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S ÍNDROME DA D I LATAÇÃO VÓLVULO - GÁSTR I CA EM CÃES SABR INA T . M . SATO S ÍNDROME DA D I LATAÇÃO VÓLVULO - GÁSTR I CA EM CÃES 1) Descreva sobre as alterações anatômicas que acometem as vísceras abdominais quando ocorre a DVG. A síndrome da dilatação gástrica, ou DVG, é uma enfermidade que afeta, predominantemente, os cães de grande porte (animais de pequeno e médio porte também podem ser afetados) podendo até mesmo haver risco de óbito. Esta doença afeta o estomago do animal e acontece em decorrência de uma obstrução, normalmente causada por alimentos, do piloro. Devido ao acumulo de gás associado a obstrução acaba ocorrendo uma distensão estomacal. A resposta ao deslocamento pilórico e do antro em direção à parede esquerda do abdome, tanto o corpo quanto o fundo estomacal deslocam-se até o lado direito da parede.Consequentemente, ocorre o chamado ‘’volvo’’ (grau de torção acima de 180 graus) ou torção no sentido horário (grau de rotação inferior a 180 graus). Esta rotação também pode afetar o baço, podendo acontecer no sentido horário ou anti-horário. Se estefor o caso, o animal pode apresentar congestão venosa. A rotação gástrica também pode ser citada como uma das responsáveis pela congestão do baço, porque a rotação provoca a obstrução do ligamento gastroesplênico e, consequentemente, a compressão dos vasos sanguineos, provocando a congestão. S ÍNDROME DA D I LATAÇÃO VÓLVULO - GÁSTR I CA EM CÃES 2) Descreva a fisiopatologia gástrica e respiratória desta afecção cirúrgica. Nos casos de síndrome da dilatação gástrica as alterações fisiopatológicas estomacais são varias, podendo ser leves até mesmo graves, além de que um quadro de isquemia pode ser a origem destas alterações. Por exemplo: a musculatura longitudinal, submucosa e a camada serosa são afetadas por alterações histopatológicas (ex:hemorragia e necrose). Nos pacientes afetados por esta enfermidade, a isquemia gástrica acontece em decorrência de uma série de mudanças fisiopatológicas que aparecem devido a pressão exercida no estomago, visto que esse aumento na pressão causada pela presença de liquido e gás torna o fluxo inativo e provoca congestão venosa na região. As complicações ligadas ao fluxo sanguíneo associado as condições cardiovasculares fazem com que o animal apresente um quadro isquêmico gástrico. Outras alterações relacionadas à DVG devem ser salientadas, Como a necrose e o infarto, por exemplo. Este último acontece devido a uma piora no quadro isquêmico preexistente. Também é importante destacar o fato de que no quadro isquêmico gástrico as lesões em decorrência da ação do ácido clorídrico e por reperfusão são condições ligadas às alterações vistas nos casos de DVG. S ÍNDROME DA D I LATAÇÃO VÓLVULO - GÁSTR I CA EM CÃES 3) Disserte sobre a possibilidade de tratamento para estes pacientes. Nos pacientes acometidos por esta doença, o tratamento deve iniciar com uma gastrocentese. O objetivo deste procedimento é promover uma diminuição da pressão sobre o estomago. Esta técnica deve ser realizada na região do abdome que apresenta algum estagio de timpanismo elevado. Os cateteres utilizados podem ser de número 18, 16 e 14. Em sequencia, a prioridade deve ser a remoção da maior quantidade possível de gases e demais conteúdos gástricos, podendo até mesmo ser feita uma lavagem gástrica.O procedimento só deve ser posto em pratica com intubação e após a anestesista autorizar. Feito isso, então deve-se começar o tratamento propriamente dito, pode ser feito de duas formas: método cirúrgico e método conservador. O método de tratamento cirúrgico trata-se de uma gastrectomia parcial e de uma gastropexia. Essa, por sua vez, deve ser