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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campinas 
2009 
ALESSANDRO CUSTÓDIO MARQUES 
DETERMINAÇÃO DA 
VELOCIDADE CRÍTICA COMO 
REFERÊNCIA DO LIMIAR 
ANAERÓBIO PARA O NADO 
COSTAS 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação de Mestrado apresentada à 
Pós-Graduação da Faculdade de 
Educação Física da Universidade 
Estadual de Campinas para obtenção 
do título de Mestre em Educação Física. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campinas 
2009 
ALESSANDRO CUSTÓDIO MARQUES 
DETERMINAÇÃO DA 
VELOCIDADE CRÍTICA COMO 
REFERÊNCIA DO LIMIAR 
ANAERÓBIO PARA O NADO 
COSTAS 
Orientador: Prof. Dr. ORIVAL ANDRIES JUNIOR 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este exemplar corresponde à redação 
final da Dissertação de Mestrado 
defendida por Alessandro Custódio 
Marques e aprovada pela Comissão 
julgadora em: 15 / 09 / 2009. 
 
 
 
 
Prof. Dr. Orival Andries Junior 
Orientador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campinas 
2009 
ALESSANDRO CUSTÓDIO MARQUES 
DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE 
CRÍTICA COMO REFERÊNCIA DO LIMIAR 
ANAERÓBIO PARA O NADO COSTAS 
5 
 
COMISSÃO JULGADORA 
 
 
 
7 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais pelo apoio e em 
especial ao meu filho Eduardo Borsotte Marques por 
toda força e carinho durante toda caminhada, estando 
sempre presente. 
9 
 
Agradecimentos 
 
Nem sei por onde começar pois foram muitas as pessoas que participaram desta 
nova etapa da minha vida. No entanto, agradeço a todas as pessoas que direta e 
indiretamente contribuíram para a realização e conclusão deste trabalho. 
Agradeço em especial minha querida esposa Geise que em todos os momentos do 
curso e pesquisa esteve sempre comigo me dando força e acreditando em meus ideais de 
vida. Milhões de desculpas pelos meus momentos de ausência como pai e marido pois sei 
que foi muito difícil para nós e por isso torno púbico meu amor e carinho por vocês. 
Agradeço também ao meu filho Eduardo que esteve sempre comigo, mesmo sem entender 
realmente o que estava acontecendo, “Papai te ama muito”. 
Aos meus pais, Maria Luiza e José Marques por sempre acreditar e apoiar durante 
toda minha jornada. Deixo-lhes meu eterno “Muito obrigado”. Ao meu grande parceiro, 
amigo e irmão Felipe Custódio Marques que dispôs de seu tempo para me ouvir várias 
vezes e sempre esteve disposto a ajudar, inclusive em momentos de coleta. 
Ao grande amigo e orientador, Professor Dr. Orival Andries Junior pela 
oportunidade e apoio, muito obrigado por acreditar e incentivar sempre. 
Aos grandes pais científicos, Dr. Victor Keihan Rodrigues Matsudo e Dra. Maria 
Augusta Pedutti dal Molin Kiss, minha eterna gratidão, foi através de seus ensinamentos 
e com toda a paciência de vocês que mais esta etapa pode ser concluída, muito obrigado 
por acreditarem desde o início. Ao Professor Dr. João Fernando Lauritto Gagliardi pela 
paciência e compreensão, procurando sempre incentivar e acreditar na pesquisa. Aos 
amigos Marcelo Eduardo de Souza Nunes, Marco Ajej, Adriano Silva, Flávio e Edson 
Degaki pelo apoio em todos os momentos no grupo de estudos. 
Em especial não poderia deixar de agradecer ao Prof. Dr. Emilson Colantonio 
(Nuno) por suas contribuições desde o inicio no mestrado, participação na banca e 
também pela parceria feita junto a sua instituição. E também ao grande Prof. Dr. Marco 
Túlio de Mello pela oportunidade e parceria entre as universidades e principalmente ao 
Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício da Universidade Federal de São Paulo, 
a ajuda de vocês foi fundamental, muito obrigado. Não poderia deixar de agradecer aos 
10 
 
Prof. Ms. Carlos Eduardo (Cadú) e Marcelo, ambos do CEPE, que ajudaram muito 
durante as análises das amostras. 
 Aos Professores, Dra. Mara Patrícia Traina Chacon-Mikahil, Dr. Paulo Cesar 
Montagner e demais professores da FEF, pelas contribuições e auxilio dado durante as 
disciplinas que foram fundamentais para o fortalecimento e desenvolvimento do projeto. 
 Aos amigos de mestrado, Professor Alexandre Rosas Batista, Ricardo Okada 
Triana, Clodoaldo do Carmo, Vanessa, Sabrina, Silene e todos que contribuíram 
indiretamente para o trabalho. Muito obrigado pela acolhida do “forasteiro” na cidade 
de e também pelas dicas dadas durante todo o curso. Vocês foram parte de todo este 
processo. 
Em especial ao grande amigo, colega de mestrado e motivador Professor Ms. 
Marcus Vinicius Machado. Foi ótimo trabalhar com você. Valeu pelos toques, todo 
apoio dado durante as coletas e obrigado pelo apoio em todos os passos durante a 
pesquisa. Agradeço também a Aline e Sra. Bete, a quem devo muito gratidão pelo 
apoio e acolhida. 
Aos grandes amigos, Professor Antonio Domingos Ferreira (Patrão), Prof. Ms. 
Wagner Aparecido da Silva (Wagnão) e Prof. Ms. Elton Fernandes (Guru) por seus 
momentos de paciência, orientação e apoio em todos os nossos bate-papos e por 
estarem sempre prontos a ajudar no que estivesse ao alcance. 
Meu eterno muito obrigado aos atletas que participaram desta pesquisa e em 
especial aos professores Jorge e Sérgio, pela boa vontade de sempre estar ajudando e 
disponibilizando os atletas para a participação no estudo. Sem vocês essa etapa nunca 
seria concluída, muito obrigado mesmo! 
Ao amigos de hoje e sempre na FEF, Rita e Paulinho. Vocês sempre com 
palavras e muita atenção estiveram sempre juntos me apoiando. Nunca esquecerei 
tudo que fizeram desde meu ingresso na pós. Valeu gente! 
Ao pessoal da biblioteca Prof. Asdrubal Ferreira Batista e todos os professores e 
funcionários da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de 
Campinas por ajudarem sendo sempre muito prestativos. 
Agradeço o CNPq e a toda a comissão de Pós-graduação pela bolsa outorgada. 
 
 
11 
 
MARQUES, Alessandro Custódio. Determinação da velocidade crítica como referência do 
limiar anaeróbio para o nado costas. 2009. 159f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - 
Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009. 
 
RESUMO 
 
A utilização de protocolos não-invasivos na determinação das respostas metabólicas 
aeróbio-anaeróbio de atletas tem se tornado constante na busca de índices que possam auxiliar no 
controle de intensidade no treinamento. Além disso, muito pouco tem sido discutido com relação 
a diferença destas respostas entre os estilos. Os objetivos do trabalho foram: a) verificar a 
velocidade do limiar anaeróbio (vLAn) entre os nados costas e crawl; b) verificar a correlação 
entre a velocidade critica (VC) e velocidade do limiar anaeróbio (vLAn) nos nados crawl e 
costas. Para isso, foram selecionados 12 nadadores de costas de ambos os sexos com idade entre 
15 a 26 anos com idade média de 20,25 ± 3,60 anos. Os sujeitos pertenciam às categorias juvenil 
II a sênior. A VC foi determinada através da inclinação da reta de regressão linear e as distâncias 
que compõe o teste e foram realizadas em velocidade máxima durante a sessão de treinamento 
em estímulos de 50, 100 e 200 metros nos nados costas e crawl de forma aleatória. Posterior a 
realização dos tiros, as distâncias foram combinadas em quatro modelos (VC1 - 50, 100 e 200m, 
VC2 - 50 e 100m, VC3 - 100 e 200m e VC4 - 50 e 200m). Para a determinação da vLAn foi 
utilizado o teste de duas distâncias (2 x 200m) sendo realizadas no nado costas e nado crawl com 
velocidades correspondentes a 85% e 100% da velocidade máxima para a distância e nado. As 
coletas de sangue foram realizadas no período de repouso (Rep.), final do estimulo (FT), um (1’), 
três (3’), cinco (5’), sete (7’) e nove (9’) minutos pós o término do teste, o período de repouso 
entre estímulos foi de trinta minutos. Todos os dados foram submetidos ao teste de normalidade 
(Shapiro-Wilk). A análiseestatística utilizada foram a média, desvio padrão, valor máximo, valor 
mínimo e amplitude total. Foi utilizado o teste para comparação de duas medidas repetidas (t-
Student) e a análise de variância para medidas repetidas (Anova Two-Way) seguido do Post-hoc 
de Tuckey para localização das diferenças. Para verificar a associação entre as variáveis foi 
utilizado o coeficiente de correlação linear produto-momento de Pearson. O nível de 
significância adotado durante toda a pesquisa foi de p≤0,05. Através da análise dos dados 
podemos observar diferença entre vLAn nos nados costas e crawl (1,26 ± 0,08 e 1,37 ± 0,07 
respectivamente) como também entre a vLAn e a VC em todas as combinações de distância para 
ambos os nados (VC1-VC4). Os valores da VC tanto para ambos os nados tendem a superestimar 
a vLAn. Apesar dos dados demonstrarem diferença estatisticamente significante entre a VC e 
vLAn a correlação foi muito expressiva, apresentando valores de r= 0,75 a 0,92. Podemos 
concluir que, apesar da VC nas diferentes combinações de distância terem demonstrado valores 
superiores aos da vLAn este método indireto é eficaz sendo uma boa ferramenta na verificação da 
sensibilidade ao treinamento como também uma ferramenta na avaliação de uma grande 
quantidade de atletas não necessitando diretamente de procedimentos invasivos. 
 
 
 
 
 
 
Palavras-Chaves: Velocidade crítica; limiar anaeróbio; treinamento, natação, nado costas 
13 
 
MARQUES, Alessandro Custódio. Determination of the critical velocity as reference of the 
anaerobic threshold for the swim backstroke. 2009. 159f. Dissertação (Mestrado em Educação 
Física) - Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009. 
 
