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Contabilidade Fiscal - LIVRO_U3

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Unidade 3
Tributos e encargos 
sobre folha de 
pagamento
André Juliano Machado
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Imagens
Adaptadas de Shutterstock.
Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das 
imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. 
Conteúdo em websites
Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento 
pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Sumário
Unidade 3
Tributos e encargos sobre folha de pagamento.......................................... 4
Seção 1
INSS - previdência social ................................................................... 5
Seção 2
FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço ......................19
Seção 3
INSS e IRRF retidos na fonte ..........................................................31
Unidade 3
André Juliano Machado
Tributos e encargos sobre folha de pagamento
Convite ao estudo
Sabemos que os encargos sociais e trabalhistas representam uma boa 
parte dos custos com a folha de pagamento. Mas será que uma empresa pode 
determinar com precisão todos esses custos?
Para obtermos essa resposta vamos trabalhar com um caso referente 
a uma empresa do ramo da construção civil, que irá prestar serviços ao 
seu cliente na construção de um barracão industrial no prazo de 1 ano. A 
prestação de serviços ocorrerá mediante a cessão de mão de obra de seus 
funcionários, os quais estarão no canteiro de obras. Os sócios da empresa 
prestadora de serviços precisam determinar quais serão os custos com a folha 
de pagamento dos funcionários que farão parte desse projeto.
O desafio aqui será enorme, visto que será preciso determinar os custos 
com os encargos trabalhistas e sociais da previdência e do FGTS, pois não 
podemos deixar de lado os cálculos das provisões mensais sobre o 13º salário 
e férias com os respectivos encargos sociais.
Considerando que os encargos representam uma boa parte dos custos 
com a folha de pagamento, uma empresa precisa ter conhecimento sobre a 
legislação previdenciária, a legislação do FGTS e quando poderá ocorrer a 
retenção do IRRF sobre a remuneração de seus empregados.
O valor total estimado pela prestação de serviços será de R$ 500.000,00 
e os sócios da empreiteira precisam saber quanto os custos mensais da folha 
de pagamento e encargos sociais irão representar em relação ao faturamento 
da empresa nesta obra. Para realizarmos os cálculos, vamos considerar uma 
remuneração básica mensal paga aos funcionários no valor total de R$ 
10.000,00.
Outro fator importante, o qual não pode ser ignorado, é o caso das reten-
ções previdenciárias sobre a prestação de serviços no ramo da construção 
civil, em que a legislação prevê e traz regulamentações que definem a forma 
de retenção e recolhimento antecipados à previdência social.
5
Seção 1
INSS - previdência social
Diálogo aberto
Para utilizarmos os conceitos sobre folha de pagamento e seus respec-
tivos encargos sociais, vamos conhecer o caso de uma empresa que presta 
serviços no ramo da construção civil. Essa empresa vai iniciar uma prestação 
de serviços na construção de um barracão industrial para o seu cliente pelo 
prazo de 1 (um) ano, mas os sócios da construtora estão com receio, pois 
não têm o conhecimento necessário sobre a legislação previdenciária. Sua 
preocupação se justifica pois sabemos que todos os funcionários têm direito 
as férias anuais e ao 13º salário no final do ano. Mas como podemos prever 
esses valores?
A seguir temos alguns dados sobre o valor estimado da folha de pagamento 
dos funcionários que serão utilizados na prestação de serviços e respectivo 
enquadramento de grau de risco, FPAS e percentual de terceiros de acordo 
com sua categoria econômica:
• Remuneração bruta mensal dos empregados R$ 10.000,00.
• CPP – Contribuição Previdenciária Patronal – 20%.
• Grau de Risco da Atividade – 3%.
• FPAS 507 – Percentual de Terceiros – Sistema S- 5,8%.
De posse dessas informações, o departamento contábil da empresa fará 
todos os cálculos dos encargos previdenciários sobre a folha de pagamento 
mensal e deve elaborar os demonstrativos de cálculo das provisões de férias e 
13º salários com os respectivos encargos previdenciários.
Depois de realizados os cálculos das provisões e encargos sociais, serão 
elaborados os lançamentos contábeis e teremos condições de analisar os 
custos relacionados à previdência sobre a folha de pagamento.
Não pode faltar
Olá! A seguridade social compreende um conjunto de ações desen-
volvidas pelo poder público, destinando à sociedade a garantia de direito 
à saúde, previdência e assistência social. O órgão competente para gerir a 
arrecadação com essas finalidades é o INSS – Instituto Nacional do Seguro 
Social, o qual pertence à Receita Federal do Brasil.
6
Agora trabalharemos com os principais aspectos e regulamentações 
trazidas pela legislação, abordando a formação da base de cálculo do INSS, 
suas alíquotas, contribuição do sistema S e as formas de contabilização de 
uma folha de pagamento.
Legislação Básica 
A seguridade social é subsidiada pela nossa sociedade de forma diversifi-
cada, basicamente pelos que consideramos como contribuintes obrigatórios, 
representados pelos trabalhadores, aposentados e empresários. A legislação 
que estabelece tais prerrogativas se encontra na Lei nº 8.212, de 24 de julho 
de 1991, na qual constam informações e regulamentações necessárias à sua 
aplicabilidade. Como exemplo, temos a definição dos contribuintes obrigató-
rios, como já citado anteriormente, e dos contribuintes facultativos. Outras 
regulamentações também encontram respaldo nessa lei, como a definição 
da base de cálculo, tabela de contribuição com as faixas de contribuição 
definidas de acordo com o salário de contribuição do contribuinte. A legis-
lação também define como contribuintes as empresas optantes pelos regimes 
de tributação denominados como Lucro Real, Lucro Presumido e Arbitrado, 
as quais estão sujeitas à Contribuição Previdenciária Patronal com o percen-
tual de 20% sobre o valor bruto da folha de pagamento de seus empregados. 
As empresas optantes pelo Simples Nacional também estão obrigadas ao 
recolhimento da Contribuição Previdenciária Patronal, mas o tratamento 
jurídico diferenciado garantido às empresas participantes desse regime 
simplificado determina que o imposto não deva ser apurado sobre o valor 
bruto da folha de seus empregados. Nesse caso, a incidência de tributação 
ocorre sobre o faturamento da empresa de acordo com as tabelas previstas 
nos anexos à lei do Simples Nacional.
Base de cálculo
A obrigação tributária da empresa quanto ao INSS tem sua origem 
na remuneração paga ao trabalhador, pessoa física com ou sem vínculo 
com a empresa, portanto, os pagamentos realizados aos trabalhadores 
autônomos também são considerados na base de cálculo. O Quadro 3.1 a 
seguir demonstra com maior facilidade a incidência do INSS sobre o salário 
e outras remunerações pagas ao empregado ou trabalhador autônomo que 
preste serviço a uma empresa. O valor total das rubricas com incidência será 
a sua base de cálculo:
7
Quadro 3.1 | Incidência do INSS
Incidência Há incidência do INSS Não há incidência do INSS
Rubrica
Adicionais de insalubridade, peri-
culosidade, noturno, função, tempo 
deserviço, transferência e de horas 
extras.
Abono Pecuniário de Férias (referen-
te ao período de férias vendido pelo 
empregado)
Férias normais, inclusive com 1/3 
constitucional
Férias indenizadas, inclusive com 1/3 
constitucional
Aviso prévio trabalhado
Aviso prévio indenizado (Conforme So-
luções de Consulta Cosit nº 99.014/2016 
e nº 249/2017, afastando a incidência de 
INSS sobre o Aviso Prévio Indenizado)
Comissões e gratificações
Indenizações por tempo de serviço, 
por extinção antecipada de contrato e 
indenização adicional
Licença prêmio normal Licença prêmio indenizada
13º salário - 2ª parcela e 13º 
Proporcional pago em rescisão. O 
13º salário correspondente a 1/12 
avos da projeção do aviso prévio 
indenizado
13º salário – 1ª parcela
Salários normais, Saldo de salários 
pagos em rescisão e Salário Mater-
nidade
Salário Família
Retiradas mensais de diretores 
empregados, diretores proprietários 
ou titulares de firma individual (Pró 
labore)
Participação de lucros e resultados 
(empregados) ou Distribuição de lucros 
(sócios ou acionistas).
Auxílio para Acidente de traba-
lho (15 primeiros dias pagos pela 
empresa)
Auxílio para Acidente de trabalho (perí-
odo de afastamento a partir do 16º dia)
Auxílio Doença (15 primeiros dias 
pagos pela empresa)
Auxílio Doença (período de afastamen-
to do empregado a partir do 16º dia)
Fonte: adaptado de Brasil (1991).
Assimile
O quadro apresentado demonstra apenas as principais rubricas para 
determinarmos o valor correto da base de cálculo do INSS. Você pode 
acessar o site da Receita Federal do Brasil para verificar todos os 
detalhes dos fatores de incidência para as mais variadas rubricas.
BRASIL. Ministério da Economia. Receita Federal. Tabela de Incidência 
de Contribuição. Brasília, 8 nov. 2016.
8
Alíquotas do INSS
Para compreendermos como funciona a tributação referente à partici-
pação patronal do INSS, veremos como são aplicadas as alíquotas do INSS às 
empresas optantes pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado.
Denominada como CPP, a Contribuição Previdenciária Patronal incide 
sobre a remuneração paga pelas empresas aos seus empregados e trabalha-
dores autônomos que prestam serviços com a utilização de sua mão de obra. 
Para exemplificar como é aplicada a contribuição previdenciária patronal, 
vamos analisar o Quadro 3.2 a seguir:
Quadro 3.2 | CPP aplicada às empresas optantes pelo Lucro Real, Presumido e Arbitrado
CPP Setor Alíquota
Remuneração
Setor Financeiro 22,5%
Demais setores (Indústria, 
Comércio e Prestação de 
Serviços)
20%
Fonte: adaptado de Brasil (1991).
Não podemos esquecer das empresas optantes pelo regime diferenciado 
de tributação, denominado como Simples Nacional, criado para simplificar 
a forma de recolhimento de impostos para as micro e pequenas empresas. 
