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FUNDAMENTOS DE 
FARMACOTÉCNICA
Keline Lang 
Incompatibilidades 
farmacotécnicas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar incompatibilidades farmacotécnicas.
  Selecionar a base mais apropriada em função dos ativos utilizados.
  Reconhecer problemas gerados por incompatibilidades causadas 
por ativos e excipientes.
Introdução
Neste capítulo, você vai compreender a importância de reconhecer 
antecipadamente as incompatibilidades farmacotécnicas a fim de evitá-
-las e, assim, manter as propriedades físico-químicas e terapêuticas dos 
fármacos e preparações farmacotécnicas. Conseguirá, ainda, identificar 
os adjuvantes farmacêuticos mais adequados em função dos fármacos 
utilizados, além de reconhecer os problemas causados pelas incompa-
tibilidades entre fármacos diferentes na mesma formulação e/ou entre 
fármacos e excipientes farmacêuticos.
O que são incompatibilidades farmacotécnicas?
A incompatibilidade é o resultado de uma interação física, química e/ou físico-
-química entre dois ou mais componentes de uma preparação farmacêutica 
que pode prejudicar a ação farmacológica do fármaco, prejudicar o usuário 
devido ao surgimento de produtos tóxicos de reação, modifi car o conteúdo 
fi nal do fármaco no medicamento (e, por consequência, a sua dose), além de 
alterar o aspecto da formulação. Essas incompatibilidades podem ocorrer 
entre as substâncias ativas, entre os adjuvantes farmacêuticos (excipiente), 
entre as substâncias ativas e os excipientes, bem como entre o fármaco, o 
excipiente farmacêutico e o material de embalagem ou impurezas presentes 
na formulação (FERREIRA; BRANDÃO, 2011). 
Para desenvolver uma formulação, é necessário conhecer as características 
físicas, químicas, físico-químicas e biológicas de todas as substâncias ativas e 
adjuvantes a serem usadas na preparação. Para isso, o fármaco e os excipientes 
devem ser compatíveis uns com os outros para produzir um medicamento 
estável, eficaz, fácil de administrar e seguro. Além disso, esse medicamento 
deve ser acondicionado em recipientes que mantenham suas características 
iniciais (ALLEN JÚNIOR; POPOVICH; ANSEL, 2013). As incompatibilidades 
farmacotécnicas podem ser químicas, físicas e/ou físico-químicas.
Incompatibilidades físicas
Conforme Ferreira e Brandão (2011), as incompatibilidades físicas de prepara-
ções farmacêuticas podem ocasionar problemas na dispersão de componentes 
da formulação, o que poderia resultar em um paladar desagradável e acarretar 
erros de dose durante a administração (devido a não uniformidade de dose 
na formulação), além de modifi car as características biofarmacêuticas. Elas 
podem ser classifi cadas em:
  mistura heterogênea;
  precipitação do fármaco;
  separação de líquidos imiscíveis;
  liquefação de ingrediente sólido;
  características organolépticas desagradáveis.
A seguir, veremos cada uma dessas incompatibilidades.
Mistura heterogênea
Ao combinar duas ou mais substâncias que resultariam em uma mistura ho-
mogênea, essas substâncias passam a resultar em uma mistura heterogênea, 
devido à imiscibilidade (entre componentes líquidos) ou à insolubilidade (entre 
um componente sólido e um meio líquido). Por exemplo, silicone é imiscível 
em água e gomas são insolúveis em álcool.
Incompatibilidades farmacotécnicas2
Entenda os conceitos de solubilidade, miscibilidade e dissolução.
  Solubilidade: máxima quantidade de soluto que pode ser dissolvida em certa 
quantidade de solvente à determinada temperatura (CHANG; GOLDSBY, 2013). 
As soluções são formadas por dois componentes: o soluto, que é a substância 
dissolvida, e o solvente, que é a substância que dissolve o soluto (ROSENBERG; 
EPSTEIN; KRIEGER, 2013).
  Dissolução: ato de misturar um soluto em um solvente.
  Miscibilidade: quando dois líquidos são completamente solúveis um no outro, 
em todas as proporções (CHANG; GOLDSBY, 2013).