ABSTRACT 
 
The use of protocols non-invasive in determination of the aerobic-anaerobic metabolic 
responses of athletes has become constant in the search for indicators that can assist in control of 
intensity in training. Furthermore, very little has been discussed with respect of these answers to 
between the differences styles. Therefore, the aim of this study were: a) verify the difference of 
the speed of the anaerobic threshold (vLAN) between swim backstroke and freestyle, b) assess 
the correlation between the critical velocity (VC) and velocity of the anaerobic threshold (vLAN) 
in swims backstroke and freestyle. For this, we selected 12 swimmer of swim backstroke of both 
gender with aged 15 to 26 years and with mean of 20,25 ± 3,60 years. The subjects belonged to 
the category youth II the senior. The VC was determined by the slope of the linear regression 
line, where the distances covered by the test were held in maximum speed during the training 
session on stimuli of 50, 100 and 200 meters in swim backstroke and freestyle at random, and 
combined in four models (VC1 - 50, 100 and 200m, VC2 - 50 and 100m, VC3 - 100 and 200m and 
VC4 - 50 and 200m). To determine the vLAN test was used for two different distances (2 x 200 
m) were performed in swim backstroke (2 x 200m) and in freestyle (2 x 200 meters) with speeds 
corresponding to 85% and 100% of the maximum speed for the distance and swim. The blood 
samples were taken in the rest (Rep.), end of the stimulus (FT), one (1'), three (3'), five (5'), seven 
(7') and nine (9') minutes after the end of the test, the rest between stimuli was of thirty minutes. 
All data were subjected to the test of normality (Shapiro-Wilk). The statistical analysis used were 
the mean, standard deviation, maximum, minimum and total amplitude. Test was used for 
comparison of two repeated measures (t-Student) and analysis of variance for repeated measures 
(ANOVA two-way) followed by post-hoc Tuckey to locate the differences. The relationship 
between the variables we used the linear correlation coefficient product-moment of Pearson. The 
significance level throughout the study was p≤0.05. Through data analysis we can see statistics 
differences vLAN between the swim as well the VC in all combinations of distance (VC1, VC2, 
VC3 and VC4). Both, swim backstroke and freestyle to the VC tends to overestimate the vLAN. 
Although the data show the difference between VC and vLAN in swim backstroke and freestyle 
the correlation was highly significant, showing values of r = 0.75 to 0.92. We conclude that 
although the VC away in various combinations have shown higher values for the vLAN that the 
indirect method is effective and can be a useful tool in checking the sensitivity to training but also 
a very useful tool in evaluating a large number of athletes not directly required for invasive 
procedimental. 
 
 
 
 
 
 
 
Keywords: Critical velocity; anaerobic threshold; training; swimming; backstroke 
15 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 Perfil do custo de energia total (E-tot em mlO2.kg
-1.min-1) para os quatro 
nados (crawl, costas, borboleta e peito) (Adaptado de Barbosa et al. 2006, 
p.896) .............................................................................................................. 44 
 
Figura 2 Custo de energia total (C) e as respectivas diferenças significativas entre os 
quatro nados (crawl, costas, borboleta e peito) (Adaptado de Barbosa et al. 
2006, p.896) .................................................................................................... 45 
 
Figura 3 Relação hiperbólica ou não-linear entre a potência e o tempo. Tempo limite 
(tlim)= Capacidade de trabalho anaeróbio (CTA) / (Potência limite (Wlim) – 
Potência crítica (PC) ....................................................................................... 50 
 
Figura 4 Relação linear entre a potência e o inverso do tempo. Potência limite 
(Wlim)= (Capacidade de trabalho anaeróbio (CTA) x 1/tempo) + Potência 
crítica (PC) ...................................................................................................... 50 
 
Figura 5 Relação linear entre a potência e o inverso do tempo. Tempo limite (tlim)= 
(Potência crítica (PC) x tempo) + Capacidade de trabalho anaeróbio 
(CTA)............................................................................................................... 51 
 
Figura 6 Adequação matemática para a determinação de grupos (Análise de Cluster) 
com objetivo de determinar a dependência da VC e CTA em nadadores do 
nado de peito (Adaptado do estudo de ABE et al. 2006, p.344) ..................... 61 
 
Figura 7 Equação que representa o ajuste da VC pelo produto do VO2max com a 
velocidade, sendo utilizado para cada nado (Adaptado de Di PRAMPERO 
et al. 2008) ....................................................................................................... 62 
 
Figura 8 Dados médios referentes a velocidade (S) da relação distância-tempo, 
16 
 
intercepto y (CTA) e os valores de ajuste (r2) referentes a distância (d) do 
teste, tempo (s) e produto da velocidade pelo tempo (St). Os resultados 
pertencem ao estudo de Di PRAMPERO et al. 2008 (p.168) ......................... 
 
 
62 
 
Figura 9 - Dados médios referentes ao VO2max, Custo (kJ.m
-1) versus velocidade (v - 
m.s-1), VC ajustada, distância aeróbia (daer) e distância anaeróbia (danaer) nas 
respectivas distâncias e nados (Adaptado de Di PRAMPERO et al. 2008, 
p.169) .............................................................................................................. 63 
 
Figura 10 Representa o esquema utilizado na coleta de dados no nado de costas e 
crawl sendo a 1a e 2a Repetição dos 2 x 200m (85% e 100%) do melhor 
tempo na temporada ........................................................................................ 73 
 
Figura 11 Cronograma de execução dos testes aplicados nos nadadores do referido 
estudo para a determinação da velocidade de limiar anaeróbio (vLAn) e 
determinação da velocidade crítica (VC) ........................................................ 74 
 
 
17 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1 Modelo representativo da determinação da velocidadecrítica para o atleta 10 
(A10) na combinação de três distâncias no nado crawl .................................... 70 
 
Gráfico 2 Comportamento da cinética do lactato sanguíneo (mMol) nos nados costas e 
crawl para os períodos de repouso (0), final do tiro (1), um minuto (2), três 
minutos (3), cinco minutos (4), sete minutos (5) e nove minutos (6) pós 
esforço para as intensidades de 85% e 100% da intensidade máxima ....... 82 
19 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 Valores médios, desvio padrão das variáveis idade (anos) e características 
morfológicas .................................................................................................... 69 
 
Tabela 2 Valores referentes a 85% e 100% descritos em média (x), desvio padrão (s), 
valor máximo (Máx.), valor mínimo (Mím.) e amplitude total em valores 
absolutos para o melhor tempo para a distância (MT), tempo em segundos 
(T), velocidade em metros por segundo (V) e percentual do melhor tempo 
(%Máx) no nado costas ................................................................................... 79 
 
Tabela 3 Valores referentes a 85% e 100% descritos em média (x), desvio padrão (s), 
valor máximo (Máx.), valor mínimo (Mím.) e amplitude total em valores 
absolutos para o melhor tempo para a distância (MT), tempo em segundos 
(T), velocidade em metros por segundo (V) e percentual do melhor tempo 
(%Máx) no nado crawl .................................................................................... 80 
 
Tabela 4 Valores médios (x), desvio padrão (s), valores máximos (Máx.) e mínimos 
(Mím.) para a cinética do lactato sanguíneo nos períodos de repouso (Rep.), 
final do tiro (FT), um minuto (1’), três minutos (3’), cinco minutos (5’), sete 
minutos (7’) e nove minutos (9’) pós esforço para as intensidades de 85% e 
100% da intensidade máxima no nado costas ................................................. 81 
 
Tabela 5 Valores médios (x), desvio padrão (s), valores máximos (Máx.) e mínimos 
(Mím.) para a cinética do lactato sanguíneo nos períodos de repouso (Rep.), 
final do tiro (FT), um minuto (1’), três minutos (3’), cinco minutos (5’), sete 
minutos (7’) e nove minutos (9’) pós esforço para as intensidades de 85% e 
100% da intensidade máxima no nado costas ................................................. 82 
 
 
20 
 
Tabela 6 Valores médios (s) e desvio padrão (s) da concentração de lactato pico 
([LAC]pico) para os nados costas e crawl em suas respectivas intensidades 
(85% e 100%). Também são apresentados o valor máximo (max), valor 
mínimo (mín) e amplitude em valores absolutos ............................................ 83 
 
 
Tabela 7 Média (x) e desvio padrão (s) da velocidade de 4 milimol de lactato 
(v4mMol) no nado costas e nado crawl. Também são apresentados o valor 
máximo (max), valor mínimo (mím) e amplitude em valores absolutos ........ 83 
 
 
Tabela 8 Valores de Média (x) e desvio padrão (s) da velocidade em segundos (s) dos 
tiros nas distâncias de 50 metros, 100 metros e 200 metros no nado costas e 
nado crawl. Também são apresentados o valor máximo (max), valor 
mínimo (mím) e amplitude em valores absolutos ........................................... 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
°C Graus Celsius 
∑4DC Somatória das quatro dobras cutâneas 
µl Microlitros 
[LAC] Concentração de lactato 
[LAC]pico Concentração de lactato pico 
%[LAC] Percentual da concentração de lactato 
%G Percentual de gordura 
%FC Percentual da freqüência cardíaca 
%Vmax.aeróbia Percentual da velocidade máxima aeróbia 
%VO2max Percentual da potência aeróbia máxima 
%vLV Percentual da velocidade do limiar ventilatório 
V Velocidade de nado 
ATP Adenosina trifosfato 
C Custo de energia 
CBr Comprimento de braçada 
CTA Capacidade de trabalho anaeróbio 
DC Dobras cutâneas 
DCabdominal Dobras cutâneas abdominal 
DCsubescapular Dobras cutâneas subescapular 
DCsupra-ilíaca Dobras cutâneas supra-ilíaca 
DCTriceps Dobras cutâneas de tríceps 
E Estatura corporal 
E-tot Perfil do custo de energia total em relação ao VO2max 
FBr Freqüência de braçada 
FC Frequência cardíaca 
FCM Faculdade de Ciências Médicas 
FCpico Frequência cardíaca pico 
FINA Federação Internacional de Natação Amadora 
g.cm3 Gramas por centímetro cúbico 
22 
 
