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Introdução • Ciência que estuda as interações entre os compostos químicos com o organismo vivo ou sistema biológico • Janela terapêutica: ✓ Faixa entre as concentrações mais baixas e as mais altas ✓ Subterapia -------------------- Toxicidade ✓ Efeitos subterapêuticos: menores concentrações e não geram efeito ✓ Efeitos tóxicos: maiores concentrações que podem gerar malefícios • Conceitos básicos: ✓ Droga: qualquer substância que interaja com o organismo produzindo algum efeito ✓ Fármaco: uma substância definida, com propriedades ativas, produzindo efeito terapêutico ✓ Medicamento: é quando ao fármaco são adicionados todos os componentes para que este seja administrado terapeuticamente ✓ Forma farmacêutica: é a forma final de como um medicamento se apresenta: comprimidos, cápsulas, injetáveis, etc. ✓ Remédio: substância animal, vegetal, mineral ou sintética; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença; influencia: usados com a intenção benéfica ✓ Placebo: tudo o que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento: fármaco/medicamento/droga/remédio (em concentração pequena ou mesmo na sua ausência) ✓ Medicamento de referência: primeiro medicamento que surgiu com aquele princípio ativo; serve como parâmetro para registros posteriores ✓ Medicamento genérico: medicamento com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem e com a mesma indicação que o medicamento original, de marca ✓ Medicamento similar: autorizado a ser produzido após prazo da patente de fabricação do medicamento de referência ou inovador ter vencido ✓ Dose letal 50: concentração de uma substância química capaz de matar 50% da população de animais testados ✓ Biodisponibilidade: é uma medida da extensão de uma droga terapeuticamente ativa que atinge a circulação sistêmica e está disponível no local de ação ✓ Bioequivalência: termo utilizado para avaliar a equivalência biológica esperada in vivo de duas preparações diferentes de um medicamento, ou seja, que sejam iguais apesar da diferença de preparação e proponham o mesmo efeito ✓ Posologia: modo como o medicamento deve ser administrado ✓ Meia-vida: tempo necessário para que metade de uma substância seja removida do organismo ✓ Especificidade: capacidade de um fármaco reconhecer apenas um receptor ✓ Afinidade: tendência de um fármaco se ligar ao seu receptor ✓ Eficácia: tendência de um fármaco, uma vez ligado, ativar o receptor (produzir uma resposta terapêutica) ✓ Agonistas: substâncias que causam alterações na função celular, produzindo efeito ✓ Antagonistas: substância que se liga ao receptor sem causar ativação, impedindo consequentemente a ligação do agonista ✓ Dessensibilização: diminuição do efeito de um fármaco que ocorre gradualmente quando administrado de modo contínuo ou repetidamente (perda de receptores, aumento do metabolismos do fármaco, exaustão de mediadores e/ou adaptação fisiológica) ✓ Princípio ativo: substância quimicamente ativa responsável pela ação do medicamento • Vida de um fármaco ✓ 1ª fase: período de descoberta ➢ Ideia ➢ Síntese ➢ Teste em laboratório ✓ 2ª fase: desenvolvimento ➢ Teste em pessoas ➢ Fases I – II – III de testes ✓ 3ª fase: comercialização ➢ Lançamento ➢ Indicações ➢ Dosagem ➢ Fase IV de testes Forma Farmacêutica e Vias de Administração • Os 5 “certos” na administração de medicamentos: ✓ Medicamento certo ✓ Dose certa ✓ Via certa ✓ Hora certa ✓ Paciente certo • Forma farmacêutica: ✓ Maneira como os medicamentos são preparados, apresentados e, consequentemente, comercializados e utilizados ✓ Preparações líquidas: ➢ Facilita a deglutição em pessoas mais sensíveis, como crianças e idosos ➢ Soluções: misturas homogêneas do soluto, que é base farmacológica com o solvente, que é o veículo. Pode se destinar ao uso sob a forma de gotas Solvente normalmente é a água Soluto é o princípio ativo Podem ser administradas por cápsulas gelatinosas (dentro tem um líquido) ➢ Suspensões: misturas heterogêneas, sendo que o soluto se deposita no fundo do recipiente necessitando de homogeneização no momento do uso. ➢ Emulsões: substâncias oleosas dispersas em meio aquoso, apresentando separação de fases ➢ Xaropes: soluções onde o açúcar e maltes são utilizados como corretivo ➢ Elixires: soluções hidroalcóolicas para uso oral, açucaradas ou glicerinadas contendo substâncias aromáticas e as bases medicamentosas ➢ Loções: soluções alcoólicas ou aquosas para uso tópico ➢ Linimentos: similares aos anteriores, mas com veículo oleoso PA dissolvido em veículo oleoso ✓ Preparações sólidas: ➢ Preferida pelas indústrias por ser mais estável ➢ Comprimidos: tem formato variável (em geral discoide) obtida por compressão (contém um ou mais fármacos, aglutinante e excipiente adequados, prensados mecanicamente) ➢ Drágeas: similares aos comprimidos, mas com revestimento gelatinoso que impede a desintegração nas porções superiores do trato digestivo (o revestimento protetor apresenta várias camadas contendo substâncias ativas ou inertes; costumam ser coloridas e polidas utilizando-se cera carnaúba no polimento); importante em medicamentos que são sensíveis ao suco gástrico; pode ter esse revestimento por causa do odor e para melhor deglutição; protege melhor o PA ➢ Cápsulas: um ou mais fármacos adicionadas à excipientes não prensados e colocados em um invólucro gelatinoso ou amiláceo; existem cápsulas de liberação enteral (só começa a se dissolver no duodeno) ➢ Pílulas: associação do princípio ativo com um aglutinante viscoso ➢ Supositórios: apresentações semi-sólidas para uso retal, que se fundem à temperatura corporal pela presença de manteiga de cacau, glicerina ou polietileno glicol ➢ Óvulos e velas: apresentações semi-sólidas para uso ginecológico, cuja diferença entre si é a forma (antibióticos) ✓ Preparações pastosas: ➢ São preparações semi-sólidas normalmente destinadas ao uso tópico (geleias, cremes, pomadas, unguentos e pastas). Diferem