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Desgaste dental e hipersensibilidade dentinária

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DENTÍSTICA II
DESGASTE DENTAL E HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA 
CONCEITOS
· Desgaste dental: perda irreversível dos tecidos duros do dente por meio de mecanismos não relacionados à cárie (lesões não cariosas - LNCs). Podem ser fisiológicas (envelhecimento – perdas de esmalte de no máximo 1mm) ou patológicas. (aceleradas)
· Lesão cervical não cariosa: desgaste dentário na região cervical onde há baixa resistência estrutural e a camada de esmalte é muito fina e a dentina e o cemento são pouco resistentes aos impactos ambientais
EROSÃO
· Perda física, crônica e localizada dos tecidos duros
· Etiologia: multifatorial (fatores químicos, biológicos e comportamentais)
· Remoção química por ácidos ou quelantes, sem envolvimento bacteriano 
· Características inerentes ao ácido devem ser consideradas tais como: pH baixo, capacidade tampão, tipo e concentração do ácido, presença de algum agente quelante e as concentrações de íons cálcio, fosfato e flúor (bebidas com esses íons são pouco erosivas mesmo que ácidas).
· Ácidos de origem intrínseca – ácido clorídrico estomacal (distúrbios gástricos como refluxo, vômito, bulimia e anorexia)
· Ácidos de origem extrínseca – alimentos ácidos, bebidas ácidas, medicamentos ou gases ambientais.
· Fator biológico: a saliva promove a remoção dos ácidos através do sistema de tamponamento, película adquirida, anatomia dos dentes e relação entre dentes e tecidos moles (limpeza/retenção dos ácidos)
· Clinicamente: 
· Aspecto de amolecimento superficial (brilho semelhante ao da seda)
· Pode ocorrer exposição da dentina
· Pode ocorrer aplainamento de áreas convexas ou concavidades se tornam presentes
· Geralmente a largura excede a profundidade
· Na região cervical pode ser observada uma borda intacta ao longo da margem gengival (devido a ação neutralizante do sulco gengival, que tem ph neutro ou pela presença de placa na região que atua como barreira mecânica contra a ação dos ácidos)
· Em oclusais levam ao arredondamento das cúspides até total perda da morfologia
· Nas incisais podem ocorrer irregularidades em toda a sua extensão
· Quando há restaurações, suas margens ficam desniveladas em relação aos remanescentes dentários
· Nas faces linguais de anteriores indicam erosão de causa intrínseca, com a progressão as lesões se espalham por todos os dentes e áreas da boca (ph do ácido clorídrico = 2)
· Tratamento: estratégias sobre os fatores químicos, biológicos e comportamentais. Redução do consumo de comidas e bebidas ácidas, consumir bebidas com cálcio, evitar bochechar bebidas ácidas, uso de mascaras para pessoas que trabalham com fontes ácidas, tratamentos contra bulimia anorexia, aplicação de produtos fluoretados como prevenção, mastigação de chicletes sem açúcar para estimular a salivação.
ABRASÃO
· Desgaste dos tecidos duros do dente através de processo mecânico, pelo contato frequente ou substâncias com os dentes. Pode acontecer pelo atrito de 2 corpos em contato que se movimenta ou pelo atrito de 3 corpos onde duas superfícies em movimento são separadas por um intermediário abrasivo.
· O dentifrício é apontado como principal responsável pela abrasão. Produtos com RDA menor que 100 são considerados pouco abrasivos.
· A escovação por si só não é suficiente, entretanto deve se tomar cuidado quanto ao uso inadequado, cerdas, frequência, força e duração de escovação
· Clinicamente
· Na região cervical das faces vestibular a lesão pode apresentar formato de V ou cunha
· Dentes mais afetados: incisivos, caninos, pré molares
· Superfície desses dentes tende a ser lisa, polida e dura
· Os pacientes tendem apresentar boa higiene bucal
· Tratamento: eliminar objeto/substancia envolvida no atrito com os dentes; em caso do fator ser a escovação orientar a redução da força, frequência e duração da escovação, assim como uso de dentifrícios menos abrasivos, evitar escovação após ingestão de alimentos ácidos.
ATRIÇÃO
· Desgaste resultante do contato entre dentes antagonistas, sem intervenção de qualquer outro objeto, em condições funcionais ou parafuncionais
· Clinicamente
· Facetas de desgaste, que muitas vezes terminam em degraus, limitada a região dos movimentos
· Tratamento: intervir nos fatores etiológicos, por meio de ajustes oclusais em caso de interferências, instalação de placas interoclusais para apertamento ou bruxismo, controle dos hábitos parafuncionais.
ABFRAÇÃO 
· Resulta das forças oclusais da mastigação e da parafunção mastigatória, que causam a intrusão do dente porém como o periodonto tem pouca espessura, as cúspides se deformam lateralmente num movimento que gera concentração de tensões na região cervical que promovem microfraturas nessa região
· Clinicamente
· Defeito em forma de cunha próxima a JEC, margens afiadas/cortantes, limites definidos e ângulos vivos
· Geralmente mais profunda que as outras doenças de desgaste
· Em dentes isolados ou em dentes não adjacentes
· Pode ser localizada subgengivalmente mesmo que recobertas por margem gengival
· Raro em faces linguais
· Comum em pacientes com bruxismo e interferência oclusal
· Tratamento: ajuste oclusal, placas interoclusais, restaurações das cavidades 
ASSOCIAÇÃO DE FATORES
· Geralmente mais de uma etiologia atua simultaneamente na formação de uma única lesão
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA 
· A perda dos tecidos duros do dente resultam em exposição de dentina que é uma condição relacionada a hipersensibilidade
· Exposição dentinária: pode resultar da recessão gengival que é causada por diversos fatores como tabua óssea alveolar fina, doença periodontal, traumas, perdas ósseas na vestibular e/ou lingual, escovação traumática e etc.
