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Questionário Microfósseis carbonáticos

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Universidade Federal Fluminense 
Micropaleontologia Marinha - 2020 
 
Atividade Assíncrona referente aos Foraminíferos carbonáticos 
Aluna: Beatriz Ferreira Vieira 
 
 
1- A que grupo pertencem os Foraminíferos? Qual o período estimado de sua 
aparição? 
 
Foraminíferos são animais unicelulares, semelhantes às Amebas, e, portanto, 
pertencem ao reino Protista, mas diferem de outros protistas por apresentarem 
pseudópodes anastomosados e filiformes e por possuírem uma concha ou testa. 
Os foraminíferos são um grupo de microfósseis que foram registrados em 
rochas de configurações ambientais semelhantes às do Cambriano e idades mais 
jovens. 
 
2- Discorra sobre a estrutura dos foraminíferos e seu modo de vida. 
 
Os foraminíferos são protistas rizópodes, portanto unicelulares, cujo 
protoplasma, diferenciado em endoplasma e ectoplasma, é emitido sob a forma de 
pseudópodes retráteis, que são filamentos anastomosados granulados, utilizados 
para capturar alimento (Armstrong & Brasier, 2005). O protoplasma (tecido mole) da 
célula é, em grande parte, selado por um invólucro, chamado de testa, teca ou 
carapaça, que pode ser biomineralizada (calcita, aragonita, sílica), orgânica 
(quitinosa) ou resultar da aglutinação de fragmentos minerais e/ou biogênicos. Esta 
carapaça consiste numa única câmara ou numa série de câmaras, as quais vão 
sendo construídas ao longo da vida da célula. As câmaras, em sua maioria, são 
menores que um milímetro de diâmetro e interligadas por uma ou várias aberturas. 
Estas conexões entre as câmaras por aberturas deram origem ao nome do grupo, 
pois a palavra foraminífera é formada pelos termos em latim forâmen (orifício) e 
ferre (possuir) (Loeblich & Tappan, 1992). A posse de granulorreticulópodes 
distingue os foraminíferos dos outros protistas. A célula inclui um corpo de Golgi 
(para a secreção de enzimas digestivas e outras macromoléculas), mitocôndrias 
(para respiração), ribossomo (para síntese de proteínas) e vacúolos (preenchidos 
com matéria orgânica ou mineral). A célula pode ser uninucleada ou multinucleada. 
Estes protistas vivem majoritariamente em ambiente marinho, alguns em 
ambiente mixohalino e raros em água doce (e.g. Siemensma et al.,2017). Os 
foraminíferos apresentam hábito de vida planctônico ou bentônico. As formas 
bentônicas habitam o fundo oceânico, tendo hábito infaunal (se enterram a poucos 
centímetros no substrato) ou epifaunal (vivem sobre o substrato) e são abundantes 
na plataforma continental. Os bentônicos têm forte caráter endêmico, ou seja, 
caracterizam-se por ocupar uma determinada região ou ambiente (Antunes & Melo, 
2001) e são suscetíveis às variações físico-químicas e batimétricas, sendo, 
 
portanto, bons indicadores de mudanças paleoambientais. Eventualmente também 
são utilizadas em estudos bioestratigráficos locais. As formas planctônicas vivem 
em suspensão na coluna d’água e têm capacidade de fazer migração vertical. 
Alguns foraminíferos bentônicos exibem testas com ramificações, como 
Notodendrodes antarctikos​, que se assemelha a uma árvore microscópica, para 
absorver a matéria orgânica dissolvida por meio de um sistema “de raiz” (DeLaca et 
al., 1980). Outros exibem morfologia séssil dependente do substrato em que vivem. 
Foraminíferos bentônicos e planctônicos que habitam a zona fótica muitas vezes 
vivem em simbiose com dinoflagelados e algas que realizam fotossíntese, tais como 
clorofíceas e diatomáceas. Pensa-se que os foraminíferos bentônicos discoidais e 
fusiformes atingiram seu grande tamanho em parte por causa de tais associações 
(Goldstein,1999). 
 