também pelos veículos que são gelatinosos nas geleias, oleosos nas pomadas e aquoso nos demais. ✓ Formas farmacêuticas especiais: ➢ São aquelas que podem ou não ser facilmente inseridas num determinado grupo, ou que tem inserção em mais de um grupo (aerossóis, sprays, ampolas, adesivos transdérmicos, filme e implantes) ✓ DE50: ➢ Dose efetiva mediana (DE50) é a base para produzir determinada intensidade de um efeito em 50% dos indivíduos ➢ Doses que produzem a mesma intensidade do efeito em outras proporções percentuais são designadas DE20, DE80, etc. ✓ DL50: ➢ DL50 significa que morreram 50% dos animais com a dose empregada. DL20, que morreram 20% dos animais e assim por diante. ➢ A DL mede apenas a mortalidade e não a toxicidade subletal, devido aos seguintes problemas: A DL50 varia muito entre as espécies e não pode ser extrapolada com a segurança para seres humanos Ele mede apenas a toxicidade aguda produzida por uma dose única, e não mede a toxicidade em longo prazo Ele não mede as reações idiossincrásicas (reações que ocorrem com uma dose baixa em uma pequena proporção dos indivíduos), embora essas reações sejam mais relevantes para a prática que a toxicidade de doses altas Ele requer o uso de muitos animais e acarreta um sofrimento desproporcional em relação ao conhecimento obtido. • Índice terapêutico (IT): ✓ É definido pela relação DL50/DE50 ✓ Quanto maior o índice terapêutico de uma droga, maior a sua margem de segurança, pois indica a distância entre a dose letal mediana e a dose efetiva mediana ✓ Erlich definiu inicialmente o índice terapêutico como: ➢ IT=dose máxima não tóxica/dose mínima eficaz ➢ Como a variabilidade entre indivíduos não é levada em conta, esse conceito caiu em desuso ✓ O IT é capaz de dar umaideia da margem de segurança no uso de um fármaco, mas não é efetivamente um guia útil para a segurança de um medicamento no uso clínico ✓ Janela terapêutica ✓ Pontos críticos do IT: ➢ O tipo de efeito adverso que limita na prática a utilidade clínica de um fármaco tende a passar despercebido no teste de DL50 ➢ A DE50 pode não ser definida, dependendo da média da eficácia utilizada Pode ser necessário administrar os fármacos analgésicos em doses diferentes de acordo com a natureza da dor ➢ Algumas formas muito importantes de toxicidade são idiossincrásicas, em outros casos, a toxicidade depende muito do estado clínico do paciente EX: propranolol é perigoso para pacientes asmáticos em doses que são inofensivas para um indivíduo normal • Vias de Administração: ✓ Fatores que orientam a escolha da via de administração: ➢ Paciente: Patologias existentes Nível de consciência ➢ Medicamento: Propriedades físico-químicas (solubilidade, estabilidade em meio ácido) Propriedades organolépticas (sabor, cheiro...) Farmacocinética ➢ Efeito desejado: Sistêmico ou localizado Duração ✓ Absorção de medicamentos: ➢ É o processo de movimentação do fármaco do local de administração até a circulação sanguínea ➢ Pré-requisito → solubilidade do fármaco [ ] plasmática Tempo Janela Terapêutica Tóxica Janela Subterapêutica O medicamento sólido deve sofrer desintegração, desagregação, solubilização, dissolução e finalmente absorção ➢ Com exceção da via EV, todas as outras vias exigem que o fármaco atravesse várias camadas de membranas até atingir a circulação sanguínea ✓ Locais de absorção de medicamentos: ➢ Trato gastrintestinal: Mucosa bucal Mucosa gástrica Mucosa do intestino delgado Mucosa retal ➢ Trato respiratório: Mucosa nasal Mucosa traqueal e brônquica Alvéolos pulmonares ➢ Pele ➢ Regiões subcutânea, intramuscular e endovenosa ➢ Mucosa geniturinária: Mucosa vaginal Mucosa uretral ➢ Mucosa conjuntival: ✓ Administração Tópica: ➢ Epidérmica, inalatória, auricular, intra-nasal e oftálmica ➢ Aplicação de substâncias ativas diretamente na pele ou mucosa, ou em áreas de superfície de feridas, com efeito local ➢ Produtos de uso externo ✓ Administração Enteral: ➢ Adjacente, dentro dos intestinos ou através deles ➢ Efeito sistêmico ➢ Via oral: Absorção demorada (absorvida no estômago, segue para o intestino onde o PA é absorvido chegando à circulação sistêmica) Vantagens: ▪ É a via mais segura pois pode ser controlada e previsível ▪ Mais acessível e custo baixo Desvantagens: ▪ Limitação da absorção (solubilidade) ▪ Êmese como consequência da irritação da mucosa gastrintestinal ▪ Destruição de alguns fármacos pelas enzimas digestivas ou pelo baixo pH gástrico ▪ Irregularidades de absorção ou propulsão na presença de alimentos ou outros fármacos e necessidade de cooperação por parte do paciente ▪ Os fármacos no trato digestivo podem ser metabolizados pelas enzimas da flora intestinal, pela mucosa ou pelo fígado antes de alcançar a circulação sistêmica ➢ Via sublingual: A absorção pela mucosa oral tem significado especial para alguns fármacos, apesar de a área de superfície ser pequena Como a drenagem venosa da cavidade oral é para a veia cava superior, o fármaco também é protegido do rápido metabolismo hepático de primeira passagem ➢ Via retal: A via retal é útil quando o paciente está inconsciente, ou quando há vomito A absorção retal muitas vezes é irregular e incompleta, e muitos fármacos causam irritação na mucosa retal Útil em crianças Aproximadamente 50% do fármaco absorvido pelo reto passará pelo fígado (metabolismo hepático de primeira passagem é menor do que na dose oral) ✓ Administração Parenteral: ➢ Adjacente a todas as vias que não são a digestiva ➢ Efeito sistêmico ➢ A taxa é limitada pela área de absorção das membranas capilares e pela solubilidade das substâncias no liquido intersticial ➢ Canais aquosos relativamente grandes na membrana endotelial respondem pela difusão indiscriminada de moléculas, independentemente de sua lipossolubilidade ➢ Estão sujeitos a uma possível eliminação de primeira passagem no pulmão antes da distribuição para o resto do corpo (exceto intra-arterial) ➢ Os pulmões servem como local de armazenamento