Precipitação do fármaco
A precipitação do fármaco pode ocorrer devido a incompatibilidades físicas 
e físico-químicas. Geralmente, uma precipitação ocorre quando, em uma 
solução (mistura homogênea de duas ou mais substâncias), uma substância 
precipita devido à adição de outro solvente no qual ela é insolúvel. Porém, 
também pode ocorrer a precipitação do fármaco se uma solução supersaturada 
estiver em condições de estresse externo como agitação, calor ou trepidação 
dos frascos onde a solução está contida. Por exemplo, resinas que estão em 
solução alcoólica precipitam quando se adiciona água.
Separação de líquidos imiscíveis
É o caso dos líquidos que possuem pouca afi nidade em relação a ligações 
moleculares, porém, mantêm-se miscíveis até a adição de algum componente 
com maior afi nidade por parte de algum dos líquidos. Essa separação ocorre, 
por exemplo, com óleos dissolvidos em álcool quando se adiciona água, ou 
seja, há uma desestabilização da formulação com a adição de água, uma vez 
que a parte apolar do etanol liga-se ao óleo, que é apolar, porém, o etanol é 
infi nitamente solúvel em água e, por isso, com a adição da água, ocorre a 
separação de fases.
3Incompatibilidades farmacotécnicas
Liquefação de ingredientes sólidos
Ocorre quando misturas sólidas se liquefazem, ou seja, passam do estado 
sólido para o líquido. Isso acontece devido à formação de misturas eutéticas 
ou à liberação de água de hidratação. 
A mistura eutética resulta da mistura de componentes sólidos, conferindo a essa mistura 
um ponto de fusão inferior ao de qualquer outro componente isolado, ou seja, é uma 
mistura de sólidos que se liquefaz ou se torna pastosa em temperatura ambiente.
Em inúmeras situações, esse tipo de evento físico pode objetivar uma 
posterior incorporação de dois componentes (antes sólidos) em forma líquida, 
como em uma formulação semissólida, por exemplo, na incorporação de mentol 
e cânfora em gel de carbopol® (ácido poliacrílico).
Isso também ocorre em formulações sólidas do tipo misturas de pós ou 
comprimidos, com substâncias que absorvem a umidade do ar e se liquefazem 
parcial ou totalmente, as chamadas substâncias deliquescentes (FERREIRA, 
2005). Como exemplo, estão os sais de amônio, brometo de cálcio, cloreto de 
cálcio, entre outros.
Características organolépticas desagradáveis
As características organolépticas analisadas em uma preparação farmacêutica 
são: aspecto, cor, odor e sabor. O aspecto é alterado, principalmente, quando 
ocorrem as reações citadas, que geram mistura heterogênea, precipitação do 
fármaco (quando visível), separação de líquidos imiscíveis e liquefação de 
ingredientes sólidos. 
Em caso de alteração de cor, pode-se citar a reação de Maillard, que ocorre 
entre a amina primária e o açúcar redutor, gerando um produto amarelo-amar-
ronzado. A glicerina pode escurecer na presença de luz quando em contato 
com óxido de zinco ou nitrato básico de bismuto. Sabor e odor desagradáveis 
podem ocorrer em diversas reações químicas, como oxidação, fotólise e hi-
drólise. A alteração das características organolépticas pode dificultar a adesão 
do paciente ao tratamento, por isso, devem ser controladas.
Incompatibilidades farmacotécnicas4
O que são incompatibilidades químicas?
Para Ferreira e Brandão (2011), pode-se caracterizar incompatibilidades quí-
micas como uma transformação parcial ou total das substâncias presentes na 
formulação, gerando compostos secundários com novas propriedades químicas 
e, consequentemente, biofarmacêuticas.
Para as definições de farmacocinética e farmacodinâmica, 
acesse o link a seguir (FARMACOCINÉTICA..., 2015).
https://goo.gl/9VEVK5
Veja a seguir os tipos de incompatibilidades químicas.
Formação de compostos muito pouco solúveis
Há três situações em que pode ocorrer a precipitação. São elas:
  A adição de sais de reação ácida ou básica (sais provenientes de reações 
químicas) em soluções contendo substâncias ácidas ou básicas fracas, 
pouco solúveis, resulta na precipitação dessas substâncias pelo fato de 
ocorreralteração do pH da solução. Com isso, conhecer os pHs com-
patíveis com os componentes da formulação é essencial para garantir 
a compatibilidade da preparação farmacêutica.