3- Leia as afirmativas abaixo, sobre as aplicações dos foraminíferos e assinale a 
única verdadeira: 
 
a) por meio da associação da fauna é possível estimar a paleobatimetria, isto é, 
a paleoprofundidade, enquanto a análise de isótopos de oxigênio na calcita 
das testas permite estimar a paleotemperatura, sendo considerado o método 
mais eficiente para reconstruções de condições paleoceanográficas, 
utilizando tanto as formas bentônicas (para águas de fundo) como as 
planctônicas (para águas superficiais)​. 
b) Os foraminíferos planctônicos se depositam em sedimentos marinhos distais, 
onde os processos sedimentares são mais uniformes, e têm melhor 
resolução temporal que os bentônicos. Por isso, não apresentam grande 
potencial para estudos evolutivos, pois existem várias formas intermediárias, 
agindo como os tão questionados “elos perdidos”, constituindo-se em maus 
exemplos da evolução por gradualismo filético. 
c) As rochas mais antigas onde foram encontrados foraminíferos bentônicos são 
do Paleozóico. Em registros sedimentares do Carbonífero Superior ao 
Jurássico foram realizados zoneamentos utilizando foraminíferos 
relativamente grandes, conhecidos como fusulinídeos. 
d) A testa das espécies epifaunais tende a ser alongada, facilitando a 
penetração no substrato, enquanto a das espécies infaunais em geral é 
globular a lenticular, com um lado relativamente mais plano, a fim de facilitar 
o movimento sobre o substrato. 
 
4- Sobre a alimentação de foraminíferos é incorreto afirmar que : 
 
a) A maioria das espécies é herbívora e só consomem algas e fitoplâncton. 
b) Alguns foraminíferos se alimentam utilizando os seus pseudópodes para 
capturar o alimento em suspensão na coluna d’água,ou nas águas 
intersticiais dos sedimentos de fundo. 
 
c) Formas infaunais são provavelmente detritívoras e, comumente, têm testas 
alongadas para facilitar o movimento através do substrato. 
d) Foraminíferos bentônicos e planctônicos que habitam a zona fótica muitas 
vezes vivem em simbiose com dinoflagelados e algas que realizam 
fotossíntese, tais como clorofíceas e diatomáceas. 
 
5- Cite tipos de estruturas acessórias e ornamentações presentes em foraminíferos. 
 
As estruturas acessórias modificam a abertura e compreendem o dente 
perfurado, dente umbilical, flap, flange, bula, tegila e lábio fialino. 
A superfície dos foraminíferos pode ser lisa ou caracterizada por diferentes 
tipos de ornamentação, incluindo espinhos, nós, quilhas, pilares, estrias e costelas. 
Os foraminíferos hialinos e porcelânicos são ornamentados, mas esta condição é 
pouco visível nos tipos aglutinados. Estes são altamente variáveis e mudam dentro 
de uma espécie de um ambiente para outro. 
 
6- Comente sobre as mudanças nas características morfológicas que ocorreram nos 
foraminíferos planctônicos nas extinções K / T e Eoceno / Oligoceno. 
 
Testas morfologicamente complexas abriram caminho para formas simples 
após as extinções. Testas com quilhas, lábios aperturais, calcificação secundária e 
superfícies rugosas foram substituídas por testas trocospirais simples com 
superfícies lisas (Lipps 1986). A diversificação dos foraminíferos planctônicos no 
Cenozóico, após a extinção K / T, é testada por um modelo de crescimento (Collins 
1989) que sugere uma taxa de diversificação inicial explosiva para menos de 1 Ma, 
seguida por um crescimento lento e flutuante para um Eoceno Médio com máximo 
de 44 espécies. O resto do Paleógeno foi marcado por um declínio muito lento na 
riqueza de espécies. Nenhuma correlação perceptível foi encontrada entre a 
flutuação da temperatura e a diversidade global. As famílias dos foraminíferosplanctônicos ​Globigerinidae e ​Globorotalidae surgiram no Paleoceno e 
posteriormente se diversificaram no restante do Cenozóico. A fotossimbiose voltou a 
ocorrer após a extinção do Cretáceo e evoluiu em muitas espécies, incluindo a 
vivente ​Hastigerina pelagica ​e a Orbulina universa​. Um levantamento em grande 
escala da biodiversidade marinha em diferentes ambientes oceânicos revelou 
consistência mundial, apesar das diferenças óbvias nas condições ambientais dos 
vários regimes oceanográficos. Em geral, há um aumento da biodiversidade 
marinha durante o Cenozóico e, de forma mais marcante, com o advento do 
Neógeno. 
 