temporário para vários agentes (fármacos que são bases fracas e predominantemente não-ionizadas no pH do sangue), e também servem de filtro para partículas; fornecem uma via de eliminação de substâncias voláteis ➢ Via intravenosa: A injeção intravenosa de fármacos em solução aquosa, porque a biodisponibilidade é completa e rápida A liberação do fármaco também é controlada e alcançada com uma acurácia e uma proximidade que não são possíveis por outros meios (indução anestésica em cirurgias) Algumas soluções são irritantes (paredes dos vasos sanguíneos são relativamente insensíveis; o fármaco, se for injetado lentamente, é em grande parte diluído pelo sangue) ➢ Via intradérmica: Volumes pequenos Vacinas Teste racionais cutâneos ➢ Via subcutânea: Pode ser utilizada apenas para fármacos que não irritem o tecido (pode ocorrer dor intensa, necrose e descamação tecidual) A taxa de absorção de um fármaco costuma ser suficientemente constante e lenta para oferecer um efeito mantido; pode ser variada intencionalmente O acréscimo de um vasoconstritor à solução de um fármaco a ser injetado por via subcutânea também retarda a absorção ➢ Via intramuscular: Os fármacos em solução aquosa são absorvidos muito rapidamente após injeção intramuscular Geralmente, a taxa de absorção após a injeção de um preparado aquoso no deltoide ou no vasto lateral é mais rápido daquele aplicada no glúteo máximo Os pacientes muito obesos ou edemaciados podem apresentar padrões incomuns de absorção após a injeção intramuscular Obtém-se uma absorção muito lenta e constante da aplicação intramuscular se o fármaco for injetado em uma solução oleosa ou estiver em suspensão com diversos outros veículos de depósito Farmacocinética – Absorção • Introdução ✓ Estuda o movimento (caminho) de uma substância química (fármaco) após a administração a um organismo vivo • Fases da farmacocinética ✓ Fase I: ➢ Desintegração da forma farmacêutica, liberação e dissolução do PA ➢ Fase I → Fase II (disponibilidade farmacêutica) ✓ Fase II: ➢ Absorção, distribuição, metabolismo e excreção ➢ Fase II → Fase III (disponibilidade biológica) ✓ Fase III: ➢ Associação do fármaco + receptor ➢ Efeito • Fatores que interferem com a absorção ✓ Vias de administração: ➢ Área de superfície ➢ Circulação no local ✓ Fármaco: ➢ pH local (fármacos são ácidos ou bases fracas) ➢ Tamanho/peso molecular e forma das partículas (fármacos maiores atravessam com dificuldade a membrana) ➢ Forma farmacêutica e adjuvantes (vasoconstritor ou vasodilatador para diminuir ou aumentar a velocidade de absorção do fármaco; em vacinas se adicionam substâncias pró- inflamatória para provocar uma irritação no local da vacina para criar imunidade) ➢ Concentração do fármaco local ➢ Coeficiente de partição – lipossolubilidade (> coeficiente > absorção) ➢ Fármaco + proteínas = sem efeito ✓ Indivíduo: ➢ Esvaziamento gástrico ➢ Presença de alimentos ➢ Condições patológicas • Mecanismos de transporte de moléculas através das membranas ✓ Membrana Celular: ➢ Bicamada fosfolipídica ➢ Fluidez (passagem de moléculas) ➢ Proteínas (alvos para a ação das drogas) ➢ Relativamente impermeável às moléculas polares ✓ Transporte passivo: ➢ Transporte paracelular: fármacos hidrossolúveis; baixo peso molecular ➢ Difusão: fármacos lipossolúveis ✓ Transporte ativo:➢ Difusão facilitada: necessita de carreador; segue o gradiente de concentração ➢ Transportadores: gasto de energia; contra o gradiente de concentração ✓ Pró-fármaco: ➢ Possibilidade trabalhar com fármacos hidrossolúveis quando os mesmo são agregados a moléculas carreadoras • Influência do peso molecular na absorção ✓ PM > absorção ✓ Se a molécula for de baixo PM mas hidrossolúvel, a absorção não será tão efetiva ✓ Uma molécula de alto PM lipossolúvel, terá uma absorção melhor • Efeito de primeira passagem e pH ✓ Alguns fármacos são extensivamente metabolizados pelo fígado antes de alcançar a circulação sistêmica ✓ A absorção depende do pH do meio e do pKa do fármaco ➢ No estômago os fármacos ácidos são melhores absorvidos ➢ No intestino os fármacos básicos são melhores absorvidos ✓ pKa (ponto de ionização) = pH no qual 50% das moléculas estão na forma ionizada ✓ Todos os medicamentos são ácidos ou bases fracas, para possibilitar o retorno ✓ Forma molecular: os fármacos não ionizados atravessam a membrana com facilidade; > lipossolubilidade ✓ Forma ionizada: fármacos ionizados não atravessam a membrana e não são absorvidos com facilidade; + hidrossolúveis ✓ Estômago: ➢ Fármacos ácidos no estômago tem prevalência da formação de espécie molecular (> absorção) ➢ Fármacos básicos no estômago sofrem o deslocamento da reação para a formação de espécie ionizada (< absorção) ✓ Intestino: ➢ Fármacos básicos no intestino são bem absorvidos, ocorre prevalência da forma molecular (> absorção) ➢ Fármacos ácidos em ambiente básico não são bem absorvidos porque ocorre o deslocamento da reação para a formação da forma ionizada (< absorção) • Biodisponibilidade ✓ Concentração do fármaco encontrada na circulação sanguínea ✓ 100% de biodisponibilidade → via intravenosa • Fatores que alteram a absorção do fármaco ✓ Concentração (dosagem): ➢ Maior dosagem: > absorção ➢ Menor dosagem: < absorção ✓ Forma farmacêutica: ➢ Liquida: > absorção ➢ Sólida: < absorção ✓ Área absorvida: ➢ Grande: > absorção ➢ Pequena: < absorção ✓ Circulação local: ➢ Grande: > absorção ➢ Pequena: < absorção ✓ Condições patológicas: ➢ Inflamação: > absorção ➢ Inchaço: < absorção • Fatores que alteram a velocidade de absorção ✓ Tempo de esvaziamento gástrico: ➢ Menor: > absorção ➢ Maior: < absorção ✓ Motilidade intestinal: ➢ Menor: > absorção ➢ Maior: < absorção ✓ Alimento: ➢ Ausência: > absorção ➢ Presença: < absorção ✓ Fatores na formulação: ➢ Presença: > absorção ➢ Ausência: < absorção Farmacocinética – Distribuição • Introdução ✓ Fármaco livre ligado a proteínas não produz efeito ✓ O fármaco apenas se liga as proteínas para ser distribuído ✓ O processo de passagem e o metabolismo de primeira passagem podem alterar a biodisponibilidade do fármaco ✓ A droga na sua forma farmacêutica depois de digerido, passa pelos processos de dissolução, degradação e difusão se tornando livre para ser absorvido ✓ Aumenta-se a dose inicial devido a problemas que podem diminuir a biodisponibilidade de medicamentos específicos ✓ Cada forma farmacêutica tem seu tempo de dissolução, para poderem ser “programados” para dissolverem no tempo certo ✓ Medicamentos lipossolúveis atravessam a membrana por difusão ✓ Medicamentos hidrossolúveis devem atravessar apenas por canais aquosos • Relação pH/pKa ✓ Meio ambiente com pH ácido e medicamento com pKa ácido: lipossolúvel – ocorre boa absorção ✓ Meio ambiente com pH básico e medicamento com pKa ácido: hidrossolúvel – não ocorre boa absorção ✓ Meio ambiente com pH ácido e medicamento com pKa básico: hidrossolúvel – não ocorre boa absorção ✓ Meio ambiente com pH básico e medicamento com pKa básico: lipossolúvel – ocorre boa absorção • Relação fármaco-organismo ✓ Para chegar ao organismo, o fármaco deve cumprir as fases farmacocinéticas: absorção, distribuição, metabolismo e excreção ✓ Caso a concentração ideal de fármaco não chegue ao local do receptor, não ocorre efeito ✓ Quando se consegue essa concentração, se entra no ramo da farmacodinâmica (local, mecanismo e efeito) • Perfusão e distribuição ✓ Quanto maior a perfusão do órgão, maior a distribuição do medicamento ✓ Fígado e rim são órgãos de intensa chegada de medicamentos ✓ Somente a fração livre do fármaco é distribuída e tem alta afinidade com as proteínas plasmáticas ✓ Quanto mais demorada a distribuição e o metabolismo, mais duradouro é o tempo de ação ✓ Eletroforese de proteínas: caso haja infecção, o pico M fica elevado (anticorpos) • Ligação de fármacos com proteínas ✓ Fatores que alteram a ligação fármaco-proteína: ➢ Concentração do fármaco livre ➢ Afinidade do fármaco com as proteínas ➢ Concentração das proteínas ➢ Fármaco livre + local de ligação = complexo (efeito) ➢ Drogas ácidas se ligam com a albumina ➢ Drogas básicas se ligam com a α-1-glicoproteína-ácida • Tipos de tecidos ✓ Suscetíveis: ➢ Sofrem ação do fármaco ✓ Ativos: ➢ Metabolizam o fármaco ➢ Fígado ✓ Indiferentes: ➢ Atuam como reservatório dos fármacos ➢ Tecido adiposo, tecido ósseo ✓ Emunctórios: ➢ Excretam ➢ Glândulas (mamarias, sudoríparas, salivares), pulmões • Volumes de distribuição (Vd) ✓ Droga lipossolúvel: ➢ > absorção; > [ ] nos tecidos = > Vd ✓ Drogo hidrossolúvel: ➢ < absorção; < [ ] nos tecidos = < Vd ✓ Vd alto: fármaco amplamente distribuído nos tecidos ✓ Vd baixo: fármaco amplamente distribuído na circulação (normalmente são aqueles com baixa afinidade as proteínas plasmáticas) • Variação do volume aparente (Va) ✓ Dependente do paciente: ➢ Idade ➢ Peso e constituição física ➢ Hemodinâmica (ICC, edemas) ➢ [ ] de proteínas plasmáticas (albumina e α-1-glicoproteína ácida) ➢ Estados patológicos ➢ Genética ✓ Dependente da droga: ➢ Lipossolubilidade ➢ Polaridade e ionização ➢ Ligação às proteínas plasmáticas ✓ Concentração de fármaco presente na circulação ao longo do tempo ✓ A concentração do fármaco no corpo pode ser a mesma, mas o volume dele na corrente sanguínea é diferente porque ele já foi distribuído para os tecidos • Distribuição pediátrica ✓ Composição corporal: ➢ > água total e fluido extracelular ➢ < tecido adiposo e musculo esquelético ✓ Ligação com as proteínas {[ ]}: ➢ Albumina ➢ Bilirrubina (proteína de transporte que apenas crianças utilizam) ➢ α-1-glicoproteína ácida • Barreira hematoencefálica ✓ Cérebro e medula espinhal ✓ Proteção contra a exposição a várias substâncias ✓ Junções apertadas entre as células que impedem que pequenas moléculas cheguem ao tecido cerebral ✓ Características das substâncias que penetram no SNC: ➢ Drogas apolares ➢ Lipossolúveis ➢ Baixo peso molecular ➢ Alto coeficiente de partição (óleo/água) • “Barreira” placentária ✓ Vasos sanguíneos do feto e da mae ✓ Mais fácil a absorção (fármacos apolares, lipossolúveis e baixo PM) ✓ Se o medicamento que a mae toma possuir o mesmo pH que o bebe, o medicamento passa e retorna para a mae ✓ O plasma fetal é mais ácido que o da mae, então se o medicamento que chegar for básico, ele vai ionizar e não irá conseguir retornar para a circulação materna para ser excretado, ficando preso no neném (aprisionamento iônico) • Fígado ✓ Falência hepática (exames de TGO e TGP) → < albumina e < α-1- glicoproteína ácida → > fração livre da droga → toxicidade • Reservatórios ✓ Formação de depósitos: ➢ Tecido ósseo ➢ Tecido adiposo ✓ Prolongamento do efeito: ✓ Flúor, chumbo e tetraciclinas: ➢ Tecido ósseo ✓ Inseticidas e corticóides: ➢ Tecido adiposo ✓ Redistribuição dos reservatórios: ➢ Efeito de medicamento termina devido a metabolização e/ou excreção ➢ Moléculas saem do reservatório e caem na corrente sanguínea Biotransformação e Excreção de fármacos • A biotransformaçãotem a importante função de transformar medicamentos apolares para polares (interesse fisiológico), para ser excretada mais facilmente • Caso o medicamento permaneça apolar, é excretado pelas fezes • A biotransformação é um conjunto de alterações, metabolismo, que um agente químico sofre no organismo, visando reduzir sua atividade e aumentar a polaridade (solubilidade em água) e facilitar sua excreção • A partir da biotransformação, podem-se alcançar três possíveis resultados: ✓ Pró-fármaco (sem atividade) → fármaco ativo ✓ Fármaco (ativo) → fármaco inativo ✓ Fármaco (ativo) → fármaco tóxico • Fatores que alteram a biotransformação ✓ Sexo ✓ Função gastrointestinal ✓ Dieta ✓ Peso ✓ Doenças ✓ Etc. • Fase I da biotransformação ✓ Fase catabólica (reações de quebra) ✓ Oxidação ✓ Redução (faz com que os medicamentos se tornem mais ativos ou tóxicos) ✓ Hidrólise ✓ Muitas vezes nessa primeira fase já é possível mudar a polaridade ✓ Essas reações introduzem ou expõem um grupo funcional no