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Direito do Consumidor - Introdução

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Direito do Consumidor​ - Profª Michele Bublitz 
 
Introdução ao Direito do Consumidor​ (ponto 1 do PE) 
 
Consumidor - fornecedor 
Princípio da vulnerabilidade (equipara-se ao princípio da proteção existente no Dir do 
Trabalho) 
 
Consumismo ≠ Consumerismo (proteção da sociedade sob o viés do Dir Consumidor) 
↳ Inflação aplicada qdo há disparidade entre oferta e procura 
 
Segundo Cláudia Lima Marques: 
1) Introdução sistemática, sob enfoque constitucional (art. 5º, XXXII CF) 
2) Introdução sistemática-filosófica, sob enfoque do vulnerável; 
3) Introdução socioeconômica, importância do consumo. 
 
- Art. 48 do ADCT: origem do CDC; 
- Art. 5º, XXXII CF; 
- Art. 60, §4º CF: cláusula pétrea; 
- Art. 24: competência concorrente da União, Estados e DF (responsab. Dano cons.) 
- Art. 150, §5º CF: direito à informação sobre impostos pagos; 
- Art. 170, inc. V: defesa do consumidor na ordem econômica; 
- Art. 175, §ú: proteção dos usuários. 
 
Art. 1º CDC. 
 
 
 
*Uadi Lammego Bulos 
 
Lei n. 8.078/90 - CDC 
 
(1) Diploma legal multidisciplinar: Direito civil, penal, processual civil, constitucional 
dentre outros; 
(2) Microssistema: conjunto de normas aplicáveis à destinatários específicos - 
consumidores; 
 
Ex.: Sistema = CC, diferente de microssistemta = CDC (consumidores), diferente de 
subsistema = Leis relacionadas à proteção do consumidor (regulamenta plano de saúde, 
e.g​) 
 
(3) Finalidade: proteger e tutelar o interesse dos consumidores; 
(4) Norma principiológica: interpretação com base nos princípios específicos, em 
especial vulnerabilidade (art. 4º, I CDC) 
(5) Normas cogentes: de ordem pública; 
(6) Normas de 3ª dimensão/geração de Direitos Fundamentais: solidariedade e 
fraternidade; 
(7) Norma de ordem pública e interesse social. 
 
CDC enquanto diploma legal multidisciplinar: 
- Direito Constitucional: princípio da dignidade da pessoa humana; 
- Direito Civil: responsabilidade civil do fornecedor; 
- Processo Civil: ônus da prova; 
- Direito Administrativo: proteção administrativa do consumidor; 
- Direito Penal: sanção pelo descumprimento. 
 
Diálogo das fontes - ante conflito de normas: 
1) Hierarquia; 
2) Especialidade; 
3) Cronologia. 
 
O diálogo das fontes propõe uma leitura conjunta e não de exclusão - Eric Jayme 
 
LINDB, art. 2º. 
 
CDC enquanto norma de ordem pública e de interesse social: 
Fonte formal = CDC 
Fonte material = fatos 
 
CDC enquanto norma principiológica: 
- Princípios gerais do CDC (art. 4º) 
- Direitos básicos do Consumidor (art. 6º) 
- Princípios específicos do CDC; 
- Princípios complementares do CDC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios Inerentes ao Direito do Consumidor 
1) Princípios Gerais do CDC - art. 4º 
 
 
2) Princípio da Vulnerabilidade - art. 4º, I CDC 
 
Espécies de vulnerabilidade: 
1. Técnica; 
2. Jurídica/científica; 
3. Fática/socioeconômica; 
4. Informacional. 
 
Consumidor Pessoa Física: presunção absoluta de vulnerabilidade ​iuri et de iure. 
Consumidor Pessoa Jurídica: presunção relativa de vulnerabilidade ​iuris tantum. 
 
Hipervulnerabilidade: se aplica a grupos sociais específicos como gestantes, crianças, 
idosos, doentes, deficientes, analfabetos etc. 
 
Diferenças: 
Vulnerabilidade se refere a fatos, tem natureza material. 
Hipossuficiência se refere ao ônus da prova, tem natureza processual. 
 
Art. 6º CDC - São direitos básicos do consumidor: 
 
 
Âmbito de aplicação do CDC 
 
1) Teoria maximalista - PJ ou PF tem a mesma proteção (teoria ultrapassada) 
2) Teoria finalista ou teleológica - considera o destino do produto + o destinatário para 
proteção; 
3) Teoria finalista aprofundada - noção de consumidor imediato e de vulnerabilidade 
(art. 4º, I CDC). Informativo 150/STJ. 
 