feita nos casos eu apresentarem necrose gástrica, havendo até a possibilidade de ser feita com uso de equipamento de autogrampeamento GIA, ou ainda pelos métodos de sutura ou ressecção. Já a gastropexia, pode ser realizada por tubo ou por incisão, é feita com o objetivo de reduzir as chances de recidivas. Já o tratamento conservador trata-se de um procedimento que baseia-se em dar continuidade a remoção do conteúdo gástrico previamente iniciada através de uma sonda nazogastrica que serve para S ÍNDROME DA D I LATAÇÃO VÓLVULO - GÁSTR I CA EM CÃES 3) Disserte sobre a possibilidade de tratamento para estes pacientes. (continuação) remover conteúdo e realizar a nutrição do animal; além de aplicar a antibioticoterapia de amplo aspecto; e na aplicação de técnicas que visem evitar as lesões por reperfusão. Deve-se usar ranitidina eomeprazol como métodos para inibir a secreção gástrica no intuito de aumentar a proteção da mucosa. Já a analgesia é feita com admnistração de opioides. S ÍNDROME DA D I LATAÇÃO VÓLVULO - GÁSTR I CA EM CÃES 4) Quais são os riscos e as complicações pós- operatória. Explique! Quanto a complicações pos operatórias podem se citar várias e por diversos motivos, até mesmo problemas decorrentes em relação a técnica utilizada como, por exemplo, o aparecimento de ulceras gástricas após ter sido feito tratamento cirúrgico com base na técnica de enfossamento. Também é possível que apareçam lesões na mucosa estomacal causadas em decorrência a isquemia, e devido a necrose gástrica ainda é possível que ocorra perfuração estomacal (determinante para desenvolvimento de um quadro de peritonite séptica). Ainda é possível que em decorrencia dos procedimentos de fluidoterapia e lavagem gástrica haja um quadro de hipocalcemia. Após ter sido feita a gastropexia profilática, há a probabilidade de que o animal venha a apresentar alguns sinais clínicos como diarréia, vômitos e falta de apetite, entretanto, esses sinais são de caráter autolimitante e raramente se manifestam. Em outros casos, pacientes submetidos ao mesmo procedimento, podem apresentar arritmias ventriculares, infecções e reações de sutura, pneumonia aspirativa e formação de seroma. Estas arritmias ventriculares ocorrem devido a reações que provocam isquemia do miocárdio. S ÍNDROME DA D I LATAÇÃO VÓLVULO - GÁSTR I CA EM CÃES 4) Quais são os riscos e as complicações pós- operatória. Explique! (continuação) A queda na perfusão coronária e do retorno venoso levam a um decrescimento no debito cardíaco, consequentemente, ocorre o quadro de isquemia já mencionado. Esse conjunto de reações e processos provoca lesões no miocárdio e, consequentemente, arritmias ventriculares. REFERÊNC IAS : DELABONA, Fernanda Zarur. Dilatação vólvulo gástrica: revisão e relato de caso. Curso de Medicina Veterinária, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2015. FOSSUM, Theresa Welch. Dilatação vólvulo-gástrica. In: FOSSUM, Theresa Welch. Cirurgia de Pequenos Animais. 4. ed. Mosby Elsevier, 2015. p. 1348- 1365. GALVÃO, André Luiz Batista. SÍNDROME DILATAÇÃO- VOLVO GÁSTRICA - REVISÃO LITERÁRIA. Revista CientÍfica Eletrônica de Medicina VeterinÁria, v. 15, n. 7, p.1-14, jul. 2010. MACKENZIE, G. et al. A retrospective study of factors influencing survival following surgery for gastric dilatationvolvulus syndrome in 306 dogs. Jounal of the Amer RASMUSSEN, L. Estômago. In: SLATTER, D. Manual de cirurgia de pequenos animais. 3.ed. São Paulo: Manole, 2007. p.592-644. STROMBECK, D.R.; GUILFORD, W.G. Gastric dilatation, gastric dilatation-volvulus, and chronic gastric volvulus. In: Small animals gastroenterology. 3.ed. Philadelphia: Saunders, 1996. p.303-317.
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