fármaco, alterando sua polaridade ✓ Geralmente levam a perda da atividade farmacológica ✓ As reações de fase I necessitam da presença de enzimas microssomais hepáticas (que formam o sistema microssomal oxidativo – SMO), denominadas citocromos P450 (CyP450), sendo as mais importantes a CyP1, CyP2 e CyP3 ✓ Essas reações dependem da presença de um doador de elétrons representado pelo NADPH • Citocromos ✓ Família de enzimas que pertencem ao grupo das heme-proteínas ✓ Estão presentes primariamente ancorados na bicamada lipídica do REL dos hepatócitos (qualquer problema hepático as destrói) ✓ Participam da metabolização de drogas, esteroide e carcinógenos ✓ O fígado é o principal local de biotransformação farmacológica no organismo humano, por contes os principais citocromos processadores de xenobióticos • Fase II da biotransformação ✓ Fase anabólica ✓ Conjugação ✓ Síntese ✓ Quando a molécula passa pela fase II, sai muito polar ✓ Essas reações levam a formação de uma ligação covalente entre um grupo funcional no fármaco ou metabólito de fase I com grupamentos altamente polares, tais como: ➢ Ácido glicurônico ➢ Sulfato ➢ Glutationa ➢ Aminoácidos ➢ Acetatos endógenos ✓ Tais conjugados são altamente polares, em geral são inativos e rapidamente excretados Fase I Fase II Excreção Droga ----------------→ Conjugado → Urina Droga Metabólito com atividade modificada Conjugado → Urina Droga hidrofílica ------------------- ----------------→ Urina Lipofílico Fezes direto • Fígado ✓ Reações catabólicas produzem metabólitos ✓ Os metabólitos que estão ativos vão para o sangue ✓ Os metabólitos inativos são excretados ou, caso necessário, vão para a fase II para que sejam melhor excretados ✓ Medicamentos administrados pela via oral passam pelo fígado diretamente, sofrendo efeito de primeira passagem, diminuindo a biodisponibilidade ✓ Medicamentos administrados por via intravenosa não passam pelo fígado diretamente • Sistemas envolvidos com a biotransformação ✓ REL do fígado (principal) ✓ Rins ✓ Epitélio GI ✓ Pulmões ✓ Outros tecidos em menor escala • Fatores que afetam a biotransformação ✓ Dose e frequência do contato com o fármaco ➢ A dose pode alterar a vida de biotransformação devido ao Km de certas enzimas ➢ A frequência é capaz de sensibilizar receptores, além de induzir ou ativar enzimas ✓ A dieta é responsável pela reposição de coenzimas necessárias ✓ Sexo, idade e peso ➢ Menor atividade de álcool desidrogenase em mulheres, jovens e idosos ➢ Em recém nascidos a atividade do cit P450 é apenas 20 a 50% da encontrada em adultos ✓ Deficiências em outros sistemas alteram a biotransformação ➢ Polimorfismos genéticos de diversas enzimas responsáveis pelo metabolismo ✓ Fatores mórbidos ✓ O álcool altera a atividade das enzimas microssomais hepáticas, podendo aumentar a atividade ou mesmo inativar o fármaco • Polimorfismo do p450 ✓ Metabolizador ultrarrápido: medicamento é metabolizado rápido e impede a manutenção da concentração terapêutica ✓ Metabolizador extensivo: metaboliza rápido, mas permanece dentro da faixa terapêutica ✓ Metabolizador intermediário: não metaboliza completamente o fármaco, podendo ter uma sobreposição e torna-lo tóxico. ✓ Metabolizador fraco: metaboliza bem pouco e na segunda dose já entra na faixa tóxica ✓ Exame farmacogenético: descobre qual metabolizador a pessoa tem para ajudar a dose do medicamento • Vias de excreção ✓ Trato biliar e fezes (medicamentos lipossolúveis) ✓ Pulmões (expiração) ✓ Saliva ✓ Leite ✓ Suor ✓ Rins (medicamentos hidrossolúveis → polares) ➢ Filtração glomerular ➢ Secreção tubular ativa ➢ Reabsorção tubular passiva • Excreção renal ✓ Filtração glomerular: ➢ Molecular pequenas ➢ Retém a albumina (se tem proteína na urina é sinal de problema glomerular e/ou renal) ✓ Secreção tubular: ➢ Presença de transportadores ➢ Fármaco + proteínas ➢ Transporte ativo Fármacos ácidos Fármacos básicos ✓ Glomérulo e cápsula de Bowman: filtração de pequenas moléculas ✓ Túbulo proximal: reabsorção de água e formas não ionizadas de ácidos e bases fracos sofrem reabsorção passiva ✓ Alça de Henle: reabsorção de água ✓ Túbulo distal: reabsorção de drogas lipossolúveis • pH altera a excreção ✓ Fármaco será melhor absorvido na forma molecular ou não ionizada por ser mais lipossolúvel (pH = pKa) ✓ Fármaco será melhor excretado na sua forma ionizada pois será mais hidrossolúvel (pH ≠ pKa) ✓ Urina tubular alcalina aumenta excreção de ácidos fracos e reduz a excreção de fármacos básicos ✓ Urina tubular ácida aumenta excreção de fármacos básicos e reduz excreção de ácidos • Excreção pela bile ✓ Fármacos lipossolúveis e que não sofreram biotransformação para hidrossolúveis ✓ Metabolizados no fígado: ➢ Liberador coma a bile – reabsorvidos (recirculação hepática) – sofrem novo metabolismo e são eliminados com as fezes ✓ Tem longa duração (> meia vida) Farmacodinâmica – interação droga-receptor • Definição ✓ Estudo dos efeitos (farmacológicos e fisiológicos) dos fármacos após a sua ligação com os sítios-alvo (receptores) ✓ O efeito só ocorre após a interação droga-receptor • Ação do fármaco ✓ Estrutura química ✓ Ligação da droga com o seu receptor e alteração do funcionamento celular ou fisiológico • Resposta terapêutica ✓ Transdução de sinal: ➢ Especificidade e complementaridade (“encaixe perfeito”) ➢ Amplificação ➢ Dessensibilização/adaptação Manutenção da homeostasia/equilíbrio ➢ Integração Resposta terapêutica = média dos efeitos de dois ou mais receptores ➢ Sinal (fármaco + receptor)→recepção→transdução→resposta (terapêutica/tóxica) • Alvos terapêuticos ✓ Receptores ✓ Transportadores ✓ Enzimas ✓ Membrana celular/parede celular ✓ Genes • Interação fármaco-receptor ✓ Interações eletroestáticas ✓ Forças de Van der Walls • Receptores ✓ Intracelular: ➢ Lipossolúvel e de baixo peso molecular ➢ Citoplasma e núcleo ✓ Extracelular: ➢ Hidrossolúveis e de elevado peso molecular ➢ Canal iônico, enzimas e acoplados a proteína G ✓ Tipos de receptores: ➢ Regulam