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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE QUÍMICA POTENCIOMETRIA DETERMINAÇÃO DO K1 E K2 DO ÁCIDO FOSFÓRICO Goiânia 2019 RESUMO Esse experimento tem por base de determinação a análise potenciométrica relativa, com auxílio de um eletrodo de vidro sensível ao pH, que tem por objetivo determinar os valores experimentais das constantes de dissociação (pK) do ácido fosfórico. O ácido fosfórico desempenha um papel importante no organismo sob a forma de ésteres. Ele também é utilizado como acidificante urinário e como acidulante de gêneros alimentício. Um ácido poliprótico que reage com NaOH dissociando seus íons H+, através dos pontos de equivalência das dissociações pode se determinar experimentalmente os devidos valores de K. Com base em uma solução tampão, foi possível determinar os valores de pK1, pK2 e pK3 segundo os dados da curva de titulação. INTRODUÇÃO A titulação de potenciometria consiste em acompanhar o processo da reação e determinar o ponto final de uma titulação por intermédio do pH, nesse método o ponto de equivalência será revelado pela brusca modificação do pH. É um método utilizado para determinar o ponto final de análises específicas (eletrodo íon-seletivo). Dispensa o uso de indicadores, que podem muitas vezes não terem a alteração de cor detectável, o uso desse método de titulação potenciométrica se tornou mais confiável. O interesse da titulação potenciométrica é determinar a concentração do analito por meio de medidas da força eletromotriz da célula após a adição de volumes sucessivos de um titulante de uma solução com concentração conhecida. O equilíbrio químico consiste num processo dinâmico onde as quantidades de reagentes e produtos se mantêm constantes. Isto só ocorre quando o sistema se encontra fechado e neste caso dizemos que a velocidade da reação direta é igual à velocidade da reação inversa. A constante de equilíbrio é um valor que relaciona as concentrações das espécies reagentes e do produto no momento em que ocorre o equilíbrio. O ácido fosfórico é um composto químico de fórmula H3PO4, pode ser considerado um ácido fraco e triprótico, isto é os três hidrogênios ácidos podem ser convertidos a fosfatos primários, secundário e terciários. Este relatório tem como objetivo determinar o k1, k2 e k3 do ácido fosfórico utilizando o processo de titulação potenciométrica. PARTE EXPERIMENTAL ● Instrumentação Medidor de pH PH-1500 Instrutherm, com eletrodo de vidro conjugado; Bureta de 25 mL; Pipeta volumétrica 20 mL. ● Soluções e reagentes Hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 mol/L; Biftalato de potássio (KHC8H4O4) 0,1 mol/L; Ácido fosfórico (H3PO4) 0,01 mol/L em ácido clorídrico (HCl) 0,01 mol/L. ● Procedimentos Retirou-se uma alíquota de 20 mL de biftalato de potassio 0,1 mol/L, e então, a mesma foi titulada com uma solução de hidróxido de sódio para se determinar a concentração do mesmo. Logo, com o NaOH foi titulado 20 mL de uma solução de ácido fosfórico.O pH da mesma foi medido na medida em que se adicionava 0,2 mL da solução titulante e anotou-se 3 pontos de viragem do H3PO4. RESULTADOS E DISCUSSÕES O hidróxido de sódio foi padronizado com uma solução de biftalato de potássio 0,1 M, gastando um volume de 22,1 mL. Considerando a proporção estequiométrica, demonstrada na equação química a seguir, e os cálculos de diluição, a concentração da solução de NaOH padronizada foi de 0,1105 M. NaOH(aq) + KHC8H4O4(aq)→ KNaC8H4O4(aq) + NaOH(aq) Na titulação do ácido fosfórico com o NaOH padronizado, o pH foi monitorado e como o ácido fosfórico é o ácido poliprótico, ou seja, é capaz de doar mais de 2 prótons, conforme as equações químicas a seguir: H3PO4 (aq) + H2O(l) ⇌ H2PO4 - (aq)+ H3O + (aq) K1 = 7,11 x 10 -3 H2PO4 - (aq) + H2O(l) ⇌ HPO4 2- (aq)+ H3O + (aq) K2 = 6,32 x 10 -8 HPO4 2- (aq)+ H2O(l) ⇌ PO4 3- (aq) + H3O + (aq) K3 =4,5 x 10 -13 Esperou-se observar 3 pontos de equivalência na curva de titulação (figura 1), sendo cada ponto de equivalência referente a doação de 1 próton. Figura 1 - Curva de titulação do H3PO4 com o NaOH 0,1105 M Para se obter o ponto de equivalência exato, fez-se a primeira derivada (figura 2), no qual os pontos de máximo representam os volumes que tiveram as maiores variações de pH, sendo em 11,20 mL e 13,61 mL. Figura 2 - Primeira derivada da curva de titulação Foram determinados somente 2 pontos de equivalência, sendo que o terceiro ponto não foi determinado, pois o pH da solução não sofre muitas alterações depois que atinge 11, devido a dissociação da água que possui um K = 1,0 x 10-14 que é bem próximo do K3 do ácido fosfórico. Na determinação experimental do K1 e do K2 do H3PO4 , foi feita a acidificação do meio com HCl, pois o primeiro equilíbrio poderia passar despercebido, caso o pH não estivesse adequadamente baixo e posteriormente utilizou-se o seguinte raciocínio: O primeiro ponto de equivalência se deu no volume de 11,2 mL. Neste ponto, o H3PO4 tinha sido totalmente convertido em H2PO4 -, por tanto, seria inviável calcular o K1 utilizando a equação de Henderson-Hasselbalch: pH = pKa - log ([H3PO4] / [H2PO4 -]) Então, decidiu-se utilizar o volume no qual se tinha 50% de H3PO4 e 50% de H2PO4 -, ou seja, concentrações iguais. Este volume, é o volume médio entre o 11,2 mL e o 0 mL, que corresponde a 5,6 mL. Voltando na equação de Henderson - Hasselbalch, como as concentrações são iguais, o logaritmo é zerado e o pH é igual ao pKa, 2,28. Elevando o -pK1 à base 10,obteve o K1 que é 5,24 x 10 -3. Utilizou-se o mesmo raciocínio para a determinação do K2, sendo que o volume médio foi obtido entre 13,61 mL e 11,20 mL. Resultando em 12,40 mL, no qual a concentração de H2PO4 - era igual a de HPO4 2- e o pH era 6,99, ou seja, o pK2. Elevando o -pK2 à base 10,obteve o K1 que é 1,02 x 10 -7. Considerando o valor tabelado e o experimental, o erro relativo para o K1 foi de 26,3% e para o K2 foi de 61,3% . CONCLUSÃO A técnica utilizada mostrou-se confiável para determinar constantes de dissociação. Essa técnica se mostra melhor que as de titulação com indicador por dispensar indicadores visuais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] SKOOG, D.A.; WEST, D. HOLLER, F.J; CROUCH, S.R. Fundamentos de Química Analítica. 8°ed; São Paulo,2004. [2] Harris, D. C. Quantitative Chemical Analysis, 5a. Ed. W. H. Freeman and Company, New York, 2001. [3] Apostila de métodos eletroanalíticos/práticas experimentais. Profa. Dra. Andréa Fernandes Arruda, Profa. Dra.. Lívia Flório Sgobbi, Wesson Guimarães.
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