H+ Íons de hidrogênio 
H0 Hipótese nula 
H1 Hipótese experimental 
IAT Limiar anaeróbio individual 
IB Índice de braçada 
IMC Indice de massa corporal 
M Metros 
MC Massa corporal 
MG Massa gorda 
MM Massa magra 
mMol Milimol 
mlO2.kg
-1.min-1 Mililitros de oxigênio por quilograma por minuto 
m.s-1 Metros por segundo 
LV Limiar ventilatório 
LV1 Limiar ventilatório um 
LV2 Limiar ventilatório dois 
LAer Limiar Aeróbio 
LAn Limiar anaeróbio 
MAS Velocidade máxima aeróbia 
MSSL Máxima fase estável do lactato 
OBLA Inicio do acúmulo do lactato 
P Potência 
PC Potência crítica 
PFK Fosfofrutoquinase 
TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido 
tlim Tempo de exaustão 
TTEE Tempo para o fim do exercício 
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas 
VC Velocidade crítica 
VCcontinuo Velocidade crítica continua 
VCintemitente Velocidade crítica intermitente 
23 
 
VE Ventilação pulmonar 
Vmax Velocidade máxima 
vLAn Velocidade de limiar anaeróbio 
VO2 Consumo de oxigênio 
VO2max Potência aeróbia máxima 
VO2pico Consumo de oxigênio pico 
vVO2max Velocidade de potência aeróbia máxima 
Wlim Potência total realizada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 27 
2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 31 
2.1 Sistematização do programa de treinamento .......................................................................... 31 
2.2 Importância do monitoramento da técnica de nado na resposta do metabolismo e para o 
desempenho na natação ................................................................................................................ 
 
35 
2.3 Controle do treinamento através da mensuração de concentrações sanguíneas do lactato .... 38 
2.3.1 Monitoramento do treinamento através da mensurações do VO2max e [LAC] sanguíneo 
na natação ................................................................................................................................ 
 
41 
2.4 Determinação da potência crítica (PC) e/ou velocidade crítica (VC) .................................... 46 
2.4.1 Determinação da potência crítica (PC) e/ou velocidade crítica (VC) em diferentes 
modalidades esportivas e ergômetros ........................................................................................... 
 
51 
2.4.2 Determinação da velocidade crítica (VC) na natação ......................................................... 56 
3. OBJETIVO ............................................................................................................................. 65 
3.1. Objetivos Gerais .................................................................................................................... 65 
3.2. Objetivos Específicos ............................................................................................................ 65 
4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 67 
4.1 Amostra .................................................................................................................................. 67 
4.2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ....................................................................... 67 
4.3 Descrição da amostra .............................................................................................................68 
4.3.1 Características morfológicas ............................................................................................... 68 
26 
 
4.4 Determinação da velocidade critica (VC) .............................................................................. 70 
4.5 Determinação da velocidade de limiar anaeróbio (vLAn) ..................................................... 71 
4.5.1 Procedimentos de coleta sanguínea para a determinação da velocidade de limiar 
anaeróbio (vLAn) ......................................................................................................................... 71 
4.5.2 Análise sanguínea para a determinação da velocidade de limiar anaeróbio (vLAn) .......... 
72 
4.6 Realização dos testes .............................................................................................................. 73 
4.7. Análise Estatística ................................................................................................................. 74 
5. RESULTADOS ....................................................................................................................... 77 
5.1 Valores obtidos nos testes do nado costas e nado crawl a intensidade de 85% e 100% da 
velocidade máxima para nado e distância .................................................................................... 
79 
5.2 Resposta do lactato sanguíneo obtido através do teste de duas distâncias (2 x 200m) no 
nado costas e nado crawl nas intensidade de 85% e 100% da velocidade máxima para nado e 
distância ........................................................................................................................................ 
80 
5.3 Determinação VC nas respectivas combinações de distância para o nado costas e crawl ..... 
84 
6. PUBLICAÇÕES ..................................................................................................................... 85 
6.1 Artigo original 1 – Determinação da velocidade crítica no nado costas ................................ 87 
6.2 Artigo original 2 – Comparação da velocidade crítica e velocidade de limiar anaeróbio 
entre os nados costas e crawl ........................................................................................................ 101 
7. CONCLUSÕES GERAIS ...................................................................................................... 115 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 117 
ANEXOS ..................................................................................................................................... 141 
 
27 
 
1. Introdução 
 
 
Existem hoje uma diversidade de protocolos validados e consagrados na 
literatura ligados a predição do desempenho em eventos de longa duração, associados 
diretamente ao controle de treinamento aeróbio (DENADAI et al., 2003; KRANENBURG e 
SMITH, 1996; HILL, 1993), dando ênfase aos aspectos individuais do metabolismo aeróbio e 
anaeróbio e a individualização das intensidades para a aplicação durante os diferentes momentos 
que norteiam o treinamento sistematizado (BUCHELT et al., 2008) em atletas. Pesquisadores da 
natação, assim como, nas demais modalidades esportivas procuram adequar estes protocolos a 
realidade e especificidade de sua modalidade, já que aspectos metodológicos, metabólicos e 
biomecânicos passam por modificações devido aos efeitos causados pelo meio liquido (VILAS-
BOAS, 2000). Além dos mecanismos de adaptação que a água fornece aos atletas ser um fator 
determinante e com correntes de discussões que diferem sobre o mesmo assunto, a natação tem 
apresentado melhora constante nos resultados em competições oficiais (campeonatos mundiais e 
jogos olímpicos) estando possivelmente associados a qualidade como também o aprimoramento 
tecnológico junto ao desenvolvimento constante de pesquisas que envolvam a especificidade. 
Grande parte destas pesquisas está concentrada nos aspectos referentes as 
adaptações cardiorespiratórias, perfil antropométrico (FERNANDES, BARBOSA, VILAS-
BOAS, 2002; AVLONITOU et al., 1997), aspectos relacionados a biomecânica do nado 
(TOUSSAINT, ROOS, KOLMOGOROV, 2004; TOUSSAINT e HOLLANDER, 1994), 
bioquímica muscular, endocrinologia e metabolismo, onde estão concentradas as informações 
sobre a aplicação destes mecanismos na prescrição do treinamento e desempenho de atletas 
(LAVOIE e MONTPETIT, 1986). 
Os estudos referentes a transição do metabolismo aeróbio-anaeróbio foram 
desenvolvidos visando observar o comportamento nas adaptações das células musculares e 
cardíacas durante e pós exercício (STAGER e TANNER, 2008), observando estas respostas e 
considerando aspectos como idade, gênero (COLANTONIO, BARROS, KISS, 2008; 
COLANTONIO, BARROS, KISS, 2007) e os respectivos custos de energia mensurado através de 
medidas diretas do consumo máximo de oxigênio (VO2max) para cada um dos nados que compõe 
28 
 
o quadro oficial de provas da Federação Internacional de Natação Amadora (FINA) (Di 
PRAMPERO et al., 2008; BARBOSA et al., 2006; CAPELLI, PENDERGAST, TERMIN, 1998) 
ou mesmo o uso de vestimentas especificas que são responsáveis pelo aumento da flutuação e 
redução da resistência na água (ROBERTS et al., 2003). As principais características do 
desenvolvimento destes estudos, são a procura por respostas que possam auxiliar a prática do 
treinamento sistematizado e a especificidade da modalidade, buscando otimizar as intensidades 
nas sessões de treinamento e a melhora no desempenho final dos atletas. 
A utilização de índices fisiológicos podem auxiliar na prescrição e 
determinação dos efeitos do treinamento, principalmente pela utilização do VO2max e limiar 
anaeróbio (LAn) determinado por parâmetros sanguíneos ou ventilatórios (PYNE, LEE, 
SWANWICK, 2001), podendo contribuir no controle da intensidade e volume, adequando-se a 
frequência semanal, sendo então, fatores fundamentais e determinantes que compõe o programa 
de treinamento. 
Neste sentido, a determinação de concentrações sanguíneas de lactato tem sido 
a metodologia mais utilizada neste controle, principalmente pelas considerações feitas a respeito 
do metabolismo como também pelo desenvolvimento de inúmeros estudos utilizando esse 
metabólito. Uma das grandes dificuldades apresentadas na utilização dessas metodologias que 
envolvem coleta de sangue estão nas questões do custo das análises, equipamentos específicos, 
protocolos muito longos e na inviabilidade de realização de testes para acompanhamento durante 
toda a temporada, tornando assim, alguns resultados transversais inutilizáveis, como também, a 
dificuldade de interpretação posterior por parte de técnicos e preparadores físicos e causando a 
impossibilidade de intervenção e modificações no programa de treinamento. Outra questão 
relacionada diretamente a esses fatores está nas diferentes nomenclaturas atribuídas 
aparentemente a um mesmo fenômeno (WELTMAN, 1995), já que parte desses estudos leva em 
consideração a modalidade praticada, intensidade especifica, respostas em condições laboratoriais 
e ambiental e o principal que são os diferentes tipos de ergômetros utilizados para a verificação 
deste fenômeno. 
Mas, apesar destes fatores estarem diretamente relacionados ao LAn, esta 
variável é uma ferramenta útil e com diversas possibilidades de utilização por técnicos, 
preparadores físicos e pesquisadores (SMITH, NORRIS, HOGG, 2002), na busca da melhor 
quantificação das intensidades de treinamento, monitoramento da evolução dos nadadores e 
29 
 