7- Descreva o ciclo de vida dos foraminíferos. 
 
Há uma grande variedade de estratégias reprodutivas, de crescimento e 
alimentação, no entanto, a alternância de gerações sexuadas e assexuadas é 
comum no grupo. Uma geração haplóide, produzida assexuadamente, normalmente 
 
forma um grande prolóculo (câmara inicial) e, portanto, as testas são denominadas 
megalosféricas. Gerações diplóides, produzidas sexualmente, tendem a apresentar 
um prolóculo menor e, portanto, são chamadas de microesféricas 
(BouDagher-Fadel, 2008). Muitas testas de foraminíferos são parcialmente 
dissolvidas ou desintegradas durante o processo de reprodução, como é o caso do 
foraminífero planctônico ​Hastigerina pelagica​, que reproduz por gametogênese em 
profundidade, quando os espinhos, septos e a região da abertura são reabsorvidos. 
Em outra espécie planctônica, ​Orbulina universa, se observa a absorção das 
câmaras iniciais durante o processo de gametogênese, preservando apenas a 
câmara final (Kemle-von Mücke & Hemleben, 1999). De um modo geral, a 
reprodução sexuada se dá a cada 28 dias, em ciclos lunares (Hemleben et al., 1989; 
Schiebel & Hemleben, 2017), embora a reprodução de foraminíferos seja pouco 
conhecida, uma vez que eles dificilmente se reproduzem em laboratório. O tempo 
de vida dos foraminíferos é difícil de determinar e pode variar conforme a espécie. 
Algumas espécies podem atingir o estágio adulto em 15 dias, enquanto as mais 
longevas vivem até 16 meses (Bellier et al., 2010). 
 
8- Exemplifique os tipos de arranjos de câmaras presentes em foraminíferos, 
caracterizando-os. 
 
As carapaças dos foraminíferos possuem uma ou mais câmaras. A câmara 
inicial (prolóculo) é na maioria das vezes esférica ou oblata, com uma abertura. 
Câmaras posteriores podem apresentar diversas formas, tais como tubular, esférica 
ou ovalada. As novas câmaras são adicionadas seguindo uma variedade de 
padrões denominados de ‘arranjo das câmaras’. 
 
O arranjo das câmaras pode ser: 
- Unisserial: câmaras dispostas em uma única série. Se a série formada for curvada, 
é denominada arqueada, se for linear, é denominada retilínea. 
- Bisserial: câmaras dispostas em linha dupla. 
- Trisserial: câmaras adicionadas em três séries (uma a cada 120º) em forma 
espiralada. 
- Planoespiral: câmaras dispostas em espiral em torno de um eixo de enrolamento e 
a espiral situa-se num único plano. O arranjo pode ser planoespiral involuto, quando 
as câmaras da última volta recobrem as câmaras iniciais, ou planoespiral evoluto, 
quando não há sobreposição e todas as câmaras ficam visíveis. 
- Trocoespiral: quando a espiral não está em um plano, mas avançapelo eixo de 
enrolamento, tornando o arranjo das câmaras helicoidal. As câmaras se enrolam em 
formato cônico, podendo ser trocoespiral baixo ou trocoespiral alto. Carapaças 
trocoespiraladas desenvolvem um lado espiral (dorsal) convexo, onde se observa o 
prolóculo, e um lado umbilical (ventral) plano-convexo, onde se observa a abertura. 
6- Estreptoespiral: este enrolamento não tem direção definida, semelhante a um 
novelo de linha. É facilmente confundido com o trocoespiral. 
 