· Clinicamente: dor aguda, curta duração em resposta a estímulos térmicos (frio, quente), evaporativos, táteis (escovação) ou químicos/osmótica (doces, salgados), essa dor cessa com a remoção do estímulo
· Teoria da hidrodinâmica: diz que a hipersensibilidade resulta da uma estimulação nervosa próxima as camadas odontoblásticas em função de uma variação da pressão intrapulpar, sendo esta decorrente da movimentação do fluido dentinário em direção a polpa ou no sentido contrário.
· Microscopicamente áreas hipersensíveis possuem maior numero de túbulos dentinários abertos e alongados por área, comparando a uma dentina não sensível. 
· Obs: mas nem toda dentina exposta é hipersensível
DIAGNÓSTICO DA HIPERSENSIBILIDADE
· Anamnese com características da dor, estímulos, localização e intensidade
· Diagnóstico diferencial: trincas, fraturas, restaurações extensas, cárie, sensibilidade pós operatória, dentes em hiperfunção, todos sinais clínicos semelhantes hipersensibilidade dentinária porém não são!
· O diagnóstico é por exclusão, em caso de eliminação dos fatores acima, se houver persistência da dor aos estímulos.
· Clinicamente
· O estimulo tátil com o uso de explorador é o método simples e rápido. O método consiste em deslizar o explorador perpendicularmente a dentina exposta, com leve pressão, no sentido mesio-distal em caso da área suspeita ser a cervical por exemplo.
· Escala de dor: verbal (0-3) ou visual (linha de 0 a 10cm)
· Jato de ar da seringa tríplice: posicionar sobre a dentina exposta a uma distancia de 1 cm, por 3s, deve ser bloqueada as regiões adjacentes (falsos positivos)
· Estímulos térmicos resultam em falsos positivos também já que todo dente vitalizada responde aos estímulos
TRATAMENTO DA HIPERSENSIBILIDADE
· Dessensibilizantes de uso caseiro: dentifrícios e enxaguatórios
· Aplicação de sistemas adesivos, restaurações adesivas e cirúrgica mucogengival
· Um agente dessensibilizante ideal não deveria ser irritante pulpar, deveria ser indolor e de fácil aplicação, cessar rapidamente a dor após a aplicação, promover efeito duradouro, não provocar manchamento, ter efetividade comprovada e ser de baixo custo. Não existe, porém, um único dessensibilizante que tenha todas essas características
· Os agentes são classificados em agentes que ocluem os túbulos dentinários e agentes que despolarizam as terminações nervosas
· A obliteração dos túbulos dentinários pode ocorrer porprecipitação de proteínas, o que é proporcionado pelos agentes a base de glutaraldeído, ou pela formação e deposição de cristais na embocadura e/ou no interior dos túbulos dentinários
· Que é promovido, em maior ou menor grau, pelos fluoretos (dentifrícios, soluções, géis ou vernizes), pelo cloreto ou acetato de estrôncio (dentifrícios), pela arginina (dentifrícios e pastas para aplicação profissional), por vidros bioativos (NovaMin®, por exemplo, em dentifrícios e pastas para aplicação profissional), pelos oxalatos (gel para aplicação profissional), e pelos compostos à base de cálcio (dentifrícios e pastas para aplicação profissional), por exemplo.
· Laser de alta potencia: promovem “derretimento” e “resolidificação” da superfície da dentina, ocluindo, em última instância, os túbulos dentinários.
· Agentes de ação neural (nitrato ou citrato de potássio): agiriam promovendo um aumento na concentração extracelular desse sal, o que faria com que as fibras nervosas despolarizassem-se. (não existe consenso científico)
· Controle dos fatores etiológicos
TRATAMENTO RESTAURADOR
· Optada quando a perda de estrutura atinge estética ou função dos dentes, ou causar desconforto, além da presença de nichos para acumulo de alimentos e microrganismos
· Se profundidade do defeito for inferior a 1 mm, é possível que se atue apenas no controle da(s) causa(s), impedindo a progressão, acima de 1mm optar pela restauração
· Fatores como o controle da evolução, o impedimento do acúmulo de alimentos, a minimização do incômodo aos tecidos moles, a proteção do complexo dentino-pulpar, a melhora da estética e a diminuição da sensibilidade ratificam, nesse caso, a indicação de uma restauração
· CIVs modificados por resina são indicados para LCNCs
· Técnica mista (sanduiche): O uso do cimento de ionômero de vidro sob restaurações de resina composta reduz o volume de resina necessário para restauração da cavidade, permite que as tensões geradas pela contração de polimerização e pela contração e expansão térmicas da resina sejam absorvidas, melhor interage com a dentina obliterada ou esclerosada, e, em razão do menor módulo de elasticidade, também pode resultar numa melhor distribuição das tensões geradas pelo carregamento oclusal.
Em caso de persistência dos fatores etiológicos o tratamento endodontico é indicado

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