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A Célula - Características e Descobertas

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14/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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A célula 
A célula é a unidade básica da vida, seu tamanho geralmente é menos do que o poder de resolução do
olho humano, o qual é de aproximadamente 0,1 mm. Dessa forma, o descobrimento da célula e seu
estudo, só foram possíveis com o desenvolvimento de aparelhos que aumentassem o poder de resolução
do olho humano, os microscópios.
Primeiros microscópios
Lentes de aumento e aparelhos com uma lente que permitiam a ampliação de imagens existiam na
Europa desde o século XIII. O primeiro microscópio composto, ou seja, formado por duas lentes, uma
objetiva e uma ocular, surgiu na Holanda, em 1590, inventado pelos fabricantes de óculos Hans e seu
filho Zacharias Janssen. Permitia um aumento de apenas nove vezes não teve impacto direto na ciência.
Contudo, a partir daí começaram a surgir outros modelos de microscópios, com maior poder de
amplificação.
Em 1625, Galileo Galilei ficou sabendo dos experimentos de Hans e seu filho e, com isso, começou a
trabalhar com lentes e fabricar seu próprio microscópio. Na verdade, o aparelho foi inicialmente
descrito como um “telescópio modificado para ver objetos de muito perto”. Johannes Faber, amigo de
Galileo, conferiu ao instrumento o nome de microscópio, antes chamado de "occhialino".
Robert Hooke em 1665 utilizando um microscópio fabricado por ele mesmo observou pela primeira vez
as “células”. Examinando uma lâmina de cortiça ao microscópio ele observou que os poros se pareciam
com as celas onde viviam os monges, e a partir daí cria o termo célula, que aparece pela primeira vez na
obra Micrografia. Na verdade, Hooke observou apenas o envoltório das células já mortas (parede
celular).
Microscópio de Leewenhoek 
Nascido em 24 de outubro de 1632, em Delft, Holanda Anton Van Leeuwenhoek eraProprietário de uma
empresa têxtil e porteiro da prefeitura de Delft Tinha como paixão o polimento de lentes – produziu
cerca de 400 lentes.
Construiu um microscópio de uma única lente que permitia um aumento de 300x. Com esse
microscópio foi possível realizar a observação de microrganismos, glóbulos vermelhos e
espermatozoides. Além de observar vários materiais – fibras de seda, pelos de animais, pernas de
insetos. Observando amostras de água coletados em uma poça de chuva, notou a presença de “pequenos
animais” nadando. Observando o sangue do próprio dedo observou os glóbulos vermelhos, também fez
observações do protozoário, possivelmente Giardia lambia, em uma amostra de suas fezes durante um
episódio de diarreia.
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Figura 1 – Microscópio simples utilizado por Anton van Leeuwenhoek. Modificado de Moreira (2013).
 
Examinando a cauda de peixe, descobriu os capilares sanguíneos. Descreveu espermatozoides de
insetos, cães e humanos. Observou que o fermento consistia em partículas globulares diminutas, as
leveduras. 
Leeuwenhoek descreveu seus achados à Sociedade Real de Londres, por carta, em 1674. A Sociedade
Real ficou intrigada – seria verdade tudo isso? Pediram o microscópio de Leewenhoek emprestado, o
qual não foi enviado. 
Robert Hooke e Nehemian Grew foram incumbidos de construir o melhor microscópio possível para
verificar se o que Leeuwenhook alardeava era verdade. A Sociedade Real prestou honras ao “inculto”
holandês em 1860 – Leeuwenhoek foi eleito como um de seus membros. Várias personalidades da
época foram ver de perto seu microscópio (e os microrganismos), como o czar Pedro I da Rússia, o rei
James II da Inglaterra e o imperador Frederick II da Prússia. Leeuwenhoek continuou suas observações
até o fim da vida, aos 90 anos de idade, e manteve em segredo a fabricação de sua lente. 
Teoria celular 
No século XIX, o botânico Matthias Schleiden e o zoólogo Theodor Schwann, ambos alemães, criam a
teoria celular. Todos os seres vivos são formados por células. Na verdade, os dois pesquisadores não
trabalhavam juntos e chegaram a tal conclusão independentemente. 
Em 1833, o botânico escocês Robert Brown (1773-1858) constatou que a grande maioria das células
tinha uma estrutura interna ovoide ou esférica, a qual chamou de núcleo. Hoje sabe-se que tal estrutura
contém o material genético nas células eucarióticas e controla as funções da célula. 
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A maioria mede de 10 a 100 micrômetros (µm) – ou seja, 0,01 a 0,1 mm. Esse tamanho é limitado pela
razão entre a área e o volume da célula. Quando o tamanho da célula aumenta, o volume aumenta em
proporção maior que a área, causando problemas para a troca de gases entre a célula e o meio externo,
além de aumentar a necessidade de alimentação. Por causa da relação área-volume, a diferença de
tamanho entre 
indivíduos da mesma espécie é consequência do número de células, não do tamanho delas.
Célula procariótica x célula eucariótica
Todas as células possuem alguns componentes, sendo eles: 
Membrana plasmática – uma superfície limitante formada por fosfolipídios, mantém a célula separada
do ambiente externo, controlando a entrada e saída de substâncias.
Hialoplasma (citoplasma) – material gelatinoso, formado por íons e moléculas orgânicas e inorgânicas
dissolvidas em água.
Ribossomos – estruturas granulares formadas por RNA e proteínas. Nos ribossomos ocorre a síntese de
proteínas.
Material genético (DNA) – molécula que contém as informações para a síntese de proteínas, e
consequentemente para coordenar todo funcionamento da célula.
As células procarióticas têm somente esses quatro componentes. As enzimas encontram-se soltas pelo
citoplasma, sem a separação por membranas, e ali ocorrem as reações químicas da célula.
Célula eucariótica
A célula eucariótica possui além desses componentes listados acima, um núcleo, envolvido por uma
membrana (carioteca) e organelas delimitadas por membranas. O termo organelas significa “mini
órgãos”, uma vez que nelas as ocorrem cada uma das funções básicas da célula separadamente.
 
