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Engenharia de Produção mecânica Aluno: Marcus Vinicius da Silva Gomes Relatório de Estagio Supervisionado Novembro – 2020 Marilia, SP Marcus Vinicius da Silva Gomes Relatório de Estagio Supervisionado Relatório apresentado como critério de avaliação da matéria de estágio supervisionado do curso de Engenharia de produção Mecânica da Unimar. Professor Supervisor: Tercilio de Almeida Coutinho Junior Período: Agosto a Novembro de 2020 Novembro – 2020 Marilia, SP IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO Nome: Venther Engenharia Térmica e Fluidos Razão Social: Douglas Petrônio de Oliveira Campos MEI Área de atuação: Refrigeração e Climatização Endereço: Av. Dr. Hercules Galletti, 450 A, Bloco 3, Apartamento 401 Bairro: Jardim Califórnia CEP: 17.527-350 Cidade: Marília/SP Telefone: (14) 98835.9670 / 3113.8465 Área na empresa onde foi realizado o estágio: Projetos e Aplicações Início: 03/08/2020 Término: 27/11/2020 Duração em horas: 410 horas Nome do profissional responsável pelo estágio: Douglas Petrônio de Oliveira Campos APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Empresa de pequeno porte do ramo de climatização e refrigeração localizada em Marília/SP. Fundada em 2009 é especializada na área de projetos para sistemas de refrigeração. Atua também na área de instalação de Ar Condicionado da linha residencial e comercial, manutenção de máquinas preventivas e corretivas, sistemas de exaustão e ventilação, plano de manutenção e controle. Seu principal local de ope ração é o estado do São Paulo, mas também realiza trabalhos em outros estados como Minas Gerais e Rio de Janeiro. SUMÁRIO página 1. INTRODUÇÃO............................................................................. 4 2. TIPOS DE AR CONDICIONADO.............................................. 5, 6, 7 3. INSTRUMENTOS UTILIZADOS EM MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE CONDICIONADORES DE AR..................... 8 4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................. 9 4.1. DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA.............................................. 9 4.2. NORMAS DA EMPRESA........................................................... 9 4.3. CÁLCULOS E TERMOS TÉCNICO.......................................... 10 4.4. VENDAS TÉCNICAS................................................................. 10 4.5. VISITA TÉCNICA.................................................................. 11, 12, 13 4.6. LOGÍSTICA DE EXECUSÃO DA EMPRESA.......................... 13 5. CONCLUSÃO............................................................................... 14 1. INTRODUÇÃO Desde a pré-história, o homem tem a necessidade, ou a vontade, de obter formas de resfriamento que façam com que alimentos ou outras substâncias alcancem temperaturas inferiores às do ambiente. Existem registros anteriores ao nascimento de Cristo, onde alimentos eram preservados por baixas temperaturas utilizando gelo. Outras civilizações que não dispunham de gelo natural utilizavam vasos de barro para refrescar a água por evaporação, a água contida nos vasos evaporava pelos poros do barro e assim refrescava o ambiente. Entretanto, durante muitos séculos pouco se desenvolveu na área de climatização. A partir do século XIV descobertas da utilização de nitrato de sódio na água evoluíram o sistema de climatização, mas o gelo estava apenas disponível para os ricos e em certas regiões. Frederick Tudor foi quem começou a mudar essa realidade quando deu inicio a um negócio no qual retirava blocos de gelo do Rio Hudson e vendia a população, barateando e tornando o gelo mais acessível. Tudor também iniciou a comercialização de gelo para outras regiões dos Estados Unidos, que só foram possíveis, a partir de uma associação com empresas de comércio de sorvete. Mas foi interrompido pela guerra civil e somente foi retomado após a guerra e com desenvolvimento do gelo artificial. A produção de gelo artificial se deu pelo desenvolvimento de um método de evaporação de um líquido, chamado de refrigerante. No ano de 1755 já se conhecia o efeito de resfriamento causado pelo éter que ao ser submetido a baixas pressões entrava em ebulição a uma temperatura baixa o suficiente para formar gelo. Com