Nesse regime não há a incidência direta do INSS sobre a remuneração 
paga aos empregados e trabalhadores autônomos, mas, em contrapartida, 
as empresas optantes por esse regime simplificado recolhem seus impostos 
mensais através de uma única guia denominada DAS – Documento de 
Arrecadação do Simples Nacional. Nesse caso, o percentual da CPP pode 
variar de acordo com o faturamento acumulado e atividade desenvolvida 
pela empresa, e a referida contribuição está inclusa junto com os demais 
tributos federais, estaduais e municipais.
Agora trataremos sobre os valores que devem ser recolhidos ao INSS, 
mas que são de responsabilidade do empregado. Para alguns doutrinadores, 
o valor do INSS descontado da folha de salários dos empregados não pode 
ser denominado como um encargo social, pois este se configura como gasto 
do funcionário e não da empresa. É muito comum ocorrerem interpretações 
equivocadas sobre o INSS dos empregados, pois o valor descontado fica sob 
a responsabilidade da empresa, a qual deve repassar os valores retidos em sua 
folha de pagamento aos cofres públicos.
O valor descontado do empregado incide basicamente sobre sua remune-
ração, mas devemos sempre observar as bases de incidências estabelecidas 
na Lei 8.212/1991. O valor retido de cada empregado deve ser feito com base 
em alíquotas estabelecidas pelo INSS, as quais podem variar entre 8%, 9% 
9
ou 11%, de acordo com o salário do empregado. Observe, no Quadro 3.3 
a seguir, a tabela de incidência sobre s salários de contribuição dos empre-
gados, empregados domésticos e trabalhadores avulsos:
Quadro 3.3 | Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e traba-
lhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de janeiro de 2019
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHI-MENTO AO INSS
até 1.751,81 8%
de 1.751,82 até 2.919,72 9%
de 2.919,73 até 5.839,45 11 %
Fonte: adaptado de Brasil (2019).
Assimile
A tabela dos salários de contribuição constante no anexo II da Portaria 
nº 9/2019 é válida apenas para os empregados e trabalhadores avulsos. 
Caso a empresa contrate os serviços de trabalhadores autônomos, 
estes deverão contribuir diretamente com alíquota de 11% para o INSS. 
O mesmo percentual incide também sobre o pró-labore pago aos sócios 
e diretores de empresas.
Os trabalhadores que desenvolvem atividades insalubres e que podem ter 
sua integridade física deteriorada têm o direito de requerer uma aposenta-
doria com tempo de trabalho menor se comparado ao regime atual de previ-
dência. Nesse caso, o funcionário poderá dar entrada em sua aposentadoria 
com 15, 20 ou 25 anos de trabalho. Para financiar as aposentadorias especiais, 
a Lei 8.212/91 estabelece, no inciso II do artigo 22, o acréscimo percentual 
ao recolhimento patronal de acordo com o GILRAT - Grau de Incidência 
de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho. 
Esse índice é segmentado em três níveis:
• 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponde-
rante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve.
• 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponde-
rante esse risco seja considerado médio.
• 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponde-
rante esse risco seja considerado grave.
Contribuições do Sistema S
Esse sistema é definido por um conjunto de organizações voltadas ao 
treinamento profissional, assistência, consultoria e pesquisa. Essas entidades 
10
têm origens e características organizacionais em comum, além de apresen-
tarem a inicial com a letra “S”.
A seguir, temos algumas das instituições que fazem parte desse sistema:
• SESI – Serviço Social da Indústria.
• SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
• SESC – Serviço Social do Comércio.
• SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio.
• SEST – Serviço Social do Transporte.
• SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.
• SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
Essas instituições foram criadas em 1940, com personalidade jurídica 
vinculada ao setor produtivo, mas não têm fins lucrativos, pois o seu principal 
objetivo é dar assistência a diversas classes e categoria profissionais.
Para definirmos a base de cálculo dessa contribuição, devemos utilizar 
os mesmos critérios que formam a base de cálculo da CPP, os quais foram 
tratados no Quadro 3.1 – Incidência de INSS sobre as remunerações 
dos empregados.
Reflita
As instituições que formam o sistema S são responsáveis por formar 
futuros profissionais das áreas de indústria, comércio e serviços. A 
capacitação e treinamento dessa mão de obra têm custo alto e, por esse 
motivo, as empresas devem recolher aos cofres públicos uma parcela 
sobre sua folha de pagamento justamente para manter essas institui-
ções que tanto contribuem na formação de milhares de cidadãos do 
nosso país.
As alíquotas do sistema S são definidas de acordo com o código FPAS 
– Fundo de Previdência e Assistência Social, que deve corresponder com a 
atividade desenvolvida pela empresa. A Receita Federal do Brasil publicou 
instruções normativas que regulamentam e correlacionam os códigosFPAS 
com o CNAE – Código Nacional de Atividades Econômicas. Atualmente, 
os percentuais são definidos pela Instrução Normativa nº 971, de 13 de 
novembro de 2009, que dispõe sobre normas gerais de tributação previden-
ciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à Previdência 
Social e as destinadas a outras entidades ou fundos.
11
No Quadro 3.4 a seguir, temos alguns exemplos sobre os grupos de ativi-
dades, demonstrando o código FPAS e a alíquota de terceiros para o respec-
tivo segmento:
Quadro 3.4 | Grupos de atividades x Código FPAS x Alíquota de Terceiros
Confederação 
Nacional da 
Indústria
Grupo de Atividade FPAS Alíquota de Terceiros
Alimentação 507 5,8%
Vestuário 507 5,8%
Construção e Mobiliário 507 5,8%
Confederação 
Nacional do 
Comércio
Comércio Atacadista 515 5,8%
Comércio Varejista 515 5,8%
Agentes autônomos do comércio 515 5,8%
Comércio Armazenador 515 5,8%
Turismo e hospitalidade 515 5,8%
Serviços de saúde 515 5,8%
Fonte: adaptado de Brasil (2009).
No quadro apresentado, citamos apenas alguns dos principais grupos 
de atividades, mas para entendermos como são formadas as alíquotas dos 
terceiros, temos que consultar na íntegra a Instrução Normativa nº 971/2009 
(BRASIL, 2009) e seu anexo II (BRASIL, [s.d.]). É importante lembrar que a 
referida instrução normativa passou por várias atualizações, sendo a última 
delas introduzida pela Instrução Normativa nº 1.867, de 25 de janeiro de 2019.
Exemplificando
Considere uma empresa com atividades industriais que precisa deter-
minar suas provisões sobre folha de pagamento. Seus funcionários 
estão expostos a um grau de risco 3 em relação a acidentes de trabalho. 
Considerando o valor mensal bruto da folha de pagamento de R$ 
3.000,00, devem ser realizados os cálculos das provisões de férias e 13º, 
com os respectivos encargos sociais. 
Sabemos que todos os trabalhadores têm direito adquirido de férias e 
13º salário de forma proporcional a 1/12 avos para cada mês trabalhado 
na mesma empresa.
Considerando que a contabilidade deve sempre ser realizada pelo regime 
de competência e a folha de pagamento e seus respectivos encargos são 
responsáveis pela maior parte das despesas de uma empresa, temos 
12
que fazer os lançamentos mensalmente sobre a provisão de férias, 13º 
salário e INSS sobre as provisões.
Quadro 3.5 | Demonstrativo cálculo das provisões de 13º salário e férias
Salário R$ 3.000,00
Provisão 13º salário (1/12 avos) R$ 250,00
Provisão férias (1/12 avos) R$ 250,00
Provisão 1/3 de férias R$ 83,33
Fonte: elaborado pelo autor.
Para determinarmos o valor dos tributos incidentes sobre a mão de 
obra, é preciso relembrar que a empresa desenvolve atividades indus-
triais com grau de risco 3, portanto, deve ser utilizado o código FPAS 
507, e o percentual de recolhimento a terceiros será 5,8%.
Quadro 3.6 | Demonstrativo de percentuais de incidência do INSS sobre folha de 
salários
Contribuição Previdenciária Patronal 20%
Acidente de trabalho – GILRAT 3%
Terceiros 5,8%
Total 28,80%
Fonte: elaborado pelo autor.
Quadro 3.7 | Planilha de cálculo provisões e percentual de incidência do INSS sobre 13º 
salário e férias
Tributos Alíquotas Salários Provisão 13º Provisão Férias Provisão 1/3
Valores folha men-
sal e provisões (A) >>>>
 
R$3.000,00 R$ 250,00
R$ 
250,00 R$83,33
CPP 20% R$600,00 R$ 50,00
 R$ 
50,00 R$16,67
GILRAT 3% R$90,00 R$ 7,50
 R$ 
7,50 R$2,50
Terceiros 5,80% R$174,00 R$ 14,50
 R$ 
14,50 R$4,83
Totais encargos (B) 28,80% R$864,00 R$ 72,00
 R$ 
72,00 R$24,00
13
Total custo (A+B) - R$3.864,00 R$ 322,00
 R$ 
322,00 R$107,33
Fonte: elaborado pelo autor.
No quadro apresentado fica evidente o quanto as provisões e os encargos 
sociais do INSS representam como custos de folha de pagamento para 
uma empresa. Se somarmos os valores da folha mensal, com suas provi-
sões e seus respectivos encargos sociais de previdência, chegamos ao 
valor total de R$ 4.615,33, representando um acréscimo de 53,84% 
sobre o valor bruto da remuneração. Por isso não podemos deixar de 
considerar os lançamentos contábeis das provisões mensais para as 
empresas.
