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Direito Civil - Familia - resumão

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1
INTRODUÇÃO
1. Conceito: Direito de família é o 
complexo de normas que regulam a 
celebração do casamento, sua vali-
dade e os efeitos que dele resultam, 
as relações pessoais e econômicas 
da sociedade conjugal, a dissolução 
desta, a união estável, as relações 
entre pais e filhos, o vínculo de pa-
rentesco e os institutos complemen-
tares da tutela e curatela.
2. Natureza Jurídica:
2.1. É direito extrapatrimonial ou 
personalíssimo (irrenunciável, in-
transmissível, não admitindo condi-
ção, tampouco termo);
2.2. Suas normas são cogentes ou 
de ordem pública;
2.3. Suas instituições jurídicas 
constituem direitos-deveres;
2.4. É ramo do direito privado, ape-
sar de sofrer intervenção estatal, 
devido à importância social da fa-
mília.
3. Princípios:
3.1. Princípio da ratio do matri-
mônio: o fundamento básico do 
casamento e da vida conjugal é a 
afeição entre os cônjuges e a ne-
cessidade de que perdure completa 
comunhão de vida.
3.2. Princípio da igualdade jurídica 
dos cônjuges: desaparece o poder 
marital, e a autocracia do chefe de 
família é substituída por um sistema 
em que as decisões devem ser to-
madas de comum acordo entre os 
cônjuges ou entre os conviventes.
3.3. Princípio da igualdade jurídica 
de todos os filhos: não se faz dis-
tinção entre filho matrimonial, não-
matrimonial ou adotivo quanto ao 
poder familiar, nome e sucessão; 
permite-se o reconhecimento de fi-
lhos extramatrimoniais e proíbe-se 
que se revele no assentamento de 
nascimento quaisquer designações 
discriminatórias relativas à filiação.
3.4. Princípio do pluralismo familiar: re-
conhecimento da família matrimonial e 
de entidades familiares.
3.5. Princípio da consagração do po-
der familiar: o poder-dever de dirigir a 
família é exercido conjuntamente por 
ambos os genitores.
3.6. Princípio da liberdade: a) livre 
poder de formar uma comunhão de 
vida; b) livre decisão do casal no pla-
nejamento familiar; c) livre escolha do 
regime matrimonial de bens; d) livre 
aquisição e administração do patrimô-
nio familiar; e) livre opção pelo modelo 
de formação educacional, cultural e re-
ligiosa da prole.
 LINk AcADêmIcO 1
FAmÍLIA
1. Conceito: é o grupo fechado de 
pessoas, composto dos pais e filhos, 
e, para efeitos limitados, de outros pa-
rentes, unidos pela convivência e afeto 
numa mesma economia e sob a mes-
ma direção.
2. Espécies:
2.1. Família matrimonial: fundada no 
casamento.
2.2. Família extramatrimonial: oriunda 
das relações não-conjugais.
2.3. Família adotiva: estabelecida por 
adoção.
3. Ente despersonalizado: não cons-
titui pessoa jurídica e não tem repre-
sentação processual.
cASAmENTO
1. Conceito: é o vínculo jurídico entre 
o homem e a mulher que se unem ma-
terial e espiritualmente para constituí-
rem uma família.
2. Natureza jurídica:
2.1. Teoria contratualista: o casamento 
é um contrato resultante do consenti-
mento dos contraentes.
2.2. Teoria institucionalista: é uma insti-
tuição social, cujas normas, efeitos 
e forma encontram-se preestabele-
cidos em lei.
2.3. Teoria eclética ou mista: é con-
trato (na formação) e instituição (no 
conteúdo).
3. Características: é negócio jurídi-
co formal (sua celebração é solene), 
pessoal (baseia-se, principalmente, 
na confiança e nos laços afetivos do 
casal), plurilateral (concorrem duas 
vontades que não se contrapõem), 
dissolúvel (pode ser desfeito pelo 
divórcio), puro e simples (não ad-
mite termo, condição ou encargo) 
e regido por normas de ordem pú-
blica. É admitida a celebração por 
mandato.
