Buscar

APX1 2020.2 formato final (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
APx1 – 2020.2 
DISCIPLINA: LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR 
Coordenação: Profª Ana Maria de Bulhões Carvalho 
 
 
Caro (a) aluno (a): 
 
Excepcionalmente esta avaliação, tradicionalmente presencial, será feita à distância, em 
função da quarentena imposta pela pandemia COVID-19. 
Os procedimentos serão semelhantes aos da AD. 
Responda na plataforma e siga as instruções. 
 Leia as questões, responda e revise suas respostas. 
 Lembre-se de que prova de literatura exige respostas completas, com exemplos. 
 
 
 
 
 
Boa prova! 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 QUESTÃO 1 (2,0 PONTOS) – Fórum sobre o filme O carteiro e o poeta 
Em O carteiro e o poeta há um exemplo de como Mário registra a fonte 
primária – a natureza –, de inspiração de seu mestre Neruda com coisas que 
ele conhecia e amava. 
Como o poeta Pablo Neruda ensinou Mário a relacionar-se com as diversas 
fontes de inspiração da poesia? (0,5) 
Como nasce a poesia? (1,0 
Quando Neruda começou a reconhecer que Mário era poeta? (0,5) 
Responda às três perguntas, e copie suas respostas para expô-las aos 
colegas, no Fórum, para incentivar uma troca. 
(As respostas serão pontuadas aqui, pois o Fórum não pontua). 
QUESTÃO 2 (2,0 PONTOS) - Sobre a relação poesia-poeta-mundo 
2.1 Abaixo há, na vertical, um rol de possibilidades de relação do poeta com diversos 
campos; na primeira linha, horizontal, há um rol de procedimentos explícitos na forma 
do poema, nas palavras que escolhe, que podem indicar um “tipo” de poesia. 
Pense no que cada uma das posturas significa e escolha a devida correspondência com 
o recurso poético predominante. 
Reflita sobre os dois aspectos e cruze-os. No ponto em que incide o 
cruzamento das duas linhas, escreva número e letra correspondente. 
Relação poeta A. intertextual B. metalinguístico C. referencial D. Eu lírico 
1. com a poesia 
2. com o mundo 
3. com obras 
4. consigo próprio 
 
2.2 Explique, em poucas palavras, o que significam as expressões resultantes 
da combinação número-letra. 
QUESTÃO 3 (2,0 PONTOS) 
Aprecie os dois poemas abaixo, ambos de Claudia Roquete-Pinto 
(In: http://notaterapia.com.br/2019/12/12/os-10-melhores-poemas-de-claudia-roquette-pinto/) 
3.1 Reflita sobre o que leu. Aponte, justifique e exemplifique a que par número-
letra, da pergunta anterior, corresponderia, a seu ver, o poema “Sítio”. 
SÍTIO, de Claudia Roquete-Pinto 
O morro está pegando fogo. 
O ar incômodo, grosso, 
http://notaterapia.com.br/2019/12/12/os-10-melhores-poemas-de-claudia-roquette-pinto/
3 
 
faz do menor movimento um esforço, 
como andar sob outra atmosfera, 
entre panos úmidos, mudos, 
num caldo sujo de claras em neve. 
Os carros, no viaduto, 
engatam sua centopeia: 
olhos acesos, suor de diesel, 
ruído motor, desespero surdo. 
O sol devia estar se pondo, agora 
— mas como confirmar sua trajetória 
debaixo desta cúpula de pó, 
este céu invertido? 
Olhar o mar não traz nenhum consolo 
(se ele é um cachorro imenso, trêmulo, 
vomitando uma espuma de bile, 
e vem acabar de morrer na nossa porta). 
Uma penugem antagonista 
deitou nas folhas dos crisântemos 
e vai escurecendo, dia a dia, 
os olhos das margaridas, 
o coração das rosas. 
De madrugada, 
muda na caixa refrigerada, 
a carga de agulhas cai queimando 
tímpanos, pálpebras: 
O menino brincando na varanda. 
Dizem que ele não percebeu. 
De que outro modo poderia ainda 
ter virado o rosto: — Pai! 
acho que um bicho me mordeu! assim 
que a bala varou sua cabeça? 
 