  A adição de um mesmo íon já presente na formulação. Isso ocorre em 
soluções saturadas ou quase saturadas, diminuindo a solubilidade do 
sal. Por exemplo: ocorre a precipitação em soluções que contenham 
substâncias em forma de cloridratos e que são isotonizadas (equilíbrio 
molecular) com cloreto de sódio. 
  Na reação iônica entre os componentes de uma formulação que resulta na 
formação de um sal insolúvel ou pouco solúvel que, devido à diminuição 
da solubilidade do produto, provoca a precipitação ou turbidez. Por 
exemplo: o laurel sulfato de sódio, como outros tensoativos aniônicos, é 
5Incompatibilidades farmacotécnicas
incompatível e forma precipitado insolúvel com substâncias catiônicas, 
como cloridrato de procaína, cloridrato de tetracaína, e com íons como 
cálcio, bário e metais pesados. 
Reações de oxidação
A reação de oxidação ocorre quando um átomo ou molécula perde elétrons 
que são aceitos por outros átomos ou moléculas. O processo de degradação 
de fármacos devido à oxidação ocorre pela presença da molécula de oxigênio 
que, estando na forma diradical (•O - O•), ou seja, com elétrons livres, pode 
iniciar reações em cadeia e resultar na quebra de moléculas do fármaco. Essas 
reações ocorrem, principalmente, pela ação de catalisadores como íons metais 
pesados, peróxidos, luz e calor. O pH alcalino aumenta os íons hidroxila, o 
que favorece a oxidação.
Existem diversos fármacos susceptíveis à oxidação, como morfina, fenilefrina, óleos, 
gorduras, vitaminas, corticosteroides, entre outros. Veja a reação de oxidação do 
paracetamol.
CH3 CH3
C
N
O
O
H2O2
NH
OH
paracetamol N-acetil-p-benzoquinonaimina
Peroxidase
C O
Reação de redução
Ao contrário da oxidação, na redução, o átomo ou molécula ganha elétrons. 
Essa reação causa menos incompatibilidades em relação à oxidação, mas cabe 
citar que os medicamentos que contêm fenóis (tensoativos, emulsifi cantes, 
antioxidantes, entre outros), ácido ascórbico e alguns outros são sensíveis à 
redução.
Incompatibilidades farmacotécnicas6
Veja um exemplo da reação de redução de nitrazepam (benzodiazepínico).
O2N
Nitrazepam
H2N
H
N
H
N
O
N
O
N
Fotólise ou fotodegradação
Fotólise é o processo de degradação de moléculas orgânicas por meio da 
radiação luminosa. Esse processo abrange, em geral, os radicais livres, que 
dão início ao rompimento das ligações químicas de uma molécula com a 
formação de íons. 
A luz é um catalizador de reações de degradação, principalmente, de 
reações de oxidação, pois, devido ao fato de a captação de luz provocar a 
ativação das moléculas, há emissão da frequência recebida, o que pode gerar 
a fluorescência, ou fosforescência, ou ainda, pode provocar a decomposição 
da molécula (fotólise). A intensidade da luz, seu comprimento de onda, além 
do tempo de exposição determinarão como será a reação. 
O peróxido de hidrogênio, conhecido como água oxigenada, também está sujeito à 
fotólise. Veja a equação química:
H2O2 (aq) H2O2 (I) + 1/2 + O2 (g)------->
Luz
Por causa de sua sensibilidade à luz, o peróxido de hidrogênio deve ser embalado em 
frascos de vidro escuro (âmbar) ou de plástico opaco. Caso contrário, será decomposto 
pela radiação e liberará oxigênio.
7Incompatibilidades farmacotécnicas
Muitos fármacos são fotossensíveis como, por exemplo, a nifedipina (va-
sodilatador), a vitamina A, o ácido fólico (vitamina B9), a prednisolona (anti-
-inflamatório esteroidal), entre outros.
Hidrólise
A reação de hidrólise ocorre quando uma molécula reage com moléculas de 
água, gerando álcool e ácido carboxílico. Ésteres, amidas substituídas, lactonas 
e anéis lactâmicos são susceptíveis à hidrólise e, como estão presentes em 
grande parte dos fármacos, trata-se de uma reação de decomposição bastante 
frequente. A velocidade da reação de hidrólise é afetada não só pela presença 
de água, mas também do pH do meio em que o fármaco se encontra (no caso 
de estar diferente do pH ideal para todos os insumos utilizados), ácidos e 
bases (como tampões), concentração do fármaco, temperatura (o aumento de 
temperatura acelera a reação), além da presença de catalisadores que aceleram 
a reação.
