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Indicadores em Saúde, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho

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/
DEFINIÇÃO
Indicadores de saúde, segurança e qualidade no ambiente corporativo.
PROPÓSITO
Compreender a relação entre trabalho, saúde e qualidade de vida no ambiente corporativo e apresentar os indicadores usados para mensurá-los.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever os indicadores de saúde no trabalho
MÓDULO 2
Descrever os indicadores de segurança no trabalho
MÓDULO 3
Descrever os indicadores de QVT (BPSO: Biológicos, psicológicos, sociais e organizacionais)
INTRODUÇÃO
Saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho têm sido uma área com muito destaque tanto para governos, empresas quanto para a sociedade em geral. Essa afirmação é
reforçada pelos eventos pelo qual o mundo tem passado, com destaque para a pandemia causada pela Covid-19, e os conflitos raciais decorrentes do assassinato do afro-
americano George Floyd, nos EUA, em 2020.
Percebe-se a necessidade de se evoluir neste contexto e, portanto, conhecer e identificar os indicadores que são utilizados para avaliar a saúde, segurança e qualidade de vida no
trabalho. Trata-se de um primeiro passo para futuros aprimoramentos ou até a criação de novos modelos que atendam às novas demandas.
MÓDULO 1
 Descrever os indicadores de saúde no trabalho
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
A relação entre segurança e saúde no ambiente de trabalho está diretamente relacionada à qualidade, meio ambiente e questões éticas e sociais que envolvem o empregado, o
empregador e a sociedade.
/
As perdas originadas pelos acidentes e afastamentos por doenças no trabalho são relevantes e preocupantes. Somente no Brasil, em 2017, ocorreram 549.405 casos, segundo
levantamento realizado pelo Ministério da Fazenda.
De acordo com o artigo 19 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, considera-se acidente de trabalho:
“O QUE OCORRE PELO EXERCÍCIO DO TRABALHO A SERVIÇO DA EMPRESA, OU DE EMPREGADOR
DOMÉSTICO, OU PELO EXERCÍCIO DO TRABALHO DO SEGURADO ESPECIAL, PROVOCANDO LESÃO
CORPORAL OU PERTURBAÇÃO FUNCIONAL, DE CARÁTER TEMPORÁRIO OU PERMANENTE.”
 ATENÇÃO
Também são considerados acidentes de trabalho os acidentes que, porventura, acontecerem entre o trajeto da residência para o trabalho; doenças produzidas ou desencadeadas
pelo exercício do trabalho; e doença adquirida ou desencadeada em razão das condições em que se executa o trabalho.
A definição, anterior, de acidente de trabalho, só é considerada para um evento já ocorrido, mas para a norma NBR 14280/2001, um acidente de trabalho é a ocorrência não
esperada e desejada de um evento, a qual pode ocorrer no exato momento do fato ou não, que resulte ou possa resultar em lesão ao trabalhador, ou seja, há ocorrência de
acidentes ou quase acidentes.
A partir daí temos a diferenciação entre:
 Escolha uma das Etapas a seguir.
ACIDENTE
É aquele que obrigatoriamente ocasiona uma lesão, estrago ou fatalidade à saúde do trabalhador
INCIDENTE
Não chega a se transformar em acidente. Por exemplo, em um escritório de contabilidade, um alarme de incêndio é disparado, todos evacuam de forma emergencial, não havendo
feridos nem equipamentos danificados, caracterizando-se assim como um incidente.
A interligação entre segurança e saúde deixa claro que ambas têm como objetivo proporcionar proteção e bem-estar aos trabalhadores.
De acordo com Gonçalves e Antônio (2019), a questão da saúde no trabalho tem relação direta com a redução e prevenção das doenças ocupacionais, que são aquelas que
decorrem da atividade que o trabalhador executa e das condições de trabalho em que se encontra.
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/
SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT), AS DOENÇAS
RELACIONADAS AO TRABALHO CAUSAM A MORTE DE 2 MILHÕES DE PESSOAS POR
ANO.
 
O Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, elaborado pelo Ministério da Fazenda, define doença do trabalho como:
“AS DOENÇAS PROFISSIONAIS, AQUELAS PRODUZIDAS OU DESENCADEADAS PELO EXERCÍCIO DO
TRABALHO PECULIAR A DETERMINADO RAMO DE ATIVIDADE, CONFORME DISPOSTO NO ANEXO II
DO REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – RPS, APROVADO PELO DECRETO NO 3.048, DE 6 DE
MAIO DE 1999; E AS DOENÇAS DO TRABALHO, AQUELAS ADQUIRIDAS OU DESENCADEADAS EM
FUNÇÃO DE CONDIÇÕES ESPECIAIS EM QUE O TRABALHO É REALIZADO E COM ELE SE RELACIONE
DIRETAMENTE. ESSE DADO SOMENTE ESTÁ DISPONÍVEL PARA ACIDENTES QUE FORAM
REGISTRADOS POR MEIO DA CAT.”
(MINISTÉRIO DA FAZENDA et al., 2017)
Os números de casos registrados com CAT (Comunicação de Acidentes de Trabalho), referentes às doenças de trabalho ocorridas nos anos de 2015, 2016 e 2017 no Brasil,
foram respectivamente 15.386, 13.927 e 9.700.