isso foi possível pensar e desenvolver técnicas cíclicas de evaporação e condensação, e assim o surgimento da primeira máquina de refrigeração cíclica. Esta máquina consiste de quatro componentes principais: evaporador, compressor, condensador e válvula de expansão. E poderia ser usado qualquer fluido volátil inclusive éter, mas que foi banido a partir do desenvolvimento das primeiras máquinas. O escocês James Harrison foi o maior responsável pelo desenvolvimento das primeiras máquinas que utilizavam o éter para fabricar gelo, mas que só ganharam popularidade a partir da utilização da amônia e dióxido de carbono, uma vez que o éter em alta pressão, quando em contato com o ar, se torna altamente explosivo, algo recorrente na época, ocasionado pela corrosão dos materiais do sistema pelo éter. O dióxido de enxofre, introduzido por Caries Tellier em 1864, foi a substância que dominou então o mercado durante os próximos 60 anos, até a invenção dos CFCs (Cloro-Flúor-Carboneto) que são atóxicos, mas pelo descobrimento de sua ação destruidora da camada de ozônio tiveram que ser substituídos pelo brometo de lítio, utilizados até hoje. Assim podemos ter uma ideia de como foi a desenvolvido todo o processo de refrigeração e climatização onde o principio desse sistema é utilizado até hoje. 2. TIPOS DE CONDICIONADORES DE AR • Expansão direta É um sistema cuja a troca final de calor se dá entre o gás refrigerante e o ar a ser tratado. Ar condicionado de janela (ACJ): São os equipamentos mais baratos. Possuem um evaporador e condensador no mesmo gabinete. Devem ser instalados embutidos na parede ou em vãos de janela, com algumas restrições em determinados edifícios ou residências como, por exemplo, alteração de fachada. Os modelos mais atuais têm baixo nível de ruído e possuem controle remoto de operação. Capacidades entre 1.775 e 7.500 kcal/h, 17.100 e 30.000 btu/h. Split: Possui duas partes diferentes, uma é instalada no interior, o evaporador, e a outra fica do lado de fora da edificação, o condensador, ventilado e protegido do sol e chuva. Além de manter o ar do ambiente agradável e com a temperatura controlada, os splits ainda reduzem o ruído de operação, pois o condensador é externo ao ambiente. Existe alguns modelos que a unidade evaporadora pode se distanciar em até 9 metros da unidade condensadora, já em alguns outros modelos de 48.000 ou 60.000 btu/h essa distancia pode ser de 30 metros. • Expansão Indireta São equipamentos de grande capacidade e porte com necessidades específicas para ambientes comerciais, industriais, hospitalares. São sistemas cujo refrigerante resfria um liquido intermediário, que normalmente é água gelada. A torre de resfriamento faz um tipo especial de trocador de calor. Os fluidos são separados. Nas torres ambos os fluidos – ar e água – estão fisicamente em contato. Nessa condição a troca se dá somente por evaporação. Condicionadores de ar self contained: São equipamentos de custos mais elevado. Demanda estudos de engenharia de relativa complexidade e mão de obra especializada. Suas potencias normalmente situam-se na faixa de 3TR e 30 TR, podendo ser instalados com insuflamento com “plenum” ou como condicionadores centrais, geralmente distribuindo o ar tratado por rede de dutos. Cassete 4 vias Cassete é um tipo de evaporador ou unidade interna. Observando a figura ilustrativa, podemos dizer logo que são unidades para ficarno teto, encaixadas sobre um forro que pode ser de gesso ou placas. Piso Teto O Ar condicionado Split piso teto é um aparelho muito potente e versátil, podendo ser instalado no piso na posição vertical ou no teto na posição horizontal. Ele é ideal para locais onde o fluxo de pessoas é intenso ou para ambientes com pé direito alto. Hi Wall Diferente do ar- condicionado convencional, que ocupa um vão na parede, esses modelos de Split Hi Wall necessitam apenas de um buraco circular na parede por onde deve passar a tubulação, além de um suporte para a parte externa do equipamento. Multi Split O Multi Split é um sistema de climatização que refrigera mais de um ambiente com apenas uma unidade condensadora - que fica do lado de fora - e múltiplos evaporadores distribuídos nos cômodos a serem resfriados. Splitão Esse modelo de ar condicionado é indicado para quem está procurando performance para climatização de grandes ambientes. Por possuir alta vazão de ar, esse equipamento é muito utilizado em ambientes amplos e com grande fluxo de pessoas como: grandes lojas, bancos, teatros, supermercados, cinema. 