4. Princípios:
4.1. Monogamia: o casado não pode 
contrair núpcias (CC, art. 1521, VI);
4.2. Comunhão plena de vida: os 
nubentes comungam os mesmos 
ideais, afastados os instintos egoís-
ticos ou personalistas;
4.3. Livre união dos futuros cônju-
ges: o casamento legitima-se com a 
livre manifestação de vontade dos 
nubentes.
5. Notas:
5.1. O casamento é eminentemente 
civil;
5.2. O casamento religioso pode ter 
efeitos civis, desde que observadas 
as formalidades exigidas em lei;
5.3. Realizado o casamento religio-
so sem a observância destas for-
malidades, devem as mesmas ser 
cumpridas e, após, efetuar o regis-
tro do casamento;
5.4. O casamento religioso deve ser 
registrado no prazo de 90 dias, sob 
pena de se ter que realizar as for-
malidades legais;
5.5. A celebração do casamento é 
gratuita. A habilitação, o registro e a 
DIREITO CIVIL 
FAMíLIA
2
primeira certidão, entretanto, serão 
gratuitos para os pobres declarados 
na forma da lei; 
5.6. A celebração do casamento é 
ato privativo do representante do 
Estado. 
ESPONSAIS
1. Conceito: consistem no com-
promisso de casamento entre duas 
pessoas desimpedidas, de sexo 
diferente, com o escopo de pos-
sibilitar que se conheçam melhor, 
que se aquilatem mutuamente suas 
afinidades de gostos. Corresponde 
ao período do noivado, não tratado 
expressamente pelo Código Civil.
2. Requisitos para gerar respon-
sabilidade pela ruptura de pro-
messa de casamento:
2.1. Promessa de casamento feita 
livremente pelos noivos;
2.2. Recusa de cumprir a promes-
sa esponsalícia por parte do(a) 
noivo(a) arrependido(a) e não de 
seus pais;
2.3. Ausência de motivo justo;
2.4. Dano patrimonial ou moral.
3. Conseqüências do inadimple-
mento culposo ou doloso dos 
esponsais:
3.1. devolução dos presentes troca-
dos, cartas e retratos;
3.2. indenização por danos mate-
riais e morais.
cAPAcIDADE PARA O
cASAmENTO
1. Conceito: aptidão do nubente 
para contrair núpcias de acordo 
com sua idade.
2. Regras: 
2.1. Os maiores de 18 anos podem 
casar sem a necessidade de con-
sentimento dos pais ou represen-
tantes;
2.2. Os maiores de 16 (idade núbil) 
e menores de 18 anos podem ca-
sar, desde que autorizados por am-
bos os pais, tutor ou curador;
2.3. Havendo divergência entre os 
pais, poderá o juiz suprir a denega-
ção de um deles;
2.4. A autorização dada pode ser 
revogada até a celebração do casa-
mento;
2.5. Excepcionalmente, em caso de 
gravidez, o menor de 16 anos poderá 
casar, mediante suprimento da idade 
pelo juiz. O regime será o da separa-
ção obrigatória;
2.6. Por motivo de idade, é vedada a 
anulação do casamento de que resul-
tou gravidez;
2.7. Trata-se de capacidade genérica, 
que se distingue da capacidade jurídi-
ca.
ImPEDImENTOS
1. Conceito: são condições positivas 
ou negativas, de fato ou de direito, 
físicas ou jurídicas, expressamente es-
pecificadas pela lei, que, permanente 
ou temporariamente, proíbem o casa-
mento ou um novo casamento ou um 
determinado casamento.
2. Não podem casar:
2.1. Os ascendentes com os descen-
dentes, seja o parentesco natural ou 
civil;
2.2. Os afins em linha reta;
2.3. O adotante com quem foi cônjuge 
do adotado e o adotado com quem o foi 
do adotante;
2.4. Os irmãos, unilaterais ou bilate-
rais, e demais colaterais, até o terceiro 
grau inclusive;
2.5. O adotado com o filho do adotante;
2.6. As pessoas casadas;
2.7. O cônjuge sobrevivente com o 
condenado por homicídio ou tentativa 
de homicídio contra o seu consorte.
