Buscar

ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO- ARTIGO FINAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO PROCESSO DE 
ALFABETIZAÇÃO 
 
Aline Cristina de Jesus 
Karen Boostel dos Santos 
Lilian Claudia Martins Felipe 
Lorena Mandelli 
Raquel Amaral Drumond 
Taisnara de Jesus 
 
RESUMO 
O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre o papel da teoria e da prática 
na formação do alfabetizador indagando assim seus desafios nessa articulação 
e sua importância. Alfabetizar vai muito além de ensinar a ler e escrever exige o 
professor comprometimento impossibilitar os seus alunos vivencias de mundo a 
fim de que estes saibam o que se lê e o que se escreve. Alfabetização e 
letramento são palavras conectadas, é pela alfabetização e o letramento que as 
crianças começam a participar diretamente do mundo, exercitando suas funções 
sociais, como cidadão consciente, dominando a escrita e a leitura convencional 
nas suas práticas sociais. O desafio que se coloca para os primeiros anos da 
Educação Fundamental é o de conciliar esses dois processos. 
PALAVRAS CHAVES: Alfabetização, Letramento, Desafios 
 
ABSTRACT 
This paper aims to reflect on the role of theory and practice in the formation of 
the literacy teacher, thus inquiring about its challenges in this articulation and its 
importance. Literacy goes far beyond teaching how to read and write. The teacher 
requires commitment to make his students' experiences of the world impossible 
so that they know what is read and what is written. Literacy and literacy are 
connected words, it is through literacy and literacy that children begin to 
participate directly in the world, exercising their social functions, as a conscious 
 
 
2 
 
citizen, dominating conventional writing and reading in their social practices. The 
challenge for the first years of elementary education is to reconcile these two 
processes. 
KEY WORDS: Literacy, Literacy, Challenges 
 
INTRODUÇÃO 
O processo de alfabetização é a base para uma educação construtiva e 
significativa para o educando. Durante a alfabetização se desenvolve a leitura, a 
escrita e se auxilia no processo de comunicação. 
Para que o processo de alfabetização ocorra da eficaz, é necessário que o 
professor responsável por esse processo tenha domínio teoria e principalmente 
que a ponha em prática da forma mais espontânea, levando sempre em 
consideração as necessidades e interesse da classe. 
O processo de alfabetização vai muito além da memorização de códigos, tais 
como BA, BE, BI, entre outros, é necessário dar sentido para esses códigos e 
assim fazer com os alunos entendam o quão importante é a leitura e a escrita 
nas práticas sociais, e partir desse entendimento é que as crianças criarão o 
gosto e prazer na leitura. 
O presente trabalho visa mostrar que para que o processo de alfabetização 
ocorra de forma satisfatória é necessário que o professor saiba conciliar a teoria 
com a prática, tornando esse processo o mais dinâmico possível construindo 
assim o processo de entendimento da criança através da prática. 
 
1. ALFABETIZAR E LETRAR 
Alfabetização é o processo de aprendizado da leitura e da escrita. Letramento é 
o desenvolvimento do uso qualificado da leitura e escrita nas práticas sociais. 
Já dizia Paulo Freire (2001) que aprender a ler e a escrever é aprender a ler o 
mundo, compreender o seu contexto numa relação dinâmica vinculando 
linguagem e realidade e ser alfabetizado é tornar-se capaz de usar a leitura e a 
escrita como meio de tomar consciência da realidade e de transformá-la. 
 
1.1. ENTENDENDO O CONCEITO TÉCNICO DO QUE É ALFABETIZAR 
E LETRAR: 
 
 
3 
 
 Alfabetização – Ação de alfabetizar, de propagar o ensino da leitura; 
conjunto de conhecimentos adquiridos na escola. 
 Letramento- Conjunto de conhecimentos de escrita e leitura adquiridos na 
escola; capacidade de ler e de escrever ou de interpretar o que escreve. 
Ambas as definições mostram a importância do papel da escola no processo de 
ensino e aprendizagem da escrita e da leitura. 
 
 Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, 
ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e 
a escrever no contexto das práticas sociais da leitura da escrita. 
Magda Soares (1998) 
 
A alfabetização é o processo onde a criança aprende a decifrar os elementos 
que compõe a escrita. Essa decifração passa pela memorização do alfabeto, 
reconhecimento das letras e ligação entre sílabas. Mas o que muitos não sabem 
é que esta alfabetização por si só, não prepara o indivíduo para o mundo letrado. 
O letramento é um pouco mais amplo do que a alfabetização. Ele corresponde à 
interpretação e a clareza da língua e, não apenas à decifração dela. Quando a 
criança é capaz de entender um texto, falar com clareza interpretar uma história 
e se expressar de forma eficaz por meio das palavras empregadas por ele, torna-
se então um aluno letrado. 
Apesar de ambas terem o conceito semelhante, alfabetização e letramento tem 
diferenças, que são muito importantes para o processo de ensino e 
aprendizagem de uma criança. Uma criança alfabetizada não é necessariamente 
uma criança letrada, e vice-versa. 
[...] um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo 
letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que saber ler e escrever, já o 
indivíduo letrado, indivíduo que vive em estado de letramento, é não só 
aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a 
leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde 
adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita. (SOARES 
1998, P.39,40) 
 
A autora é bem objetiva sobre os dois conceitos e deixa uma noção metódica do 
que cada um representa, tornando assim possível entender o que se se refere 
cada processo no seu âmbito escolar. Compreende-se que o letramento torna o 
indivíduo seguro para organizar discursos, interpretar e compreender textos e a 
 
 
4 
 
refletir sobre eles. Já a alfabetização deixa o indivíduo seguro para desenvolver 
os mais diversos métodos de aprendizado da língua. 
De acordo com Magda Soares (2003), “Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar 
a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido 
e façam parte da vida do aluno.” 
Para tanto, cuidados serão necessários ao conduzir a alfabetização. De acordo 
com a autora apenas ensinar a ler e a escrever é insuficiente. 
Para uma pessoa se tornar letrada, ela precisa ter experiências culturais com 
práticas de leitura e escrita, práticas estas que são adquiridas antes da educação 
formal. Porque se uma convive em ambiente letrado, com pessoas que leem, 
que tem contato com revistas, livros, gibis, qualquer coisa que a leve a pensar 
em leitura, certamente ela se motivará para ler e escrever, começando desde 
cedo a poder, refletir sobre as características dos diferentes textos os quais tem 
acesso. 
 
Segundo o PCN de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, 
“Leitura e escrita são práticas complementares, fortemente 
relacionadas, que se modificam mutuamente no processo de 
letramento — a escrita transforma a fala (a constituição da “fala 
letrada”) e a fala influencia a escrita (o aparecimento de “traços da 
oralidade” nos textos escritos). São práticas que permitem ao aluno 
construir seu conhecimento sobre os diferentes gêneros, sobre os 
procedimentos mais adequados para lê-los e escrevê-los e sobre as 
circunstâncias de uso da escrita.” (PCN,1997, p.35) 
 
De acordo com o Parâmetro Curricular Nacional que a criança deve dominar o 
uso da escrita e leitura e fazer uso desse processo, por meio de práticas sociais 
em situações da vida cotidiana e escolar, onde se entende-se por esse processo 
como letramento. 
 
2. O PAPEL DA TEORIA E DA PRÁTICA NA FORMAÇÃO DO 
ALFABETIZADOR 
Alfabetizar vai muito além de ensinar a ler e a escrever, exige do professor o 
comprometimento em possibilitar aos alunosvivências do mundo letrado, a fim 
de que estes saibam compreender o que se lê e se escreve, bem como fazer 
uso dessas habilidades em seu cotidiano. Ou seja, o papel do professor é de 
intervir, criticar e assim transformando conhecimento dos seus alunos. O 
 
 
5 
 
professor tem a função de mediador desse conhecimento, através de práticas de 
alfabetização que estimulem a leitura e a escrita, de maneira que aconteça a 
aprendizagem efetiva na vida dos alunos. 
O professor tem como objetivo junto a criança construir seu conhecimento, saber 
que para se alfabetizar ela precisa refletir sobre a construção do sistema escrita 
alfabético. A escola precisa dar condições materiais, e suporte de profissionais 
que auxiliem o professor nas horas de maiores dificuldades. 
Porém, o professor hoje não é mais o único responsável pela alfabetização dos 
alunos, mais continua tendo um papel essencial neste processo, segundo Moll, 
(2009 p.50). “O professor pode desempenha um papel de facilitador que, 
colocando a disposição o material de leitura e escrita, não intervém no ritmo de 
aprendizagem dos alunos”. Pode também agir ao contrário, continuando a tratar 
como se todos tivessem o mesmo nível de conhecimento, sendo o professor a 
única fonte de saber que deposita todo o conhecimento no aluno. 
Sabemos que nas salas de aulas das escolas públicas há grande concentração 
de alunos e, portanto, o professor tem muitas dificuldades de atender as 
necessidades individuais, por isso que é importante o planejamento das aulas, 
abordando metodologias que proporcione uma melhor interação entre os alunos, 
para que um aluno auxilie o outro em suas aprendizagens. 
 