3. INSTRUMENTOS UTILIZADOS EM MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE CONDICIONADORES DE AR a) Manifold; b) Termômetro; c) Bomba de vácuo; d) Amperímetro; e) Botija de fluido refrigerante; f) Chave de fenda; g) Chave Philips; h) Chave de regulagem; i) Chave allen; j) Chave de boca; k) Alicate; l) Cortador de tubo; m) Kit flangeador; n) Fita isolante; o) Tubo de isolamento; p) Fita pvc; q) PPU; r) Maçarico portátil; s) Vareta de solda; t) Recolhedor de fluido refrigerante; u) Cilindro de nitrogênio; v) Regulador de nitrogênio. (a) (b) (c) (d) (e) (h) (i) (j) (k) (f/g) (l/m) (n) (o) (q) (p) (r) (s) (t) (u/v) 4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Este tópico expõe meu dia a dia como estagiário, descrevendo e detalhando as atividades e os aprendizados desenvolvidos durante o estágio 4.1 DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA. Na primeira semana do estágio fiz reconhecimento das áreas e das dependências da empresa. Primeiro fui apresentado aos profissionais. A empresa conta com 5 funcionários divididos nas seguintes áreas: • Administração - Atua no planejamento, organização, gestão e controle da empresa. - Realiza pagamentos, contratos, orientações e pagamentos dos colaboradores da empresa. • Projetos - Realiza o desenvolvimento, a infraestrutura, as plantas e todos os cálculos necessários as obras; - Responsável pela administração de materiais e recursos. • Vendas - Responsável pelo contato direto do cliente, preços, prazos de entrega, cobranças e negociações. • Almoxarifado - Estoque dos materiais, ferramentas e equipamentos. • Supervisão - Responsável por garantir que a produção e a execução das obras estejam de acordo com o projeto. 4.2 NORMAS DA EMPRESA Após o reconhecimento terminei a semana me familiarizando com as principais normas e as regras da empresa. 1- Manter o ambiente sempre limpo e arrumado. 2- Respeitar e manter uma relação harmônica com os colegas de trabalho. 3- Cuidar e não danificar os bens e patrimônios da empresa. 4- Utilizar o uniforme, calça e sapatos fechados nas dependências da empresa. 5- Utilizar os EPIs necessários e definidos para cada área dentro das dependências da empresa e em visitas externas. 6- Respeitar os horários. 7- Entender e respeitar a hierarquia da empresa. 4.3 CÁLCULOS E TERMOS TÉCNICOS Para poder acompanhar e entender melhor os sistemas e equipamentos utilizados nos projetos, iniciei a segunda semana aprendendo os métodos dos cálculos e os termos técnicos utilizados. • Cálculo térmico - É feito a partir da área e da exposição ao calor presente. Locais com muita exposição ao calor como por exemplo supermercados, é recomendado a utilização de 1000Btus para cada 1m2. - Locais com média exposição ao calor como por exemplo escritórios, é recomendado a utilização de oitocentos para um, 800Btus para cada 1m2. - Locais com pouca exposição ao calor como por exemplo dormitório, é recomendado a utilização de 600Btus para cada 1m2. • Cálculo da dimensão do duto O sistema de dutos é dimensionado respeitando a regra de um a velocidade máxima de 6 metros por segundo (acima disso há problemas de ruídos). Isso equivale a 21.600 metros por hora. Os dutos de vem ser reduzidos em 15% por seções assim mantendo a pressão ideal ao final do sistema. O problema do dimensionamento de um duto se reduz à solução da relação básica entre Q, a vazão volumétrica em m³/min, A, área da seção transversal do duto em m2, e V, a velocidade média do escoamento em m/min, dada pela simples equação: Q = A x V • Termos técnicos 1TR = 12000Btus 1HP = 2545Btus 1KW = 3414Btus 4.4 VENDAS TÉCNICAS Nas vendas técnicas, pude acompanhar algumas vendas, sempre acompanhado de um vendedor técnico. • Um apartamento de aproximadamente 100 metros quadrados onde a sala e os três quartos seriam climatizados. Para isso foi indicado pelo vendedor um Mult-Split de 4TRs com quatro evaporadoras do tipo Hi-Wall. Duas evaporadoras de 9.000Btus para dois quartos de 12m², uma evaporadora de 12.000Btus para um quarto de 18m2 e uma evaporadora de 18.000Btus para a sala de 22m². • Um