Lançamento contábil pela provisão do 13º Salário:
D – Décimo Terceiro Salário (CR – Custos)
C – Provisão sobre 13º Salário (Passivo Circulante) R$ 250,00
Lançamento contábil pela provisão das férias:
D – Férias (CR – Custos)
C – Provisão sobre Férias (Passivo Circulante) R$ 250,00
Lançamento contábil pela provisão de 1/3 constitucional de férias:
D – Férias (CR – Custos)
C – Provisão sobre Férias (Passivo Circulante) R$ 83,33
Lançamento contábil pela provisão do INSS sobre 13º Salário:
D – Contribuição Previdenciária 13º Salário (CR – Custos)
C – Provisão Contribuição Previdenciária 13º Salário (PC) R$ 72,00
Lançamento contábil pela provisão de INSS sobre férias:
D – Contribuição Previdenciária sobre Férias (CR – Custos)
C – Provisão Contribuição Previdenciária Férias (PC) R$ 72,00
Lançamento contábil pela provisão de INSS sobre 1/3 de férias:
D – Contribuição Previdenciária sobre Férias (CR – Custos)
C – Provisão Contribuição Previdenciária Férias (PC) R$ 24,00
A legislação previdenciária é considerada bastante complexa, pois passou 
por várias alterações desde a publicação da Lei nº 8.212/1991 e suas instru-
ções normativas. Justamente por esse motivo, o tema previdência se torna 
tão desafiador.
14
Contadores, empresários e administradores devem ter o conhecimento 
necessário a respeito dessa legislação, para que possam determinar correta-
mente o cálculo dos valores a recolher para a previdência. Classificar uma 
empresa de forma incorreta para apuração dos impostos sobre a folha de 
pagamento e suas provisões gera demonstrativos com informações distor-
cidas, o que pode acarretar autuações fiscais.
Sem medo de errar
Vamos relembrar os dados apresentados referente à empreiteira que 
presta serviços na construção civil. Os sócios estão preocupados com os altos 
custos com os encargos sociais e trabalhistas para uma empresa que desen-
volva esse tipo de atividade venha a ter.
Trabalhamos com alguns conceitos relativos à previdência social, como 
sua legislação básica, formação da base de cálculo, alíquotas referentes tanto 
da parte patronal, quanto do valor descontado do empregado e do grau de 
risco de acordo com a atividade da empresa. Vimos os recolhimentos efetu-
ados ao Sistema S, destinado às entidades criadas para formação profissional 
e assistência social dos trabalhadores. 
A seguir temos alguns dados sobre o valor estimado da folha de pagamento 
dos funcionários que serão utilizados na prestação de serviços e respectivo 
enquadramento de grau de risco, FPAS e percentual de terceiros de acordo 
com sua categoria econômica:
• Remuneração bruta mensal dos empregados R$ 10.000,00.
• CPP – Contribuição Previdenciária Patronal – 20%.
• Grau de Risco da Atividade – 3%.
• FPAS 507 – Percentual de Terceiros – Sistema S - 5,8%.
De posse dessas informações, o departamento contábil da empresa fará 
todos os cálculos dos encargos previdenciários sobre a folha de pagamento 
mensal e deve elaborar os demonstrativos de cálculo das provisões de férias e 
13º salários com os respectivos encargos previdenciários.
Depois de realizados os cálculos das provisões e encargos sociais, serão 
elaborados os lançamentos contábeis, e teremos condições de analisar os 
custos relacionados à previdência sobre a folha de pagamento.
1º Passo – Cálculo dos encargos sociais e trabalhistas sobre a folha de 
pagamento mensal e suas provisões.
15
Quadro 3.8 | Planilha de cálculo dos encargos sociais sobre a folha mensal e provisões
Tributos Alíquotas Salários Provisão 13º Provisão Férias
Provisão 
1/3
Valores folha 
mensal e pro-
visões (A)
>>>> R$10.000,00 R$833,33 R$833,33R$277,78
CPP 20% R$2.000,00 R$166,67 R$166,67 R$55,56
GILRAT 3% R$300,00 R$25,00 R$25,00 R$8,33
Terceiros 5,80% R$580,00 R$48,33 R$48,33 R$16,11
Totais encar-
gos (B) 28,80% R$2.880,00 R$240,00 R$240,00 R$80,00
Total custo 
(A+B) - R$12.880,00 R$1.073,33 R$1.073,33 R$357,78
Fonte: elaborado pelo autor.
Utilizando os valores apresentados na planilha apresentada, chegamos 
à conclusão que o custo mensal sobre a folha de pagamento, considerando 
todas as provisões e encargos previdenciários, podem chegar até R$ 15.384,44, 
representando um acréscimo nos custos mensais de 53,84%. Após o período 
acumulado de um ano, no término da construção, a empresa terá acumu-
lado custos com folha de pagamento, provisões e encargos previdenciários 
no total de R$ 184.613,33, o que equivale a 36,92% do total a ser faturado.
2º Passo – Lançamentos contábeis da folha de pagamento, provisões e 
encargos previdenciários.
Pela contabilização do valor bruto da folha de pagamento:
D – Salários (CR – Custos)
C – Salários a pagar (PC) R$ 10.000,00
Pela contabilização dos encargos previdenciários patronais, grau de risco 
e terceiros:
D – Contribuição Previdenciária sobre Salários
C – Contribuição Previdenciária a Recolher (PC) R$ 2.880,00
16
Pela contabilização das provisões mensais sobre o 13º Salário:
D – Décimo Terceiro Salário (CR – Custos)
C – Provisão sobre 13º Salário (Passivo Circulante) R$ 833,33
Pela contabilização das provisões mensais sobre as férias:
D – Férias (CR – Custos)
C – Provisão sobre Férias (Passivo Circulante) R$ 833,33
Pela contabilização das provisões mensais sobre 1/3 constitucional 
de férias:
D – Férias (CR – Custos)
C – Provisão sobre Férias (Passivo Circulante) R$ 277,78
Lançamento contábil pela provisão de INSS sobre 13º Salário:
D – Contribuição Previdenciária 13º Salário (CR – Custos)
C – Provisão Contribuição Previdenciária 13º Salário (PC) R$ 240,00
Lançamento contábil pela provisão de INSS sobre férias:
D – Contribuição Previdenciária sobre Férias (CR – Custos)
C – Provisão Contribuição Previdenciária Férias (PC) R$ 240,00
Lançamento contábil pela provisão de INSS sobre 1/3 de férias:
D – Contribuição Previdenciária sobre Férias (CR – Custos)
C – Provisão Contribuição Previdenciária Férias (PC) R$ 80,00
Faça valer a pena
1. Na Lei nº 8.212/1991 temos a definição de quem são os contribuintes 
obrigatórios da previdência social. A obrigação tributária relativa ao INSS 
tem sua origem na remuneração:
17
I. Paga ao empregado.
II. Trabalhadores autônomos.
III. Distribuição de lucros aos acionistas.
Feita a análise do texto, marque a alternativa que apresenta as afirmações 
corretas.
a. Apenas a afirmação I está correta.
b. Apenas a afirmação II está correta.
c. Apenas a afirmação III está correta.
d. As afirmações I e II estão corretas.
e. As afirmações II e III estão corretas. 
2. Além da obrigação de recolhimentos dos valores descontados de seus 
empregados e prestadores de serviços autônomos, toda empresa ou equipa-
rados devem recolher os valores referentes à participação patronal do INSS, a 
qual é aplicada de acordo com as alíquotas do INSS previstas para as empresas 
optantes pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado.
No caso dos bancos comerciais, qual é o percentual da CPP determinado pela 
legislação do INSS?
a. 20%.
b. 8%.
c. 9%.
d. 11%.
e. 22,5%.
3. Conhecido por ser um sistema formado por um conjunto de organiza-
ções voltadas ao treinamento profissional, de assistência social, consultoria 
e pesquisa, essas entidades têm origens e características organizacionais em 
comum.
A seguir temos algumas das instituições que fazem parte do sistema S:
VI. SESI – Serviço Social da Indústria.
VII. SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
VIII. SEMC – Serviço Mundial do Comércio.
18
IX. SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio.
Agora marque a alternativa que se refere às verdadeiras instituições que 
fazer parte do sistema S.
a. As afirmações I, II, III e IV estão corretas. 
b. Somente as afirmações I, II e IV estão corretas.
c. Somente as afirmações II, III e IV estão corretas.
d. Somente a afirmação IV está correta.
e. Somente as afirmações III e IV estão corretas. 
19
Seção 2
FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
Diálogo aberto
Agora as atenções dos sócios da empreiteira estão voltadas para outro 
assunto, o FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
Continuando com o caso, a empreiteira que está prestando serviços na 
construção de um barracão industrial tem um dos sócios com a seguinte 
preocupação: como podemos provisionar os custos com o FGTS?
Para respondermos a essa pergunta, primeiro temos que conhecer a 
legislação base do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, sua base de 
cálculo e sua alíquota, para que possamos definir os cálculos corretos para 
esse encargo social e suas provisões sobre 13º Salário e Férias. Todas essas 
informações geram dúvidas aos empresários, pois o motivo de maior preocu-
pação entre eles se refere ao valor da multa do FGTS que deverá ser pago ao 
final da obra: todos os valores de depósitos mensais, somados às provisões 
comporão o saldo para fins rescisórios que servirá de base de cálculo para a 
multa rescisória.
Vamos relembrar alguns dados da folha de pagamento, com os quais 
trabalharemos nesta seção:
O valor total da remuneração mensal paga aos funcionários da emprei-
teira é de R$ 10.000,00.
Com essa informação, o departamento de contabilidade da emprei-
teira deve realizar os cálculos para determinar qual será o valor de provisão 
mensal e como devem ser elaborados os lançamentos contábeis das provisões 
do fundo de garantia.
O contador da empresa deve elaborar um quadro demonstrando uma 
simulação dos valores que serão depositados nas contas de FGTS durante 
o período em que a obra estiver sendo executada, considerando também os 
valores que incidem sobre as provisões de 13º Salário e Férias. Sabemos que o 
valor do fundo de garantia sobre as provisões não é depositado mensalmente, 
mas esse valor será demonstrado na planilha de cálculo para que os empresá-
rios possam visualizar o custo mensal com esse encargo social.
Com as informações disponíveis no demonstrativo do FGTS, será possível 
definir o valor aproximado do saldo depositado pela empresa durante o 
período de prestação de serviços, sendo possível estimar os valores da multa 
20
rescisória pois, ao término da obra, a empresa deve fazer a rescisão de todos 
os seus empregados.