3. ARTICULAÇÃO TEORIA-PRÁTICA NA ELABORAÇÃO DO 
PLANEJAMENTO PARA O CICLO DE ALFABETIZAÇÃO. 
Ainda existem professores alfabetizadores que não dão muita importância para 
o planejamento de suas aulas e talvez seja essa negligência que resulta no 
avanço de crianças sem saberes construídos ao final de cada ano do ciclo de 
alfabetização. Regular a prática pedagógica e diagnosticar necessidades dos 
alunos é um dever de todo professor e é somente através do cumprimento deste 
dever que o direito do aluno poderá ser garantido. 
O planejamento docente alfabetizador deve ter como objetivo principal: A 
alfabetização da criança. É preciso que o docente questione e reavalie as 
estratégias a serem aplicadas para melhorar o tempo e o espaço, tanto o seu 
 
 
6 
 
próprio, que atua como mediador dos conhecimentos, quanto do aluno, que 
anseia pelo saber. 
O professor, no ciclo de alfabetização, precisa estar compromissado com a tarefa 
de alfabetizar e, para isso, precisa prever e rever sua prática. O aluno que chega 
ao 1º ano do ciclo de alfabetização está ali para ser alfabetizado, e cabe ao 
professor oportunizar condições para esse processo. Cada aluno tem seu tempo 
e seu ritmo, mas é direito dele ser alfabetizado no 1º ano do ciclo de 
alfabetização. 
O planejamento marca a intencionalidade do processo educativo e é 
um instrumento orientador do trabalho docente. Portanto, este 
documento deve ser assumido no cotidiano como um processo de 
reflexão, pois, mais do que ser um papel preenchido, é atitude e 
envolve todas as ações e situações do educador no cotidiano do seu 
trabalho pedagógico. (OSTETTO,2008). 
O planejamento não serve apenas para atender uma exigência legislativa, ele 
serve também como um instrumento que possibilita ao professor prever ações 
de ensino voltadas para a realidade dos estudantes, tornando a ação de ensinar 
mais prazerosa e o aprendizado mais eficaz. Há possibilidades a serem 
ofertadas num planejamento sistemático que atenda à diversidade no espaço de 
alfabetização. Se o docente planejou sua prática e previu estratégias que 
atendem à diversidade da sua turma, certamente, ele terá êxito em seu trabalho. 
Porém, se ele esteva presente em seu local de trabalho, mas não cumpriu com 
sua missão, não atendeu aos objetivos daquela aula, pois sua aula não tinha 
objetivo, não tinha planejamento. O professor alfabetizador precisa estar ciente 
das atribuições da sua prática e da responsabilidade que assume ao atuar no 
ciclo de alfabetização. 
Por mais diversas que sejam suas estratégias de ação, ele tem um compromisso 
público com a alfabetização das crianças. Seu planejamento concebido deve 
atender aos alunos que o esperam diariamente, mas, não pode ser um 
planejamento que apenas lista conteúdos para o decorrer do período letivo. Ele 
faz parte de uma escola, e toda escola tem seu projeto político-pedagógico. E é 
deste que derivam as ideias de sociedade que a instituição passa à aquele 
pequeno cidadão que ela intenciona formar. 
 