prescrição das intensidades ideais do treinamento aeróbio visando a melhora da capacidade 
aeróbia de atletas durante a temporada (RIBEIRO et al., 2004), como também, a verificação da 
sensibilidade e manutenção dos estímulos durante a temporada (MUJIKA et al. 1995), por 
representar diretamente a produção e remoção do lactato pela musculatura ativae ser um bom 
indicador de fadiga durante e pós-exercício (DENADAI, 1995). 
Mediante esses fatores, um dos grandes achados com relação a determinação 
dos limiares metabólicos está relacionado diretamente a medidas não-invasivas. A utilização de 
um método de baixo custo e grande aplicabilidade a vários atletas independente do período de 
treinamento ou mesmo de performance foi desenvolvido por Monod e Scherrer (1965), criadores 
do método indireto amplamente discutido e utilizado na literatura, especificamente sobre sua 
aplicabilidade na avaliação, controle e prescrição do treinamento em diferentes modalidades 
esportivas, ergômetros e métodos de mensuração, sendo denominado como “Potência Crítica”. 
A idéia proposta pelos autores é que através de método não-invasivo poderia ser determinada 
uma quantidade de trabalho mecânico (potência), que pode ser mantida durante um período de 
tempo indeterminado sem ocorrer exaustão, obtendo, respostas que podem ser utilizadas como 
referência dos estoques de energia anaeróbia denominada como “Capacidade de trabalho 
anaeróbio”. Inicialmente este estudo foi desenvolvido em músculos sinergistas e posteriormente 
adaptado ao movimento corporal total (JENKINS e QUIGLEY, 1992; MORITANI, 1981). 
Este achado também se aplicou a natação, determinado em ergômetros 
específico para a modalidade (swimming-flume), por meio de um grupo de pesquisadores do 
Japão, coordenados pelo Dr. Wakayoshi et al. (1992a,b), onde os mesmos procuraram adequar e 
posteriormente reproduzir o modelo proposto por Monod e Scherrer (1965), denominando o 
mesmo como “Velocidade Crítica”. A proposta inicial foi a mesma utilizada pelos franceses 
citados anteriormente mas utilizando-se de ergômetro especifico para a natação e posteriormente 
da piscina com distâncias fixas para a sua determinação, onde foi observado uma forte associação 
com as respostas do LAn em nadadores. Uma das únicas limitações deste método é devido à 
predominância de transição do metabolismo aeróbio-anaeróbio nas diferentes provas da natação, 
como na corrida ou ciclismo as distâncias devem ser determinadas através de modelos entre ou 
acima de dois pontos com tempo médio de dois a quatro minutos para que este compreenda ao 
ponto de transição do metabolismo aeróbio-anaeróbio. 
30 
 
Entretanto, parte dos estudos, invasivos ou não, foram desenvolvidos para a 
verificação dos limiares metabólicos, assim como, da capacidade cardiorespiratória em nadadores 
do nado crawl, pouco se discutindo com relação aos demais nados que compõe os programas 
competitivos, bem como, suas características envolvendo as diferentes distâncias (KLENTROU e 
MONTPETIT, 1992). 
Considerando que, o custo energético difere entre os nados (Di PRAMPERO et 
al., 2008) e que ocorrem diferenças entre as respostas do metabolismo aeróio e anaeróbio (ABE 
et al., 2006, BARBOSA et al. 2006, CAPELLI, PENDERGAST, TERMIN, 1998), assim como, 
para a resposta do lactato sanguíneo (AVLONITOU, 1996) e entre as diferentes respostas 
musculares aos estímulos mecânicos entre os nados (CHOLLET, SEIFERT, CARTER, 2008; 
LERDA, CARDELLI, COUDEREAU, 2005; LERDA e CARDELLI, 2003), temos a 
necessidade de verificar o comportamento desta variável que para que possa ser determinado de 
forma não-invasiva, parâmetros fisiológicos que auxiliem na sessão de treinamento e 
considerando os aspectos que podem variar entre os nados e a especificidade de cada, foi 
proposto nesse trabalho estudar a relação do LAn determinado através de concentração fixa nos 
nados costas e nado crawl, considerando a velocidade crítica como preditor da vLAn e também a 
verificação das diferentes respostas destas variáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
2. Revisão da Literatura 
 
 
2.1 Sistematização do programa de treinamento 
 
 
O principal objetivo das ciências do desporto está em descobrir, organizar, 
desenvolver e aplicar métodos e princípios para o desenvolvimento da aptidão dos indivíduos 
fazendo com que os procedimentos sejam fidedignos e apropriados para a sistematização do 
processo de treinamento incluindo aspectos que influenciem diretamente, não somente no esporte 
de alto rendimento, mas também na prescrição da saúde, o que é muito comum nos dias atuais. 
Estes mecanismos são estudados e adequados para que considerem as diferentes fases e níveis de 
prática esportiva, capacidades físicas, capacidades motoras e o conhecimento e gerenciamento de 
cada uma destas capacidades para os diferentes períodos dentro de um macrociclo anual de 
treinamento. 
Esta não é uma área de tanta tradição no Brasil como em países Europeus, pois 
especificamente nas duas últimas décadas, mais especifico, nos anos 80 até os dias atuais, a 
ciência do desporto vem ganhado cada vez mais força devido a quantidade de produções 
referentes às diferentes modalidades esportivas como também um grande abordagem nas sub-
disciplinas do conhecimento esportivo (biomecânica do esporte, fisiologia do exercício e do 
esporte, nutrição esportiva, psicologia esportiva entre outras) que fazem com que o crescimento 
seja maior com o passar dos anos (BARBANTI, TRICOLI, UGRINOWITSCH, 2004). Este 
crescimento na produção do conhecimento e aplicabilidade prática para os esportes tem feito com 
que os resultados melhorem consideravelmente nas modalidades esportivas, observando que 
recordes que perduravam ao longo dos anos estão sendo superados nas diferentes competições e 
períodos durante o ano. A forma mais clara de observação destes fenômenos são as modalidades 
cíclicas como a natação, atletismo e ciclismo (COSTILL, 1998) onde boa parte das pesquisas está 
conduzida para a criação e validação de protocolos simulando situação de desempenho Maximo 
(competição). As contribuições dessas pesquisas influenciam diretamente na periodização do 
treinamento, controle do volume e intensidade durante as sessões de treinamento, ajuste das 
32 
 
cargas na freqüência semanal e na melhor utilização de recursos e/ou equipamentos esportivos 
destinados especificamente a preparação do desempenho esportivo. 
A estruturação do processo de treinamento é garantida através de planificação 
especifica visando atender as diversas predominâncias do metabolismo e das respostas 
neuromotoras, fazendo com que ocorram alterações constantes nas capacidades fisiológicas e 
bioquímicas, capacidades físicas e também na alteração nos padrões biomecânicos de atletas 
durante todo processo de treinamento. Essas alterações são desenvolvidas e conseqüentemente 
conservadas com a manutenção do treino em função de tolerar diferentes estímulos no decorrer 
da temporada o qual o atleta está sendo submetido e especificamente em fases competitivas (LA 
ROSA, 2006; BARBANTI, TRICOLI, UGRINOWITSCH, 2004; GOMES, 2002; 
VERKOSHANSKI, 2001), considerando estes fenômenos como adaptações crônicas do 
treinamento esportivo (ROBERGS e ROBERTS, 2002). Estando estas adaptações crônicas 
totalmente dependentes dos princípios: da adaptação, sobrecarga, especificidade e 
individualidade biológica (DANTAS, 2006; LA ROSA, 2006; PEREIRA e SOUZA JUNIOR, 
2002; POWERS e HOWLEY, 2000). 
Assim como os princípios que norteiam e sistematizam o treinamento são 
responsáveis pelos ajustes decorrentes dos estímulos realizados, aspectos como volume, duração, 
freqüência semanal e intensidade, sendo o volume, a duração e a freqüência semanal de fácil 
controle e a intensidade tendo diferentes formas de controle (CAPUTO, GRECO, DENADAI, 
2005; LONDEREE, 1997; STOUDEMIRE et al., 1996). Todos estes fatores são importantes para 
evitar os processos relacionados a fadiga central e periférica (NOAKES, 2007; ROSSI e 
TIRAPEGUI, 1999; DAVIS e BAILEY, 1997), sendo a fadiga definida como incapacidade do 
músculo para manter uma determinada potência ou uma deficiência em sustentar um nível 
particular de desempenho durante um exercício físico (SANTOS, DEZAN, SARRAF, 2003;DAVIS e BAILEY, 1997) assim como a síndrome causada por atividades supra-máximas e 
excesso de treinamento denominadas como “overtrainning” (LAURESEN e JENKINS, 2002; 
HARTMANN e MESTER, 2000), que é capaz de influenciar não somente os aspectos referentes 
aos aspectos bioquímicos e fisiológicos da musculatura (GLEESON, 2002), mas também os 
aspectos mentais (COSTA e SAMULSKI, 2005; GOSS, 1994; HACKNEY , PEARMAN, 
NOVACKI, 1990), o que pode causar transtorno não somente a atleta mas também as 
agremiações, já que o único tratamento para a síndrome do overtraining, é a interrupção do 
33 
 
treinamento, pausa esta que pode durar semanas ou meses (LEHMANN, 1993; MORGAN et al., 
1987). 
Um dos fatores principais para o controle do treinamento está além das 
características físicas adquiridas durante o período de treinamento, mas também a necessidade do 
controle dos fenômenos biológicos que ocorrem, sendo então, a periodização responsável pelo 
controle, preparação e manutenção das respostas adquiridas durante as sessões desde a fase 
inicial a fase competitiva (MANSO, VALDIVIESCO, CABALERRO, 1996). Basicamente a 
periodização é dividida em mesociclos e microciclos que compõe um conjunto de informações na 
composição de um macrociclo e essa abordagem pode variar de acordo com os objetivos 
competitivos propostos aos atletas. 
O modelo clássico de periodização do treinamento desportivo foi proposto por 
Matveev (apud GOMES, 2002), sendo utilizado nas mais diferentes modalidades assim como na 
natação (MAGLISCHO, 1999). Outro modelo muito utilizado na natação é proposto por 
Verkhoshanski (2001), que divide as etapas do treinamento em macrociclos, considerados como 
blocos de treinamento com momentos de pico entre os períodos, estimulando em curto período a 
supercompensação. Este modelo vem ganhando espaço na natação e os técnicos fazem uso deste 
modelo devido a grande quantidade de competições em que os atletas são submetidos. 
Para Platonov (2005), uma grande quantidade de fatores influencia diretamente 
na periodização do atleta, sendo comum o aumento na frequência de competições que tornaram-
se importantes devido a popularidade na modalidade, em especifico a natação com grandes 
interesses em contratos midiáticos através da participação de grandes nomes na modalidade 
visando somente o ponto comercial, o qual, estabelece grandes oportunidades para preparação 
competitiva específica dos nadadores. Devido estes fatos, há a necessidade de se reorganizar os 
diferentes estímulos dentro da programação do treinamento para se atingir grandes resultados 
durante as temporadas. 
Para Vilas-Boas (1991), o controle do treinamento em nadadores se dá através 
de um complexo conjunto de tarefas inerentes à avaliação do estado de desenvolvimento dos 
pressupostos de rendimento desportivo, assim como, o resultado e adequação dos exercícios e 
programas de treino que consiste na arte de observar, medir e orientar o atleta para que obtenha 
maior eficiência. O processo de controle e avaliação, habilidades técnicas/táticas e prescrição do 
treinamento são consideradas fundamentais para a planificação de diferentes modalidades 
34 
 