Com o objetivo de controlar os riscos de segurança e saúde do trabalho e melhorar as condições de realização das atividades laborais, as organizações buscam implantar um
sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional, por meio da implantação da norma OHSAS 18001:2007, a qual foi substituída pela norma ISO 45001:2018. Portanto, a
saúde no trabalho deve contemplar avaliações regulares, a fim de verificar como anda a capacidade laborativa do colaborador, observando-se sua condição de saúde antes e
depois das atividades realizadas na empresa.
/
OS INDICADORES DE SAÚDE NO TRABALHO
Para que uma organização possa gerenciar a condição de saúde no trabalho de seus colaboradores, há a necessidade do monitoramento de indicadores. De acordo com a
Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), indicadores são definidos como:
“INFORMAÇÕES QUANTITATIVAS QUE, POR MEIO DE UMA MEDIÇÃO SISTEMÁTICA, PERMITEM
AVALIAR O COMPORTAMENTO DE OBJETOS OU DE EVENTOS.”
(MOTA, 2018)
Outra definição de indicadores, os considera como ferramentas a serem usadas no planejamento e na tomada de decisões pelos gestores, devendo ser claros, objetivos e de fácil
comparação.
Existem dois tipos de indicadores:
LAGGING INDICATORS
Lagging indicators (indicadores reativos) se preocupam em mensurar os acontecimentos passados, por exemplo, o indicador que mede o número de pessoas infectadas pela
Covid-19.
LEADING INDICATORS
Leading indicators (indicadores proativos) são os indicadores que apontam para um desempenho futuro, a fim de dar direção às próximas ações que devam ser tomadas, por
exemplo, um indicador que informe o percentual de colaboradores que foram treinados para lidar com a Covid-19 no local de trabalho.
Vale ressaltar que os indicadores proativos indicam uma direção para que os gestores e colaboradores adotem uma atitude voltada para o comportamento seguro, em que todos
são conscientes dos riscos de cada atividade realizada no ambiente de trabalho, e a partir de então tomem medidas e ações que permitam manter a integridade de todos.
A legislação vigente exige a coleta de indicadores reativos referente à saúde e segurança do trabalho (SST), a qual deve ser informada mensalmente por meio do eSocial.
Portanto, as organizações devem seguir normas que podem ser de caráter geral, que se enquadram para praticamente qualquer atividade econômica, e as específicas, que
atendem a um setor ou segmento de setor especializado.
Você sabe a diferença entre indicadores reativos e proativos na saúde do trabalho? Assista ao vídeo abaixo e conheça um pouco mais:
/
 
A seguir, temos as de normas relacionadas à SST de caráter geral com o seu respectivo tema e indicadores.

NR-4
Seu tema diz respeito aos serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Nela se determina o dimensionamento desses serviços e
vincula-se a gradação do risco da atividade principal ao número total de empregados do estabelecimento. Como exemplo de indicador, tem-se o número de profissionais de
SESMT que atendem aos requisitos da norma.
NR-5
Seu tema apresenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Ela trata da criação da CIPA para a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
Como exemplo de indicadores, temos o número de participantes da CIPA, o número de treinamentos realizados por esta, o número de eleições realizadas e seu respectivo
período, bem como a existênciade um mapa de risco.
NR-6
Esta NR apresenta os equipamentos de proteção individual (EPI). Ela trata da aquisição e implementação de todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Como exemplo de indicadores, temos o índice de fornecimento de EPI, o
controle de EPI e o número de treinamentos na utilização de EPIs.
NR-7
Esta NR refere-se aos programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Ela trata da elaboração e implementação do PCMSO, com o objetivo de promoção e
preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Como exemplo de indicadores, temos o número de PCMSO realizados, o número de exames admissionais, periódicos
/
e demissionais.
NR-9
O tema desta NR apresenta os Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). O PPRA visa à preservação da saúde e à integridade dos trabalhadores através da
antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em
consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Como exemplo de indicadores, temos o número de planos de ações realizados, o percentual de medições
realizadas e o percentual de atendimento ao PPRA.
NR-15
Esta NR refere-se a atividades e operações insalubres, bem como aos fatores que podem causar insalubridade e seus limites de tolerância. Como exemplo de indicadores, temos
o número de laudos de insalubridade, o número de planos de ações e o percentual de gasto com adicional de insalubridade.
NR-16
O tema desta NR apresenta as atividades e operações perigosas. Ela se refere às condições de periculosidade que determinadas atividades ou operações possam ocorrer no
ambiente de trabalho. Como exemplo de indicadores, temos o percentual de laudos técnicos emitidos e o percentual de áreas identificadas conforme a NR.
NR-23
Seu tema refere-se à proteção contra incêndios e diz respeito à implementação de ações e medidas preventivas a serem tomadas com relação à proteção contra incêndio. Como
exemplo de indicadores, temos o número de equipamentos no combate ao fogo, o percentual de equipamentos de proteção contra incêndio e o percentual de pessoas treinadas
no uso correto de equipamento de combate ao fogo.
NR-24
Esta NR apresenta as condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, e diz respeito às exigências mínimas que devem ser seguidas quanto à higiene e conforto no local
de trabalho. Como exemplo de indicadores, temos o número de instalações sanitárias, o percentual de sanitários masculinos, o percentual de sanitários femininos e o percentual
de atendimento às condições de conservação, limpeza e higiene das instalações sanitárias.