Questões: 
1) Errado: diálogo das fontes; 
2) B 
3) Certo 
4) E: art. 98. CPC; 
5) E; 
6) Errado: art. 7º, VIII (ou hipossuficiente ou verossimil); 
7) B 
 
Definição de Relação Jurídica de Consumo 
Bruno Miragem definition 
 
Objeto: aquisição ou utilização de produto ou serviço 
Não preciso, necessariamente, comprar. Por ex.: amostra grátis, presente etc. 
Consumir = adquirir ou utilizar - não é só comprar 
Elementos relacionais e dependentes​ - Cláudia Lima Marques define três: 
1) Subjetiva 
2) Objetiva 
3) Teleológico ou finalístico 
 
Responsabilidade é, em regra, objetiva: salvo casos de consumidor profissional liberal que 
precisam provar a culpa. 
Responsabilidade é, em regra, solidária. Cada um na medida da sua culpa. 
 
1) Elementos subjetivos - sujeitos da relação: consumidor e fornecedor; 
2) Elementos objetivos - objeto da relação: produto/serviço; 
3) Elemento teleológico/finalístico - finalidade e destinatário final. 
Art. 2º - Definição de consumidor: PJ ou PF 
❏ Pessoa natural ou jurídica; 
❏ Aquele que adquire produto ou contrata serviço; 
❏ Aquele que utiliza produto ou serviço; 
❏ É o destinatário final do produto ou serviço adquirido/contratado no mercado de 
consumo. 
Lei 8.078/90 (CDC) 
Destinatário fático retira o produto/serviço do mercado de consumo, usufruindo de modo 
definitivo de sua utilidade. 
Consumidor por equiparação. 
PJ-consumidora - deve provar a sua vulnerabilidade em juízo. 
Art. 3º - Definição de fornecedor: PF ou PJ de Dir. Púb. ou Priv., nacional ou estrangeira, 
bem como entes despersonalizados. 
❏ In natura ​até a comercialização; 
❏ Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial; 
❏ Serviço: atividade fornecida ao mercado de consumo mediante remuneração, 
inclusive de natureza bancária, financeira, de crédito ou securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
Cadeia de fornecedores - fornecedores em cadeia. 
Art. 3º, §1º - Definição de produto 
- Bem móvel ou imóvel, material ou imaterial 
Ex.: imaterial - serviço de transporte. 
REsp n. 334.829/DF - 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi - j. 6.11.01 
Art. 79 e 84 CC - classificação clássica 
 
Classificação doutrinária 
❏ Móvel ou imóvel; 
❏ Material ou imaterial; 
❏ Durável ou não durável; 
❏ Descartável (diferente de reutilizável = continua durável após o uso); 
❏ Gratuito ou amostra grátis 
Leite: se tu usa, acaba. 
Carro: móvel, material e durável 
Laranja: móvel, material e não durável 
Art. 2º, §ú - equiparado a consumidor 
Art. 17 
Art. 29 
AREsp n. 1.963 
Atividade (art. 3º) = forma profissional (habitual) 
Consumidor poderá processar todos fornecedores ou que por último tiver contato 
Serviço é mediante remuneração (art. 3º, §2º) exceto aqueles decorrentes de relação 
trabalhista. 
Serviço Público e a Incidência do CDC 
- Usuário se equipara a consumidor? 
Conceito de serviço público: toda atividade desempenhada direta ou indiretamente pelo 
Estado, visando solver necessidades essenciais do cidadão, da coletividade ou do próprio 
Estado. 
Por ele prestado - direto 
Delegado à terceiros - indireto 
Art. 175 CF 
 
Classificação dos Serviços Públicos 
1) Serviços públicos propriamente ditos ou essenciais. Ex.: saúde, polícia. 
Pró-comunidade 
2) Serviços de utilidade pública - úteis mas não essenciais. Atendem ao interesse da 
comunidade, Estado ou por Terceiros. Pró-cidadão. Ex.: Transporte público, telefonia 
etc. Tem contraprestação então é relação jurídica de consumo. 
3) Serviços industriais - os que produzem renda. 
 
Serviços indelegáveis - não configura relação jurídica de consumo 
Serviços delegáveis - é relação jurídica de consumo

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