esportivas, também consideradas tarefas essenciais em todo processo de treinamento na natação 
(VILLANUEVA, 1994). Com isso, a importância da avaliação e o controle e acompanhamento 
do treinamento de nadadores, é de fundamental importância na observação das diferentes 
respostas dadas pelos atletas, bem como, a reestruturação na busca do melhor rendimento 
esportivo. 
Assim como nas modalidades corrida e ciclismo, estudos de revisão referentes 
às características físicas, respostas do metabolismo aeróbio-anaeróbio e alterações bioquímicas 
tem sido o foco para pesquisadores na natação (LAVOIE e MONTPETIT, 1986), demonstrando 
grandes transformações nas estratégias de controle e verificação da evolução do desempenho 
humano. Smith, Norris e Hogg (2002) descreveram a importância do monitoramento do 
treinamento não somente nos aspectos relacionados à técnica do nado, mas também a ênfase aos 
aspectos biomecânicos de membros superiores e inferiores durante o nado que influencia 
diretamente no desempenho, assim como, a influência de fatores psicológicos que podem 
também interferir (UEDA e KUROKAWA, 1995), levando em consideração as características 
físicas do atleta, o custo energético para a realização de uma determinada atividade esportiva, a 
evolução da aptidão aeróbia e as respostas hormonais causadas pelo treinamento. 
Devido à influência do meio líquido, a alteração durante o deslocamento faz 
com que os padrões gestuais sejam extremamente diferenciados das modalidades terrestres sendo 
necessária a adequação de diferentes metodologias que possam atender a realidade de nadadores 
no controle e avaliação do processo de treinamento (VILAS-BOAS, 2000), demonstrando a 
necessidade de criação de diferentes metodologias que possam realmente avaliar os efeitos 
específicos durante o nado, auxiliando as sessões de treinamento e na melhora das capacidades 
físicas, biomecânicas e metabólicas (MAGLISHO, 1999). Os estímulos dados nas sessões de 
treinamento visam à melhora dessas capacidades e também da transição do metabolismo aeróbio-
anaeróbio devido a característica das provas que compõe o quadro internacional das competições, 
em especifico, na melhora da capacidade aeróbia, podendo ser verificada através da quantificação 
de respostas como lactato sanguíneo [LAC], alguns testes não-invasivos vem sendo 
desenvolvidos para a este tipo de mensuração (GATTI, ERICHSEN, MELO, 2004), já que boa 
parte dos métodos de avaliação e controle do metabolismo humano foram validados através para 
a mensuração durante e pós-atividade em ergômetros específicos para os esportes terrestres. 
 
35 
 
2.2 Importância do monitoramento da técnica de nado na resposta do metabolismo e para o 
desempenho na natação 
 
 
Para o nadador obter bons resultados este não depende exclusivamente de 
aspectos relacionados à transição do metabolismo aeróbio-anaeróbio, atividade muscular e 
cardiorespiratória, mas também da habilidade e controle corporal para vencer as forças exercidas 
pelo meio líquido, onde é apresentada maior resistência (densidade = 1 g.cm3) em relação ao ar 
(densidade = 0,00129 g.cm3), considerando que a natação é um esporte altamente dependente da 
habilidade técnica (VILAS-BOAS, 2000). A importância da técnica também pode ser ilustrada 
pela grande transferência de energia que ocorre para água na realização da braçada (STAGER e 
TANNER, 2008; MAGLISCHO, 1999). A eficiência mecânica bruta, sendo esta a capacidade de 
transformar a energia metabólica em energia mecânica que será utilizada no deslocamento, 
parece variar entre 3 a 8 %, dependendo da velocidade e do estilo, enquanto em outros esportes 
terrestres variam entre 20 e 40% (SILVA et al., 2006; DENADAI, 1999). Outra relação muito 
importante tem sido a eficiência propulsiva, considerando que a eficiência no deslocamento do 
nadador tem relação direta ao custo de energia (C) e a velocidade de nado (v), sendo a natação 
um esporte cíclico no qual os atletas devem percorrer uma determinada distância em menor 
tempo possível. Partindo deste pressuposto, a eficiência mecânica é analisada utilizando os 
mesmos princípios para se descobrir o quanto o nadador é capaz de se deslocar em um 
determinado espaço tendo como específico a determinação de velocidade média para a 
verificação do controle e desempenho na modalidade (BARBOSA et al., 2008). 
Mediante estes conceitos teóricos, a análise do desempenho na natação não tem 
se atentado exclusivamente aos aspectos fisiológicos, mas também tem se fortalecido através de 
pesquisas que possam fornecer subsídios em relação aos aspectos biomecânicos, obtendo 
informações sobre a melhora dos tempos, eficiência dos nados e economia de movimento 
evitando assim o dispêndio desnecessário de energiadurante a realização de determinadas séries 
e potencializando o desempenho em períodos específicos do treinamento (PEREZ, 2001), fatores 
estes, como os aspectos fisiológicos são fundamentais para a determinação do rendimento 
esportivo (CAPUTO et al., 2000). 
Parte dos estudos experimentais e revisões relacionados a biomecânica do nado 
36 
 
atentam-se aos aspectos da saída (PEARSON et al., 1998), virada (BLANKSBY et al., 2004) e 
arrasto ativo e passivo (HAVRILUK, 2007; HAVRILUK, 2005). Visto que a técnica de nado 
também vem adquirindo importância para controle e aperfeiçoamento durante as sessões de 
treinamento na busca do melhor rendimento esportivo (GATTI, ERICHSEN, MELO, 2004). 
Grande parte destes estudos fazem uso de equipamentos de vídeo e recursos tecnológicos na 
verificação dos mecanismos do nado e nas ações dos membros superiores e inferiores 
(POTDEVIN et al., 2006), nestas ações identificar as questões de arrasto ativo (ações dos 
nadadores durante a execução do nado), o arrasto passivo (caracterizado pela ação do corpo em 
posição fixa), um dos exemplos claros destes estudos e conceitos estão na saída, deslize, virada e 
pós-virada (BIXLER, 2008). Kolmogorov e Duplishcheva (1992) fazendo uso de um sistema 
com peso (medida invasiva) calcularam o arrasto ativo e passivo em velocidade máxima nos 
quatro nados em 73 nadadores de ambos os sexos verificando o arrasto ativo e passivo nos quatro 
nados, sendo observado pelos autores que os mesmos diferem entre gêneros e estilos, observando 
que no nado de peito é o que apresenta maiores valores de arrasto ativo, seguidos pelos nados 
borboleta, crawl e costas para as mulheres e crawl, borboleta e costas para homens. 
Através de medidas não-invasivas, Craig e Pendergast (1979) e Craig et al. 
(1985), desenvolveram um método de avaliação no controle de braçada em alta intensidade 
definidos como índice de braçada (IB), frequência de braçada (FBr) e velocidade de nado (v). 
Estes índices têm sido muito utilizados por ser um método simples e aplicável a realidade de 
técnicos e atletas e por servir de referência para a caracterização da braçada. Mas por se tratar de 
uma estimativa indireta na determinação da eficiência mecânica na natação possui algumas 
limitações mas não deixa de ser um ótimo fator para acompanhamento da evolução do nadador na 
modalidade. 
Barbosa et al. (2008) utilizando-se dos conceitos propostos pelos autores 
citados anteriormente, verificou em seu estudo a relação entre custo de energia (C), velocidade de 
nado (v); frequência de braçada (FBr) e comprimento de braçada (CBr) em 18 indivíduos de ambos 
os sexos (cinco mulheres e 13 homens), sendo cinco nadadores de peito (duas mulheres), quatro 
nadadores de borboleta (uma mulher), cinco nadadores de costas e quatro nadadores de crawl 
(duas mulheres) observando que o incremento na FBr nos nados de peito, borboleta e costas maior 
C e observado que com o incremento do CBr acaba tendo um decréscimo no C somente no nado 
peito, observando que os comportamentos do mecanismo do nado alteraram as respostas no C de 
37 
 
acordo com o incremento da v, concluindo, a compreensão destes comportamentos durante o 
percurso tem dado referência para o comportamento do nado durante provas e sessões de 
treinamento em altas intensidades. 
Análise cinésiologica do movimento durante o nado também foi observada em 
nadadores do nado crawl em estudo de revisão visando quantificar a força mecânica durante as 
diferentes fases do nado especificamente de membros superiores e grupos musculares em 
ativação durante cada fase no nado, demonstrando variação entre os mesmos (O’SHEA, 
O’SHEA, CATHY, 1991). 
Assim, com o desenvolvimento de tecnologias e metodologias visando a 
quantificação de mecanismos propulsivos e resistivos da natação, estes aspectos foram 
observados em maior parte, relacionados a nadadores do nado crawl (BARBOSA et al., 2008; 
SEIFERT, CHOLLET, ROUARD, 2007; POTDEVIN et al., 2006; YANAI, 2004; CHOLLET, 
CHALIES, CHATARD, 2000), poucos estudos verificaram a influência das forças exercidas pela 
água nos padrões biomecânicos em nadadores dos demais nados (CHOLLET, SEIFERT, 
CARTER, 2008; LERDA, CARDELLI, COUDEREAU, 2005; LERDA e CARDELLI, 2003; 
SMITH, MONTPETIT, PERRAULT, 1988). Estudos conduzidos por Lerda e Cardelli (2003) e 
Lerda, Cardelli, Coudereau (2005), especificamente envolvendo nadadores de costas 
competitivos e estudantes de educação física respectivamente, compararam todas as fases de 
braçada no nado através de imagens, verificando que a grande quantidade de ações propulsivas 
tanto de braços como de pernas é apresentada em nadadores com menor experiência e os índices 
propulsivos alcançados pelos nadadores mais experientes, demonstram que a eficiência no nado 
pode ser fator determinante para a otimização do C durante todo o percurso, isso está relacionado 
a grande variação destas fases e entre homens e mulheres. Chollet, Seifert e Carter (2008) em 
estudo similar ao realizado por Lerda e Cardelli (2003) e Lerda, Cardelli, Coudereau (2005), 
utilizando nadadores com idade média de 19,0 ± 4,6 anos, nadadores de costas, encontrou 
resultados similares aos do referido estudo declarando encontrar modificações nos padrões de 
coordenação em intensidades mais rápidas e diferentes respostas de variação quando estas foram 
comparadas ao nado crawl. 
 