NR-25
Seu tema apresenta resíduos industriais e refere-se à maneira como são gerados, manuseados, acondicionados, transportados e descartados os resíduos industriais. Como
exemplo de indicadores, temos o percentual de atendimento aos exames exigidos pelos órgãos competentes, o percentual de resíduos sólidos produzidos, o percentual de
resíduos líquidos produzidos e o percentual de resíduos sólidos de alta toxidade e periculosidade.
NR-26
Esta NR apresenta a sinalização de segurança e refere-se à identificação por meio de cores específicas, os equipamentos de segurança, delimitação de áreas, identificação de
tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases, e que possam causar riscos. Como exemplo de indicadores, temos o número de áreas devidamente sinalizadas e o
percentual de produtos não sinalizados corretamente encontrados por mês.
/

A partir desta diferenciação, temos a seguir os principais indicadores reativos de saúde no trabalho:
ÍNDICE DE TURNOVER
O índice de turnover, também conhecido como taxa de rotatividade, é a verificação do número de entradas e saídas de colaboradores de uma organização em um determinado
período, geralmente, mensurado mês a mês. Veja a fórmula abaixo:
Í Í
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Se no período não foram realizadas contratações, mas apenas desligamentos, a fórmula a ser usada para o cálculo do índice de turnover é:
Í Í
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Caso o seu índice apareça elevado, pode ser um indicativo de que possíveis fatores não desejáveis possam estar ocorrendo e impactando na retenção de colaboradores, o que
demanda uma maior atenção por parte da organização.
 EXEMPLO
Por exemplo, se uma empresa possui 200 funcionários ao iniciar o mês de maio e termina com 180, então foram desligados 20 funcionários e o seu índice de turnover foi de 10%,
o que é um percentual elevado. Considera-se uma taxa de 1% ao mês como sendo ideal para o índice de turnover.
O índice de turnover é importante no contexto da saúde ocupacional, uma vez que o desligamento de um colaborador pode ter sido causado por aspectos ligados às más
condições ambientais para o desenvolvimento do trabalho, produzindo desgastes emocionais e níveis de estresse elevados, resultando em doenças.
/
ABSENTEÍSMO POR RAZÃO DE DOENÇA
Esse indicador tem como objetivo mensurar o número de trabalhadores que se ausentam do trabalho por motivo de doença, sendo um instrumento útil na verificação da saúde dos
empregados e da eficácia e efetividade dos programas implantados pela organização. Indica-se como aceitável uma taxa no valor de 1,5% ao mês.
As possíveis causas do absenteísmo por motivo de doença se devem ao desencadeamento de síndromes psicológicas, as quais podem estar ou não relacionadas a fatores
psicossociais, ao ambiente de trabalho e a questões de morbidade.
A fórmula para se calcular o absenteísmo por razão de doença é demonstrada abaixo:
Ú Ê
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 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
 EXEMPLO
Uma empresa verificou que em determinado mês, o total de horas úteis perdidas de seus funcionários foi de 60 horas. Considerando que o número de horas úteis totais era de
2400, então o nível de absenteísmo foi de 2,5%.
ÍNDICE DE DORT
Esse indicador mede o percentual de trabalhadores afetados por doenças causadas por distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, o DORT. Sua fórmula é apresentada
abaixo:
/
Í ÊÉ Ê
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Já os principais indicadores proativos de saúde no trabalho são:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Descrever os indicadores de segurança no trabalho
TIPOS DE INDICADORES
O tema segurança no trabalho é percebido como relevante para as organizações, pois tem impacto direto no seu resultado. Evitar acidentes é uma política adequada, uma vez que
funcionário e empresa se beneficiam mutuamente em ambientes seguros, permitindo que o trabalhador execute sua atividade sem preocupação e, o mais importante, sem
prejuízos à sua saúde. A empresa também se beneficia, pois não perde produtividade em virtude de afastamento ou ausências e evita gastos com tratamentos ou possíveis ações
judiciais.
Desde a Revolução Industrial, a partir do surgimento do processo de industrialização, os acidentes de trabalho acontecem.
/
 
PESQUISADORES, EMPRESAS, GOVERNOS E A SOCIEDADE EM GERAL PROCURAM
MANEIRAS DE EVITÁ-LOS, SURGINDO ESTUDOS, NORMAS E LEIS COM A PREOCUPAÇÃO
DE GARANTIR A SEGURANÇA NO TRABALHO.
 
 VOCÊ SABIA
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada em 1919, tem como objetivo promover a justiça social, além de priorizar ações que incentivem a saúde e segurança no local
de trabalho, sendo um exemplo da organização dos diversos atores sobre o tema. Ela criou um material gratuito que permite adaptar e implementar uma metodologia que cria
modelos que são usados para intervir de forma efetiva na saúde e segurança ocupacional da cadeia de valor global e do país, chamado de Occupational Safety and Health in
Global Chains Starterkit. Para tanto, indicadoresforam criados para avaliar o seu desempenho, permitindo que ajustes e correções sejam efetuados, o que reforça a importância
de conhecermos mais profundamente os indicadores, os quais, no caso, serão voltados para a área de segurança no trabalho.
Os indicadores de segurança no trabalho podem ser agrupados segundo uma orientação normativa, de prevenção, de diagnóstico ou de acidentes e incidentes.