Veja três reações diferentes de hidrólise, com alguns exemplos de fármacos 
correspondentes. 
1. Hidrólise de Éster O
O
O
O
O
O
N
H
OH
OH
OH
OH
HO
H2N
R1
R1
R1
R1 R2R2
R1
R2R2
R1
R2R2
Procaína
Aspirina
Succinilcolina
Procainamida
Lidocaína
Indometacina
Carbamazepina
(metabólito epóxido)
2. Hidrólise de Amida
3. Hidrólise de Epóxida
Complexação
A complexação ocorre quando moléculas de um fármaco interagem com 
excipientes ou outros componentes da formulação, formando complexos com 
propriedades físico-químicas diferentes do composto de origem.
Incompatibilidades farmacotécnicas8
O exemplo mais comum é o da tetraciclina, que reage com íons multiva-
lentes presentes em matérias-primas farmacêuticas como magnésio, cálcio, 
ferro e alumínio e, com isso, torna-se inativa. Outro exemplo é a povidona, 
que pode formar complexos com outros excipientes como corantes aniônicos 
ou catiônicos, ou com alguns fármacos como cloridrato de clorpromazina e 
cloranfenicol. 
Veja a reação de complexação da tetraciclina, considerando que essa reação ocorre 
na presença de diversos cátions metálicos.
H
H
H
H
NHO
OH
H H
H
NHO
OH
NH2
OH
H
H
OH O O O
CH3
OH
OH
tetracidina
M = cátions metálicos di ou trivalentes (Fe+2, Ca+2, Mg+2, Al+3)
O O O O
-H*
H HO
OOOOOH
OH
H
M
OH
CH3
NH2
H
H
N
CH3
NH2
H
O
Reações de esterificação e substituição
As reações de esterifi cação e substituição também podem levar à perda da 
atividade de um fármaco. São reações que ocorrem mais lentamente e que 
são detectáveis apenas de forma analítica.
Como exemplo, na solução de cloridrato de procaína contendo glucose, ha-
verá a produção de glicosídeo de procaína, que não possui atividade anestésica. 
9Incompatibilidades farmacotécnicas
A reação de esterificação ocorre entre um ácido carboxílico e álcool, produzindo 
éster e água.
Veja a reação.
ácido carboxilico
O
R1
R2–OH H2OR1
O
O
R2O
H
álcool éster
O fármaco cloridrato de procaína é um éster, e a glucose possui hidroxilas (-OH), 
ocorrendo a reação contrária, uma vez que a reação de esterificação é reversível.
Outras interações químicas
Pode ocorrer a liberação de dióxido de carbono (CO2) em uma reação de 
bicarbonato ou carbonato com ácido ou substância fortemente ácida, podendo 
ocasionar explosão.
Reações entre grupos aldeídicos da glicose ou outros açúcares redutores com 
aminas primárias (aminoácidos, anfetaminas) formam produtos amarronzados, 
caracterizando a chamada reação de Maillard. Existem diversas interações 
químicas que podem alterar as moléculas e, consequentemente, a ação far-
macológica, a biodisponibilidade do fármaco, a toxicidade, a estabilidade de 
componentes na formulação, a alteração nas propriedades químicas e físicas 
do produto e, por consequência, a qualidade dos medicamentos finais. Com 
isso, é necessário o estudo e avaliação prévia (em nível de pré-formulação 
farmacêutica) dos componentes da preparação farmacêutica.
Melhor base conforme os ativos utilizados
Para desenvolver uma formulação farmacêutica, é necessário, inicialmente, 
investigar a estrutura química do fármaco e suas propriedades químicas, 
físicas e físico-químicas e, assim, antecipar as possíveis incompatibilidades 
entre os componentes, tanto entre fármacos presentes como entre excipientes 
farmacêuticos (ALLEN JÚNIOR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
Incompatibilidades farmacotécnicas10
Como saber quais são os excipientes e bases farmacêuticas (veículos de 
natureza líquida ou semissólida destinados à incorporação de substâncias 
ativas) mais apropriados, considerando o fármaco que deverá utilizar?
Você só saberá isso se estudar também os excipientes eas bases que podem ser 
formuladas para incorporar os fármacos. Então, vamos ver as bases para emulsões!
