Buscar

Mecanismos da dor inflamatória - Anestesiologia

Prévia do material em texto

Gabriela Miranda
Mecanismos da dor inflamatória - Anestesiologia
Nociceptores: são receptores sensoriais que enviam sinais de percepção da dor. Eles são polimodais e de alto limiar.
Alodinia: condição na qual o nociceptor se torna sensível com um estímulo que normalmente não provoca dor.
Hiperalgesia: quando se tornam ainda mais sensíveis com estímulos que provocam dor, pela entrada de íons cálcio nos nociceptores e pela estimulação da adenilato ciclase no tecido neuronal, que propicia o aumento do AMPc.
Essas alterações bioquímicas ocorrem devido a síntese de autacóides, ou seja, mediadores químicos originários das células envolvidas no processo inflamatório.
Produtos do metabolismo do ác. araquidônico
O ácido araquidônico é derivado do ácido linoleico. Ele é esterificado como componente dos fosfolipídeos da membrana celular.
O início da resposta inflamatória ocorre pela ativação da enzima fosfolipase A2. Ela age nos fosfolipídeos da membrana, liberando ácido araquidônico.
O ácido araquidônico sofre ação de dois outros sistemas enzimáticos: cicloxigenase e 5-lipoxigenase, produzindo autacóides, que provocam a hiperalgesia.
Via cicloxigenase (COX)
A cicloxigenase pode ser encontrada em duas isoformas: COX-1 e COX-2.
· COX-1: encontrada em plaquetas, mucosa gástrica e nos rins forma de enzima constitutiva. Sua ação produz prostaglandinas em condições de normalidade.
· COX-2: está presente em pequenas quantidades no organismo. Quando há inflamação, sua concentração aumenta drasticamente. É conhecida como cicloxigenase pró-inflamatória.
O ácido araquidônico é catalisado, pela COX, em metabólitos ativos com efeitos diferentes:
· Prostaglandinas: produzidas pelas células injuriadas locais. Aumenta a permeabilidade vascular, gerando edema.
· Prostaciclina: produzidas pelas células endoteliais que revestem as paredes dos vasos sanguíneos.
· Tromboxanas: liberadas pelas plaquetas e responsáveis pela agregação plaquetária.
Via 5-lipoxigenase
Por essa via, são produzidos leucotrienos.
O leucotrieno B4 (LTB4) está envolvido no processo de hiperalgesia, bem como é um dos mais potentes agentes quimiotáticos de neutrófilos.
Além disso, outros leucotrienos parecem constituir a substância de reação lenta da anafilaxia (SRS-A).
Neutrófilos e hiperalgesia
Os neutrófilos são as principais células efetoras da resposta inflamatória aguda, participando diretamente da hiperalgesia, pois migram e se acumulam no local injuriado.
Os neutrófilos podem produzir substâncias pró-inflamatórias em quantidades além das requeridas, contribuindo para o aumento da injúria tecidual.
Referência: Terapêutica medicamentosa – Teixeira.

Continue navegando