INDICADORES 
NORMATIVOS
São aqueles indicadores que obedecem a uma legislação vigente e normas estabelecidas, como a resolução RDC 319 da Anvisa, que indica as diretrizes gerais de boas práticas
de fabricação de medicamentos.
INDICADORES DE PREVENÇÃO
São aqueles que rastreiam as possíveis causas de acidentes de trabalho de forma preventiva, geralmente em sintonia com os requisitos normativos, por exemplo, o programa de
controle médico de saúde ocupacional (PCMSO).
O PCMSO tem caráter preventivo e é composto de uma série de exames ocupacionais para que se possa avaliar as condições de saúde física e mental do trabalhador.
INDICADORES DE DIAGNÓSTICO
Têm como objetivo a identificação de riscos, perigos e agentes que possam causar danos à segurança do trabalhador, sendo relacionado normalmente a alguma norma como a
ISO 45001. Um exemplo disso são os indicadores de riscos operacionais.
INDICADORES DE ACIDENTES E INCIDENTES
São aqueles que fazem o monitoramento da frequência dos acidentes de trabalho e dos que quase se tornaram acidentes (incidentes).
INDICADORES DE SEGURANÇA NO TRABALHO
Os principais indicadores reativos de segurança no trabalho são:
/
Tempo perdido devido a acidentes de trabalho.
Número de acidentes de trabalho acontecidos por mês.
Número de pessoas em local de trabalho perigoso.
Número de ocorrências perigosas.
Índice de gravidade.
Taxa de frequência.
TEMPO PERDIDO DEVIDO A ACIDENTES DE TRABALHO
Devido à falta de segurança no trabalho, muitos acidentes acontecem, fazendo com que as empresas utilizem o indicador do tempo perdido com o socorro do funcionário
acidentado, para medir o tempo em que a organização ficou sem produzir. Há situações em que várias pessoas são acionadas e até por uma questão de sensibilidade por parte
dos colegas, estes também param suas atividades, gerando mais perdas.
NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO ACONTECIDOS POR MÊS
Este é um dos indicadores de desempenho mais utilizados pelas organizações e mede os acidentes que ocorreram no ambiente de trabalho, em função da falta de segurança
durante um determinado mês. O objetivo é que este indicador seja o mais próximo de zero, o que demonstraria que os processos, equipamentos e controles para evitar um
acidente de trabalho estão funcionando a contento.
/
NÚMERO DE PESSOAS EM LOCAL DE TRABALHO PERIGOSO
Para se verificar o número de pessoas que trabalham em condições perigosas, faz-se necessária a realização de um mapa de risco nas empresas, o que geralmente é feito por
um técnico ou engenheiro de segurança no trabalho, a fim de se identificar por meio de cores o nível de periculosidade que cada setor pode oferecer ao trabalhador. Este indicador
serve como referência para se planejar a prioridade e a frequência com que se deva realizar os treinamentos e cursos sobre questões referentes à saúde e segurança no trabalho.
NÚMERO DE OCORRÊNCIAS PERIGOSAS
Este indicador geralmente é mensurado trimestralmente e tem como objetivo verificar os incidentes que poderiam ter se transformado em acidentes devido à falta de segurança,
além de servir como base para uma análise dos processos e das políticas adotadas pela organização para combater os acidentes de trabalho.
ÍNDICE DE GRAVIDADE
Esse indicador mede o impacto da ausência de cada colaborador devido a algum acidente ocorrido no trabalho. Ele é calculado somando-se a quantidade de dias perdidos com os
dias debitados por milhão de horas/homem de exposição ao risco e depois dividindo-se pelo número de horas/homem de exposição ao risco, conforme é orientado na NBR
14280/2001. Veja a fórmula abaixo:
/
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
D = Dias perdidos + dias debitados
HH = Horas/homem de exposição ao risco
G = Índice de gravidade
 
Importante ressaltar que os acidentes ocasionados durante a locomoção do trabalhador de sua residência para o trabalho não são considerados no cálculo do índice de gravidade.
Esse indicador ajuda na avaliação dos programas e processos voltados para a eficácia da segurança no trabalho.
 EXEMPLO
Imagine que uma empresa possua 300 colaboradores com jornada mensal de 220h. No mês de junho foram registrados 2 acidentes que resultaram em 8 dias perdidos. Utilizando-
se a fórmula do índice de gravidade, chegamos ao valor de 121,21.
Segundo a OIT, o índice de gravidade até 500 é considerado muito bom, de 500,1 a 1000 é bom, de 1000,01 a 2000 é considerado regular e acima de 2000 é considerado
péssimo.
TAXA DE FREQUÊNCIA
A cada 1.000.000 de horas/homem trabalhadas, verifica-se o número de acidentes ocorridos. Essa é a maneira de se calcular a taxa de frequência:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
N = Número de trabalhadores acidentados
HH = Horas/homem de exposição ao risco
TF = Taxa de frequência
/
 EXEMPLO
Digamos que uma empresa possua 300 colaboradores com jornada mensal de 220h. No mês de agosto, foram registrados 7 acidentes que resultaram em 16 dias perdidos.
Utilizando-se a fórmula da taxa de frequência, chegamos a um valor de 75,75.