Nesta seção trataremos do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço. Vamos conhecer suas particularidades, regulamentações e conceitos 
básicos, sua base de cálculo e forma de apuração e, é claro, sua contabilização 
e obrigações acessórias.
Legislação básica e origens
Instituído em 1966, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) 
é constituído pelos saldos de contas vinculadas, devidamente atualizados 
após realizados os depósitos mensais pelos empregadores em nome de seus 
funcionários registrados. As atualizações desse fundo são feitas mediante a 
aplicação dos juros de atualização monetária, mais conhecidos pelo termo 
técnico JAM.
Antes da criação do FGTS, existia em nosso país uma outra forma de 
garantia de emprego ao trabalhador, denominada estabilidade decenal. 
Naquela época, todo empregado que completasse mais de dez anos de 
contrato de trabalho com o mesmo empregador só poderia ser demitido 
por justa causa. Desde que foi instituído, o FGTS era opcional, pois cabia ao 
funcionário, no momento de contratação, realizar sua opção pelos depósitos 
mensais em vez de optar pela estabilidade decenal. Mas na prática não foi 
bem assim que aconteceu, porque as empresas só aceitavam contratar novos 
funcionários desde que realizassem a opção pelo fundo de garantia.
Em 1988, com a promulgação da Constituição Federal, a estabilidadedecenal foi extinguida, tornando a contribuição ao FGTS obrigatória para 
todos os empregadores, com regulamento e legislação própria. Atualmente, 
essa contribuição é regida pela Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, que 
dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e dá outras provi-
dências, e pela Lei Complementar nº 150 de 1 de junho de 2015, que dispõe 
sobre o contrato de trabalho doméstico e dá outras providências relativas a 
essa contribuição.
Base de cálculo e alíquotas
Os depósitos relativos ao FGTS devem ser realizados mensalmente pelos 
empregadores, mediante a aplicação da alíquota de 8%. Sua incidência ocorre 
sobre o montante referente ao salário bruto dos funcionários, que é formado 
basicamente pelo salário e outras verbas salariais.
De acordo com o art. 457 da Consolidação das Lei de Trabalho (CLT), 
compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos 
legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador como 
21
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. Entre as verbas que 
podem ser consideradas de natureza salarial, portanto, comporão a base de 
cálculo do FGTS:
• Salário mensal.
• 13º Salário.
• Horas extras.
• Adicional Periculosidade.
• Adicional Insalubridade.
• Adicional Noturno.
• Adicional de produtividade.
• Gorjetas.
• Comissões.
• Repouso Semanal Remunerado.
• Férias (Incluindo o acréscimo constitucional de 1/3 sobre as férias).
• Licenças (maternidade, paternidade, doença).
• Aviso prévio (trabalhado e indenizado).
O parágrafo 2º do art. 458 da CLT traz algumas complementações muito 
importantes ao estabelecer que algumas utilidades concedidas pelo empre-
gador não devem ser consideradas como salário, portanto, não serão inclu-
ídas na base de cálculo. São elas:
I. Vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empre-
gados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço.
II. Educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, 
compreendendo os valores relativos à matrícula, mensalidade, 
anuidade, livros e material didático.
III. Transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em 
percurso servido ou não por transporte público.
IV. Assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente 
ou mediante seguro-saúde.
V. Seguros de vida e de acidentes pessoais.
VI. Previdência privada. 
VII. (VETADO) 
22
VIII. O valor correspondente ao vale-cultura. 
No parágrafo 3º temos algumas regras adicionais dizendo que o empre-
gador pode fornecer habitação e a alimentação como salário-utilidade, mas 
estas não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) 
e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. Quando o salário utilidade se 
referir à habitação coletiva, para que seja determinado o percentual limite, 
o valor total do gasto deverá ser dividido pelo número de habitantes, sendo 
vedada a utilização de uma mesma residência para mais de uma família.
Pela ocasião da rescisão de contrato de trabalho, desde que essa seja 
motivada pelo empregador e for sem justa causa, será devido o percentual de 
multa rescisória em 40% sobre o valor do saldo depositado na conta vincu-
lada do funcionário.
Assimile
O valor a recolher do FGTS devido pelo empregador deve ser recolhido 
até o dia 7 do mês subsequente ao mês trabalhado. O recolhimento 
deverá ser antecipado para o dia útil imediatamente anterior ao venci-
mento, caso o dia determinado para recolhimento na legislação recaia 
em finais de semana ou feriados nacionais.
Saque do FGTS
O saque do FGTS pode ocorrer em alguns momentos considerados 
essenciais na vida do trabalhador. No Quadro 3.9 temos alguns motivos que 
permitem que o valor depositado seja retirado pelo empregado:
Quadro 3.9 | Motivos de saque do FGTS
Rescisão
• Sem justa causa motivada pelo empregador.
• Por morte do empregado.
• Por extinção da empresa.
• Por culpa recíproca ou força maior.
• Por extinção do contrato de trabalho por prazo determinado.
• Por aposentadoria.
Financiamentos
• Aquisição da casa própria mediante a utilização e recursos 
do FGTS.
• Abatimento/pagamento total ou parcial de prestações do 
financiamento habitacional pelo Sistema Financeiro de 
Habitação SFH.
Doenças • Aids ou neoplasia maligna (câncer).
Desempregado
• Caso o trabalhador permaneça mais de três anos ininter-
ruptos sem nenhum registro em carteira ou vínculo com 
outro empregador, ou seja, sem nenhum crédito referente a 
depósitos de FGTS em conta vinculada.
23
Idade • Trabalhador com idade igual ou superior a 70 anos.
Aposentadoria • Após a concessão do benefício pela previdência social.
Fonte: adaptado de Brasil (1990).
A Lei nº 13.932/2019, publicada em 12 de dezembro de 2019, estipulou 
em seu art. 20-A que:
 “O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujeito a somente uma 
das seguintes sistemáticas de saque: 
I. saque-rescisão; ou
II. saque-aniversário.”
O art. 20 B, afirma que o titular das contas vinculadas ao FGTS, a 
princípio está sujeito ao saque-rescisão, mas tem a opção de mudar para o 
saque-aniversário. O saque-aniversário possibilita o saque anual de parte do 
FGTS para o trabalhador que optar por essa sistemática. 
Reflita
Sabemos que, atualmente, as contas vinculadas aos depósitos do FGTS 
têm sua atualização monetária garantida, mas os valores decorrentes 
das atualizações são muito baixos.
O que seria se as empresas pudessem gerir esse fundo em nome de seus 
funcionários junto a outras instituições financeiras?
Você acredita que seria necessário algum tipo de regulamentação?
Você concorda com os percentuais estabelecidos para a multa resci-
sória quando a empresa demite um empregado?
Antes de debater esse assunto, leia a seguinte nota técnica sobre efeitos 
do FGTS no mercado de trabalho: 
BARBOSA, A. L. N. H.; FOGUEL, M. N.; BILO, C. FGTS e fundos individuais 
de seguro-desemprego: análise comparativa entre países e efeitos no 
mercado de trabalho. Nota Técnica. Mercado de Trabalho, n. 63, out. 
2017. Repositório de Conhecimento do IPEA.
GRRF -Guia de recolhimento rescisório do FGTS
A Lei nº 8.036/1990 estabelece em seu art. 18, § 1º que na hipótese de 
despedida pelo empregador sem justa causa, deve ser depositado na conta 
vinculada do trabalhador no FGTS importância igual a 40% do montante 
de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do 
contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respec-
tivos juros.
24
Já de acordo com o § 2º do mesmo artigo, quando ocorrer despedida 
por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o 
percentual mencionado será de 20%.
Para realizar esse depósito, a Caixa Econômica, administradora dos 
recursos do FGTS, estabeleceu o recolhimento através da GRRF.
O preenchimento e conferência de todas as informações constantes na 
GRRF são de total responsabilidade do empregador, devendo realizar a 
correta apuração dos valores para recolhimento, que chamamos de Valor 
Base para Cálculo do Recolhimento Rescisório.
O valor dessa base de cálculo está disponível no extrato da conta vinculada 
do FGTS, que pode ser obtido pelos canais de atendimento do Conectividade 
Social mediante a utilização de certificação digital ou nas agências da Caixa 
Econômica Federal.
Devemos lembrar uma informação importante na determinação da base 
de cálculo para fins rescisórios: esse valor será composto basicamente pelos 
depósitos mensais realizados pela empresa durante o período de registro do 
empregado e por algumas verbas pagas em rescisão, sendo as principais:
• Saldo de salários.
• 13º Salário proporcional.
• Adicionais (periculosidade, insalubridade, noturno, produtividade).
• Horas extras pagas em rescisão.
• Aviso prévio indenizado.
Sobre os valores citados, pagos em rescisão, também haverá a incidência 
de 8% para o FGTS e esses deverão ser somados ao saldo depositado em 
conta vinculada para formar a base de cálculo para fins rescisórios, sobre a 
qual serãocalculados a multa de 40% e a contribuição de 10%.
De acordo com o art. 15 da Lei 8.036/1990, não há incidência do FGTS 
sobre os valores relativos às férias vencidas ou proporcionais, quando essas 
são indenizadas e pagas na rescisão.
Exemplificando
Vamos utilizar um exemplo de uma empresa que acaba de demitir seu 
funcionário. O empregado foi contratado em 02/01 e demitido em 
31/10. Seguem os dados das verbas salariais pagas em sua rescisão:
• Salários – R$ 1.000,00.
25
• 13º Salário 10/12 avos – R$ 833,33.
• Férias proporcionais 10/12 avos– R$ 833,33.
• 1/3 sobre férias – R$ 277,78.
• Horas extras – R$ 250,00.
• Adicional produtividade – R$ 150,00.
O valor total do saldo depositado em sua conta vinculada do FGTS, 
considerando as atualizações realizadas pela Caixa Econômica Federal, 
é R$ 825,00.
Resolução:
1º Passo – Para determinar qual será a base de cálculo para fins rescisó-
rios, primeiro temos que encontrar o valor do FGTS que incidirá sobre 
as verbas pagas na rescisão.
Nesse caso, não podemos considerar os valores referentes às férias, 
pois estas estão sendo indenizadas e pagas na rescisão conforme o art. 
