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Inibidores da Síntese Proteica Aline Custódio SÍNTESE PROTEICA MECANISMO DE AÇÃO ↳ A síntese proteica acontece em uma organela citoplasmática, o ribossomo. Ele tem duas subunidades, uma maior e outra menor. ↳ A síntese se inicia quando 1) o RNAt traz um aminoácido e insere-o no sitio A. A inserção é permitida quando o códon do RNAm (que passa entre os ribossomos na imagem) é decifrado pelo anticódon do RNAt. A fase 2) transpeptidação é quando ocorre a ligação do aminoácido que acabou de chegar com a cadeia polipeptídica que está sendo formada. Quem faz essa união é a transpeptidase. A cadeia que estava no sitio P se junte ao aminoácido novo no sitio A. A etapa 3) translocação é quando o RNAm se move no sentindo 5’ - 3’ e vai para fora do ribossomo e é desligado do RNAm. O RNAt que estava no sítio A vai para o sítio P e o ciclo se reinicia. SELETIVIDADE ↳ É imperioso que se saiba porque os Atbs agem na síntese proteica das bactérias e não nas nossas. Isso acontece porque a síntese proteica dos eucariontes é diferente da dos procariontes em relação a composição molecular dos ribossomos que é de rna ribossomal e proteínas. Os RNAs e as proteínas são diferentes em cada espécie em quantidade e tipo, fazendo com que o antibiótico exerça uma seletividade, agindo apenas nas bactérias. ↳ Essa seletividade, entretanto, não é absoluta, uma vez que até os atbs mais seletivos podem produzir reações adversas. AMINOGLICOSÍDEOS ↳ Possuem a presença de açucares aminados ligados glicosidicamente a aminociclitóis, além de características hidrofílicas. ↳ São utilizados principalmente contra microrganismos aeróbicos gram-negativos e são em sua maioria bacteriostáticos. REPRESENTANTES Estreptomicina Gentamicina Canamicina Neomicina Paramomicina ENTRADA NA BACTÉRIA ↳ As bactérias gram-negativas possuem uma membrana externa extremamente seletiva e o único jeito de atravessa-la é passar por dentro de proteínas que são hidrofílicas, as porinas. Então, para que os antibióticos passem pelas porinas e possam agir nas bactérias, eles precisam ser hidrofílicos, assim como os aminoglicosídeos. ↳ Os aminoglicosídeos, ao contrário dos b-lactâmicos que agem no espaço periplasmatico, tem sua ação citoplasma, já que é lá que estão os ribossomos das bactérias. Para ultrapassar a membrana interna, há necessidade de energia, por isso, as bactérias anaeróbias tem dificuldade de permitir a passagem de aminoglicosídeos (AMG) para o espaço intraplasmatico. ↳ Além disso, a entrada dos aminoglicosídeos também é inibida pela hiperosmolaridade, acidez, anaerobiose e grande quantidade de cálcio e magnésio. Por isso, os AMG têm baixa eficiência em abcessos e na urina. MECANISMO DE AÇÃO ↳ Os AMG possuem três mecanismos diferentes 1. Bloqueio da iniciação da síntese de proteína, se ligando no códon de iniciação e impedindo que o RNAt se ligue e inicie a síntese (função bacteriostática). 2. Bloqueio da posterior tradução e estimula a terminação prematura, ou seja, a síntese até se inicia, mas ela termina antes resultando em uma proteína não funcional (função bacteriostática). 3. Alteração no códon do RNAm que permite a incorporação de um códon incorreto, por erro na leitura no ribossomo mensageiro (função bactericida). A subunidade maior do ribossomo apresenta dois sítios de ligação importantes para o metabolismo da síntese de proteína. O sítio P e o sítio A. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA AOS AMG ABSORÇÃO DIMINUIDA DO ATB ↳ As bactérias resistentes aos amg podem diminuir a absorção dos atbs na parede, promovendo alguma mutação impedindo que eles consigam entrar nas bactérias. EFLUXO DE ANTIBIÓTICO ↳ Uma bactéria produz uma proteína que fica na parede celular e realiza a saída da bactéria assim que ela entra. MODIFICAÇÃO DO RIBOSSOMO ALVO ↳ O ribossomo que seria o alvo para a ação do amg sofre uma alteração e não é reconhecido pelo atb amg. INATIVAÇÃO ENZIMATICÁ DOS AMG ↳ Algumas enzimas agem sobre a estrutura dos amg promovendo principalmente quebra entre os grupamentos de carboidratos, inativando os atb. ↳ As principais enzimas são a acetilase, adenilase, fosforilase USO TERAPÊUTICO Infecções crônicas do trato urinário. Os amg não são indicados para infecções não complicadas já que estas respondem a agentes menos tóxicos. Pneumonia Geralmente associa-se um aminoglicosideo a uma ampicilina. Infecções por