3.2 Repita o mesmo procedimento de leitura, reflexão e identificação de 
comportamento e procedimento, associando-os ao par número-letra, justificando 
sua escolha e dando exemplos extraídos do texto – agora com o poema 
POR QUE VOCÊ ME ABANDONA, de Claudia Roquete-Pinto 
 
 à poesia 
 
Por que você me abandona 
no vértice da vertigem 
quando a chuva cai (um Magritte) 
sobre rosas que desistiram? 
Por que novamente me perco 
entre hortênsias, no aclive, 
mais altas que homens, mais vivas 
que o Exército de Terracota? 
Sem você eu caminho no plano, 
tudo escorre 
— há um silêncio aturdido 
uma cota do que morre 
por dentro daquilo que brota. 
Sem a sua luz, o que me resta? 
Palmilhar às cegas 
um quarto de veludo 
onde o espelho, mudo, assiste 
à fuga do que reflete. 
4 
 
QUESTÃO 4 (2 PONTOS) Sobre a prosa 
Vimos, na Aula 5, que a “A ficção expõe uma história imaginada, na qual há um mundo 
análogo ao mundo real, porém inventado. A ficção é a história transformada pela 
imaginação e pela capacidade de expressão do escritor ou da escritora.” Vimos também que 
os seres humanos envolvidos na história têm basicamente duas funções: uma voz que narra, 
o narrador, vozes que se cruzam na ação, os personagens. Todos eles têm características 
físicas, intelectuais e morais, que podem ser observadas ao longo da história. 
4.1 Descreva, comente e exemplifique os personagens do conto curto: 
TRÊS UVAS-PASSAS, de Farrel Kautely (professor em Mariana, MG) 
AMANDA ATENDEU A CAMPAINHA. Parecia irritada. 
— Oi, Eduardo! — ela o cumprimentou. 
— Entra aí. Veio falar com o Hugo? 
 — Vim, sim. 
— Espera lá na cozinha, eu estava mesmo indo acordar ele. 
Eduardo adentrou a casa e foi para a cozinha, enquanto a cunhada subia para o segundo andar. 
Sentou-se junto à mesa e, para passar o tempo, começou a observar as coisas. 
Notou que não havia uma única louça na pia, suja ou limpa, achou graça na galinha preta com bolinhas 
brancas cheia de ovos no armário, estranhou o desenho surrealista no pano de prato brilhando de tão 
branco, sobre o puxador do forno do fogão. Desejou comprar um filtro de liquidificador como o que 
estava visível na única porta aberta do armário e se deu conta de que havia três uvas-passas em cima 
da mesa. 
Ora, Eduardo adorava uvas-passas. Nunca entendeu as pessoas em geral, que insistem em criticar a 
frutinha. Se não gostam, não comam. Pronto. Fazem parecer que colocar uva-passa na comida é uma 
afronta aos bons costumes a nível piada de pavê. Que, aliás, Eduardo adora. Tanto a piada quanto o 
pavê. Principalmente se tiver uva-passa. 
Pensou nessas coisas por um instante, depois pegou as três sobre a mesa e as comeu. Nem Amanda 
nem Hugo iriam se importar, disso tinha certeza. 
Achou que tinham um gosto esquisito. Dali a pouco ouviu Amanda e Hugo vindo até a cozinha, 
discutindo. 
— Só que eu falo com você, e você não move um dedo — acusou ela. 
— Como assim, não mexo um dedo? Na semana passada, você inventou que tinha um pombo morto 
em cima do telhado só pra eu ter que procurar um ninho lá. Eu subi, em tempo de cair de cima e 
quebrar a coluna ou o pescoço, e não tinha nada. Eu já falei com você que não tem nada, mas se você 
ainda insiste nisso, a gente pode ir naquele pet shop que promove adoção que lhe falei pra adotar um 
gato. 
— Você sabe que eu não gosto de bicho. 
— Pois é, foi só uma sugestão. Só que eu ainda acho que não precisa. 
— Vou lhe mostrar agora. Você não acredita em mim mesmo. Os dois entraram na cozinha. 
— Bom dia, Eduardo! — cumprimentou Hugo, animado. — Está ouvindo a nova, da Amanda? 
Amanda não dava atenção ao tom debochado do marido. Procurava por algo na mesa. 
— Cadê, Amanda? — perguntou Hugo, rindo, claramente no intuito de irritá-la por ver que ela não 
encontrava nada. 
— Você não os viu, Eduardo? 
— O quê? — perguntou Eduardo, apreensivo. 
— Três cocozinhos de rato que estavam aqui. 
5 
 