7- Milioliforme: é o arranjo típico dos miliolídeos. As câmaras são organizadas em 
ciclos de cinco, três ou dois lóculos (câmaras), se sobrepondo com arranjo 
semelhante às folhas de uma espiga de milho. Cada nova câmara tem a sua 
abertura voltada para a abertura da câmara anterior, e as câmaras se tocam nas 
duas extremidades. 
8- Fusiforme: é o arranjo típico dos fusulinídeos. O formato externo assemelha-se a 
uma bola de rúgbi (problato), com o desenvolvimento semelhante ao planoespiral, 
porém rotando em torno do eixo de maior comprimento. 
 
9- A testa de um foraminífero é composta de matéria orgânica, partículas 
aglutinadas ou minerais secretados. Os foraminíferos coletam seletivamente 
partículas minerais ou esqueléticas e as unem a partículas orgânicas, cimento 
calcário ou de óxido férrico. As testas secretadas biomineralizadas são compostos 
por calcita, aragonita ou sílica. Na figura abaixo encontram-se as diferentes 
composições das testas de foraminíferos. Indique o nome de cada tipo de testa 
referente ao número da figura e caracterize-os. 
 
 
 
 
 
 
 1- 
 
 
 
 2- 
 
 
 
 
 3- 
 
 
 
 
 4- 
 
 
 
 
 5- 
 
 
 
1- Tectinosa- Os foraminíferos hialinos constroem suas testas precipitando cristais 
de calcita em um molde tectinoso, ao contrário dos foraminíferos porcelânicos que 
secretam minúsculos cristais de calcita dentro de vesículas citoplasmáticas e 
exportam para fora para construir a testa. 
 
2- Aglutinadas- As testas de aglutinadas são formados através da cimentação de 
partículas variadas do fundo do mar. Os foraminíferos coletam seletivamente 
partículas minerais ou esqueléticas e as unem a partículas orgânicas, cimento 
calcário ou de óxido férrico. 
 
3- Microgranular- A parede microgranular é formada por microgrânulos 
compactados de calcita sem cimento detectável. Os microgrânulos podem ser 
orientados aleatoriamente ou alinhados normalmente à superfície da testa, dando 
uma aparência fibrosa à parede. As duas orientações podem ocorrer juntas como 
uma parede de várias camadas. A seção fina de uma parede microgranular parece 
escura na luz transmitida e opaca quando vista na luz refletida. 
 
4- Porcelânica- consiste em minúsculos cristais dispostos aleatoriamente de calcita 
de alto teor de magnésio com finas camadas internas e externas de cristais de 
calcita dispostos horizontalmente. Não tem poros murais e parece branco e 
semelhante à porcelana na luz refletida e de cor âmbar na luz transmitida. 
 
5- Hialina- é composta por cristais de calcita ou aragonita cujos eixos “c” estão 
dispostos perpendicularmente à superfície de teste. É perfurado e, sob os nicóis 
cruzados de um microscópio óptico, é caracterizado por uma figura de polarização 
cruzada preta com anéis concêntricos de cor. 
 
 
10- O que é Micropaleontologia? 
 
A Micropaleontologia é o ramo do conhecimento humano envolvido com o estudo 
dos microfósseis. Elementos biológicos que viveram ou se distribuíram nos lagos ou mares 
antigos e abundantemente se preservaram nas rochas, os microfósseis têm em si 
características que indicam a influência da forma e condições ambientais sob as quais a 
camada que os contêm foi depositada. ​Por estudos analógicos, qualitativos e quantitativos, 
que comparam aspectos e distribuição das microfaunas e microfloras que hoje habitam os 
modernos lagos e oceanos com aqueles apresentados pelas comunidades de microfósseis,pode-se reconstruir, etapa a etapa, a evolução paleoambiental de uma bacia sedimentar, 
sendo, então, revelados pontos significativos, tais como: profundidade e salinidade da 
lâmina d'água do sítio deposicional, produtividade orgânica do antigo ecossistema, nível de 
oxigenação do meio, condições climáticas da época etc.

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