15 da Lei 8.036/1990.
Base de cálculo do FGTS na rescisão:
• Salários – R$ 1.000,00.
• 13º Salário – R$ 833,33.
• Horas extras – R$ 250,00.
• Adicional produtividade – R$ 150,00.
Total base de cálculo – R$ 2.233,33.
Valor do FGTS sobre a rescisão será obtido mediante a aplicação da 
alíquota de 8% sobre a base de cálculo encontrada – R$ 2.233,33 × 8% 
= R$ 178,67
2º Passo – Para determinar a base de cálculo para fins rescisórios é 
necessário somar os valores obtidos no extrato da conta vinculada do 
FGTS com os valores apurados sobre as verbas rescisórias:
Saldo em conta vinculada R$ 825,00
Valor FGTS apurado rescisão R$ 178,67
Saldo para fins rescisórios R$ 1.003,67
Sobre o saldo para fins rescisórios serão efetuados os cálculos da multa 
de 40% de FGTS que será paga ao funcionário, e 10% que será pago 
à Caixa Econômica Federal para suprir as atualizações monetárias. Os 
recolhimentos serão efetuados mediante o pagamento da GRRF.
26
Obrigações acessórias
As contas do FGTS são vinculadas a cada um dos empregados de uma 
empresa e durante seu período laboral; ela deve ser mantida por meio de 
depósitos mensais e informações acessórias, enviadas pelas empresas todos 
os meses. Através dos dados enviados é possível à Caixa Econômica Federal 
gerir o fundo e distribuir os depósitos mensais individualizados para cada 
funcionário da empresa.
Todos os meses, as empresas fazem um único depósito conjunto, por 
meio da GRF – Guia de Recolhimento do FGTS, com os valores destinados 
a todos os trabalhadores. A individualização dos valores é possível mediante 
as informações enviadas pelo SEFIP – Sistema Empresa de Recolhimento do 
FGTS e Informações à Previdência Social.
Atualmente, as obrigações acessórias estão aos poucos sendo substitu-
ídas pelo eSocial, ferramenta digital estabelecida pelo governo federal que faz 
parte do SPED – Sistema Público de Escrituração Digital. O eSocial será utili-
zado para centralizar todas as informações sobre a relação trabalhista entre 
empresas e trabalhadores. Essa nova obrigação acessória unificará todas as 
informações relativas ao INSS, FGTS, IRRF, CAGED e RAIS, entre outras.
A expectativa é que a longo prazo as relações de emprego se tornem mais 
dinâmicas e seja possível ter acesso a todas as informações em único portal, 
gerando informações essenciais para o governo, empresas e trabalhadores.
Sem medo de errar
Chegou o momento de colocarmos em prática todos os conceitos 
apresentados nesta seção.
Vamos relembrar o caso da empreiteira que está prestando serviços na 
construção de um barracão industrial. Um dos sócios relatou a seguinte 
preocupação: como podemos provisionar os custos com o FGTS?
Para respondermos a essa pergunta, vamos utilizar nosso conhecimento 
a respeito da legislação base do FGTS, para que possamos definir os cálculos 
corretos para esse encargo social e suas provisões sobre 13º Salário e Férias.
Vamos relembrar alguns dados da folha de pagamento, com os quais 
trabalhamos nesta seção:
Valor total da remuneração mensal paga aos funcionários da empreiteira 
é de R$ 10.000,00.
27
1ª Etapa – Com essa informação, o departamento de contabilidade da 
empreiteira deve realizar os cálculos para determinar qual será o valor de 
provisão mensal e como devem ser elaborados os lançamentos contábeis das 
provisões do FGTS.
2ª Etapa – O contador da empresa deve elaborar um quadro demons-
trando uma simulação dos valores que serão depositados nas contas de FGTS 
durante o período em que a obra estiver sendo executada, considerando 
também os valores que incidem sobre as provisões de 13º Salário e Férias.
3ª Etapa – Determinar uma estimativa de cálculo do saldo para fins resci-
sórios do FGTS. 
Resolução:
1º Passo – Cálculo do FGTS sobre a folha de pagamento mensal e 
suas provisões.
Quadro 3.10 | Planilha de cálculo dos encargos de FGTS sobre a folha mensal e provisões
Tributos Alíquotas Salários Provisão 13º Provisão Férias Provisão 1/3
Valores folha 
mensal e 
provisões 
(A)
>>>>> R$ 10.000,00 R$ 833,33 R$ 833,33 R$ 277,78
FGTS (B) 8 % R$ 800,00 R$ 66,67 R$ 66,67 R$ 22,22
Total custo 
(A+B) R$ 10.800,00 R$ 900,00 R$ 900,00 R$ 300,00
Fonte: elaborado pelo autor.
Utilizando os valores apresentados na planilha apresentada, chegamos 
à conclusão que o custo mensal sobre a folha de pagamento, considerando 
todas as provisões e encargos do FGTS, pode chegar até R$ 12.900,00, repre-
sentando um acréscimo nos custos mensais de 29%. Após o período acumu-
lado de um ano, no término da construção, a empresa terá acumulado custos 
com folha de pagamento, provisões e encargos com fundo de garantia no 
total de R$ 154.800,00, o que equivale a 30.96% do total a ser faturado.
2º Passo – Lançamentos contábeis da folha de pagamento, provisões e 
encargos com fundo de garantia.
Pela contabilização do valor bruto da folha de pagamento e provisões 13º 
Salário e Férias (esses lançamentos já foram abordados na seção anterior, 
28
aqui estamos apenas relembrando, pois essas provisões não poderão ser 
realizadas duas vezes em um mesmo período):
D – Salários (CR – Custos)
C – Salários a pagar (PC) R$ 10.000,00
D – Décimo Terceiro Salário (CR – Custos)
C – Provisão sobre 13º Salário (Passivo Circulante) R$ 833,33
D – Férias (CR – Custos)
C – Provisão sobre Férias (Passivo Circulante) R$ 833,33
D – Férias (CR – Custos) Referente 1/3 constitucional
C – Provisão sobre Férias (Passivo Circulante) R$ 277,78
Aqui nós temos os lançamentos que se referem às provisões do FGTS
Lançamento contábil pela provisão do FGTS sobre a folha mensal:
D – Encargos c/ FGTS (CR – Custos)
C – FGTS a Recolher (Passivo Circulante) R$ 800,00
Lançamento contábil pela provisão de FGTS sobre 13º Salário:
D – Encargos c/ FGTS (CR – Custos)
C – Provisão FGTS sobre 13º Salário (Passivo Circulante) R$ 66,67
Lançamento contábil pela provisão de FGTS sobre férias:
D – Encargos c/ FGTS (CR – Custos)
C – Provisão FGTS sobre Férias (Passivo Circulante) R$ 66,67
Lançamento contábil pela provisão de FGTS sobre 1/3 de férias:
D – Encargos c/ FGTS (CR – Custos)
C – Provisão FGTS sobre Férias (Passivo Circulante) R$ 22,22
3º Passo – Determinar a estimativa de saldo para fins rescisórios para 
os funcionários, pois todos os meses a empresa deve considerar os valores 
do depósito mensal sobre a folha de pagamento e os valores das estimativas 
de provisão do FGTS sobre o 13º Salário e Férias. Para esclarecer as dúvidas 
dos sócios, o contador pode elaborar uma planilha demonstrando o valor de 
29
custo mensal com o fundo de garantia, projetando o possível saldo acumu-
lado para fins rescisórios: 
FGTS sobre a folha mensal R$ 800,00
FGTS sobre provisão 13º Salário R$ 66,67
FGTSsobre provisão de férias R$ 66,67
FGTS sobre provisão 1/3 de férias R$ 22,22
Total encargos com FGTS R$ 955,56
Ao final do período de construção do barracão industrial, quando a 
construtora iniciar o processo de demissão de seus funcionários, os sócios 
já terão uma estimativa mais concreta sobre o valor depositado nas contas 
vinculadas de seus funcionários.
R$ 955,56 × 12 meses (período da construção) = R$ 11.466,72
Dessa forma, a empresa terá uma estimativa de gasto total com a multa 
rescisória de 40%, no valor de R$ 4.586,69, e 10% de contribuição social para 
atualização monetária, no valor de R$ 1.146,67.
Faça valer a pena
1. O FGTS é formado basicamente pelo saldo de conta vinculada, composta 
por depósitos mensais efetuados pela empresa em nome de seus funcioná-
rios registrados, ajustada pela aplicação sistemática dos juros de atualização 
monetária. Antes de sua criação, em 1966, existia em nosso país uma outra 
forma de garantia de emprego ao trabalhador.
Essa garantia era denominada de:
a. Estabilidade provisória de 2 anos.
b. Estabilidade permanente de 5 anos.
c. Estabilidade decenal de 10 anos.
d. Estabilidade de 30 dias.
e. Estabilidade de 90 dias. 
2. De acordo com o art. 457 da Consolidação das Lei de Trabalho (CLT), 
consideramos como remuneração do empregado, além do salário devido 
e pago diretamente pelo empregador como contraprestação do serviço, as 
gorjetas que receber. Entre as verbas que podem ser consideradas de natureza 
salarial, portanto, comporão a base de cálculo do FGTS: 
30
I. Salário mensal.
II. 13º Salário.
III. Férias proporcionais.
IV. Vale transporte.
V. Adicional de periculosidade.
Observando as verbas supra relacionadas, marque a alternativa que corres-
ponda às que realmente podem compor a base de cálculo do FGTS.
a. Somente as afirmações I, II e IV estão corretas.
b. Somente as afirmações II, III e IV estão corretas.
c. Somente as afirmações I e V estão corretas.
d. Somente as afirmações III e V estão corretas.
e. Somente as afirmações I, II, III e V estão corretas. 
3. A conta vinculada do FGTS, na qual a empresa realiza seus depósitos mensais 
em nome do funcionário registrado, é constantemente atualizada. Em algumas 
situações previstas em lei, consideradas como momentos essenciais na vida do 
trabalhador, poderá ocorrer outro tipo de movimentação denominada como saque. 