 
7 
 
Portanto, o planejamento docente também precisa considerar isso, pois é a meta 
da instituição. Queixas e justificativas não são motivos para restringir o aluno do 
seu direito de estar alfabetizado ao final de um período/ano/ciclo. Observar os 
direitos de aprendizagem e listá-los como um ornamento do mural da sala de 
aula ou do seu diário de classe não faz com que o aluno construa conhecimentos 
e desenvolva-se academicamente. 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), concede a criança, Seis Direitos de 
Aprendizagem, que foram elaborados a partir de valores éticos, políticos e 
estéticos, representando os direitos de todas as crianças que fazem parte de 
uma Educação Infantil, e a maneira como elas aprendem. Os professores devem 
se guiar por esses direitos para elaboração do seu planejamento escolar. 
São Direitos de Aprendizagem: 
 Conviver- As crianças têm o direito de conviver com outros indivíduos, 
usando diferentes linguagens e aumentando o conhecimento; 
 Brincar- Elas têm o direito de brincar diariamente, em diferentes formas e 
espaços, ampliando as produções culturais; 
 Participar- Toda a criança tem o direito de participar com adultos e outras 
crianças, na realização de atividades familiares e escolares; 
 Explorar- Elas devem explorar todos os movimentos, desde gestos, sons, 
formas cores, palavras, entre outros, ampliando assim os seus saberes 
sobre a cultura; 
 Expressar- Todas as crianças têm o direito de expressarem as suas 
emoções e necessidades em qualquer patamar; 
 Conhecer-se- Elas devem construir a sua identidade pessoal, social e 
cultura. 
 
3.1. COMO DESENVOLVER ESSES DIREITOS NO AMBIENTE 
ESCOLAR? 
Esses 06 direitos devem guiar todos em uma instituição de Educação Infantil, e 
fazer uso deles para que as crianças possam se desenvolver. Eles podem ser 
explorados através de brincadeiras, interações, e contação de histórias para que 
as crianças conheçam um novo universo da leitura, da imaginação, e da 
 
 
8 
 
interpretação. Utilizando conversas sobre um determinado assunto como uma 
leitura, por exemplo, com momentos de danças e músicas, para que elas possam 
se expressar através dos movimentos e gestos. 
Não tem uma regra específica para cumprir esses direitos, mas através das 
atividades que o professor possa fazer, eles serão garantidos, pensando nos 
campos que estruturam as formas de interação dentro da escola. 
É necessário que o professor faça uso constante destes direitos em seu 
planejamento, para que assim construa progressivamente estratégias que 
assegurem a alfabetização de cada aluno de sua turma. Por que não explorar 
com aquele aluno que assimila com facilidade os conhecimentos abordados 
enquanto os retoma com os demais? Uma atividade pode ser adaptada a 
diferentes níveis da alfabetização, e, para isso, a intervenção do professor é 
fundamental. É preciso instigar o conhecimento, lançar desafios que motivem a 
rotina da sala de aula e promovam o alcance dos objetivos propostos. 
 
3.2. FORMAÇÃO DOCENTE CONTINUADA 
A formação continuada proposta pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na 
Idade certa (PNAIC), foi desenvolvida por meio de planejamento sistemático. A 
ideia foi lançada; muito conhecimentofoi transmitido; estratégias foram 
abordadas; métodos foram revistos; experiências foram trocadas. PNAIC é um 
compromisso formal e solidário assumido pelos governos Federal, do Distrito 
Federal, dos Estados e dos Municípios, desde 2012, para atender à Meta 5 do 
Plano Nacional da Educação (PNE), que estabelece a obrigatoriedade de 
“Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do 
ensino fundamental. 
Faz-se necessário acreditar e querer comprometer-se com a tarefa de 
alfabetizar. O planejamento é a chave-mestra do sucesso da prática docente no 
ciclo de alfabetização. Para isso, há necessidade da vigília constante do docente 
alfabetizador sobre sua tarefa de planejar, pois, assim agindo, sua ação docente 
será qualificada e estará adequada às necessidades de aprendizagem das 
crianças, garantindo, desse modo, o seu direito de aprender. 
 