Esse indicador permite verificar o desempenho dos processos de segurança do trabalho e, assim, providenciar ações preventivas a fim de se evitar acidentes. Segundo a OIT, uma
taxa de frequência até 20 é considerada muito boa, de 20,1 a 40 é considerada boa, de 40,1 a 60 é considerada regular e acima de 60 é considerada péssima.
Já os principais indicadores proativos de segurança no trabalho são:
Índice de Treinamento.
Número de inspetores ou profissionais que lidam com segurança ocupacional.
Número de inspeções realizadas na prevenção de acidentes de trabalho.
Percentual de responsabilidade com ética.
Clima de segurança.
Indicador de compromisso das lideranças na segurança do trabalho.
Porcentagem de trabalhadores declarando conhecimento da política de segurança ocupacional.
ÍNDICE DE TREINAMENTO
Este índice relaciona o número de horas/homem que os colaboradores receberam treinamento em relação ao número de horas/homem trabalhadas, conforme mostrado na
fórmula abaixo:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
/
NÚMERO DE INSPETORES OU PROFISSIONAIS QUE LIDAM COM SEGURANÇA
OCUPACIONAL
Esse índice verifica o percentual de profissionais que trabalham com segurança ocupacional em relação ao número total de trabalhadores da empresa.
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Com relação à segurança ocupacional, temos dois profissionais exclusivamente dedicados ao tema:
 Escolha uma das Etapas a seguir.
TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Tem a incumbência de realizar inspeções nos equipamentos e nos locais de trabalho, elaborar e realizar treinamentos.
ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Além de realizar as mesmas funções do técnico, elabora e emite laudos técnicos, bem como se responsabiliza legalmente pelo programa de prevenção de acidentes da empresa.
NÚMERO DE INSPEÇÕES REALIZADAS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO
Este indicador reflete a importância em realizar constantemente várias inspeções ou auditorias ao longo do tempo, visto que poucas inspeções, feitas em intervalos irregulares,
geram falta de confiabilidade e consistência. As auditorias permitem que sejam tomadas ações corretivas oportunas a fim de que se possa mitigar ou eliminar os acidentes devido
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/
à falta de segurança no trabalho.
PERCENTUAL DE RESPONSABILIDADE COM ÉTICA
Este indicador se refere à transparência dos membros da empresa em informar aos responsáveis pela administraçãoda organização e às instâncias de controle sobre os
incidentes relativos à segurança no local do trabalho. Isso gera uma cultura que influencia o comportamento dos colaboradores em ter responsabilidade pela segurança no
trabalho.
CLIMA DE SEGURANÇA
Este indicador reflete a percepção dos colaboradores perante as políticas, processos e práticas, relacionadas à segurança no ambiente de trabalho implantadas pela organização.
Esse indicador proativo indica que quanto maior o seu valor, menor o número de acidentes ocorridos.
PERCENTUAL DE COMPROMISSO DAS LIDERANÇAS NA SEGURANÇA DO TRABALHO
Tal indicador mede o engajamento dos gerentes e supervisores, nos mais diferentes níveis da organização, em relação à adoção e gerenciamento de programas e ações que
sejam voltadas para a segurança no local de trabalho. Um elevado percentual deste indicador permite uma construção de confiança dos colaboradores para utilizar práticas e
procedimentos de segurança no trabalho, uma vez que se percebe que segurança é uma alta prioridade da organização.
/
PORCENTAGEM DE TRABALHADORES DECLARANDO CONHECIMENTO DA POLÍTICA DE
SEGURANÇA OCUPACIONAL
O objetivo deste indicador é fazer o monitoramento do conhecimento que os colaboradores têm em relação às ações e procedimentos que devam ser seguidos sobre segurança
ocupacional.
 ATENÇÃO
Caso haja um número elevado neste indicador, significa que ações como cursos, palestras e dinâmicas devam ser realizadas para que essa lacuna possa ser preenchida, e que
acidentes possam ser evitados devido à falta de conhecimento dessas políticas.
É importante que se faça o monitoramento regular desses indicadores, para que se possa verificar como anda o desempenho das ações de prevenção aos acidentes de trabalho,
bem como permitir uma rápida resposta às mudanças que sejam necessárias a partir dos resultados encontrados.
Na maioria das empresas, os indicadores reativos são os mais utilizados, além de fornecerem informações sobre a eficácia das ações já realizadas, ou seja, após o acidente ter
ocorrido. O número de acidentes de trabalho é o indicador reativo mais usado nas organizações. Já os indicadores proativos, apesar de serem menos usados, principalmente nas
empresas de médio e pequeno porte, permitem que haja o seu monitoramento e correção no momento, tendo assim, um caráter preventivo, isto é, antes do acidente acontecer.
 RESUMINDO
Os indicadores são ferramentas usadas para medição de desempenho, que têm como objetivo fornecer informações a respeito dos resultados esperados da qualidade da saúde e
segurança ocupacional de uma organização. A partir da criação desses indicadores, é possível desenvolver processos que permitam uma gestão eficaz voltada para o tema em
questão.
Antes de seguir com o conteúdo, veja algumas explicações sobre índice de gravidade, taxa de frequência e índice de treinamento no vídeo:
/
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Descrever os indicadores de QVT (BPSO: Biológicos, psicológicos, sociais e organizacionais)
QVT
Tradicionalmente, qualidade de vida é relacionada a medidas objetivas, tais como a quantidade de moradias por região, número de refeições por dia e número de residências com
acesso à água potável, entre outras. A partir da segunda metade dos anos 1970, foram introduzidas medidas subjetivas na avaliação da qualidade de vida, tais como satisfação e
percepção.