 
 
38 
 
 
2.3 Controle do treinamento através da mensuração de concentrações sanguíneas do lactato 
 
 
Embora um alto valor de VO2max seja predominantemente observado em 
esportes de endurance como corrida de longa distância, ciclismo e natação (ROBERGS e 
ROBERTS, 2002) este não garante que indivíduos com valores similares possuam mesma 
performance ou que este seja determinante para a prescrição do treinamento e performance de 
atletas (KRANENBURG e SMITH, 1996). Junto ao VO2max, parâmetros como %VO2max., 
percentual do limiar ventilatório (%vLV), percentual da freqüência cardíaca (%FC), percentual 
da velocidade máxima aeróbia (%Vmax.aeróbia) e [LAC] sanguíneo ou mesmo %[LAC] sanguíneo, 
tem sido ponto chave e amplamente utilizado para a quantificação e individualização das cargas 
de treinamento como também para a sensibilidade aos efeitos do treinamento (BERTHOIN et al., 
2006; OLIVEIRA, GAGLIARD, KISS, 1994; KELLY et al., 1992; COEN et al., 1991; JACOBS, 
1986). 
A resposta do lactato sangüíneo é encontrada na literatura com diferentes 
terminologias que aparentemente descrevem um mesmo fenômeno (MARQUES JUNIOR, 2003; 
COLANTONIO, 1999; DENADAI, 1995; WELTMAN, 1995), para a descrição durante o 
exercício. Podemos encontrar este fenômeno dividido em duas linhas que divergem entre si, por 
se tratar de uma análise protocolo – dependente. Estes estão associados diretamente a verificação 
da transição do metabolismo aeróbio - anaeróbio que consideram concentrações fixas (HECK et 
al., 1985; KINDERMANN et al., 1979; MADER et al., 1976) e concentrações variadas do lactato 
sanguíneo (TEGTBUR et al., 1993; COYLE et al., 1988; STEGMANN et al., 1981), estando 
estas metodologias relacionadas ao aumento da produção de íons H+ e a conversão do piruvato a 
lactato pela enzima lactato-desidrogenase diminuindo a produção de ATP pela atividade da via 
aeróbia (ciclo de Krebs), na diminuição do pH intra-muscular (COSTILL, 1992), induzindo 
diretamente a interrupção do exercício (McARDLE, KATCH, KATCH, 2003; FOSS e 
KETEYIAN, 2000, COSTILL, 1992), notoriamente observado através da fadiga muscular 
(WELTMAN, 1995; SJODIN e JACOBS, 1981; IVY et.al., 1980). 
A [LAC] reflete sua velocidade de produção no músculo versus a sua 
velocidade de remoção pelo próprio músculo e por outros tecidos, portanto, pode ser utilizada 
39 
 
como um parâmetro de estresse metabólico local (BROOKS, 1985). Os níveis de lactato 
sanguíneo podem alterar-se como resultado da produção e remoção do músculo em exercício 
sendo capazde gerar energia através da ressíntese (gliconeogenese), pelo tamanho e da massa 
muscular envolvida responsável pelo aumento ou diminuição da produção, pelo aumento abrupto 
da intensidade (KELLY et al., 1992), pelos estoques de glicogênio muscular (GONDIM et al., 
2007) e as fontes de energia que tem o lactato como produto final (TEGTBUR et al., 1993; 
MAASSEN et al., 1989; GOLLNICK et al., 1986). Para a remoção do lactato sanguíneo após 
realização de esforço máximo é necessário aproximadamente 25 minutos a uma hora e quinze 
minutos em repouso para a remoção total deste metabólito, sendo considerado a recuperação 
ativa o processo mais eficaz para a remoção do lactato rapidamente sendo eficiente que o repouso 
(FOSS e KETEYIAN, 2000), podendo ser um indicativo de controle de intensidade durante as 
sessões de treinamento agindo como fator antecedente as síndromes como a do overtrainning 
(KELLY et al., 1992). Neste caso, as mensurações de variáveis de lactato sanguíneo assumem 
papel importante já que as respostas destas variáveis são específicas ao modo de exercício que o 
indivíduo é submetido. 
Weltman (1995) e Heck et al. (1985) ressaltaram a contribuição da resposta do 
lactato sanguíneo na prescrição do treinamento e performance sendo estes estudos aplicados em 
sua grande maioria em corredores de meia e longas distâncias (BLONDEL et al., 2001, COEN et 
al., 1991; MADER, 1991), ciclistas (McLELLAN et al., 1992) e alguns casos, analisando a 
concentração de lactato no sangue para sobrecargas individualizadas (STEGMANN et al., 1981, 
SJODIN et al., 1982; COYLE et al., 1988). Em tais estudos é possível perceber uma evidência 
considerável quanto à eficiência no treinamento aeróbio que se manifesta com melhores respostas 
metabólicas quando os indivíduos são submetidos a intensidades próximas aos valores da 
resposta do LAn (KOKUBUN, 1996). A primeira citação do termo limiar anaeróbio (LAn) foi 
introduzida por Wassermann e McIlroy (1964), que definiam o termo como a intensidade de 
exercício na qual a concentração sanguínea de lactato começa a aumentar enquanto a de 
bicarbonato diminui. Para que fosse atribuído esse conceito, foram realizadas medidas de 
variáveis ventilatórias na verificação da acidose metabólica que coincidentemente aumentava de 
acordo com o aumento da ventilação pulmonar (VE), considerando qualquer aumento na [LAC] 
em relação ao repouso como LAn. Para Kindermann et al. (1979) este mesmo fenômeno foi 
denominado como limiar aeróbio (LAer), correspondente ao limiar ventilatório 1 (LV1), sendo 
40 
 
considerado como LV1 a fase correspondente à intensidade de exercício, onde os valores de 
aumento desproporcional da produção de CO2 (vCO2) em relação ao consumo de oxigênio (VO2) 
enquanto que o LAn está representado pela estabilidade na [LAC] o qual corresponde ao limiar 
ventilatório 2 (LV2), onde o LV2 correspondente à intensidade do exercício em que há um 
aumento desproporcional da ventilação em relação ao vCO2, com um aumento cada vez mais 
elevado além de sua produção referente às trocas gasosas e também a uma produção referente ao 
sistema tampão bicarbonato (COTTIN et al., 2006; MEYER et al., 2004; HUG et al., 2003). 
Parâmetros ventilatórios são muito utilizados como referência de aptidão aeróbia em clínica 
médica (BEAVER et al., 1986; HOLLMAN, 1985), na prescrição de intensidades de exercícios 
para treinamento (OLIVEIRA, GAGLIARDI, KISS, 1994) e fisiologia de exercício (SCHUETZ 
et al., 1995). 
O LAn é o termo que mais se aproxima da máxima fase estável do lactato 
sanguíneo (MSSL) definida como a máxima intensidade de exercício em carga constante onde 
ainda é possível a observação entre o equilíbrio da taxa de liberação e remoção do lactato 
sanguíneo, ou seja o VO2 é suficiente para a maior parte do suprimento energético e o tempo para 
exaustão do exercício é longo, visto como a maior intensidade em que há predominância do 
metabolismo aeróbio sobre o anaeróbio, possível de observar um nível de saturação biológica 
global ou uma capacidade finita (BINZONI, 2005). A MSSL é uma das metodologias mais 
utilizadas para representar o comportamento da [LAC] e também associada como limite superior 
possível de observação de estabilidade nas respostas metabólicas e nas trocas gasosas pulmonares 
na prescrição do treinamento aeróbio em atletas para avaliação, prescrição do treinamento e como 
indicador de performance aeróbia em diferentes modalidades esportivas (DENADAI et al., 2003; 
SVEDAHL e MAcINTOSH, 2003; LONDEREE, 1997). Uma das grandes desvantagens deste 
método é a atribuição de uma série de testes para controle da intensidade levando a várias 
presenças laboratoriais ou mesmo em campo para coleta de dados, o que inviabiliza parte da 
pesquisa. 
Na natação, as análises da [LAC] junto aos atletas na piscina ou ergômetro 
específico, fizeram com que pudessem ser utilizadas sem que fossem extrapolados os resultados 
em esteira e bicicleta ergométrica em condições laboratoriais, sendo observado que as provas 
mais curtas apresentam valores de [LAC] mais altos do que as provas de longa distância 
(KESKINEN, KOMI, RUSKO, 1989; MADSEN e LOHBERG, 1987) e apesar de toda a fadiga 
41 
 
gerada durante as provas de longa distância, os níveis de [LAC] estão próximos aos níveis basais, 
o que pode ser explicado pela regulação do pH intracelular que é responsável pela atividade da 
enzima fosfofrutoquinase (PFK) e a atividade contrátil (AVLONITOU, 1996; COSTILL, 1992). 
Por todos os fatores apresentados, verifica-se que o LAn com o decorrer dos 
tempos vem apresentando papel de grande importância na área da fisiologia do exercício, 
auxiliando diretamente e de forma mais fidedigna os possíveis fatores decorrentes da atividade 
muscular relacionados aos mecanismos de fadiga, auxiliando na elaboração de programas de 
treinamento de esportivo, em especifico para a natação. 
 