3.Regras:
3.1. Sua inobservância conduz à nuli-
dade do casamento;
3.2. Sua oposição pode ser feita por 
qualquer pessoa capaz, até a celebra-
ção do casamento;
3.3. O celebrante, tendo conhecimen-
to da existência de impedimento, será 
obrigado a declará-lo; 
3.4. O art. 2o do Decreto-lei 3.200/41 
viabiliza o casamento entre colaterais 
consangüíneos de terceiro grau, des-
de que provem inexistir risco biológico 
para o casal por meio de atestados de 
dois médicos;
3.5. Uma vez argüidos, têm o condão 
de impedir a realização do casamento;
3.6. A declaração há de ser por escrito, 
instruída com provas do fato alegado 
ou com indicação do lugar onde podem 
ser obtidas, havendo direito contraditó-
rio para os nubentes;
3.7. Como o divórcio rompeo parentes-
co afim colateral, o divorciado pode 
casar com qualquer ex-parente co-
lateral por afinidade;
3.8. A interposição maliciosa sujeita 
os responsáveis a sanções penal e 
civil.
cAUSAS SUSPENSIVAS
1. Conceito: são fatos que suspen-
dem o processo de celebração do 
casamento a ser realizado, se ar-
güidos antes das núpcias.
2. Não devem casar:
2.1. O viúvo ou a viúva que tiver 
filho do cônjuge falecido, enquanto 
não fizer inventário dos bens do ca-
sal e der partilha aos herdeiros;
2.2. A viúva ou a mulher cujo casa-
mento se desfez por ser nulo ou ter 
sido anulado, até dez meses depois 
do começo da viuvez ou da dissolu-
ção da sociedade conjugal;
2.3. O divorciado, enquanto não 
houver sido homologada ou decidi-
da a partilha dos bens do casal;
2.4. O tutor ou o curador e os seus 
descendentes, ascendentes, ir-
mãos, cunhados ou sobrinhos com 
a pessoa tutelada ou curatelada, 
enquanto não cessar a tutela ou 
curatela e não estiverem saldadas 
as respectivas contas.
3. Regras:
3.1. Por serem menos graves, sua 
inobservância não conduz à nulida-
de ou anulabilidade do casamento, 
mas à imposição de sanção consis-
tente na adoção do regime de sepa-
ração absoluta de bens;
3.2. Sua oposição pode ser feita 
apenas por parentes em linha, na-
turais ou afins, e por colaterais, na-
turais ou afins, até o segundo grau, 
durante a habilitação, no prazo de 
15 dias da publicação dos procla-
mas;
3.3 Uma vez argüidas, têm o con-
dão de suspender a realização do 
casamento;
3.4. Diante de prova da ausência de 
prejuízo para os envolvidos, o ca-
samento poderá ser celebrado sob 
qualquer regime sem a imposição 
da sanção (inventário negativo, por 
exemplo);
3.5. Geralmente, têm o fim de impe-
dir confusão patrimonial.
3
HABILITAÇÃO PARA O 
cASAmENTO (FORmALI-
DADES PRELImINARES)
1. Conceito: é o processo que 
ocorre perante o oficial do Registro 
Civil com o fim de demonstrar que 
os nubentes estão legalmente habi-
litados para o ato nupcial.
2. Notas: 
2.1. O requerimento de habilitação 
será firmado por ambos os nuben-
tes, de próprio punho, ou, a seu 
pedido, por procurador, e deve ser 
instruído com a documentação ne-
cessária; 
2.2. Visa verificar se os noivos não 
são impedidos para casar;
2.3. Compreende 4 etapas: 
a) Documentação; b) Proclamas; c) 
Certificado; d) Registro;
2.4. A habilitação será feita pessoal-
mente perante o oficial do Registro 
Civil, com audiência do Ministério 
Público. Caso haja impugnação do 
oficial, do Ministério Público ou de 
terceiro, a habilitação será submeti-
da ao juiz. (art. 1.526 do CC) 