Analise as afirmações a seguir para os possíveis motivos para saque do FGTS.
I. Dispensa por justa causa.
II. Por morte do empregado.
III. Por extinção do contrato de trabalho determinado.
IV. Dispensa sem justa causa.
V. Desempregado que permaneça mais de 1 ano sem registro algum em 
carteira.Enunciado:
Marque a alternativa que corresponda as afirmações corretas a respeito do 
saque do FGTS.
a. Somente as afirmações I e V estão corretas.
b. Somente as afirmações II, III e IV estão corretas.
c. Somente as afirmações I, II e III estão corretas.
d. Somente as afirmações II, III e V estão corretas.
e. Somente as afirmações I, III e V estão corretas. 
31
Seção 3
INSS e IRRF retidos na fonte
Diálogo aberto
Nas seções anteriores, abordamos os assuntos pertinentes ao INSS e 
FGTS, os quais incidem basicamente sobre a remuneração paga aos funcio-
nários de uma empresa. Trabalhamos também com as provisões do 13º 
Salário e férias dos empregados e por meio dos demonstrativos pudemos 
verificar que a folha de pagamento de uma empresa pode representar um 
custo alto em relação ao seu faturamento, principalmente para empresas que 
prestam serviços na construção civil.
Continuando com o caso da empreiteira, já definimos os custos com 
a folha de pagamento, provisões e encargos sociais. Agora nosso desafio é 
verificar os impostos retidos na fonte: no caso do INSS, sua retenção pode 
incidir sobre alguns tipos de prestação de serviços, e o IRRF que pode incidir 
tanto na prestação de serviços quanto sobre os valores pagos aos diretores e 
empregados de uma empresa.
Nesta seção trabalharemos com valores mais detalhados da folha de 
pagamento mensal da empreiteira, pois apresentaremos o cálculo de cada 
um dos sócios e empregados envolvidos na prestação de serviços para deter-
minar se haverá ou não a incidência do IRRF. 
Outro dado relevante se refere ao valor da prestação de serviços que estão 
sendo executados pela empreiteira, pois os sócios sabem que o tipo de serviço 
executado está sujeito à retenção da previdência e, por isso, será necessário 
apresentar a legislação base que fala sobre a retenção do INSS nos serviços 
prestados mediante cessão de mão de obra. O departamento de contabilidade 
da empresa deve demonstrar quais serão os valores líquidos recebidos pela 
empresa (com o desconto da retenção) e como os valores retidos poderão ser 
compensados do valor total a recolher para a previdência social.
Os lançamentos contábeis referentes às retenções dos impostos retidos 
sobre a nota fiscal de serviços e dos valores retidos em folha de pagamento 
também devem ser elaborados. 
32
Não pode faltar
Olá, aluno!
A retenção do INSS pode incidir sobre vários tipos de serviços, entre eles 
os serviços prestados na construção civil. Nesse setor, geralmente ocorre a 
cessão de mão de obra de uma construtora para a execução de determinada 
obra em favor de seu cliente.
De acordo com Padoveze et al. (2017), a retenção ou tributação na fonte 
acontece quando a responsabilidade de recolhimento do tributo é transferida 
do prestador para o tomador do serviço. Essa prática é muito utilizada pela 
administração pública com o objetivo de reduzir a evasão fiscal, antecipar 
o recolhimento do tributo e consequentemente melhorar a eficiência na 
arrecadação de impostos.
Nessa sistemática, a responsabilidade de recolhimento de forma anteci-
pada dos impostos é transferida para o cliente, ou seja, o tomador do serviço 
deve repassar os valores retidos para os agentes arrecadadores governamen-
tais. Assim, o prestador de serviço deve emitir a nota fiscal de serviços com 
a demonstração dos valores retidos, cabendo a ele o recebimento do valor já 
líquido das retenções.
Retenção do INSS
A retenção previdenciária está prevista no artigo 31 da Lei nº 8.212, de 24 
de julho de 1991, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui 
Plano de Custeio e dá outras providências. Vejamos o que diz este artigo:
[…]Art. 31. A empresa contratante de serviços executados 
mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de 
trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do 
valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços 
e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a 
importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente 
ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o 
dia útil imediatamente anterior se não houver expediente 
bancário naquele dia, observado o disposto no § 5o do art. 
33 desta Lei. (BRASIL, 1991)
Nesse artigo fica bem clara a responsabilidade do tomador do serviço 
(cliente) de retenção e recolhimentos dos valores previdenciários incidentes 
sobre a nota fiscal de prestação de serviços mediante cessão de mão de obra. 
33
O valor da retenção será determinado pela aplicação de 11% do valor bruto 
da nota fiscal de serviços.
Mas quais seriam os tipos de serviços prestados nesta categoria que 
estariam sujeitos a retenção? O parágrafo 3 desse mesmo artigo traz infor-
mações importantes e estabelece os conceitos de cessão de mão de obra, 
sendo esta ocorrida quando o prestador de serviços coloca o seu funcionário 
à disposição da empresa contratante. Já no parágrafo 4 temos alguns dos 
serviços classificados como cessão de mão de obra:
• Limpeza, conservação e zeladoria.
• Vigilância e segurança.
• Empreitada de mão de obra.
• Contratação de trabalho temporário.
O artigo 117 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009 traz a relação dos 
serviços sujeitos à retenção quando contratados mediante cessão de mão de 
obra ou empreitada, observando sempre o artigo 149 da mesmaIN, que traz 
as situações nas quais não se aplicam o instituto da retenção. 
Assimile
A pormenorização das tarefas compreendidas em cada um dos serviços 
constantes nos incisos dos artigos 117 e 118 da Instrução Normativa RFB 
nº 971/2009 é exemplificativa.
É importante lembrar que é exaustiva a relação dos serviços sujeitos à retenção, 
conforme disposto no § 2º do artigo 219 do RPS - Decreto nº 3.048/99.
Por esse motivo, faz toda a diferença mencionar que é de responsa-
bilidade dos interessados a análise fiel do contrato de prestação de 
serviços, bem como a situação concreta dos fatos, para efetuar o 
enquadramento das atividades sujeitas a retenção.
Outro fator importante sobre o percentual de retenção é que quando a atividade 
realizada pelos empregados da prestadora de serviços dentro na empresa contra-
tante for exercida em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integri-
dade física destes, de forma a possibilitar a concessão de aposentadoria especial 
após 15, 20, ou 25 anos de trabalho, o percentual da retenção aplicado sobre o valor 
dos serviços prestados por estes segurados, a partir de 01.04.2003, deve ser acres-
cido de 4%, 3% ou 2%, respectivamente, perfazendo o total de 15%, 14% ou 13%.
Dispensa da retenção
Em algumas situações a retenção previdenciária é dispensada, conforme previsto 
nos incisos I ao III do artigo 120 da Instrução Normativa nº 971/2009, que são:
34
I - O valor correspondente a 11% dos serviços contidos em cada nota 
fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços for inferior ao limite mínimo 
estabelecido pela RFB para recolhimento em documento de arrecadação.
II - A contratada não possuir empregados, o serviço for prestado pessoal-
mente pelo titular ou sócio e o seu faturamento do mês anterior for igual ou 
inferior a duas vezes o limite máximo do salário de contribuição da tabela do 
INSS, cumulativamente.
III - A contratação envolver somente serviços profissionais relativos ao 
exercício de profissão regulamentada por legislação federal, ou serviços 
de treinamento e ensino definidos no inciso X do artigo 118 da Instrução 
Normativa RFB nº 971/2009, desde que prestados pessoalmente pelos sócios, 
sem o concurso de empregados ou de outros contribuintes individuais.
No caso citado no inciso II apresentado, em que os serviços são prestados 
pelos sócios da empresa contratada, deve ser elaborada uma declaração 
assinada pelo representante legal da prestadora de serviços, sob as penas da 
lei, de que não possui empregados e o seu faturamento no mês anterior foi 
igual ou inferior a duas vezes o limite máximo do salário de contribuição.
Para o ano de 2019, o teto máximo do salário de contribuição é de R$ 
5.839,45 (Portaria MF nº 9/2019). Lembrando que o teto máximo de contri-
buição é anualmente alterado pelo Ministério da Fazenda, e fica o contri-
buinte obrigado a verificar a legislação caso os valores da tabela de contri-
buição da previdência sejam alterados pelo governo federal.
O modelo de declaração a seguir pode ser utilizado pela empresa para 
fins da dispensa da retenção:
Modelo de Declaração para Dispensa da Retenção de 11% sobre Cessão e 
Empreitada de Mão de obra - Serviço Prestado pelo Sócio:
DECLARAÇÃO
Declaramos para os devidos fins que a empresa ............................................
...... não possui empregados e o serviço foi prestado pessoalmente pelo titular 
ou sócio. Declaramos também que o faturamento do mês anterior foi de R$ .....
............................................. (igual ou inferior a 2 (duas) vezes o limite máximo 
do salário de contribuição), ficando dispensado da retenção de INSS sobre a 
nota fiscal, conforme dispõe o artigo 120, inciso II, da IN RFB nº 971/2009.
____________________
Assinatura
35
Situações de não ocorrência da retenção
Existem alguns casos em que a retenção não poderá ser aplicada, conforme 
os itens relacionados no artigo 149 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009. 
O principal deles está previsto no inciso II, o qual se refere à empreitada total 
quando o contrato é celebrado exclusivamente com empresa construtora, que 
assume a responsabilidade direta pela execução de todos os serviços necessá-
rios à realização da obra, compreendidos em todos os projetos a ela inerentes, 
com ou sem fornecimento de material. 
É bom lembrar que em casos de empreitada parcial, ou seja, quando a 
construtora é responsável apenas por uma parte da obra, seja sua edificação, 
instalações elétricas e hidráulicas, sem a responsabilidade da elaboração 
de projeto, a retenção deve ser descontada do valor total da nota fiscal de 
serviços e repassada pela empresa contratante aos cofres públicos.