pseud. Aeruginosa Tulariose REAÇÕES ADVERSAS DOS AMG Nefrotoxicidade: se correlaciona com a [ ] que o fármaco consegue obter no córtex renal. Geralmente causa insuficiência renal aguda e redução da filtração glomerular. Bloqueio muscular: inibem a liberação pré-sináptica de acetilcolina e reduzem sua sensibilidade pós- sinápticaOtotoxicidade: destruição progressiva de células sensoriais no sistema vestibular e coclear. Vestibular: cefaleia, náusea, vertigem, êmese. Coclear: zumbidos e perda da audição. Reações alérgicas, principalmente dermatite de contato (acontece na neomicina principalmente). TETRACICLINAS ↳ São atbs formados por 4 aneis ligados uns aos outros. ↳ Podem ser naturais ou semi-sintéticas. REPRESENTANTES Clortetraciclinas Oxitetraciclinas Tetraciclina Metaciclina Doxiciclina Minocicilina MECANISMO DE AÇÃO ↳ Ela ocupa o sitio A e impede que um novo RNAt se ligue nesse sitio A, interrompendo a construção da cadeia pepetídica. Além disso, age na síntese de proteínas de eucariontes e procariontes. ↳ As tetraciclinas agem mais nas bactérias porque as células procarióticas tem as porinas que facilitam a chegada dos atbs no interior da bactéria, enquanto as células eucarióticas que não tem as porinas, tornam difícil a ação desses antibióticos. REAÇÕES ADVERSAS Distúrbios gastrointestinais Deposito de fármaco em ossos e dentes Insuficiência hepática Fototoxicidade Vertigem Fotossensibilização ↳ Devem ser evitado o uso de aminoglicosídeos na gestação, em crianças menores de 8 anos e insuficientes renais. INTERFERÊNCIA NA ABSORÇÃO Alimentos Cátions de Ca, Mg, Fe e trivalentes de alumínio Laticinios e antiácidos (aumentam ph gástrico) USO TERAPÊUTICO Infecções por chlamydia Febre maculosa das montanhas rochosas Moléstia de Lyme Cólera Pneumonia por micoplasma MACROLÍDEOS ↳ Apresentam um anel chamado macrolactona que possui ligado a ele dois carboidratos, um aminoaçucar e o outro um açúcar convencional. REPRESENTANTES Eritromicina É eliminada rapidamente do organismo, por isso é administrada em dosagens mais frequentes (4x ao dia). Espectro mais limitado do que os outros macrolídeos contra H. influenzae, além de muitos efeitos gastrointestinais. Azitromicina Administrada a cada 24h. Eficiente contra H. influenzae e poucos efeitos gastrointestinais. É recomendado para pacientes com idade acima de 16 anos. Claritromicina Administrada a cada 12h. Boa atividade contra H.influenzae e efeitos gastrointestinais reduzidos. Miocamicina Espiramicina Roxitromicina Eles são diferentes em sua dosagem, espectro e efeitos adversos. MECANISMO DE AÇÃO ↳ Inibem a translocação – o movimento do ribossomo em cima do RNAm que faz com que esse ribossomo mude a posição dos RNAt nos sítios A e P para adição de um novo nucleotídeo. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ↳ Possuem efeito antagônico Cloranfenicol Lincosamidas Cotrimoxazol Penicilina e cefalosporinas ↳ Sofre metabolização acelerada na presença de: Fenobarbital ↳ São inativados na presença de: Vitaminas do complexo B e C ↳ Diminui o metabolismo de: Glicocorticoides Anticoncepcionais orais Teofilina Warfarin REAÇÕES ADVERSAS Intolerância digestiva: náusea, hêmese, dor abdominal. Reações de hipersensibilidade: prurido, etc. Ictericia USO TERAPÊUTICO Infecções por clamídia Pneumonia por micoplasma Sífilis Legionelose Difteria CLINDAMICINA ↳ É um derivado semi-sintético da lincomicina, ambos pertencentes ao grupo das lincosamidas. Mesmo mecanismo de ação dos macrolídeos USO TERAPÊUTICO Infecçoes de germes anaeróbios Abcessos pulmonares Celulites necrosantes Acne REAÇÕES ADVERSAS Colite pseudomembranosa CLORANFENICOL ↳ É bacterostatico, apesar de agir contra algumas espécies de forma bactericida ↳ Eficaz em tratamento de grande variedade de infecções por gram-positivas e gram-negativas. É o quimioterápico de primeira escolha para o tratamento de febre tifoide e demais salmoneloses MECANISMO DE AÇÃO ↳ Age na subunidade maior do ribossomo (50S) e impede a formação da ligação peptídica inibindo uma enzima que conecta a cadeia polipeptídica em crescimento ao nucleotidio recém-trazido do RNAt. REAÇÕES ADVERSAS Aplasia da medula óssea: inibide a maturação de células da medula óssea Sindrome cinzenta do recém-nascido USO TERAPÊUTICO Doenças infecciosas Pacientes alérgicos a cefalosporinas, penicilinas e quinilonas Infecçoes oculares Meningites
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