3. Documentação: conforme o art. 
1525 do CC, são exigidos os se-
guintes documentos:
3.1. Certidão de nascimento ou do-
cumento equivalente;
3.2. Autorização por escrito das 
pessoas sob cuja dependência le-
gal estiverem, ou ato judicial que a 
supra;
3.3. Declaração de duas testemu-
nhas maiores, parentes ou não, que 
atestem conhecê-los e afirmem não 
existir impedimento que os iniba de 
casar;
3.4. Declaração do estado civil, do 
domicílio e da residência atual dos 
contraentes e de seus pais, se fo-
rem conhecidos;
3.5. Certidão de óbito do cônjuge 
falecido, de sentença declaratória 
de nulidade ou de anulação de ca-
samento, transitada em julgado, ou 
do registro da sentença de divórcio.
4. Proclamas: correspondem ao 
edital que será afixado por 15 dias 
no mural do cartório e será publi-
cado na imprensa local, se houver, 
após a apresentação da documen-
tação, tendo o fim de comunicar 
ao público em geral a intenção de 
casar dos nubentes, possibilitando a 
eventual oposição de impedimentos. 
4.1. Concomitantemente à publicação, 
opinará o Ministério Público e, em se-
guida, o juiz homologará ou não a ha-
bilitação;
4.2. Em caso de urgência (moléstia 
grave), o juiz poderá dispensar os pro-
clamas, ouvido o Ministério Público. 
5. Certificado: após a publicação dos 
proclamas e a homologação judicial, o 
oficial de Registro Civil emite o certifi-
cado de habilitação para o casamento, 
que terá eficácia de 90 dias a partir de 
sua extração.
6. Registro de editais: o processo de 
habilitação termina com o registro dos 
proclamas no cartório que os publicou.
cELEBRAÇÃO E PROVA
DO cASAmENTO
1. Celebração:
1.1. De posse do certificado de habilita-
ção, estão os nubentes aptos a reque-
rer que seja marcado dia, hora e local 
para a cerimônia nupcial;
1.2. A celebração ocorrerá na sede 
do cartório ou noutro edifício público 
ou particular, com o consentimento do 
celebrante, com as portas abertas nas 
duas hipóteses;
1.3. Os nubentes comparecerão na 
companhia de duas testemunhas, no 
primeiro caso, ou de quatro testemu-
nhas, no segundo caso ou ainda se um 
dos contraentes não souber ou não pu-
der escrever;
1.4. Admite-se o casamento por procu-
rador especial presente à celebração 
portando mandato com poderes espe-
cíficos (o mandato terá eficácia de 90 
dias);
1.5. O casamento se realiza no mo-
mento em que o homem e a mulher 
manifestam, perante o juiz, a sua von-
tade de estabelecer vínculo conjugal, 
e o juiz os declara casados (CC, art. 
1514);
1.6. Ouvida dos nubentes a afirma-
ção de que pretendem casar por livre 
e espontânea vontade, a autoridade 
celebrante declarará efetuado o casa-
mento, afirmando que, ‘de acordo com 
a vontade que ambos acabais de afir-
mar perante mim, de vos receberdes 
por marido e mulher, eu, em nome da 
lei, vos declaro casados’;
1.7. Depois de celebrado o casamento, 
lavrar-se-á o assento no livro de regis-
tro;
1.8. Será suspensa a cerimônia 
quando algum contraente:
a) não declarar sua vontade; b) 
declarar que esta não é livre e es-
pontânea; c) manifestar-se arrepen-
dido; 
obs: não será admitida a retratação 
do nubente no mesmo dia.
2. Prova do casamento: pode ser 
direta (certidão de casamento ex-
traída do livro em que se lavrou o 
assento) ou indireta (qualquer meio 
lícito e moral, como, p.ex., certidão 
de nascimento de filho, testemu-
nhas nupciais etc.). 