Apuração da base de cálculo da retenção
A base de cálculo para retenção previdenciária é o valor do serviço desta-
cado em nota fiscal, mas de acordo com o artigo 121 da Instrução Normativa 
RFB nº 971/2009, os valores de materiais ou de equipamentos, próprios 
ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, fornecidos pela contra-
tada, discriminados no contrato e na nota fiscal, na fatura ou no recibo de 
prestação de serviços, não integram a base de cálculo da retenção, desde 
que comprovados.
Referente aos equipamentos manuais, os quais não servem como 
dedução da base de cálculo da retenção, podemos entender como aqueles 
que dependem exclusivamente de força humana, tais como: vassoura, balde, 
escada, chave de fenda, martelo, serrote, carrinho de mão, etc.
O artigo 122 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009 prevê que os 
materiais e equipamentos, com fornecimento previsto em contrato, mas 
sem a discriminação de valores, desde que discriminados os valores na nota 
fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não integram a base de 
cálculo da retenção, devendo o valor corresponder no mínimo a:
I - 50% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação 
de serviços.
II - 30% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação 
de serviços para os serviços de transporte de passageiros, cujas despesas de 
combustível e de manutenção dos veículos corram por conta da contratada.
III - 65% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação 
de serviços quando se referir a limpeza hospitalar, e 80%, quando se referir 
aos demais tipos de limpeza.
36
Obrigações do prestador de serviços
O prestador de serviços, de acordo com o artigo 126 da Instrução 
Normativa RFB nº 971/2009, está obrigado a fazer o destaque da retenção 
previdenciária no momento de emissão da nota fiscal, demonstrando o valor 
total dos serviços prestados e o valor da retenção com o título “RETENÇÃO 
PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL”.
Obrigações do tomador de serviço
Ao tomador de serviço (empresa contratante) cabe a obrigação de 
recolher o valor retido em nota fiscal, fatura ou recibo em nome do prestador 
do serviço, ou seja, em nome da empresa contratada, como determina o 
artigo 129 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009.
De acordo com o artigo 138 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, a 
empresa contratante fica obrigada a manter em arquivo, separado e organi-
zado por empresa contratada, todos os documentos pertinentes às opera-
ções a que se refiram, ou seja, contratos, notas fiscais, faturas ou recibos de 
prestação de serviços, guias de recolhimento de retenção.
Lembramos que a contratante, legalmente obrigada a manter escrituração 
contábil formalizada, está obrigada a registrar, mensalmente, em contas 
individualizadas, todos os fatos geradores de contribuições sociais, inclusive 
a retenção sobre o valor dos serviços contratados.
O lançamento da retenção na escrituração contábil deverá discriminar:
• O valor bruto dos serviços.
• O valor da retenção.
• O valor líquido a pagar.
Exemplificando
Vamos utilizar as informações a respeito da retenção do INSS para 
solucionar a seguinte situação: uma empresa de limpeza e conservação 
emitiu uma nota fiscal de prestação de serviços no valor total de R$ 
10.000,00. No contrato estava previsto quedo valor total a receber, R$ 
2.000,00 se referem à compra de equipamentos para serem utilizados 
na prestação dos serviços.
Nesse caso, devemos determinar qual será o valor líquido a receber 
pelo prestador de serviços, qual será a base de cálculo da retenção e 
quais os procedimentos que devem ser realizados pela empresa contra-
tante (tomador de serviços), responsável pela retenção previdenciária e 
seu respectivo recolhimento.
37
Vamos exemplificar quais serão os procedimentos:
1º passo – A empresa prestadora de serviços deve emitir a nota fiscal 
com o devido destaque da retenção previdenciária. No exemplo citado, 
o valor da base de cálculo será determinado após a dedução dos valores 
dos equipamentos adquiridos para a realização do serviço:
Valor da NF de serviços R$ 10.000,00
Valor equipamentos adquiridos R$ 2.000,00
Base de cálculo para a retenção R$ 8.000,00
Valor retenção 11% sobre os serviços R$ 880,00
Conforme o quadro demonstrativo apresentado, o valor do INSS retido 
será descontado do valor total a receber, portanto, a prestadora de 
serviço vai receber o valor total líquido R$ 9.120,00.
2º passo – A empresa tomadora do serviço deve efetuar o pagamento 
pelos serviços contratados, considerando apenas o valor líquido, pois o 
valor referente ao INSS retido deverá ser repassado à Previdência Social 
mediante recolhimento via GPS – Guia da Previdência Social, utilizando 
o código 2631. Caso a empresa contratante esteja obrigada a enviar 
suas informações ao governo utilizando a EFD – REINF, os valores retidos 
deverão ser recolhidos pela guia DARF, gerada pelo sistema DCTF Web.
3º passo – A empresa contratante (tomadora do serviço), deve enviar 
uma cópia da guia de recolhimento da retenção ao prestador do serviço 
para que ele tenha a documentação necessária que comprove o direito 
de uso deste valor como compensação dos valores a recolher do INSS 
sobre sua folha de pagamento mensalmente.
Retenção do IRRF
Dentro das regras tributárias vinculadas ao imposto de renda, é muito 
importante esclarecer o conceito do tomador de serviço, o qual é represen-
tado pela pessoa jurídica que contrata o serviço. Em outras palavras, é o 
beneficiário do serviço a ele prestado, sendo tratado como a fonte pagadora.
Previsto no artigo 45 da Lei nº 5.172/1966, conhecida como o Código 
Tributário Nacional – CTN, o advento da retenção se refere à atribuição 
prevista em lei para antecipar o imposto de renda devido pelo prestador de 
serviços, atribuindo a condição de responsável tributário ao tomador do 
serviço, conhecido nessa sistemática como a fonte pagadora.
38
Fato gerador da retenção
O nascimento da obrigatoriedade de retenção do IRRF ocorre no 
momento do pagamento pelos serviços prestados. Dessa forma, a prestação 
de serviços poderá ser realizada normalmente, mas a retenção realizada pelo 
tomador do serviço ocorrerá somente no momento de seu efetivo pagamento.
Incidência da retenção
A incidência de retenção na fonte não deve ser aplicada a todos os 
serviços tomados entre pessoas jurídicas. Os artigos 714 ao 724 do Decreto 
nº 9.580/2018 (RIR/2018) indica quais serão os tipos de serviços sujeitos a 
sua retenção:
a. Serviços profissionais (RIR/2018, artigo 714).
b. Serviços de limpeza, conservação, segurança, vigilância e locação de 
mão de obra (RIR/2018, artigo 716).
c. Serviços de representação comercial ou da mediação de negócios, 
propaganda e publicidade (RIR/2018, artigo 718).
d. Serviços de cooperativas de trabalho e associações profissionais ou 
assemelhadas (RIR/2018, artigo 719).
e. Serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, 
seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber 
(RIR/2018, artigos 723 e 724).
Nos casos em que o serviço não se encontre previsto nos dispositivos 
legais, não haverá previsão legal para que ocorra a retenção do imposto na 
fonte (RIR/2018, artigo 714, § 2º).
O Quadro 3.11 a seguir demonstra os principais tipos de serviços sujeitos 
a retenção do IRRF, suas respectivas alíquotas e códigos de recolhimento:
39
Quadro 3.11 | Demonstrativo de serviços sujeitos a retenção do IRRF
FUNDA-
MENTO
SERVIÇO ALÍQUOTAS DARF
RESPONSABILIDADE DO TOMADOR
Serviços 
Profis-
sionais - 
RIR/2018, 
artigo 714.
- Administração de bens ou negócios em geral, 
exceto consórcios ou fundos mútuos para aquisição 
de bens; - Advocacia; - Análise clínica laborato-
rial; - Análises técnicas; - Arquitetura; - Assessoria 
e consultoria técnica, exceto serviço de assistência 
técnica prestado a terceiros e concernente a ramo de 
indústria ou comércio explorado pelo prestador do 
serviço; - Assistência social; - Auditoria; - Avaliação e 
perícia; - Biologia e biomedicina; - Cálculo em geral; 
- Consultoria; - Contabilidade; - Desenho técnico; 
- Economia; - Elaboração de projetos; - Engenharia, 
exceto construção de estradas, pontes, prédios e obras 
assemelhadas; - Ensino e treinamento; - Estatística; 
- Fisioterapia; - Fonoaudiologia; - Geologia; - Leilão; 
- Medicina, exceto aquela prestada por ambulatório, 
banco de sangue, casa de saúde, casa de recuperação 
ou repouso sob orientação médica, hospital e pron-
to-socorro; - Nutricionismo e dietética; - Odontolo-
gia; - Organização de feiras de amostras, congressos, 
seminários, simpósios e congêneres; - Pesquisa em 
geral; - Planejamento; - Programação; - Prótese; - 
Psicologia e psicanálise; - Química; - Radiologia e 
radioterapia; - Relações públicas; - Serviço de des-
pachante; - Terapêutica ocupacional; - Tradução ou 
interpretação comercial; - Urbanismo; - Veterinária.
1,5% 1708
Serviços de 
Limpeza e 
Conser-
vação - 
RIR/2018, 
artigo 716.
Serviços de limpeza, conservação, segurança, vigilân-
cia e locação de mão de obra. 1,0% 1708
Repre-
sentação 
Comercial, 
Media-
ção de 
Negócios 
- RIR/2018, 
artigo 718, 
inciso I.
Comissões, corretagens ou outra remuneração pela 
representação comercial ou pela mediação na realiza-
ção de negócios civis e comerciais.
1,5% 8045
RESPONSABILIDADE DO PRESTADOR - AUTORRETENÇÃO
Serviços de 
Propagan-
da e Pu-
blicidade 
- RIR/2018, 
artigo 718, 
inciso II.
Serviços de propaganda e publicidade. 1,5% 8045
40
Comissões 
e Correta-
gens - IN 
SRF nº 
153/1987.
Colocação ou negociação de títulos de renda fixa; 
- Operações realizadas em Bolsas de Valores e em 
Bolsas de Mercadorias; - Distribuição de emissão de 
valores mobiliários, quando a pessoa jurídica atuar 
como agente da companhia emissora; - Operações de 
câmbio; - Vendas de passagens, excursões ou viagens; 
- Administração de cartão de crédito; - Prestação de 
serviços de distribuição de refeições pelo sistema de 
refeições-convênio; - Prestação de serviços de admi-
nistração de convênios.