Organelas
Em uma célula eucariótica podem ocorrem diferentes organelas, dependendo da função da célula.
Algumas das organelas encontradas são:
Mitocôndrias- organelas de formato esférico ou alongado que se destacam por sua capacidade
de produzir energia para a célula na forma de 
ATP.
Retículo endoplasmático- organela membranosa que forma uma espécie de rede complexa. Em
algumas porções dessa estrutura, é possível observar a presença de ribossomos aderidos, sendo essa
região denominada de retículo endoplasmático 
granular ou rugoso, atua nasíntese de proteínas. Nas porções em que não há ribossomos na membrana,
a denominação correta é retículo endoplasmático agranular ou liso, atuaprodução de esteroides e de
fosfolipídios, neutralização de 
substâncias nocivas e liberação de íons (como nos músculos).
Complexo golgiense- organela formada por várias vesículas achatadas e distribuídas uma sobre as
outras (empilhadas). Como função dessa organela, podemos citar modificações, empacotamento e
endereçamento de moléculas.
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Lisossomos- trata-se de estruturas envoltas por membrana que contém em seu interior mais de 40
enzimas relacionadas com a digestão intracelular. Apesar de estarem presentes em todos os tipos
celulares, são encontrados em maior quantidade naqueles que realizam fagocitose, como algumas
células de defesa do organismo.
Peroxissomo - organela esférica delimitada por membrana, é responsável por oxidar substratos
orgânicos. Nessa reação, o peroxissomo produz peróxido de hidrogênio, que équebrado no interior
dessa organela.
Plastídios - organelas típicas das células vegetais.O plastídio mais conhecido é
o cloroplasto, organela responsável pelo processo de fotossíntese e rica em clorofila, um pigmento que
dá cor verde às plantas. Além dos cloroplastos, são exemplos de plastídios o cromoplasto e o
leucoplasto.
A célula eucariótica deve ter surgido da procariótica por dois processos: 
Invaginações da membrana plasmática, formando canais e vesículas (carioteca, retículo
endoplasmático, complexo de Golgi). 
Endossimbiose mutualística– organelas como as mitocôndrias e os cloroplastos surgiram de células
procarióticas que foram englobadas por célula, mas ao invés de serem digeridas, passaram viver em seu
interior 
Parede celular
A parede celular envolve a membrana celular e fornece à célula suporte estrutural e proteção. Presente
em plantas, algas, fungos, arqueias e bactérias. Existem diferenças nas composições químicas – nas
plantas e algas é formada de celulose (um carboidrato), nos fungos de quitina (carboidrato) e nos seres
procariontes é formada por glicoproteínas. 
 
Cromossomos
Nas células em processo de divisão é possível observar corpúsculos em forma de bastonete, facilmente
visíveis ao microscópio óptico, os cromossomos. São filamentos de DNA dobrados e enrolados várias
vezes sobre eles mesmos. A sua forma compacta facilita o movimento do material genético durante a
divisão celular. 
Antes da célula se dividir os cromossomos são duplicados, aparecem como dois filamentos compactos,
cromátides. As cromátides permanecem ligadas por uma região 
chamada centrômero. As cromátides que pertencem ao mesmo cromossomo são chamadas cromátides
irmãs. Conforme a posição do centrômero, os cromossomos podem ser divididos em metacêntricos,
submetacêntricos, acrocêntricos e telocêntricos.
Cariótipo 
 
É fácil contar os cromossomos de uma célula e perceber que eles têm formas (em relação a posição do
centrômero) e tamanhos diferentes. Cada espécie de ser vivo tem sua própria coleção de cromossomos,
o cariótipo.
Tecidos 
 
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As células se agrupam formando tecidos. Conjunto de células especializadas, iguais ou diferentes entre
si, separadas ou não por líquidos e substâncias intercelulares, que realizam determinada função num
organismo multicelular. As substâncias que ficam entre as células formam a matriz extracelular. 
Os tecidos em animais podem ser classificados em quatro categorias básicas: o tecido epitelial, o
conjuntivo, o muscular e o tecido nervoso. 
Já em plantas, os tecidos podem ser agrupados em: tecido de preenchimento, de revestimento e tecidos
de condução. Os tecidos se combinam em diferentes proporções formando os órgãos.
Referências:
JUNQUEIRA, L.C. & CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004.
LINHARES, S; GEWANDSZNAJDER, F.Biologia. Editora Ática, 2007.
Moreira, C., (2013) Microscópio ótico, Revista de Ciência Elementar, V1(1):007