seu curso. 4 - Ordem deferida, por maioria, para trancar a ação
Além disso, não estão presentes na narrativa fática nenhum indício de autoria do acusado para qualquer um dos crimes que lhe são imputados, e ainda conforme o que dispõe o art. 395, inciso III, do CPP:
Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
[...]
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal
Portanto excelência, não resta dúvidas de que a presente ação não merece prosperar, e conforme todo o exposto, deve ser rejeitada, com fundamento no art. 395 do Código de Processo Penal.
III – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja rejeitada a denúncia, evitando-se que o acusado responda por processo criminal sem as condições da ação penal, com fundamento no art. 395, II do CPP.
Termos em que,
Pede deferimento.
Conceição do Agreste, __/__/____
Advogado/OAB

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