— Três o quê? 
— Cocô de rato. Eu achei dentro do armá... Eduardo levantou-se, interrompendo-a. 
— Com licença, eu vou no BLÉÉRrrrg! 
Não conseguiu terminar a frase. Vomitou todo o café da manhã na cozinha do irmão. 
In: Curtos fantásticos, vol.1 
4.2 Como e por quem é apresentado o espaço onde a ação se passa? 
QUESTÃO 5 (2,0 PONTOS) Sobre o fantástico 
Leia o conto abaixo com bastante atenção. 
Próximo,de Taís Turaça Arantes 
(In: Curtos-Fantásticos-vol1.pdf) 
Pela extremidade da agulha, uma senhora se esforça para passar uma linha branca. 
Suas irmãs observavam e ajudavam. Embora parecesse simples a atividade, as pobres 
mulheres se empenhavam em executá-la. Coser aquele pano exigia um grande empenho. 
Não muito longe dali, um homem sentado em um barco observa a paisagem. Ele 
olha tudo ao seu redor e, com uma calmaria, analisa cada pessoa que entra em seu 
barco. Sempre sentado com o remo na mão, ele fica à espera de que as pessoas cheguem 
para atravessar ao outro lado do rio. É sempre uma grande felicidade quando elas 
chegam e pagam pelo passeio. Fica perceptível a satisfação do homem na execução de 
seu trabalho. É uma pena que eu nunca poderei fazer esse passeio. 
Do outro lado do rio, cinco cabeças se aconchegam e ficam a observar qualquer 
movimento nas águas. É sempre assim. Uma pessoa desce na margem e lá estão eles se 
inclinando sobre as patas dianteiras, abanando o rabo. Sem contar aquele olhar com as 
pupilas dilatadas esperando ansiosamente por guloseimas. 
Em meio a isso, um homem começa a questionar comigo sua posição em tal lugar. 
Eu poderia descrever mais sobre o local em que estou agora, mas são complicadas essas 
questões de relações humanas. Esse é meu trabalho. Minhas têmporas doem só de ter 
que ficar anotando as reclamações das pessoas. Eu acho aqui tão bonito, mas isso não 
quer dizer que todos achem. 
O cliente insatisfeito enche meus ouvidos de protestos: 
— É um pouco complicado o caminho que trilhei até aqui. Muitas escolhas me 
trouxeram até este momento. Mas essa lista que me entregaram para analisar é uma 
grande mentira e eu preciso me posicionar. Pelo menos, para esses três primeiros itens. 
Ele apontou para o papel e continuou: 
— O primeiro aconteceu há uns três anos em uma noite quando eu voltava do 
trabalho. Gostaria de deixar claro que eu sempre fui alguém cheio de princípios e nunca, 
em hipótese nenhuma, busquei o mal de outras pessoas. É preciso esclarecer que eu 
tenho uma prima de 32 anos, e que ela é estranha. Acredita que ela tem essa idade, 
mora sozinha e não tem uma família ainda? Então, nesse período minha mãe me disse 
que ela tinha conhecido alguém no ônibus. Achei bem debochado alguém se interessar 
por ela, visto que ela usava óculos e estava fora de forma. Aí aconteceu algo que não 
estava nem nos meus planos: no dia do encontro, ela teve que passar na casa da minha 
mãe para entregar alguma coisa, que eu não lembro agora o que era; da minha tia para a 
minha mãe. Nossa, foi então que eu vi como ela tinha se arrumado! Mesmo que as 
6 
 