As emulsões são dispersões compostas por gotículas de um líquido, 
distribuídas em um veículo no qual é imiscível. Para que essa emulsão seja 
estável, é necessária a adição de um emulsificante, o chamado tensoativo. Esse 
tensoativo pode ser aniônico, catiônico, não iônico e anfótero, que possuem grupos 
hidrófilos (afinidade pela água), lipofílicos (afinidade pelo óleo) e anfóteros 
(pode se comportar como ácido ou como base). A parte lipofílica, geralmente, 
é a que determina a atividade do agente tensoativo. O tensoativo aniônico tem 
carga negativa na parte lipofílica, o tensoativo catiônico tem carga positiva e o 
não iônico não possui carga (ALLEN JÚNIOR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
Os tensoativos são moléculas anfifílicas (região hidrofílica e outra hidrofóbica) que 
reduzem a tensão interfacial entre líquidos imiscíveis, geralmente, oleosos e aquosos, e 
diminuem a energia necessária para manter disperso um líquido no outro, possibilitando 
a emulsificação e estabilização da formulação (GENNARO, 2004).
Para mais informações, acesse o link a seguir (FARMACOTÉCNICA..., 2015).
https://goo.gl/mRQixj
 Os tensoativos mais utilizados são os aniônicos e os não iônicos. Entre 
as incompatibilidades físico-químicas possíveis estão as emulsões aniônicas 
quando em contato com ácidos e cátions polivalentes, que tornam-se mais efe-
tivos quando usados em conjunto com um tensoativo não iônico (GENNARO, 
2004). São representadas pelos sabões (também denominados tensoativos e/
ou surfactantes) monovalentes, polivalentes e orgânicos, assim como o oleato 
de trietanolamina e os sulfonatos, além do laurilsulfato de sódio (ALLEN 
JÚNIOR; POPOVICH; ANSEL, 2013). Trata-se de uma emulsão de baixo 
custo utilizada em formulações de aplicação externa devido à sua toxicidade e 
à alta incidência de reações alérgicas (irritações cutâneas) (GENNARO, 2004).
Os tensoativos não iônicos não têm muitos problemas de compatibilidade 
com outros materiais e insumos, possuem baixa toxicidade e são menos 
11Incompatibilidades farmacotécnicas
sensíveis a mudança e adição de eletrólitos (são mais estáveis e eficazes em 
todos os valores de pH) (JATO, 2001). São compatíveis quimicamente com 
tensoativos aniônicos, têm baixo custo, além de inocuidade dermatológica e, 
geralmente, possuem propriedades hidrofílicas.
Como emulsionantes não iônicos, temos os ésteres de glicol e de glicerol, 
ésteres de sorbitano, polissorbatos, ésteres de álcoois graxos, ésteres de ácidos 
graxos e poliglicóis (GENNARO, 2004). Para que a emulsão se mantenha 
estável, é importante que as características físico-químicas do fármaco 
adicionado (como suas propriedades iônicas, por exemplo) sejam compatíveis 
com as dos tensoativos empregados na fabricação da emulsão. Também é 
necessária a compatibilidade entre o tensoativo e a solução em que está inserido, 
considerando que a parte hidrofílica do tensoativo deve ser suficientemente 
polar para solubilizar a parte apolar da solução. De maneira semelhante, 
a mesma molécula tensoativa, quando solubilizada em uma fase orgânica 
(como um óleo), tem a parte hidrofóbica (ou lipofílica) responsável pela sua 
solubilidade. Assim, a parte lipofílica do tensoativo deve ser suficientemente 
grande para manter solúvel a solução em óleo. Com isso, pode-se dizer que 
um tensoativo, por apresentar características hidrofílica e lipofílica na mesma 
molécula, nunca apresenta total estabilidade em sua dissolução, seja em 
meio polar (água) ou apolar (óleo). É essa instabilidade que proporciona aos 
tensoativos características diferenciadas dos outros compostos (DALTIN, 2011).
Uma emulsão base aniônica comercialmente conhecida é a cera Lanette 
N®, constituída por álcool cetoestearílico, cetil estearil sulfato de sódio e laurel 
sulfato de sódio, e a emulsão base não iônica mais conhecida é a Polawax®, 
que contém álcool cetoestearílico e monoestearato de sorbitano polioxietileno 
20 O.E.. São ceras autoemulsionantes utilizadas para a fabricação das bases 
em farmácias de manipulação. 
O Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2012) descreve 
algumas bases galênicas para o preparo de formulações como xampus, 
condicionadores, cremes, pomadas, géis, loções e cremes. Além da técnica 
de preparação, traz informações sobre os materiais mais adequados para o 
seu armazenamento (material de acomodamento e embalagem), assim como 
as propriedades e a aplicação de cada base. Veja alguns exemplos.
  Creme aniônico I: emulsão aniônica óleo em água (O/A), que apresenta 
baixa irritabilidade e oleosidade, compatível com fármacos como 
hidroquinona, di-hidroxiacetona e resorcina. 
  Creme não iônico II: emulsão não iônica O/A, compatível com diversos 
fármacos, em que a viscosidade é uma propriedade a ser mantida no 
Incompatibilidades farmacotécnicas12
produto final. Indicado para preparações com cetoconazol e neomicina, 
entre outros fármacos, além de ser compatível com ampla gama de 
fármacos de uso ginecológico. 
  Emulsão de silicone: emulsão água em silicone, com sensorial não oleoso. 
Compatível com ampla gama de fármacos, com baixa irritabilidade em 
peles sensíveis.
  Gel de carbômer: gel aquoso não iônico, estável em pH 5,5 - 7,3. Assim, 
essa é uma base que deve ser utilizada para fármacos estáveis dentro 
dessa faixa de pH.
Para a maioria dos produtos farmacêuticos tópicos, a base de escolha é 
uma emulsão não iônica, principalmente, para a incorporação de fármacos 
com características ácidas e com cátions polivalentes. Já hidroquinona, di-
hidroxiacetona, resorcina, ureia e outros, devem ser incorporados em bases 
aniônicas.
Representação de emulsões O/A e A/O
A representação a seguir demonstra que, em uma emulsão O/A, os grupos hidrofílicos 
ficam na parte externa da molécula, e os grupos lipofílicos, na parte interna. Em uma 
emulsão A/O, os grupos lipofílicos ficam na parte externa da molécula, e os hidrofílicos, 
na parte interna.
Figura 1. A figura da esquerda representa a emulsão óleo/água (O/A), e a figura da direita, 
a emulsão água/óleo (A/O).
Fonte: Adaptada de magnetix/Shutterstock.com.
O/A A/O
13Incompatibilidades farmacotécnicas
No caso das suspensões, que são dispersões de partículas sólidas insolúveis 
em um veículo líquido, o fármaco presente deve apresentar uma solubilidade 
mínima nesse veículo. Geralmente, é essa a forma farmacêutica escolhida, 
em que a administração deve ser feita por via oral e em forma líquida. Além 
disso, quando o fármaco não é estável em veículo aquoso, muitas vezes, é 
mantido em forma de pó, e apenas reconstituído no momento da administração 
(ALLEN JÚNIOR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
As bases para supositórios (administração retal), óvulos (administração 
vaginal) e velas (administração uretral) têm papel importante na liberação 
de fármacos, assim como as bases de emulsões e pomadas. Essas preparações 
farmacêuticas precisam se manter sólidas à temperatura ambiente. Em alguns 
casos, podem fundir-se à temperatura corporal fazendo com que o fármaco 
fique disponível logo após a administração. Existem também bases para óvulos 
e supositórios que possuem o princípio de liberação do fármaco por dissolução 
da base nos fluidos das cavidades biológicas citadas, por exemplo, PEG 4000 
(dissolve em contato com o fluido anal, por ser hidrofílica). 
Os principais adjuvantes utilizados como base para supositórios, óvulos 
e velas são a gelatina glicerinada ou os polietilenoglicois, que dissolvem-se 
lentamente nos líquidos corporais. Pode-se utilizar a manteiga de cacau como 
base apenas para fármacos hidrossolúveis, uma vez que não é uma boa base 
para incorporar substâncias oleosas ou fármacos lipofílicos, já que os óleos 
não são miscíveis nos líquidos corporais e, mesmo que a manteiga de cacau 
se funda, os óleos permanecerão na base (ALLEN JÚNIOR; POPOVICH; 
ANSEL, 2013).
Problemas e incompatibilidades causados por 
ativos e excipientesO fármaco incorporado em uma base inadequada ou com adjuvantes 
farmacotécnicos incompatíveis pode ter a sua estabilidade química, física e/
ou físico-química reduzida (FERREIRA; BRANDÃO, 2011). 
