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Aula 12

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CULTURA E SOCIEDADE
AINDA EXISTE AMOR?
Nesta aula, vamos discutir a construção do amor na contemporaneidade. Superamos o amor romântico?
Estamos no amor líquido? Chegamos ao amor confluente? No final desta unidade, você terá condições de
compreender as diferenças entre essas novas formas de denominação do amor na contemporaneidade.
Objetivo
• Refletir sobre o amor as características do amor
na contemporaneidade.
Conteúdo
• Amor líquido – Bauman;
• Amor confluente – Giddens.
Professora Samara Feitosa
AMOR LÍQUIDO? AMOR CONFLUENTE?
AFINAL, AINDA EXISTE AMOR?
Modernidade – construção do amor romântico – família burguesa – fidelidade –
casamento monogâmico.
Duplo padrão de gênero – normatividade – “restrita” às mulheres .
Mulheres – espaço privado.
Homens – espaço público.
Resumo: mulheres – idealização do casamento e do amor.
• Mudanças sociais das últimas décadas –
radicalizadas a partir da década de 50 do
século XX – mulheres no espaço público.
• Movimento feminista – anticoncepcional
(desarticula o sexo da procriação).
• Movimento hippie – amor livre.
Rompimento dos antigos padrões de sexualidade, afetividade.
Somos mais livres, mas… “o que fazer com essa liberdade”?
Bauman – “Amor líquido”
Modernidade líquida – fluidez das relações – superficialidade dos laços sociais –
fragilidade nas relações.
“O que escolher ? E porque escolher quando se pode ter tudo?”
Sociedade da descartabilidade – tudo é descartável – até mesmo o amor.
O amor na contemporaneidade também é líquido.
Para o autor:
Necessitamos de um retorno a máxima moral:
“ama o próximo como a ti mesmo.”
Para Bauman, o amor próprio é resultado de ser amado.
Quando o sujeito se percebe ouvido, que sua opinião importa para alguém,
que sua presença é desejada, ele compreende que é digno de amor. Só o
“outro” pode nos dar essa condição.
Giddens:
“A transformação da intimidade – sexualidade, amor e
erotismo nas sociedades modernas”.
Amor romântico – aprisionamento feminino em um ideal difícil
de ser superado.
Essa idealização supõe papéis e expectativas diferentes para
homens e mulheres – “dialetos diferentes” – homens e
mulheres acabam tendo expectativas diferentes sobre o amor e
casamento – relação entre em crise.
Na contemporaneidade – busca da mudança.
Superação do amor romântico?
“Relacionamento puro – que privilegia o
compromisso, a confiança, a intimidade e a
integridade, não se restringindo ao casamento
heterossexual”.
Pautado no compartilhamento, não pressupõe o
“para sempre.”
[...] desenvolvimento de um relacionamento cuja continuação depende
da intimidade. A abertura de um em relação ao outro, condição para o
que chamaremos de 'amor confluente', é de algum modo o oposto da
identificação projetiva, ainda que tal identificação, por vezes,
estabeleça um caminho até ele (GIDDENS, 1993, p. 72).
O amor confluente, não é necessariamente monogâmico, não é exclusivo das
relações heterossexuais. Ele se pauta na aceitação pelos parceiros da transparência
da relação e o reconhecimento da diferença entre o parceiros. Está relacionado com
a autoidentidade e a autonomia pessoal.
FINALIZANDO 
Modernidade – construção do amor romântico – idealização
de papéis – expectativas –“no amor a felicidade eterna”.
Frustrações de ambas as partes – mudanças – rompimento
do amor romantismo – o que fica no lugar?
Bauman – amor líquido – todas as relações têm a mesma
lógica do mercado – troca e consumo rápido.
Necessidade de fortalecimento do “amar ao próximo como a
ti mesmo” – identificação.
Giddens – amor romântico – frustrações – busca da
construção do relacionamento puro e do amor confluente.
REFERÊNCIAS
BAUMAN, Z. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2004.
BEZERRA, Paulo Victor; JUSTO, José Sterza. Relacionamentos amorosos na pós-
modernidade: análise de consultas apresentadas em sites de agenciamento amoroso.
Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João Del-Rei, v. 2, n. 4, jul. 2010.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro,
edições Graal, 1988.
GIDENS, Anthony. As transformações da intimidade: sexualidade, amor e erotismo
nas sociedades modernas. São Paulo: UNESP, 1993.
Bom estudo!