 
9 
 
Um dos maiores desafios na formação docente é propiciar, ao longo de seu 
desenvolvimento, experiências práticas capazes de construir sujeitos 
conscientes de sua atuação social, críticos e reflexivos. 
Uma formação docente sólida não está ligada apenas a uma formação teórica 
sobre conhecimentos específicos, mas no desenvolvimento de conhecimentos 
práticos, em procedimentos de ensino e de aprendizagem que permitam uma 
boa relação entre essas dimensões. 
Essas dimensões devem estar bem articuladas, principalmente na formação do 
professor alfabetizador, pois, o planejamento de atividades para o ciclo de 
alfabetização deve ser contextualizado e as particularidades da turma como um 
todo devem ser consideradas. 
A ação docente no ciclo de alfabetização precisa assumir o compromisso da 
plena alfabetização. Esse compromisso se dá quando a aprendizagem passa a 
ser vista como um direito do aluno. Para isso, é necessário que o professor 
organize sua prática e efetive seu trabalho, preveja ações e condições, fuja do 
improviso e da rotina, assegurando a unidade e continuidade, dando sentido ao 
que realiza em sala de aula. 
É um processo extenso que se conclui com a apropriação das relações entre 
fonemas e letras – que, no entanto, é por onde começa o método fônico. Ou seja, 
um método onde a alfabetização começa pelo fim do processo, a aprendizagem 
das relações fonema-letra, considerando como “evidência científica” apenas a 
psicologia cognitiva da leitura. Por outro lado, há os que optam por preceder essa 
aprendizagem das relações fonema-letra, que é a natureza do princípio 
alfabético, orientando a criança para a progressiva compreensão da língua 
escrita como um sistema de representação dos sons da língua, considerando: 
 o desenvolvimento cognitivo com base nas “evidências científicas” da 
Psicologia cognitiva e da Psicogênese; 
 o desenvolvimento linguístico, com base nas “evidências científicas” da 
Fonologia; 
 o desenvolvimento motor – a aprendizagem da grafia das letras e 
manipulação dos instrumentos de escrita – pelas “evidências científicas” 
 
 
10 
 
das teorias e pesquisas sobre o desenvolvimento motor fino e da 
coordenação motora. 
Ao Considerarmos isso não geramos um método, mas procedimentos 
adequados a cada uma dessas facetas do desenvolvimento da criança. O 
fundamental é o alfabetizador ou alfabetizadora conhecer esse complexo e 
multifacetado processo de aprendizagem da língua escrita pela criança, de modo 
a orientar adequadamente sua aprendizagem. 
Não se trata de optar por um método de alfabetização, mas de alfabetizar com 
método. Isto é, compreendendo o processo e assim sabendo como agir e como 
intervir para a aprendizagem da criança. Infelizmente os cursos que formam 
alfabetizadores não os tem preparado para essa compreensão do processo de 
aprendizagem inicial da língua escrita pela criança. 
“A política prioritária na área da alfabetização deveria ser a formação 
de professores para a educação infantil e as séries iniciais, para que 
dominem as teorias e as práticas que os orientem à introdução da 
criança ao mundo da escrita – alfabetização e letramento.” 
(SOARES,2019) 
A tarefa de planejar é de responsabilidade do professor, e a execução do 
planejamento deve envolver todos que atuam na escola e formam a realidade 
escolar. Nesse sentido, possui dimensão coletiva, e a participação de todos 
define metas e meios para se alcançar objetivos pré-estabelecidos. Em cada 
espaço escolar é possível perceber a diversidade de contextos. Famílias 
conturbadas, realidades financeiras precárias, problemas de aprendizagem, 
diagnósticos e laudos não podem justificar o não planejamento do trabalho 
docente. 
A função do professor, como mediador do conhecimento no espaço escolar, está 
em buscar os meios necessários para ensinar as crianças, independentemente 
das condições que ela apresenta ao chegar à escola. O processo de organização 
e planejamento das atividades de alfabetização e letramento, varia de acordo 
com a concepção que se tem do termo, ultrapassando o universo da escrita 
enquanto objeto de ensino e aprendizagem da forma que se constitui nos 
contextos responsáveis pelo ensino formal, isto é, nas escolas. O trabalho com 
diferentes práticas de letramento varia de acordo com a concepção teórica de 
 
 
11 
 
cada profissional independentemente das condições que o meio oferece, dos 
objetivos docentes. 
Tanto no campo das teorias, quanto nos contextos das práticas alfabetizadoras 
existe a presença da heterogeneidade de níveis de alfabetização e letramento 
dos educandos, o que exige dos professores, uma adaptação curricular continua 
em suas práticas alfabetizadoras, pois “atuar nas séries iniciais significa conviver 
e trabalhar, a cada ano, com crianças dos mais diversos níveis de alfabetização 
e letramento”. (ABREU,2012,p.122). 
 