pessoas pensem que eu fui sem educação ou uma pessoa má, eu não podia deixar de 
avisar à minha prima que o cabelo dela não estava bonito e que, por mais que ela se 
esforçasse em se arrumar, o máximo que ela conseguiria era ser simpática. Existe um 
grande problema por parte das pessoas em não aceitarem a verdade, e eu não podia 
fazer nada a respeito disso. 
— O outro ponto da lista de que discordo completamente é algo que nem deveria 
estar sendo cogitado. Eu sempre me esforcei muito no meu trabalho. Diga-se de 
passagem, eu nunca errei um cálculo e carregava a equipe nas costas. Então, quando a 
equipe do Departamento Pessoal errou um cálculo de bônus de final de ano e me 
depositou trezentos reais a mais, eu não achei necessário ter que avisar. O tempo passou 
e ninguém nunca me questionou sobre o valor. Resumindo, não tenho culpa nenhuma 
desse ocorrido. 
Antes de ele começar a falar novamente, eu tentei interromper: 
— Senhor, você percebeu que a fila atrás de você está aumentando? Eu realmente 
entendo o seu lado, mas até agora eu não escutei nenhum argumento que colocasse em 
dúvida as coisas acontecidas na lista. Então, por gentileza, eu gostaria que o senhor se 
retirasse da fila de questionamentos. 
Acredita que isso não adiantou, e o homem continuou a falar? 
— Eu não tenho culpa se a minha ex-esposa precisava que eu cuidasse do nosso 
filho para ela passear no sábado. É obrigação da mãe ficar com a criança! Todo mundo 
sabe disso! Eu tinha compromisso, eu já tinha marcado de sair com os meus colegas do 
trabalho e deixo bem claro que eu já tinha ido visitar o meu filho no sábado anterior. 
Nesse momento, o homem branco, de cabelos castanhos claros, que aparentava ser 
um rapaz de trinta anos, começou a ficar vermelho de raiva. Eu conseguia ver em seu 
rosto uma expressão de ódio. Ele pegou a lista, rasgou-a e jogou tudo na minha cara. 
Nesse momento, eu fechei os olhos e contei até três para não ser mal-educado. Abri os 
olhos e disse: 
— Senhor, por gentileza coloque a sua mão no seu bolso direito. O homem colocou 
a mão e ficou incrédulo. Lá estava a lista em perfeitas condições. Ele ficou perplexo, você 
tinha que ver a cara dele! Ele olhou para mim com a boca aberta e tentou balbuciar 
algumas palavras, mas não conseguiu. 
Eu, calmamente, respondi: 
— Senhor, eu só trabalho aqui. Não é porque eu tenho cascos ao invés de pés, que 
minha pele é vermelha e que eu tenho chifres que eu seja o próprio Diabo. Veja bem. 
Após passar por aqui, o senhor ainda vai ter que entrar na fila para entregar a moeda ao 
barqueiro, atravessar o rio até o mundo dos mortos, e ainda passar pelos cães de várias 
cabeças que guardam a entrada do submundo! 
Nesse momento, eu percebi que estava me alterando, tentei manter a compostura. 
— Olhe, eu realmente entendo o seu lado, mas eu não tenho como discutir o destino 
tecido no seu fio da vida. O homem, meio confuso, saiu da minha frente. Digo que me 
senti lisonjeado ao ser confundido com o próprio Diabo. Logo eu, um simples demônio de 
tipo 1. Respirei fundo e gritei: 
— Próximo! 
Taís Turaça Arantes, 199, MS. Pedagoga e formada em Letras, mudou-se o Rio de 
Janeiro cursar o Doutorado em Psicologia Social na UERJ. 
Se você fez uma leitura atenta, deve ter percebido que a ação do conto se desenvolve em 
um lugar especial, com personagens especiais, evocando uma cena que as Mitologias 
grega e romana evocam. Mas há um narrador que é de outra ordem mitológica. 
7 
 
Para ficar mais à vontade para responder, vá a um dicionário virtual mitológico, busque os 
nomes dos personagens envolvidos e suas funções. 
5.1 Após realizar a pesquisa responda: (0,25 cada, total 1,0) 
a) Quem são as “costureiras”? 
b) O barqueiro? 
c) Os cães de várias cabeças? 
d) A que lista de perguntas o homem que chega se refere? 
5.2. Sobre o narrador, diga: (total 1,0) 
e) Quem é o narrador? 
f) ele se manifesta de duas maneiras. Descreva-as e exemplifique. (0,50) 
g) O narrador diz, logo no início do relato, ser uma “uma pena que eu nunca 
poderei fazer esse passeio”. A que está se referindo?

Continue navegando