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Farmacologia aplicada a Farmácia FARMACOLOGIA APLICADA À FARMÁCIA- UNIFAL-MG Estudo Dirigido ANTIBIÓTICOS Gabriel, 17 anos, procurou Maria, agente comunitária de saúde, para saber onde poderia tratar de seus vários dentes com “buracos” porque queria servir ao Exército. Maria pergunta se esse é seu único problema e ele, então, conta que se cansa com facilidade quando pratica esportes e, periodicamente, apresenta inchaço em joelhos, tornozelos e punhos que “pulam” de uma junta para outra sempre que tem infecção na garganta. Maria avaliou a situação bucal de Gabriel, detectando a presença de restos de dentes com saída de material purulento. Tendo em vista a complexidade do caso, Maria marcou consulta para Gabriel na Unidade Básica de Saúde. Na primeira consulta com o cirurgião-dentista. Gabriel reafirma a história de infecções de garganta desde a infância. Diz que às vezes seus joelhos, tornozelos e/ou punhos incham e ficam quentes e avermelhados, e menciona que se cansa com facilidade, "nem conseguindo jogar meio tempo de uma partida de futebol", conforme havia relatado ao médico. Traz consigo um encaminhamento do médico que o atendeu relatando que a suspeita clínica diagnóstica é febre reumática e que estão sendo realizados exames complementares para confirmação desta hipótese. Durante a investigação inicial, detecta-se que Gabriel está com muitos dentes quebrados e com mau hálito (halitose). Relata que já está cuidando melhor dos dentes, sob supervisão da agente comunitária de saúde no que diz respeito à higiene oral. Informa que aguarda a próxima consulta médica para receber os resultados dos exames. Refletindo e Discutindo Existe relação entre manipulação de cárie dentária e febre reumática? R. Sim, o procedimento para tratamento da cárie pode causar a passagem de bactérias para a corrente sanguínea e ir parar nas articulações e causar a febre reumática. Podem também ser por diversos procedimentos odontológicos em que tenha sangramento. Gabriel retorna para consulta médica. Seu exame clínico revelou à ausculta cardíaca um sopro no foco mitral. Foi solicitado um ecocardiograma que confirmou a presença de lesão oro valvular mitral, compatível com cardiopatia reumática crônica. As provas de atividade inflamatória foram negativas. Foi iniciada a profilaxia para febre reumática. Refletindo e Discutindo Como é o tratamento medicamentoso da febre reumática? R. A primeira escolha é a penicilina benzatina de 21/21 dias, o Streptococcus é bactéria Gram positiva e esse medicamento é capaz de eliminá-la. Só não deve ser usada em casos alérgicos. Pode usar anti-inflamatório não esteroidal para melhorar a dor. Farmacologia aplicada a Farmácia Como é o tratamento medicamentoso na profilaxia dos transtornos cardíacos? R. A profilaxia terciária corresponde ao tratamento de caráter preventivo do desenvolvimento de endocardite bacteriana. Nesses casos pode usar penicilina benzatina dependendo do comprometimento cardíaco e da idade do paciente. Sem acometimentos cardíacos tem que usar até os 21 anos, de 21/21 dias e por tempo mínimo de 5 anos. Paciente com acometimento, mas sem lesão, manter 21/21 até os 25 anos, tempo mínimo de 10 anos. Que estratégias deverão ser desenvolvidas com o adolescente e sua família, para adesão ao tratamento? R. Informar o adolescente sobre a doença, para que ele saiba como evitar as situações que exacerbam a sua condição, como minimizar a severidade de uma exacerbação e enfrentar as limitações cotidianas impostas pela doença. Além, de continuar o acompanhamento com a agente comunitária de saúde para que o adolescente continue o uso correto da profilaxia antibiótica e do controle de placa, evitando complicações da doença reumática. Por fim, fazer acompanhamento com um odontólogo e médico para não agravar os riscos à saúde.Além de ser um tratamento com maior posologia e com isso maior aderência. Quais os medicamentos poderiam ser indicados para esta patologia? R. Profilaxia primária: o de primeira escolha é a penicilina benzatina, em virtude da comprovada suscetibilidade do EBGA, da ação bactericida, da eficácia clínica e bacteriológica da droga, da baixa incidência de efeitos colaterais, da boa aderência ao esquema instituído, do baixo espectro e do baixo custo. A fenoximetilpenicilina (penicilina V) é a droga de escolha para uso oral. Amoxicilina e ampicilina também podem ser opções de tratamento, embora não tenham superioridade, do ponto de vista de eficácia, em relação à penicilina. Cefalosporinas de primeira geração são alternativas aceitáveis, apesar de serem drogas de custo significativamente mais elevado que a penicilina. E para pacientes alérgicos a penicilina pode fazer tratamento com estearato de eritromicina, clindamicina e azitromicina. Profilxia secundária: a penicilina benzatina é a droga de escolha, pacientes com contraindicação para administração de medicação injetável podem utilizar para profilaxia secundária a própria penicilina V por via oral. Nos casos de alergia à penicilina, a sulfadiazina apresenta eficácia comprovada e nos casos de alergia à sulfa e à penicilina, a eritromicina deve ser empregada. Quais os mecanismos de ação dos principais medicamentos utilizados? R. As penicilinas e cefalosporinas inibem a síntese de parede, impedem a ação das transpeptidases quem fazem as ligações cruzadas entre as os aminoácidos alanina. As sulfonamidas (sulfatiazida) usadas atualmente na clínica são análogos sintéticos do PABA. Devido à sua semelhança estrutural com o PABA, elas competem com esse substrato pela enzima bacteriana, a di-hidropteroato sintetase. Assim, elas inibem a síntese bacteriana de ácido di- hidrofólico e, por isso, a formação dos cofatores essenciais. Os macrolídeos (eritromicina) se ligam irreversivelmente a um local na subunidade 50S do ribossoma bacteriano, inibindo, assim, etapas de translocação na síntese de proteínas. Farmacologia aplicada a Farmácia Qual a importância da profilaxia da febre reumática independentemente da presença de lesão oro valvular? R. O tratamento precoce e adequado das faringoamigdalites estreptocócicas do grupo A com penicilina até o nono dia de sua instalação pode erradicar a infecção e evitar um primeiro surto de febre reumática em um indivíduo suscetível (profilaxia primária) ou um novo surto em quem já teve a doença anteriormente (profilaxia secundária). É uma forma de prevenção para diminuir riscos de endocardite. Modificado de: A Saúde de adolescentes e jovens; uma metodologia de auto-aprendizagem para equipes de atenção básica de saúde: módulo avançado / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem. – Brasília: Ministério da Saúde. 2002. Farmacologia aplicada a Farmácia
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