apartamento de aproximadamente 100 metros quadrados onde a sala e mais dois quartos e uma varanda fechada por vidros seriam climatizados. Para isso foi indicado pelo vendedor um Mult -Split de 4TRs com quatro evaporadoras do tipo Hi-Wall. Duas evaporadoras de 9.000Btus para dois quartos de 10m², uma evaporadora de 18.000Btus para a sala de 20 m² e uma evaporadora de 12.000Btus para a varanda de 10m² onde a incidência de sol é alta. • O salão de uma igreja de aproximadamente 100 metros quadrados. Os equipamentos escolhidos pelo vendedor foram do tipo Piso Teto. O salão receberia quatro equipamentos de 22.000Btus cada totalizando 88.000Btu/h para cobrir os 100m² do salão. 4.5 VISITA TÉCNICA Já familiarizado com os cálculos, termos técnicos e como são feitas as vendas, acompanhei uma visita técnica juntamente com um supervisor técnico. • Acompanhado de um supervisor técnico fui levado até o local, uma empresa de internet e telefonia, as máquinas ainda não tinham sido instaladas, pois o prédio era novo e o projeto ainda estava na planta. Esta empresa possui uma área de 800 metros quadrados, para isso foi definido que 60TRs (720.000Btus) seriam suficientes para o local, respeitando o cálculo de carga térmica. Para isso foi escolhido 5 unidades de Piso Teto de 60.000 btu/h, 4 unidades Hi-Wall de 24.000 btu/h e 7 unidades piso Teto de 48.000 btu/h, todos os modelos inverter. Nesta visita pude ter uma noção de como as instalações e o isolamento dos dutos são feitas e assim entender melhor sobre como são definidas e executadas as programações de uma obra. Segue abaixo algumas imagens desta obra: 4.6 LOGÍSTICA DE EXECUÇÃO DA EMPRESA Após algumas semanas de estágio, me dediquei a conhecer e entender como a logística da empresa funciona. Desde a venda até a entrega da obra e como são feitos e definidos todos os processos para que as falhas e os erros sejam minimizados. Para isso fui alocado aos setores da empresa passando por cada um deles, para assim entender melhor sua função dentro da empresa. ➢ Vendas: O setor de vendas, é aonde é dado início a projeto. Um vendedor técnico vai ao local define as necessidades do cliente, tira as dimensões, faz o cálculo da carga térmica necessária, define os equipamentos e faz o esboço do local. Ao retornar para a empresa é feitaa cotação das máquinas, e a proposta é gerada e enviada para o cliente. ➢ Projeto: Após o fechamento da venda, o setor de projetos é quem assume. Todos os dados obtidos são levados a o Engenheiro Chefe que a partir do esboço vai desenvolver um Croqui junto a planta do local, definindo os locais dos equipamentos e da estrutura necessária do projeto. Com isso é desenvolvido um desenho no AutoCAD junto com a planta baixa do local. ➢ Compra: A partir do desenho definitivo o setor de compras realiza a compra dos materiais e consumíveis necessários para execução da obra, além dos equipamentos selecionados. ➢ Instalação e Programação: Com a chegada dos equipamentos e materiais, é definido a data para execução do serviço, a equipe, e em alguns casos é necessário a locação de guinchos ou andaimes para alocar as máquinas. Após isso é dado o início a instalação. ➢ Start-up e Supervisão: Terminada a instalação dos equipamentos, e a equipe do setor de supervisão técnica é direcionada ao local para fazer start-up das máquinas e verificar possíveis falhar no sistema para assim corrigi-las. 5. Conclusão O desenvolvimento deste trabalho, desde a escolha da empresa, as atividades desenvolvidas, o desenvolvimento teórico, a realização das análises dos dados, foram fatores que requereram força de vontade dedicação. Algumas variáveis, tais como tempo disponível para realização das atividades, colaboração dos profissionais que detêm os dados dos consumidores finais e a elaboração dos projetos entre outros, foram fatores que realmente exigiram muita persistência. Porém, a lição deixada deste trabalho para mim foi compensativa, ao final deste de estágio pude aprender muito e entender muito melhor como é o dia-dia de um engenheiro, de uma empresa e de uma equipe de trabalho. Para mim fica a satisfação de realizar um excelente trabalho e a perspectiva de satisfação da empresa em que atuei, visto que o presente trabalho atingiu meus objetivos.
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