 
2.3.1 Monitoramento do treinamento através da mensuração do VO2max e [LAC] sanguíneo 
na natação 
 
 
A natação tem se tornado uma das modalidades mais populares praticada tanto 
para fins terapêuticos, reabilitação, recreação e treinamento. Assim, diferentes protocolos foram 
testados para o controle da intensidade, em específico para a prática do treinamento sistematizado 
e para a melhora das respostas cardíacas, hemodinâmicas e biomecânicas durante a temporada. 
Desde então, procura-se utilizar destes recursos em benefícios dos atletas. 
Ao longo dos anos o VO2max tem sido explorado cientificamente e utilizado 
como padrão ouro (BASSET e HOWLEY, 2000; DENADAI, 2000; DENADAI, 1999) para a 
avaliação da potência aeróbia em atletas, indivíduos ativos e sedentários (DENADAI e GRECO, 
2005; DENADAI, 1999; HOLMER, LUNDIN, ERIKSSON, 1974; HOLMER e ÅSTRAND, 
1972) e na avaliação dos efeitos do treinamento aeróbio em diferentes modalidades esportivas, 
sendo também preditor do desempenho. Durante décadas, foram desenvolvidos diferentes 
metodologias para determinar o VO2max na natação, mas após o surgimento de um ergômetro 
especifico para a natação criado pelo Doutor Per-Olof Åstrand na década de 70 (1972) 
denominado como “swimming-flume”, tem motivado inúmeras pesquisas com relação a 
especificidade de protocolos na mensuração de variáveis como FC e VO2max em esforço, já que é 
possível o controle da intensidade e de variáveis intervenientes como o ambiente que intervêm na 
mensuração. Em estudo pioneiro a partir da criação de um ergômetro especifico, Holmer e 
42 
 
Åstrand (1972) desenvolveram pesquisas pioneiras na mensuração do VO2max e da resposta da 
[LAC] sanguíneo em nadadores. Este estudo foi desenvolvido gêmeas idênticas com idade de 19 
anos e uma das garotas praticava treinamento severo em natação, foram mensurados as variáveis 
de VO2max, FC e [LAC] na corrida em esteira, em cicloergometro e em swimming-flume, 
verificando a especificidade. Na natação foi analisado os nados crawl,costas e peito realizados 
em movimentos de perna, movimento de braço e coordenação do nado, o mesmo procedimento 
ocorreu com o teste em cicloergometro. Os resultados indicaram que a gêmea que participava de 
treinamento severo e sistematizado apresentava valores melhores de VO2max para todos os 
ergômetros, apresentando VO2max maior em 24%, 27% e 29% para os nados crawl, costas e peito 
respectivamente, o mesmo ocorrendo com a FC e [LAC] onde foi possível observar que os 
efeitos dos estímulos eram muito menores, concluindo que os efeitos do treinamento influencia 
diretamente nestas variáveis atribuindo isso as funções centrais e periféricas que mudam de 
acordo com a intensidade do estímulo onde a gêmea que participava de treinamento sistematizado 
possuia melhores capacidades de manutenção e respostas aos estímulos. 
Em estudo conduzido por Holmer, Lundin e Eriksson (1974) que analisaram o 
VO2max, [LAC] e ECG em 23 atletas olímpicos (11 mulheres e 12 homens) em swimming-flume 
e em esteira, oVO2max foi 6% menor na natação em relação a corrida para ambos os grupos, este 
mesmo fenômeno ocorreu com a [LAC] em todo o grupo com valores de 11,1 mMol.l-1 na 
natação e 12,2 mMol.l-1 para mulheres e homens na natação e corrida. Apresentando valores de 
11,6 mMol.l-1 x 12,6 mMol.l-1 e 10,5 mMol.l-1 x 11.7 mMol.l-1 para a natação e corrida em 
homens e mulheres respectivamente, corroborando com estudo de Holmer e Åstrand (1972) para 
a determinação de cada variável criando a melhor relação possível com os aspectos referentes ao 
gesto esportivo e não aconselhando a mensuração e prescrição do treinamento através de testes 
em esteira ou cicloergometro em nadadores. Entretanto, estudos realizados em grupos 
homogêneos em nadadores, Ribeiro et al. (1990) e Costill et al. (1985) encontraram baixa 
correlação quando analisaram o desempenho aeróbio nos 400 metros no nado crawl e o VO2max, 
demonstrando que a capacidade de utilização máxima de oxigênio não é o único fator para a 
elaboração da periodização do treinamento. 
Atualmente, estudos com medidas de VO2max, apesar destes estudos 
corroborarem sobre a afirmação do VO2max não ser fator fundamental para a prescrição do 
desempenho, estudos recentes utilizaram esta variável na quantificação do custo de energia (C) 
43 
 
através de mediante aplicação de modelos matemáticos, considerando o C como gasto de energia 
total para a realização do deslocamento do corpo em uma determinada velocidade e distância, C 
este determinado em ambiente aquático e terrestre esta intimamente relacionado a economia de 
movimento (Barbosa et al. 2008; Barbosa et al. 2006). Barbosa et al. (2006) verificaram o efeito 
do C nos quatro nados utilizando método invasivo na mensuração do VO2max. A amostra foi 
composta de 26 nadadores (oito mulheres e 18 homens) de nível internacional, detalhadamente 
descrita com cinco nadadores de peito (quatro homens e uma mulher), cinco nadadores de costas 
(todos do sexo masculino), quatro nadadores de borboleta (três homens e uma mulher), 12 
nadadores de crawl (seis homens e seis mulheres), em teste incremental de 200m, iniciaram com 
velocidade abaixo do desempenho máximo (0,3 m.s-1) e incremento de 0,05 m.s-1 a cada tiro até 
exaustão voluntária ou até o nadador não conseguir manter o ritmo sugerido para distância e 
nado. Entre um período e outro dos tiros foi realizado coleta de sangue, também a 1’, 3’, 5’, 7’ 
minutos do ultimo tiro para verificação da cinética [LAC] sanguíneo. O custo de energia a cada 
tiro foi mensurado através da diferença encontrada no VO2 no final do estágio e o VO2 de 
repouso. A respiração era feita através de um snorkel com um sistema de válvula conectados a 
um analisador portátil e as medidas de respiração a respiração e outros parâmetros também foram 
mensuradas. O controle de velocidade foi utilizado mediante sistema de iluminação em todo o 
percurso de 25 metros no fundo da piscina. Os resultados apresentados demonstraram velocidade 
máxima atingida nos testes incrementais para os nados de 1,57 m.s-1, 1,46 m.s-1, 1,18 m.s-1 e 1,30 
m.s-1 (nado crawl, costas, peito, borboleta respectivamente). As figuras 3 e 4 demonstram que o C 
difere entre os nados em todas as velocidades (1,0; 1,2; 1,4 e 1,6 m.s-1), onde, em velocidade de 
1,0 e 1,2 m.s-1 o C foi significantemente maior no nado peito em relação aos nados costas e nado 
crawl e borboleta maior valor que o nado livre. Na velocidade de 1,4 m.s-1 o C foi 
significantemente maior no nado peito que nado costas e crawl, sendo o nado costas com maior C 
que o nado livre e o nado borboleta obteve mesmo comportamento. A 1,6 m.s-1 o C foi 
significantemente maior no nado peito que no crawl, mesmo fenômeno observado com relação ao 
nado borboleta. Em velocidades estudadas o nado crawl obteve menor C precedido pelos nados 
costas, borboleta e peito (figuras 1 e 2) observando que os nados alternados requerem menos C 
que os nados simultâneos, este fenômeno ocorre devido a grande variação intraciclos 
promovendo diminuição da velocidade e picos de aceleração e desaceleração durante o percurso, 
fazendo com que os nadadores de peito e borboleta utilizem mecanismos mais técnicos para a 
44 
 
realização do gesto, a medida que aumenta velocidade ocorre o arrasto também sofre incremento, 
por esse fator, aparentemente o nado peito requer uma técnica mais acurada para vencer o arrasto 
e a força de inércia. Então, aparentemente o gasto energético na natação parece ser uma 
conseqüência das limitações mecânicas especificas para cada nado e possivelmente relacionado 
diretamente com as características biomecânicas. 
 
 
 
 
Figura 1. Perfil do custo de energia total (E-tot em mlO2.kg-1.min-1) para os quatro nados (crawl, costas, borboleta e 
peito) (Adaptado de Barbosa et al. 2006, p.896) 
 
 
 
 
45 
 
 
Figura 2. Custo de energia total (C) e as respectivas diferenças significativas entre os quatro nados (crawl, costas, 
borboleta e peito) (Adaptado de Barbosa et al. 2006, p.896) 
 
Em estudo anterior de Kelly et al. (1992), os autores verificaram o 
comportamento da [LAC] em nadadores de ambos os sexos (seis homens e cinco mulheres) em 
teste incremental mediante quatro intensidades (85, 90, 95, 100% da melhor marca) para 
distância de 200 metros no melhor nado, tendo como pressuposto que cada um dos quatro nados e 
nado medley obtinham solicitação muscular diferente, assim produzindo diferentes respostas na 
[LAC], com isso, avaliando o perfil da [LAC] e da resposta da FC, demonstrando nos resultados 
que o nado crawl (2,85 ± 1,11 mMol) possui maior valor de vOBLA em relação aos nados peito 
(2,38 ± 0,63 mMol), medley (2,22 ± 0,44 mMol) borboleta (2,21 ± 0,65 mMol) e costas (1,82 ± 
0,56 mMol) para homens, ocorrendo o mesmo fenômeno para o nado borboleta (1,68 ± 0,50 
mMol) em relação ao nado medley (1,50 ± 0,39 mMol), peito (1,40 ± 0,40 mMol), crawl (1,18 ± 
0,38 mMol) e costas (0,90 ± 0,06 mMol), tendo o nado costas apresentado valores inferiores aos 
demais nados para ambos os gêneros, mesmo assim, demonstrado altos valores de correlação 
entre a velocidade máxima (vMax) e a vOBLA, concluindo que vOBLA é um ótimo preditor da 
[LAC] em teste incremental e em concentração fixa para ambos os sexos. 
Avlonitou (1996) quantificou a [LAC] em diferentes provas da natação em três 
diferentes grupos (GI - 86 indivíduos: 21,6 ± 2,4 anos; GII - 128 indivíduos: 16,7 ± 0,5 anos e GIII 
- 123 indivíduos: 14,8 ± 0,4 anos), e verificaram valores de [LAC] nos adultos, o que é esperado 
46 
 
devido a influência dos aspectos maturacionais no metabolismo aeróbio em atletas jovens. Mas, o 
que se observa é o comportamento da resposta da [LAC] nas distâncias de 100 e 200 metros para 
o GI no nado costas masculino (100m: 13,19 ± 1,65 mMol e 200m: 13,33 ± 2,38 mMol) e 
feminino (100m: 12,61 ± 1,61 mMol e 200m: 12,85 ± 0,66 mMol respectivamente) que 
apresentaram maiores valoresaos obtidos nas mesmas distâncias no nado crawl os indivíduos dos 
gêneros masculino (100m: 13,13 ± 2,67 mMol e 200m: 12,79 ± 1,27 mMol respectivamente) e 
feminino (100m: 12,19 ± 0,74 mMol e 200m: 12,36 ± 1,26 mMol respectivamente). 
Demonstrando que a técnica de nado influencia no metabolismo aeróbio, principalmente nas 
respostas da [LAC] e mesmo tratando-se de aspectos metodológicos diferentes, sendo necessária 
a distinção dos nados como também das intensidades específicas para que auxilie melhor as 
sessões de treinamento. 
 