/
ESSA NOVA ABORDAGEM TAMBÉM FOI USADA NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA
NO TRABALHO (QVT).
 
Uma definição para QVT é apresentada como:
“QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO TEM COMO OBJETIVO PRINCIPAL A BUSCA DO EQUILÍBRIO
PSÍQUICO, FÍSICO E SOCIAL DOS EMPREGADOS DENTRO DO CONTEXTO ORGANIZACIONAL,
CONSIDERANDO AS PESSOAS COMO SERES INTEGRADOS NESSAS TRÊS DIMENSÕES, ATRAVÉS DE
AÇÕES QUE REFLITAM EM AUMENTO NA PRODUTIVIDADE E NA MELHORIA DA IMAGEM DA
EMPRESA, TANTO NO CONTEXTO INTERNO, COMO EXTERNO, LEVANDO AO CRESCIMENTO
PESSOAL E ORGANIZACIONAL.”
(ARELLANO; LIMONGI-FRANÇA, 2013)
QVT é um modelo de gestão no qual se consegue uma autoestima por parte dos colaboradores, conferindo um entendimento de equilíbrio entre saúde, trabalho e desempenho.
O entendimento de QVT, ao longo do tempo, evoluiu.
Vamos ver isso mais detalhadamente:
DE 1959 A 1972
Havia um entendimento que o QVT era uma reação do indivíduo ao trabalho, em que o foco era melhorar a qualidade de vida no trabalho de forma individual, portanto o QVT era
entendido como uma variável.
DE 1969 A 1974
O QVT também foi estudado sob a ótica do indivíduo, mas vinculado a resultados organizacionais em que se buscava melhorar tanto para o empregado quanto para a direção,
sendo o QVT entendido como uma abordagem.
DE 1972 A 1975
O QVT foi definido como um conjunto de abordagens, método ou técnicas para melhorar o ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e mais satisfatório. QVT era
vista como sinônimo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de novas plantas, com integração social e técnica, sendo entendido como um
método.
DE 1975 A 1980
O QVT era uma declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização. Os termos “administração participativa” e “democracia
industrial” eram frequentemente ditos como ideais do movimento de QVT, sendo entendido como um movimento.
DE 1979 A 1982
/
O QVT era assimilado como um todo e usado como solução à competição estrangeira, problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas e outras
questões organizacionais.
DE 1982 À DÉCADA DE 1990
O entendimento mudou radicalmente, pois havia a interpretação de que o QVT era apenas um modismo, e que se um projeto de QVT fracassasse, essa seria a sua justificativa.
A PARTIR DA DÉCADA DE 1990
O QVT passou a ser a capacidade de administrar o conjunto de ações, incluindo diagnóstico, implantação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no
ambiente de trabalho alinhada e construída na cultura organizacional, com prioridade absoluta para o bem-estar das pessoas da organização, sendo assim percebida como um
modelo ou filosofia de gestão.
O modelo QVT leva em conta fatores orientados para a organização e para o trabalhador. O fator direcionado à organização é chamado de Organizacional e os fatores orientados
para o trabalhador são: o biológico, o psicológico e o social. A esse conjunto de fatores associados ao trabalhador chamou-se de modelo biopsicossocial.
Veja mais algumas informações sobre eles:
FATOR BIOLÓGICO
Procura identificar questões como o estado nutricional, fatores de saúde e segurança e questões hereditárias ou adquiridas. Merecem destaque ações voltadas para programas
com foco na saúde, alimentação e vícios desenvolvidos pelos colaboradores.
FATOR PSICOLÓGICO
Refere-se a características da personalidade, relação afetiva, satisfação e confiança. Sugere-se programas que incentivem o lazer externo e tratamentos terapêuticos. O fator
social trata da relação das pessoas com o grupo a que elas pertencem, por exemplo, hábitos de consumo, nível de escolaridade e características similares. Usualmente, realizam-
se palestras de conscientização, programas de reciclagem e ações que promovam a cidadania.
FATOR ORGANIZACIONAL
Tem como destaque ações relacionadas à flexibilidade dos arranjos físicos e adoção de programas de benefícios, que trazem, como consequência, ganhos de produtividade,
competitividade e qualidade nos produtos e processos realizados.
INDICADORES BPSO
A partir deste entendimento, a doutora Limongi-França construiu, em 1996, o modelo BPSO-96, no qual foram constatados indicadores para a mensuração e possibilidade de
análise desses fatores.
Na área organizacional, temos ações que valorizam a imagem, estrutura, produto e relacionamento da empresa com os empregados, isto é, o que a empresa faz e que atinge o
funcionário. Daí a percepção da satisfação em relação à política da organização, como em programas de endomarketing, nas comunicações internas e na elaboraçãode comitês
executivos e de decisão. Como exemplo de indicadores, temos a imagem da empresa, a valorização do produto e a qualidade das informações geradas para a comunicação
interna.