4. DESAFIOS DA ARTICULAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA 
 Não é raro observarmos professores que considerem necessária a 
interação com diferentes gêneros textuais na formação do leitor/ escritor 
competente, mas que, na sala de aula, recorram basicamente a pseudotextos no 
trabalho de alfabetização. 
Esse tipo de prática não possibilita aos estudantes interagir com os materiais 
escritos fora do espaço escolar nem refletir sobre as funções sociais desses 
textos e sobre as relações que se estabelecem entre as pessoas por meio 
desses textos. 
 Daí a importância de se perceber a sala de aula como um espaço que 
possa promover tanto o domínio de capacidades específicas da alfabetização, 
quanto o domínio de conhecimentos e atitudes fundamentais envolvidos nos 
diversos usos sociais da leitura e da escrita. 
Para que isso ocorra, é preciso o conhecimento da teoria relativa a esses 
domínios e sua articulação da pratica de ensino: é preciso que haja um equilíbrio 
entre ambos, e estabelecer esse equilíbrio tem sido um grande desafio, tanto 
para os acadêmicos quanto para os professores que atuam nas turmas de 
alfabetização. 
Esse equilíbrio poderá ser alcançado, se, para além do discurso-denúncia, tão 
presente nas pesquisas sobre alfabetização no Brasil, formos capazes de 
produzir pesquisas empíricas e estudos comparativos que propiciem a produção 
 
 
12 
 
de alternativas pedagógicas que possam subsidiar a prática dos professores 
alfabetizadores. 
Uma melhor compreensão dos limites e possibilidades dos processos escolares 
de alfabetização e letramento e a construção de alternativas pedagógicas que 
possam superar esses limites serão decorrentes desse diálogo. 
 Buscando superar a perspectiva da denuncia daquilo que não funciona no 
processo de ensino da alfabetização em sala de aula, refletiremos sobre alguns 
impasses e dificuldades que os professores têm encontrado no processo de 
alfabetizar. 
 
4.1. O PAPEL DA TEORIA E DA PRÁTICA NA FORMAÇÃO DO (A) 
ALFABETIZADOR (A) 
 Defendemos a ideia de que o papel da teoria é oferecer aos (as) 
professores (as) a compreensão dos contextos históricos, organizacionais,culturais, sociais e de si mesmos como profissionais, nos quais realizam suas 
atividades docentes, para intervir, criticar, transformando-os, defende que os 
professores que atuam nas escolas também são produtores de conhecimento no 
seu trabalho cotidiano e o que os mesmos produzem em sua aplicação não 
convém de saberes Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de 
Professores EdUECE- Livro 2 01484 4 produzido por outros, “mas também um 
espaço de produção, de transformação e de mobilização de saberes que lhe são 
próprios”. 
É a partir dos estudos desses autores que compreendemos que a formação do 
(a) alfabetizador (a) não pode prescindir de estudos específicos sobre Linguística 
aplicada à educação, tanto a Psicolinguística, quanto a Sociolinguística, além 
das teorias sobre aprendizagem e desenvolvimento das crianças e dos estudos 
que visam compreender o processo de alfabetização e letramento na infância. 
A ausência de estudos específicos sobre alfabetização/letramento na 
licenciatura ficou ainda mais evidente com as dificuldades encontradas no 
trabalho pedagógico nos três primeiros anos do ensino fundamental: crianças 
em diferentes fases do processo de aquisição da leitura e da escrita: como lidar? 
 
 
13 
 
Percebemos, dessa forma, que ainda que a formação teórica não resolva as 
demandas da prática, e mesmo constatando que há saberes que só são 
gestados na prática, principalmente aqueles ligados à escolha, a gestão das 
informações, a tomada de decisão, a relação com os alunos, entre outros, há 
uma lacuna no que se refere aos saberes específicos da alfabetização no curso 
de Pedagogia. 
Esse trabalho nos conduz à constatação de que os (as) professores (as) são 
sujeitos caracterizados por uma determinada cultura, clima organizacional, que 
pensam e articulam seus saberes com os saberes teóricos, com novas 
construções e sentidos, e na proposição das transformações necessárias às 
práticas alfabetizadoras. 
Por fim, essa reflexão dá pistas de que o diálogo entre teoria e prática precisa 
ser fortalecido na formação em Pedagogia, para atender ao objetivo de equilibrar 
saberes disciplinares e saberes pedagógicos na formação específica, nesse 
caso, para atuação na alfabetização. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Alfabetizar com qualidade é um grande e complexo desafio, porém, possível. 
Pensar e planejar uma rotina alfabetizadora em que todos os alunos tenham os 
seus direitos garantidos, inclusive o de acesso a uma alfabetização libertadora, 
nos termos de FREIRE (1996) se limita para os que estão envolvidos neste 
processo, muitas vezes, de forma complexa. Sendo assim, é necessário que os 
processos de planejamento e organização das ações alfabetizadoras sejam 
fundamentadas em princípios que contemplem aspectos que conduzam as 
reflexões das diversas dimensões do processo de alfabetização, de maneira 
contínua e para além da simples codificação e decodificação de símbolos. 
Uma aula sem preparação, sem planejamento e sem uma proposta pedagógica, 
não cumpre o seu papel, que é o de ensinar. A formação continuada docente 
contribui efetivamente com as mudanças conceituais e metodológicas sobre os 
processos de alfabetização e de letramento. A formação continuada proposta 
pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, alcançou seus objetivos, 
 