Segundo Katdare e Chaubal (2006), há seis principais tipos de interações 
químicas entre os fármacos e os excipientes: 
1. Insumos farmacêuticos ativos com a função química amina primária 
(antidepressivos) podem reagir com açúcares redutores (por exemplo: 
lactose, glucose, maltose, galactose e fructose), chamada de reação de 
Maillard, em que a hidroxila glicosídica do açúcar redutor interage com 
Incompatibilidades farmacotécnicas14
o grupo amina primária e forma uma imina, que é degradada na forma 
de compostos de Amadori (por exemplo: cetosamina), que tem uma 
coloração característica amarelo-amarronzada. A reação de Maillard 
pode ser acelerada pela presença de umidade e calor, além de catalizada 
na presença de íons de magnésio.
2. Insumos farmacêuticos ativos com a função química de aminas 
secundárias (antidepressivos) também podem interagir com açúcares 
redutores, no entanto, não ocorre a reação de Maillard, porém há redução 
da atividade do fármaco. Esse é o caso da reação de fluoxetina com 
lactose (material de enchimento e carga, diluente).
3. Insumos farmacêuticos ativos com função química de ésteres (anti-
inflamatórios), assim como outros grupos funcionais, podem ser 
susceptíveis à hidrólise, tanto em pH alto como baixo, ou na presença 
de metais alcalinos ou sais alcalino-ferrosos. Essa hidrólise pode ser 
catalisada na presença de íon sódio e magnésio.
4. Insumos farmacêuticos ativos com a função química amina primária 
(antidepressivos) podem reagir com excipientes farmacêuticos que 
possuem insaturações em suas estruturas moleculares, por exemplo, o 
monooleato de sorbitano.
5. Insumos farmacêuticos ativos que possuam átomo ativo (ionizado) 
de hidrogênio ao se aproximarem de heteroátomos (átomos diferentes 
de carbono e hidrogênio) formam lactonas. Como exemplo, tem-se o 
benazepril (inibidor da enzima conversora da angiotensina). 
6. Insumo ativo susceptível à oxidação (antidepressivos tricíclicos, 
corticosteroides, neurotransmissores, entre outros), na presença de 
dióxido de silício pode favorecer esta reação. Por exemplo, o fármaco 
atorvastatina na presença de Aerosil®.
As vitaminas ficam susceptíveis à oxidação em preparações farmacêuticas, 
principalmente, em soluções e suspensões. Essa degradação é acelerada na 
presença de oxigênio, luz, temperatura, água e metais catalizadores, como 
ferro e cobre. As vitaminas podem interagir quimicamente entre si, porém, 
são produzidos polivitamínicos que possuem efeitos farmacológicos sinérgicos 
(simultâneos), além de suprirem a necessidade fisiológica de determinadas 
vitaminas que não são supridas devido a dietas deficitárias ou enfermidades 
específicas. Com isso, ao desenvolver uma formulação, deve-se levar em 
consideração as características físico-químicas das vitaminas como o pH 
de maior estabilidade, a termolabilidade (sensibilidade à temperatura) e as 
15Incompatibilidades farmacotécnicas
interações entre as vitaminas e entre as vitaminas e os excipientes e veículo. 
Para maior compreensão, observe o Quadro 1.
Outra alternativa é reduzir ao máximo a quantidade de água, substituindo-a 
por glicerina ou propilenoglicol, após estudos de biodisponibilidade, para 
evitar que a mudança na formulação modifique também as propriedades 
farmacocinéticas e farmacodinâmicas do fármaco, ou que apresente mudanças 
físicas e físico-químicas nas formulações, como alterações de viscosidade e 
de pH.
É importante também escolher os sistemas conservante, antioxidante e 
sequestrante adequados, que sejam compatíveis com a vitamina da formulação. 
O antioxidante deve possuir maior potencial REDOX em relação à vitamina, 
para protegê-la. As embalagens devem ser em vidro âmbar, que reduz a 
passagem da luz, com capacidade volumétrica muito próxima a do volume 
formulado, para que o espaço vazio entre o produto e a tampa (head space) seja 
o menor possível. Se necessário, reduz-se o oxigênio de dentro da embalagem 
com gás inerte (N2) (FERREIRA; BRANDÃO, 2011). 
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