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Na área social, temos ações que oferecem benefícios sociais obrigatórios e espontâneos e criam oportunidade de lazer e cultura. A satisfação é percebida quanto ao suporte
social de benefícios legais e espontâneos, como em programas que tratam de direitos legais, de eventos de turismo e cultura, de atendimento à família e de atividades
associativas e esportivas. Como exemplo de indicadores, temos o percentual de envolvimento da família, o percentual de assistência à educação formal e o número de eventos
esportivos realizados.
Na área psicológica, temos ações que promovem a autoestima e o desenvolvimento de capacidades pessoais e profissionais. A satisfação é percebida quanto ao atendimento das
necessidades individuais de reconhecimento, autoestima e desenvolvimento. Realizam-se processos de seleção e avaliação de desempenho, criam-se programas de carreira,
remuneração e participação. Como exemplo de indicadores, temos o critério de recrutamento/seleção, a avaliação de desempenho/carreira, nível de camaradagem e percentual
de vida pessoal preservada.
Na área biológica, temos ações que promovem a saúde, que controlam os riscos ambientais e atendem às necessidades físicas. A satisfação é percebida quanto aos programas e
serviços que garantem bem-estar físico ou recuperação de doenças e manifestações clínicas, como a criação de um mapa de risco, a formação da SIPAT, o fornecimento de
refeições, uso de serviços médicos internos e externos, melhorias ergonômicas dos postos de trabalho e na realização de treinamentos específicos. Como exemplo de
indicadores, temos o fator de conforto físico/insalubre e o fator alimentação.
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 ATENÇÃO
Os critérios usados na escolha de indicadores de QVT são: facilidade de levantamento da informação, clareza na definição dos critérios e a não existência de ambiguidade na
avaliação. Pode-se levar em conta também questões como crenças pessoais, padrões internacionais, qualidade das relações sociais entre outras.
Do ponto de vista do empregador, que tem uma visão organizacional, os indicadores produtividade, índice de absenteísmo e índice de turnover são os mais confiáveis na
avaliação dos impactos nos programas de QVT.
Sob a ótica da saúde do trabalhador, há uma quantidade significativa de instrumentos, métodos e técnicas que podem ser utilizados na avaliação da condição de saúde dos
colaboradores. Esses instrumentos podem ser considerados genéricos, quando os aspectos relativos à disfunção e mal-estar emocional abrangem uma grande variedade de
indivíduos, e podem ser considerados específicos, quando dizem respeito à capacidade de verificar, de forma individualizada, a melhora ou piora do aspecto analisado.
De acordo com Ferreira (2008), podemos agrupar os indicadores, de acordo com o impacto que eles podem gerar em relação à produção e aos trabalhadores.
NA PRODUÇÃO
“Erros frequentes na execução de tarefas em virtude, sobretudo, de condições pouco adequadas de trabalho e formação profissional deficiente (aplicativos de computador
com usabilidade deficitária que induz aos erros).
Retrabalho, decorrência da existência de erros ou falhas de concepção, que impactam na redução da eficácia do processo produtivo, no aumento do custo humano do
trabalho e, não raro, repercutem na insatisfação de usuários e consumidores.
Perda e desperdício de material, decorrentes de desenhos de tarefas e processos de trabalho com baixos graus de eficácia e eficiência, que aumentam os custos de
produção e consequentemente o preço final das mercadorias.
Danificação de máquinas e equipamentos que resultam de procedimentos inadequados e, comumente, de produtos oriundos de projetos industriais de concepção deficiente,
retardando tempo de produção, aumentando custos, gerando insatisfação, acidentes e doenças entre trabalhadores.
Queda e redução da produtividade e da qualidade almejadas de produtos e serviços que impactam na perda de competitividade (no caso do setor privado) e do afastamento
da missão maior das agências governamentais de proporcionar o exercício da cidadania aos usuários-contribuintes (caso do setor público).”
NOS TRABALHADORES
“Absenteísmo crônico que invade o cotidiano de trabalho, superando taxas administráveis e agravando as condições daqueles que permanecem trabalhando em virtude,
sobretudo, do aumento da carga de trabalho. Paradoxalmente, em muitos casos ausentar-se sistematicamente do trabalho termina funcionando para alguns trabalhadores
como estratégia de preservar a própria saúde mental e física.
Acidentes que crescem sem cessar nas organizações e que produzem uma gama de efeitos nocivos: mutilação de vidas, geração de incapacidades temporárias e
permanentes, afastamentos das atividades laborais e aposentadorias precoces. O custo individual, coletivo, social, empresarial e estatal dos acidentes, no caso brasileiro, é
colossal, embora sua avaliação e medidas necessitem ser aprimoradas.
Doenças do trabalho e licenças-saúde que se multiplicam e desenham um perfil epidemiológico que fortalece o nexo com os contextos de trabalho nos quais os acometidos
estão ou estavam inseridos, merecendo destaque: a epidemia dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), que se tornou um problema de saúde
pública em diversos países ocidentais;
Rotatividade de trabalhadores nas organizações privadas que, em virtude do efeito combinado de diversos fatores (precarização das relações e condições de trabalho,
baixos salários etc.), transforma os trabalhadores em nômades que perambulam por organizações as quais, por sua vez, fundamentam seus modelos de gestão do trabalho
com base na rotatividade sistêmica (o setor de teleatendimento é ilustrativo). Um dado, proveniente da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) no Brasil, mostra que, em 2006, cerca de 8,4 milhões de empregados estavam também em busca de um novo emprego em virtude da insatisfação com o
emprego atual.”