canais iônicos (ionotrópicos) ➢ São acoplados à proteína G (metabotrópicos) ➢ Atividade enzimática (catalíticos) ➢ Receptores citoplasmáticos (intracelulares) ✓ Receptores regulado: ➢ Tipos: Regulado por ligante: ligante acoplado ao canal e alteração da condutância iônica Regulados por voltagem: a ligação altera o gradiente de voltagem transmembrana modifica assim a condutância iônica ✓ Receptores que tem atividade enzimática: ➢ Receptor tirosina cinase: A interação do ligante ativa a tirocina cinase por auto fosforilação ✓ Receptor associado à proteína G (GPCR) ➢ Regulados por um segundo mensageiro: Ligação ao receptor transmembrana ligada à proteína G ativando um segundo mensageiro que irá regular a condutância iônica da canal Especificidade dos Fármacos • Ligação das moléculas S dos fármacos às células ✓ Paul Ehrlich: ➢ Interações químicas convencionais entre substâncias e tecidos ✓ As moléculas de um fármaco devem exercer alguma influência química em um ou mais constituintes das células para produzir uma resposta farmacológica. • Especificidade dos fármacos ✓ Para que um fármaco seja útil como instrumento terapêutico ou científico, ele deve exibir elevado grau de especificidade relativa ao sítio de ligação ✓ Nenhum fármaco é totalmente específico nas suas ações ✓ Em muitos casos, o aumento na sua dose afeta outros alvos diferentes do alvo principal, podendo resultar em efeitos colaterais ✓ Apenas na imunoterapia que os fármacos podem chegar a ser 100% específicos • Afinidade e eficácia ✓ Afinidade: tendência de ativar o receptor (ligação receptor- célula) ✓ A tendência do fármaco, uma vez ligado, de ativar o receptor é indicada pela sua eficácia ✓ Agonista: ativam o receptor biológico e produz um efeito ✓ Antagonista: bloqueiam o receptor biológico; usado na toxicologia como um antídoto. ✓ Agonista parcial: ativam parcialmente o receptor ✓ Agonista total: ativam totalmente o receptor ✓ Droga + receptor → Complexo DR → Efeito/Resposta ➢ K1 = droga ligada (liga ao complexo); deve ser maior que a Kd ➢ K2= droga livre (dissociação do complexo) ➢ Kd = constante de dissociação ➢ Kd = [D] + [R]/DR = K2/K1 ➢ Sabendo que o fármaco precisa estar ligado ao seu receptor para produzir um efeito, podemos entender que: > KD < será o efeito da droga; se o fármaco se dissociar muito rápido, não terá tempo para ativar o receptor < KD > será a resposta biológica ✓ Agonista alostérico: ➢ Potencializa a ação de uma droga agonista ➢ Aumenta a afinidade e a sensibilidade do receptor a uma outra droga agonista, aumentando seu efeito ➢ Diminui a KD (constante de dissociação) e aumenta o K1 • Quantificação de antagonistas ✓ Antagonista competitivo: ➢ Ligação reversível ao sítio de ligação do agonista ➢ Competem pelo mesmo sítio de ligação ➢ Normalmente são necessárias mais doses do agonista para deslocar o antagonista do sítio receptor e o efeito permanece o mesmo ✓ Antagonista competitivo irreversível: ➢ Ligação irreversível ao sítio receptor ➢ Quanto maior a concentração do antagonista não competitivo menor será o número de receptores disponíveis para a ligação do agonista ➢ Levará a perda da eficácia e diminuição da resposta ✓ Antagonista alostérico: ➢ Liga-se a um sítio alostérico (não é o receptor ativo) ➢ Impede a ligação do agonista pois modifica a conformação do receptor e diminui a afinidade ➢ Diminui a eficácia da droga agonista ➢ Atua a distância, não atua diretamente no receptor • Antagonista entre fármacos ✓ Antagonismo químico: ➢ Substâncias se misturam em solução e ocorre a inativação ➢ Ingestão de medicamento com alimento ✓ Antagonismo farmacocinético: ➢ Redução da concentração no local de ação ➢ Quando se toma mais de um medicamente juntos ✓ Antagonismo por bloqueio dos receptores: ➢ Antagonismo competitivo reversível ➢ Antagonismo competitivo irreversível ✓ Antagonismo não competitivo: ➢ Bloqueio da ligação receptor-efetor ➢ Bloqueio de alguma fase do metabolismo ✓ Antagonismo fisiológico: ➢ Bloqueio de substâncias com ações opostas e que tendem a anularem o efeito uma da outra • Tolerância ✓ Mecanismo: ➢ Mudança dos receptores (mudança na conformação dos receptores) ➢ Perda de efetividade dos receptores (exposição prolongada; endocitose do receptor) ➢ Esgotamento dos mediadores ➢ Adaptação fisiológica • Dessensibilização ✓ Diminuição gradual do efeito da droga quando administrada de forma contínua ou repetidamente ✓ Tolerância: ➢ Diminuição gradual da resposta a um fármaco ➢ Termo também usado com frequência = refratariedade ✓ Mecanismos: ➢ Alteração em receptores ➢ Translocação de receptores (internalização) ➢ Depleção de mediadores ➢ Aumento da degradação metabólica do fármaco ➢ Adaptação fisiológica (homeostasia) ➢ Extrusão ativa do fármaco das células (principalmente relevante na quimioterapia antineoplásica) Anti-Inflamatórios Esteróides e Não Esteróides • Introdução ✓ O processo inflamatório compreende uma série de eventos que irão ocorrer após uma lesão ✓ Após a lesão, ocorre a vasodilatação que aumenta o fluxo sanguíneo, aumentando o calor (deixa o local avermelhado “rubor”) ✓ Aumento de permeabilidade dos capilares, ocorrendo o extravasamento de líquidos (edema) ✓ Todos esses eventos levam a quimiotaxia (substâncias que atraem os leucócitos ao nosso tecido); passagem de glóbulo branco dos vasos para o tecido (diapedese) ✓ Teste do PCR: se o indivíduo tiver a proteína C muito liberada, ou ele está no meio de uma infecção ou é propício a uma infecção ou doença cardíaca • Processo de agressão a pele ✓ O processo de agressão a pele libera substâncias que podem dentro da célula, se transformarem em substâncias inflamatórias (ácido araquidônico) ✓ Ácido araquidônico é o propulsor do processo inflamatório no citoplasma (inicia a cascata de inflamação) • Ácido araquidônico ✓ Inicia a inflamação ✓ Pode ser metabolizado por dois grupos de enzimas diferentes: ➢ LOX: grupo de enzimas lipoxigenases ➢ COX: grupo de enzimas cicloxigenases ✓ A diferença são os produtos gerados por cada grupo de enzimas: ➢ Ácido araquidônico + COX: prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxano ➢ Ácido araquidônico + LOX: leucotrienos (A4, C4, D4, E4) • Mediadores inflamatório: ✓ Liberados após a ação da COX ou da LOX sobre o ácido araquidônico ✓ Prostaglandina: dor e inflamação ✓ Tromboxano: agregação plaquetária ✓ Prostaciclinas: dor, edema e febre ✓ Leucotrienos: vasodilator, constrição muscular, aumento de permeabilidade vascular e broncoconstrição • COX ✓ COX 1: constitutiva; funciona 24 horas por dia na mucosa do estômago, rins, útero, SNC... ✓ COX 2: induzida pela inflamação; produzida pelos macrófagos, PMN, linfócitos, endotélio vascular ✓ COX 3: variante da COX 2; também é constitutiva; atua de forma específica no SNC e nos rins. • Anti Inflamatório Não Esteroidal - AINES ✓ Efeitos: analgésico, antipirético, anti-inflamatório, anti agregador plaquetário ✓ Acetilação do ácido salicílico: ➢ Melhor tolerado na mucosa gástrica e mesma potência ➢ O AAS se liga aos resíduos da serina que inativa a COX por ativação dos radicas serina das enzimas; no momento que ocorre essa interação, não tem como produzir o ácido araquidônico evitando a inflamação ✓ Os AINES irão agir bloqueando o “uso” do ácido araquidônico pelas COX (AINES não bloqueiam Leucotrienos) ✓ Efeito antipirético: ➢ Regula a febre ➢ Regulação via hipotálamo ➢ Inibe a produção de prostaglandinas (PGE2) no hipotálamo ✓ Efeito analgésico: ➢ Reduz a produção de prostaglandinas que aumentam a sensibilização de receptores de dor ➢ Reduz a vasodilatação (dor de cabeça) ✓ Efeito anti-inflamatório: ➢ Reduz a vasodilatação (edema) ➢ Dor ✓ Tipos de anti-inflamatórios AINES ➢ Anti-inflamatório de 1ª geração: não seletivos; inibem a COX 1 e 2 ➢ Anti-inflamatórios de 2ª geração: atuam na COX 2; não tem efeito antitrombótico; menos efeitos sobre a mucosa gástrica mas ainda causam danos renais ➢ Coxibes: inibidores da COX 2 (induzida na inflamação); inibe as prostaglandinas; redução da incidência de problemas gástricos. • Anti Inflamatório Esteroidal - AIES ✓ Atua bloqueando os leucotrienos liberados nas reações alérgicas ✓ Suprarrenal: ➢ Medula: produz adrenalina e noradrenalina ➢ Córtex reticulada: hormônios sexuais (androgênio e estrogênio) ➢ Córtex fasciculada: cortisol (glicocorticoide)➢ Córtex glomerulosa: aldosterona ✓ Os AIES trabalham como imunossupressores para evitar a recusa de órgãos transplantados ✓ Colesterol: ➢ Fonte exógena (alimentação) e endógena (fígado) ➢ O excesso de cortisol afeta o metabolismo de proteínas e carboidratos, suprime a resposta imune, inflamação e reações alérgicas (estresse) ✓ Cortisol: ➢ Síntese rigorosamente controlada ➢ Regulação do metabolismo ➢ Resposta ao estresse ➢ Imunidade ➢ Função no SNC ➢ Ligado ao ciclo circadiano ✓ O processo de estresse atua no hipotálamo, que por sua vez libera o ACTH que atua nas adrenais e libera os glicocorticoides. • Ação anti-inflamatória dos corticoides ✓ Reduz transcrição de genes (atua no núcleo) de fatores de adesão e citocinas (reduz a ativação de macrófagos e neutrófilos) ✓ Reduz a transcrição de genes para a síntese de IL2 (interleucina que ativa células de defesa) e expressão de seus receptores (reduz a atividade da célula NK e T CD4) ✓ Reduz a atividade de osteoclastos (osteoporose) ✓ Reduz a produção de colágeno e fibroblastos (reduz a cicatrização) ✓ Tem alta lipossolubilidade para conseguir atravessar a membrana e interagir com os receptores nucleares ✓ Agem no eixo hipotálamo-hipofisário (reduzem o ACTH e o CRH, atrofiando a supre renal e parando a produção de cortisol) • Tratamento com glicocorticoides ✓ Efeitos clínicos terapêuticos: ➢ Células imunes: imunossupressor ➢ Vasos: vasoconstrição ➢ Células tecidos e órgãos: anti-inflamatório, antialérgico e alivio de dor ✓ Efeitos clínicos adversos: ➢ Músculo: miopatia ➢ Osso: osteoporose e osteonecrose ➢ SNC: alterações neuropsiquiátricas ➢ Metabolismo: aumento de peso, retenção de líquidos, disfunção metabólica ➢ Pele: equimoses ➢ Olhos: catarata, glaucoma ➢ Infecções cardiovasculares • Efeitos dos corticoides ✓ Efeito anti-inflamatório e imunossupressor: ➢ Altera a concentração, distribuição e função dos leucócitos periféricos ➢ Promove a supressão de citocinas inflamatórias, quimiotáticas e de moléculas de adesão ➢ Inibição da função dos macrófagos e células apresentadoras de Ag ➢ < prostaglandinas e leucotrienos, inibição da fosfolipase A2, redução da expressão da COX 2 ➢ Inibição da degranulação dos mastócitos (< histamina) ➢ < produção de Ac • Indicações terapêuticas dos corticoides ✓ Reações alérgicas ✓ Patologia ocular ✓ Doenças inflamatórias intestinais ✓ Doenças hematológicas ✓ Transplante de órgãos ✓ Doenças pulmonares ✓ Doenças renais ✓ Dermatoses • Farmacocinética dos corticoides ✓ Rapidamente absorvidos pelo TGI e espaços sinoviais ✓ Lentamente absorvidos pela pele ✓ Ligado à albumina ✓ Metabolizado no fígado e no rim ✓ 80 – 90% ligado a proteínas (alfa globulina) Fitoterapia • Introdução ✓ Fitoterápico é “todo medicamento tecnicamente obtido e elaborado, empregando-se exclusivamente matérias-primas com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnóstico, com benefício para o usuário” ✓ É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos do seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância da sua qualidade ✓ É o produto final acabado, embalado e rotulado • Plantas medicinais ✓ São plantas utilizadas na cura e/ou tratamento de doenças, na visão popular ✓ Nem tudo aquilo que se usa para tratar determinada doença é bom e realmente serve ✓ Precisamos tomar conhecimento de que, mesmo sendo um medicamento natural, as plantas podem causar problemas de saúde se forem usadas de maneira errada ✓ O que difere o medicamento do veneno é a dose • Regulamentação ✓ Regulamentada desde 2006 – duas políticas públicas, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) -SUS • Vantagens ✓ Associada ou não ao tratamento convencional, traz inúmero benefícios e uma dimensão mais humanizada e integral do paciente ✓ Resgata sua condição histórico-cultural ✓ Contribui para a valorização do indivíduo como agente de sua própria história ✓ Menor custo financeiro ✓ Maior adesão ao tratamento • Validação das plantas medicinais ✓ Os estudos que transformam as plantas medicinais em produtos fitoterápicos são denominados “estudos de validação” (buscar a confirmação da eficácia farmacológica e da ausência de toxicidade da planta) ✓ Eles envolvem estudos botânicos, químicos e farmacológicos ➢ Estudo botânico: após a coleta da planta, suas folhas, frutos e flores são prensados para a preparação de uma exscicata. A partir da exscicata é possível identificar a espécie da planta e a família botânica à qual ela pertence ➢ Estudo químico: consiste na extração e identificação das substâncias químicas da planta ➢ Após a secagem, a parte da planta usada na preparação dos remédios na medicina popular é moída, transformada em pó ➢ O pó é então submetido a processos de extração de suas substâncias químicas ➢ Para a separação, purificação e identificação do(s) princípios(s) ativos(s) das plantas são aplicados métodos cromatográficos aos extratos ➢ A cromatografia pode ser feita em colunas, em placas ou por meio de equipamentos como os cromatógrafos líquidos ou gasosos ➢ A identificação da estrutura química dos princípios ativos é feita por meio de métodos espectroscópicos ➢ Estudos farmacológicos: os produtos obtidos na extração das plantas (extratos, substâncias purificadas) são então submetidos a ensaios farmacológicos para verificar a atividade e ausência de toxicidade • Plantas validadas ✓ Aprovado o seu uso na preparação de medicamentos fitoterápicos pela OMS e pela ANVISA • Plantas validadas com potencial anti-inflamatório ✓ Arnica (Arnica montana)- Como anti-inflamatório em traumas, contusões, torções e edemas por fraturas e torções; hematomas. Parte usada: flores. Uso tópico através de compressas, cremes, extratos ou pomadas. ✓ Calêndula (Calendula officinalis) - inflamações e lesões, contusões e queimaduras. Parte usada: flores. Uso tópico. ✓ Copaíba (Copaifera langsdorff) - Anti-inflamatório, antisséptico e cicatrizante. Óleo. Uso tópico (pomadas ou cremes). ✓ Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens) - Dores articulares (artrite, artrose, artralgia). São usadas as raízes. Via oral. ✓ Salgueiro branco (Salix alba) - Inflamação, dor e febre. São usadas as cascas do caule na forma de infusão. Via oral. • Formas de uso ✓ Banhos, compressas, chás, unguentos, cremes, pomadas, pós, óleos essenciais, elixir, xaropes, xampus, sabonetes, loções e extratos • Cuidados e reações indesejáveis ✓ Reações de hipersensibilidade ✓ Hepatotoxicidade ✓ Citotoxicidade ✓ Nefrotoxicidade (carambola) ✓ Atividade genotóxica ✓ Interação com outros fármacos (sinergismo “potencialização” ou antagonismo) • Interações ✓ Alcachofra com diuréticos: sinergismo ✓ Alho: ➢ Potenciação do efeito do anti-glicemiante levando a hipoglicemia ➢ Potenciação dos efeitos dos anticoagulantes orais levando a hemorragia ✓ Boldo: ➢ Inibição da agregação plaquetária decorrente da não formação do tromboxano A2, portanto potencializa a ação de anticoagulantes • Contaminantes ✓ Metais pesados: ➢ Contaminação de vegetais com metais pode ter diversas origens, tais como acidental, proposital, contaminação do solo, de materiais de origem natural ou mineral e durante a manufatura ➢ Fitoterápicos importados de países asiáticos possuem formulações que são bastante diferentes das preparadas pelos ocidentais, contendo metais pesados em concentrações que, muitas vezes, ultrapassam os valores seguros para consumo ✓ Fármacos: ➢ Finalidade de aumentar os efeitos dos fitoterápicos ✓ Organofosforados ✓ Contaminação microbiológica • Farmacovigilância ✓ Fitoterápicos e plantas medicinais não são inócuas e podem provocar efeitos tóxicosgraves ✓ A maior parte dos fitoterápicos que são utilizados atualmente por automedicação ou por prescrição médica não tem o seu perfil tóxico bem conhecido ✓ Objetivos principais da farmacovigilância: ➢ Detecção precoce dos efeitos indesejáveis desconhecidos dos medicamentos ➢ Contribuir para a redução dos riscos relativos a utilização dos mesmo através do acompanhamento sistemático da ocorrência de reações adversas a medicamentos numa população • Interação fármaco-alimento ✓ Interações físico-químicas: ➢ Formação de complexos entre componentes alimentares e os fármacos, diminuindo a absorção do fármaco ✓ Interações fisiológicas: ➢ Pode induzir a modificações pelos medicamentos no apetite, digestão, esvaziamento gástrico, biotransformação e clearance renal ✓ Interações patofisiológicas: ➢ Os fármacos podem prejudicar a absorção e/ou inibição do processo metabólico de nutrientes • Consequências da interação fármaco-alimento ✓ Deterioração do estado nutricional ✓ Redução ou exacerbação do efeito terapêutico ✓ Aumento da toxicidade da droga • Alteração do estado nutricional ✓ Composição orgânica do indivíduo: ➢ Acúmulo de drogas lipossolúveis no tecido adiposo ✓ Fármacos para emagrecimento: ➢ Carência nutricional por ingestão reduzida (anfetaminas) ✓ Drogas psiquiátricas: ➢ Aumento da ingestão alimentar e ganho de peso (lítio e Diazepam) ✓ Tratamento para hiperatividade: ➢ Perda do apetite, o que pode levar a carência nutricional ➢ Anfetaminas: retardo do crescimento com uso prolongado ✓ Tratamento para quimioterapia: ➢ Modificações ou redução no paladar ➢ Náusea e vômito, o que acaba reduzindo sua ingestão de alimentos Introdução Forma Farmacêutica e Vias de Administração Farmacocinética - Absorção Farmacocinética - Distribuição Biotransformação e Excreção de Fármacos Farmacodinâmica - Interação Droga-Receptor Especificidade dos Fármacos Anti-Inflamatórios Esteróides e Não Esteróides Fitoterapia
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