2.4 Determinação da potência crítica (PC) e/ou velocidade crítica (VC) 
 
 
A criação de um método de baixo custo e grande aplicabilidade a vários atletas 
independente do período de treinamento ou mesmo de sofrer influência do nível de performance 
de cada atletas foi desenvolvido por Monod e Scherrer (1965), criadores do método não-invasivo 
mais discutido e utilizado, especificamente na avaliação, para controle e prescrição do 
treinamento. Diferentes propostas de mensuração da potência crítica foram testadas para verificar 
o efeito dessa variável através de mensuração indireta e direta como respostas cardíacas, 
ventilatórias e hemodinâmicas (WELLS, 2004; HOUSH et al., 2001; WALSH, 2000), variados 
domínios de intensidades (DEKERLE, VANHATALO, BURNLEY, 2008; GRECO, CAPUTO, 
DENADAI, 2008) e modelos matemáticos (BULL et al., 2008; BOSQUET et al., 2006; 
MORTON, 2006; HOUSH et al., 2001; Di PRAMPERO, 1999; MORTON, 1997;; 
VANDERWALLE et al., 1997; VANDERWALLE et al., 1996; HILL, 1993). As propostas 
iniciais foram extrapoladas mediante protocolos que visam à aplicabilidade prática da PC em 
modalidades como ciclismo (STANGHERLIN et al., 2008; HIYANE, SIMÕES, CAMPBELL, 
2006), corrida (BUCHHEIT et al., 2008; BULL et al., 2008; COLOMBO et al., 2008; 
VASCONCELOS et al., 2007; BOSQUET et al., 2006; PACHECO et al., 2006; BERTHOIN et 
al., 2006; DENADAI et al., 2003; DUPON et al., 2002; BLONDEL et al., 2001; BILLAT et al., 
47 
 
2001; HOUSH et al., 2001; SMITH e JONES, 2001; HILL e FERGUSON, 1999; FLORENCE e 
WEIR, 1997; KRANENBURG e SMITH, 1996; VANDEWALLE et al., 1996; BILLAT et al., 
1995), natação (Di PRAMPERO et al., 2008; ALTIMARI et al., 2007; MACHADO et al., 2007; 
COLANTONIO e KISS, 2007; ABE et al., 2006; DEKERLE et al., 2005; GRECO et al., 2003; 
DENADAI, GRECO, DONEGA, 1997; VILAS-BOAS et al., 1997; KOKUBUN, 1996; 
WAKAYOSHI et al., 1993; WAKAYOSHI et al., 1992a; WAKAYOSHI et al., 1992b), triatlon 
(MARTIN e WHYTE, 2000), futebol (DENADAI, GOMIDE, GRECO, 2005; GOMIDE, 2003), 
tênis de mesa (MOREL e ZAGATTO, 2008), remo (NAKAMURA et al., 2008; NAKAMURA 
et al., 2006; MELLO e FRANCHINI, 2005; NAKAMURA et al., 2005; HILL, ALAIN, 
KENNEDY, 2003; MELLO e FRANCHINI, 2003), corrida aquática (SILVA, NAKAMURA, 
de-OLIVEIRA LIMA-SILVA, 2006; NAKAMURA et al., 2005) e com variações de ergômetro 
(GALVÃO et al., 2008; NAKAMURA et al., 2008; BRICKLEY, DOUST, WILLIAMS, 2002; 
PRINGLE e JONES, 2002; CALIS e DENADAI, 2000; HILL e SMITH, 1999; JENKINS e 
QUIGLEY, 1990). 
A proposta dos autores é que através de método não-invasivo pode ser 
determinada uma quantidade de trabalho mecânico (potência) que teoricamente pode ser mantida 
durante um período de tempo indeterminado sem ocorrer exaustão, sendo este método 
denominado potência critica (PC). Tendo à referência em unidade específica a quantidade de 
estoques de energia anaeróbia que teoricamente pode ser representada junto ao modelo de PC 
denominado como capacidade de trabalho anaeróbio (CTA). O conceito de PC é baseado na 
relação hiperbólica entre a potência total realizada (Wlim) e seu respectivo tempo de exaustão 
(tlim), onde a inclinação da reta “b” da regressão linear representa a potência a qual pode ser 
sustentada por longo período de tempo. Inicialmente este método foi determinado através de 
atividades musculares isoladas utilizadas na flexão e extensão de joelho e cotovelo e músculos 
sinergistas. 
Há indícios de que A.V. Hill em 1926 tenha utilizado a relação tempo limite 
(tlim)/ potência (P) em corredores e nadadores (apud BOSQUET et al., 2006), sendo aplicado 40 
anos depois por Ettema em 1966 a concepção de PC em corredores, nadadores, ciclistas e 
esquiadores utilizando a PC para grandes grupos musculares nas diferentes modalidades 
esportivas (apud BOSQUET et al., 2006; apud VANDEWALLE et al., 1997), assim como, a 
descrição do primeiro estudo que foi desenvolvido por Scherrer, Samson e Peléologue em 1954 
48 
 
intitulado como “Estudo do trabalho muscular e da fadiga em exercícios locais” que 
possivelmente seja um dos estudos precursores sobre os estudos em relação a PC, posteriormente 
publicada por Monod e Scherrer (apud VANDEWALLE et al., 1997). 
Mas, um dos estudos mais importantes utilizando a PC foi desenvolvido por 
Moritani (1981) em cicloergômetro em indivíduos de ambos os sexos, extrapolando este método 
a um grande grupo muscular para a avaliação de índices capazes de representar a capacidade e 
desempenho aeróbio, assim como a CTA, encontrando alta correlação da PC com o LV (r=0,927, 
p<0.01). Hill (1993) cita em seu estudo de revisão que apesar deste método ser definido como 
maior tempo de exercício sem exaustão, alguns estudos dentro desta revisão demonstram que 
exercícios realizados a intensidades determinadas através da PC podem ser mantidas por 
aproximadamente 30 a 60 minutos o que contraria os achados originais. 
Segundo Hill (1993), Greco (2000), Vandewalle (1997), Wells (2004), 
Wakayoshi et al. (1992a,b) existem dois modelos para descrever a relação potência-tempo ou 
relação trabalho-tempo pelos quais se obtêm os valores de PC e CTA, estes dois modelos são 
divididos em duas categorias, a) relação não-linear e b) relação linear (BOSQUET et al., 2006; 
GRECO, 2000; WELLS, 2004; VANDEWALLE, 1997; HILL, 1993; WAKAYOSHI et al., 
1992a,b). Outros modelos também foram testados para utilizar a PC e sua precisão associada a 
outras variáveis utilizando outros modelos além dos três modelos clássicos observados. Um dos 
modelos de 3-parâmetros hiperbólico não-linear (MORTON, 1996) que utiliza a regressão entre 
tlim-wlim acrescentando a Vmax (expressa em m.s
-1) apresenta a seguinte equação: tlim= CTA/(v – 
PC) – CTA/(Vmax. – PC), seguindo mesmo pressuposto teórico, outro modelo é o de 3-parâmetros 
exponencial (HOPKINS et al. 1989) verificando a regressão entre a velocidade/tempo com 
acréscimo da Vmax na equação onde este modelo apresenta a seguinte equação: v= PC + (Vmax. - 
PC) x exp(-t/τ). 
Bull et al. (2008), Bosquet et al. (2006) e Housh et al. (2001) testaram a relação 
dos cinco modelos envolvendo a PC/VC em corredores e demonstraram ocorrer diferença 
estatisticamente significante (p<0,001) entre todos os modelos em teste incremental e com a 
performance nos 800 metros na corrida. Diferença similar observada em Housh et al. 2001 entre a 
VC na resposta da FC, VO2max e [LAC] plasmático em modelo de 3-parâmetros hiperbólico não-
linear em relação a todos os outros modelos (p<0, 05). 
Fenômeno similar ao observado por Bull et al. (2008), em relação as variáveis 
49 
 
citadas como ao TTEE (the time to end of exercise), FCpico e VO2pico, demonstrando valores 
subestimados em relação aos demais modelos de determinação da PC, o que pode trazer 
problemas na avaliação e prescrição do treinamento em corredores já que a VC pode 
corresponder não somente a [LAC] sanguíneo e plasmático mas também às respostas de FC e 
VO2max. 
Podemos verificar nos estudos que, considerações em comum a necessidade de 
ampliação e aplicabilidade prática aos estudos da PC/VC que possam envolver as relações do 
domínio de intensidade para propor qual modelo ajustado representaria de forma mais eficiente e 
aplicada a prescrição e avaliação do treinamento, principalmente a partir das diferenças 
apresentadas entre os cinco modelos de regressão. Os mesmos ajustes tem sido aplicados a 
natação

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