Como efeito positivo da adoção do modelo de gestão de qualidade de vida no trabalho, baseado no modelo BPSO, há uma redução no número de trabalhadores doentes, melhora
do clima organizacional e, consequentemente, melhor performance por parte dos colaboradores.
Outro modelo usado no tema QVT, é o de Ferreira, criado em 2011, o qual considera diferentes indicadores e fatores estruturantes na análise do tema. São eles:
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Condições de trabalho: Refere-se ao suporte e apoio da organização para a realização do trabalho, como disponibilidade de equipamentos adequados, espaço físico limpo e
organizado, programas de remuneração e benefícios e capacitação e treinamento dos colaboradores.
Organização do trabalho: Refere-se à forma como o tempo, trabalho e os processos estão divididos e gerenciados. Indicadores de conduta por parte da supervisão e dos
colaboradores são utilizados, por exemplo, a verificação de itens de higiene e uniformes sendo usados de forma correta.
Relações socioprofissionais de trabalho: Diz respeito ao relacionamento e comportamento entre os mais diversos níveis hierárquicos dos colaboradores de uma organização e o
público externo.
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Reconhecimento e crescimento profissional: Trata da questão do reconhecimento e valorização do trabalho realizado, em que são utilizados indicadores como empenho,
dedicação, criatividade e capacitação individual.
Elo trabalho-vida social: É a percepção de bem-estar tanto no trabalho quanto na vida particular, por exemplo, a valorização do tempo vivido na organização, o entendimento de ter
contribuído para a sociedade, a relação trabalho-casa, trabalho-família, trabalho-amigos e trabalho-lazer.
Percebemos que os programas de QVT têm como finalidade elevar o nível de satisfação e bem-estar dos colaboradores, que trazem uma série de benefícios para todos os atores
envolvidos, a partirde um alinhamento das questões empresariais com as perspectivas humanas.
No estudo sobre os indicadores de QVT, com base em uma visão biopsicossocial, foram considerados estudos e modelos antes do impacto sofrido com a pandemia da Covid-19.
O que representa que possíveis ajustes ou até mesmo novos modelos devam ser elaborados e, consequentemente, possam surgir novos indicadores que até o momento não
haviam sido utilizados ou pensados.
De qualquer forma, o que foi apresentado sobre os indicadores na qualidade de vida no trabalho propicia um bom entendimento do que se precisa mensurar e avaliar para que o
binômio trabalho e qualidade de vida possa estar em consonância.
Antes de finalizarmos esse conteúdo, entenda mais sobre Modelo BPSO na escolha dos indicadores de QVT assistindo ao vídeo abaixo:
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos neste estudo que há uma gama de indicadores que são de caráter reativo e que são impostos por questões legais, como no caso das NRs, e outros de caráter proativo, que
se preocupam em prevenir acidentes e doenças ocupacionais.
Na questão da qualidade de vida no trabalho (QVT), a utilização de um modelo de gestão BPSO biopsicossocial objetiva melhores resultados na prática, o qual pode ser avaliado
usando-se os indicadores apresentados no estudo.
 PODCAST
REFERÊNCIAS
ANDRADE, S. M. de. Qualidade de vida no trabalho - Proposta de um modelo integrador do BPSO com justiça organizacional para o bem-estar de servidores públicos. Tese
(Doutorado em Administração) ‒ Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, 2016.
ARELLANO, E. B.; LIMONGI-FRANÇA, A. C. Análise crítica dos indicadores dos programas de qualidade de vida no trabalho no Brasil. In: Mundo da Saúde, v. 37, n. 2, p.
141–151, 2013.
ASSIS, M. T. Indicadores de Gestão de Recursos Humanos - Usando indicadores demográficos, financeiros e de processos na gestão do capital humano. 2. ed. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2012.
BRASIL. Ministério Da Fazenda. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho 2017. Brasília, DF: Ministério da Fazenda, 2017.
FERREIRA, M. C. A ergonomia da atividade se interessa pela qualidade de vida no trabalho?: Reflexões empíricas e teóricas. In: Cadernos de Psicologia Social do Trabalho,
v. 11, n. 1, p. 83, 2008.
GONÇALVES, D. B.; ANTÔNIO, J. R. Implantando um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional em cinco etapas. 1. ed. Sorocaba: Uniso, 2019.
LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de Vida no Trabalho - QVT - Conceitos e Práticas nas Empresas da Sociedade Pós-industrial. 2. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2004.
MOTA, K. Guia prático: aprenda como definir e utilizar os indicadores de desempenho. 42. ed. São Paulo: Qualidade, Fundação Nacional da, 2018.
SANTOS JÚNIOR, J. R. dos; BENATTI, A. L. Gestão e Indicadores em Segurança do Trabalho - uma abordagem prática. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
SHEA, T. et al. Leading indicators of occupational health and safety: An employee and workplace level validation study. In: Safety Science, v. 85, p. 293–304, 2016.
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EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, pesquise:
Human Development Report, lá você encontrará muito material sobre desenvolvimento humano.
McKinsey, uma das grandes empresas de consultoria mundial.
ENIT, para consultar as NRs.
Taxa de gravidade.
Turnover
BPSO
CONTEUDISTA
Fernando Celso Garcia da Silveira
 CURRÍCULO LATTES
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