1,5% 8045
RESPONSABILIDADE - COOPERATIVAS DE TRABALHO
Coopera-
tivas de 
Trabalho e 
Associa-
ções Profis-
sionais ou 
Asseme-
lhadas - 
RIR/2018, 
artigo 719.
Importâncias pagas ou creditadas por pessoas 
jurídicas a cooperativas de trabalho, associações de 
profissionais ou assemelhadas, relativas a serviços 
pessoais que lhes forem prestados por seus associados 
ou colocados à disposição.
1,5% 3280
RETENÇÃO - SERVIÇOS DE ASSESSORIA CREDITÍCIA
Presta-
ção de 
Serviços de 
Assessoria 
Creditícia, 
Merca-
dológica, 
Gestão de 
Crédito, 
Seleção 
e Riscos, 
Adminis-
tração de 
Contas a 
Pagar e a 
Receber - 
RIR/2018, 
artigos 723 
e 724.
Prestação de serviços a outras pessoas jurídicas que 
explorem as atividades de prestação de serviços de as-
sessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, 
seleção e riscos, administração de contas a pagar e a 
receber.
1,5% 5944
Fonte: adaptado de Brasil (2018).
Vale lembrar que nos casos de retenção do IRRF, a base de cálculo para 
a retenção é o valor pago ou creditado a terceiros pela prestação de serviços, 
sendo esse o valor constante na nota fiscal de serviços prestados, e não é 
admitido o desconto de materiais fornecidos.
IRRF sobre a folha de pagamento
De acordo com o artigo 33 do Decreto nº 9.580/2018, osrendimentos 
tributáveis são constituídos pelo produto do capital, do trabalho e proventos 
41
de qualquer natureza. De acordo com esse conceito, devem ser incluídos 
o pagamento do salário, adiantamentos, indenização sujeita a tributação, 
pró-labore, retirada, vantagem, comissão, corretagem, benefício da previ-
dência social, remuneração de conselheiro fiscal e de administração, diretor e 
administrador de pessoa jurídica, titular de empresa individual, gratificação 
e participação dos dirigentes no lucro e demais remunerações decorrentes de 
vínculo empregatício, recebidos por pessoa física residente no Brasil.
Fato gerador
Cabe ao empregador ou fonte pagadora reter e recolher o IRRF que será 
calculado sobre o rendimento efetivamente pagos em cada mês (regime 
de caixa), mediante aplicação da tabela progressiva prevista na Instrução 
Normativa RFB nº 1.558/2015, art. 22:
Tabela 3.1 | Incidência mensal do Imposto de Renda
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir (em R$)
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36
Fonte: Brasil (2015).
Reflita
A tabela progressiva do Imposto de Renda está sem correção desde 
2015. A falta de atualização das faixas de contribuição dessa tabela tem 
levado muitos brasileiros a pagar mais imposto de renda a cada ano. 
Se os valores da tabela progressiva fossem atualizados utilizando como 
fator de correção a inflação, a faixa de isenção deveria ser muito maior, 
ou seja, deveria ser ampliada para pelo menos R$ 3.689,00, diminuindo 
consideravelmente a quantidade de pessoas obrigadas a pagar o 
imposto de renda sobre seus rendimentos.
Deduções
Para determinarmos a base de cálculo sujeita à incidência do IRRF, 
podemos deduzir do rendimento bruto:
• As importâncias pagas a título de pensão alimentícia, quando em 
cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, 
inclusive a prestação de alimentos provisionais, ou por escritura pública.
42
• A quantia de R$ 189,59 por dependente por mês, podendo ser consi-
derado como dependente o cônjuge, companheiro ou companheira 
com vida comum a mais de 5 anos, filho, filha ou enteado até 21 
anos – se estiver cursando estabelecimento de ensino superior pode 
chegar até 24 anos, e filho de qualquer idade se for considerado 
incapaz física ou mentalmente. Outras modalidades de dependentes 
podem ser consultadas no artigo 71 do RIR 2018.
• As contribuições para a previdência social da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios.
• As contribuições para as entidades de previdência comple-
mentar domiciliadas no Brasil e as contribuições para o Fundo de 
Aposentadoria Programada Individual (Fapi), cujo ônus tenha sido 
do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares 
assemelhados aos da Previdência Social no caso de trabalhador com 
vínculo empregatício ou de administrador que seja também contri-
buinte do regime geral de previdência social.
• As contribuições para as entidades fechadas de previdência comple-
mentar de natureza pública de que trata o § 15 do artigo 40 da Constituição 
Federal, limitadas à alíquota de contribuição do ente público patroci-
nador, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefí-
cios complementares assemelhados aos da Previdência Social.
Exemplificando
Vamos trabalhar o cálculo de IRRF tendo como base os seguintes dados:
• Rendimento bruto: R$ 5.000,00.
• Quantidade de dependentes: 2.
• Pensão alimentícia paga: R$ 1.500,00.
• INSS: R$ 550,00.
Valor de rendimento tributável R$ 5.000,00
(-) Dependentes (2 x 189,59) (R$ 379,18)
(-) Pensão alimentícia (R$ 1.500,00)
(-) Previdência oficial (R$ 550,00)
(=) Base de Cálculo R$ 2.570,82
Valor do IRPF (alíquota de 7,5%) R$ 192, 81
Parcela a deduzir (R$ 142,80)
Imposto de renda retido na fonte R$ 50,01
Nesse cálculo foram considerados como deduções os valores referentes 
aos dependentes, pensão alimentícia e o valor da previdência social 
43
descontado do salário do empregado. Depois de determinarmos a base 
de cálculo, aplicamos o percentual de acordo com a tabela progressiva 
mensal e subtraímos deste o valor referente à parcela a deduzir.
A responsabilidade de recolhimento do imposto de renda retido na fonte 
sobre os rendimentos dos trabalhadores compete à fonte pagadora, ou seja, a 
empresa considerada como a empregadora. O IRRF retido deve ser recolhido 
até o dia 20 do mês seguinte à ocorrência do fato gerador, ou seja, do 
pagamento do rendimento. Exemplo: folha da competência Dez/2019, com 
rendimento pago em 05/Jan/2020 (fato gerador = período de pagamento), 
o vencimento do IRRF se dará em 20.02.2020. Caso a data de vencimento 
recaia em final de semana ou feriado, o recolhimento deve ser antecipado.
Sem medo de errar
A retenção do INSS e IRRF sobre a prestação de serviços é uma situação 
que exige conhecimento amplo da legislação tributária; nesse caso, não há 
restrição de departamentos de uma empresa, pois ela pode envolver todos 
os setores. O conhecimento a respeito das normas e regulamentações perti-
nentes é fundamental para que haja sinergia entre os departamentos da 
empresa, aumentando sua eficiência e eliminando riscos de autuações fiscais.
A empreiteira já definiu os custos com a folha de pagamento, provisões 
e encargos sociais, e agora nosso desafio é verificar os impostos retidos na 
fonte: o INSS incide sobre alguns tipos de prestação de serviços, e o IRRF 
pode incidir tanto na prestação de serviços quanto sobre os valores pagos aos 
diretores e empregados de uma empresa.
O valor bruto total da folha de pagamento dos empregados é R$ 10.000,00, 
mas os dois sócios também devem manter uma retirada mensal a título de 
pró-labore, sendo o valor mensal estimado em R$ 3.000,00 para cada sócio.
Nesta situação vamos considerar que os trabalhadores desempenham 
suas atividades em horário de trabalho normal e sem nenhum tipo de 
adicional. No Quadro 3.12 temos o demonstrativo detalhado dos salários e 
funções para elaboração da folha de pagamento:
Quadro 3.12 | Relatório folha de pagamento
Nome Função Valor retirada/salário Dependentes
João Carlos Sócio administrador R$ 3.000,00 -
José Fernandes Sócio administrador R$ 3.000,00 -
Aroldo Mestre de obras R$ 3.500,00 2
44
Armando Pedreiro R$ 2.500,00 1
Cláudio Servente de obras R$ 2.000,00 1
Fábio Servente de obras R$ 2.000,00 -
Fonte: elaborado pelo autor.
O tipo de prestação de serviço realizado pela construtora está sujeito à 
retenção do INSS por se tratar de cessão de mão de obra, logo, é necessário 
que seja demonstrado como será feito o cálculo dessa retenção. O valor total 
cobrado pelo serviço é R$ 500.000,00, o qual será recebido durante o período 
de execução da obra, ou seja, em 12 parcelas mensais iguais e sucessivas. A 
construtora relatou em seu contrato que 10% do valor dos serviços será gasto 
com a aquisição de equipamentos para utilização na prestação de serviços.
Resolução:
1ª Etapa – Elaboração da folha de pagamento referente a março de 2020.
Aqui faremos uma elaboração simples de uma folha de pagamento com 
os dados fornecidos pela construtora, considerando que os empregados já 
estão contratados, trabalhando normalmente e seguindo todas normas 
trabalhistas e de segurança.
Quadro 3.13 | Relatório de folha de pagamento mensal com proventos e descontos
SÓCIOS PROVENTOS DESCONTOS
Nome Função Dependentes Retirada INSS IRRF Valor líquido
João Carlos Sócio - R$3.000,00 R$ 330,00 R$57,45 R$2.612,55 
José
Fernandes Sócio - R$3.000,00 R$330,00 R$57,45 R$2.612,55 
VALORES TOTAIS R$6.000,00 R$660,00 R$114,90 R$5.225,10 
FUNCIONÁRIOS PROVENTOS DESCONTOS
Nome Função Dependentes Retirada INSS IRRF Valor líquido
Aroldo Mestre de obras 2 R$3.500,00 R$ 385,00 R$62,39 R$3.052,61 
Armando Pedreiro 1 R$2.500,00 R$ 225,00 R$13,61 R$2.261,39 
Cláudio Servente de obras 1 R$2.000,00 R$ 180,00 R$ - R$1.820,00 
Fábio Servente

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