 
14 
 
porque foi desenvolvida por meio de um planejamento sistemático. A ideia foi 
lançada; muito conhecimento foi transmitido; estratégias foram abordadas; 
métodos foram revistos; experiências foram trocadas. No entanto, faz-se 
necessário acreditar e querer comprometer-se com a tarefa de alfabetizar. 
O planejamento é a chave-mestra do sucesso da prática docente no ciclo de 
alfabetização. Para isso, há necessidade da vigília constante do docente 
alfabetizador sobre sua tarefa de planejar, pois, assim agindo, sua ação docente 
será qualificada e estará adequada às necessidades de aprendizagem das 
crianças, garantindo, desse modo, o seu direito de aprender. Entender os 
conceitos de alfabetização e letramento como se fossem dois métodos de 
alfabetização, é uma concepção erronia, pois se trata de dois processos 
distintos. 
Alfabetização é o processo de aprender o sistema alfabético, de aprender a ler 
e a escrever, verbos sem complemento. Letramento é o processo de aprender a 
fazer uso desse sistema, atribuindo complementos a esses verbos: ler e 
interpretar textos de diferentes gêneros, escrever textos de diferentes gêneros, 
para diferentes objetivos, respondendo aos usos sociais da escrita no contexto 
em que vivemos. Claro que são dois processos distintos, mas indissociáveis: 
aprende-se a ler e escrever para a prática da leitura e da escrita no contexto 
sociocultural. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Guimarães, Amanda. Letramento e Alfabetização: Entenda a diferença. 
Superautor 2020. Disponível em: https://superautor.com.br/letramento-e-
alfabetizacao-entenda-as-diferencas/ Acesso: 01/11/2020 
Soares, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros/ Belo Horizonte: 
Autêntica, 1998. 
Oliveira, Adriana Paula. Alfabetizar e letrar nos anos iniciais do Ensino 
Fundamental. Passei Direto 2020. Disponível em: 
https://www.passeidireto.com/arquivo/61840319?utm_campaign=android-
arquivo&utm_medium=mobile Acesso: 01/11/2020 
TREVISAN, Camila. A prática pedagógica do professor alfabetizador. Disponível 
em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/26136_12883.pdf Acesso: 
08/11/2020 
 
 
15 
 
BRASIL. Diretrizes Curriculares nacionais: Conselho Nacional de Educação - 
Conselho Pleno. Resolução CNE/CP 1/2006. Diário Oficial da União, Brasília, no 
1, de 15 de maio de 2006. Seção 1, p. 11. 
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 8 ed. São Paulo: 
Cortez, 2005. 
GOMES, M. O.; LIMA, M. S. L. Redimensionando o papel dos profissionais da 
Educação: algumas considerações. In: PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (Orgs.). 
Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 
2005. 
SILVA, Elenice de Brito Teixeira. Iniciação à docência: indagações no campo da 
formação de Pedagogos. Anais do XXI EPENN. Recife, 2013. 
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ, 
Vozes, 2008. 
ZEICHNER, K . M. Para além da divisão entre professor-pesquisador e 
pesquisador acadêmico. In. GERALDI, C. M. G.; FIORENTINI, D.; PEREIRA, E. 
M. A. Cartografias do trabalho docente: professor (a) pesquisador (a). Campinas, 
SP: Mercado de Letras/ALB, 1998.

Continue navegando