Posse do estado de casado: pos-
suem as pessoas que atenderem 
aos requisitos de nome (mulher com 
sobrenome do marido), tratamento 
(público e notório como casados) e 
fama (perante a sociedade de que 
são casados), mas que não têm o 
registro (justo título). A posse pode 
ser usada para provar o casamento.
3. Casamento no caso de molés-
tia grave de nubente: o presidente 
do ato irá celebrá-lo onde se encon-
trar o impedido, sendo urgente, ain-
da que à noite, perante duas teste-
munhas que saibam ler e escrever;
3.1. Qualquer dos seus substitutos 
legais suprirá a falta ou impedimen-
to da autoridade competente para 
presidir o casamento, e a do oficial 
do Registro Civil por outro ad hoc, 
nomeado pelo presidente do ato;
3.2. O termo avulso, lavrado pelo 
oficial ad hoc, será registrado no 
respectivo registro no prazo de 5 
dias, perante 2 testemunhas, fican-
do arquivado.
4. Casamento nuncupativo:
4.1. Conceito: ocorre quando um 
dos nubentes estiver em iminente 
perigo de vida, não havendo pre-
sença de autoridade incumbida de 
presidir o ato, nem a de seu subs-
tituto;
4.2. Celebração: na presença de 
seis testemunhas, que com os nu-
bentes não tenham parentesco em 
linha reta, ou, na colateral, até se-
gundo grau;
4.3. Comparecimento das testemu-
nhas perante a autoridade judicial 
mais próxima: no prazo de 10 dias, 
pedindo que lhes tome por termo a 
4
declaração de:
a) que foram convocadas por parte 
do enfermo; b) que este parecia em 
perigo de vida, mas em seu juízo; c) 
que, em sua presença, declararam 
os contraentes, livre e espontane-
amente, receber-se por marido e 
mulher; 
4.4. O nubente que não estiver em 
iminente risco de vida poderá fazer-
se representar no casamento nun-
cupativo.
INVALIDADE DO
cASAmENTO
1. Generalidades:
1.1. Invalidade éo gênero de que 
são espécies a inexistência, a nuli-
dade e a anulabilidade;
1.2. As hipóteses de casamento 
inexistente não estão expressas no 
CC.
2. Casamento inexistente:
2.1. Conceito: é aquele que possui 
mera aparência de casamento, não 
produzindo efeitos no campo jurí-
dico (é tido como algo que nunca 
existiu).
2.2. Hipóteses:
a) entre contraentes do mesmo 
sexo; b) celebrado por autoridade 
incompetente em razão da matéria 
(ou sua ausência); c) inexistência 
do consentimento dos nubentes.
3. Casamento nulo:
3.1. Contraído pelo enfermo mental 
sem o necessário discernimento 
para os atos da vida civil;
3.2. Contraído por infringência de 
impedimento (CC, art. 1521).
4. Casamento anulável:
4.1. De quem não completou a ida-
de mínima para casar;
4.2. Do menor em idade núbil, 
quando não autorizado por seu re-
presentante legal;
4.3. Por vício da vontade, nos ter-
mos dos arts. 1556 a 1558;
4.4. Do incapaz de consentir ou 
manifestar, de modo inequívoco, o 
consentimento;
4.5. Realizado pelo mandatário, 
sem que ele ou o outro contraente 
soubesse da revogação do man-
dato, e não sobrevindo coabitação 
entre os cônjuges;
4.6. Por incompetência da autorida-
de celebrante.
5. Regras gerais:
5.1. Para a declaração de inexistência, 
aplicam-se as regras previstas para a 
ação de nulidade absoluta (não há pra-
zo de decadência, possível proposição 
pelo MP e efeitos ex tunc);
5.2. O casamento inexistente não pode 
ser reconhecido como putativo;
5.3. Decretação de nulidade de casa-
mento pelos motivos expressos no art. 
1548: pode ser promovida mediante 
ação direta, por qualquer interessado, 
ou pelo Ministério Público;
5.4. Subsiste o casamento celebrado 
por aquele que, sem possuir a compe-
tência exigida na lei, exercer publica-
mente as funções de juiz de casamen-
tos e, nessa qualidade, tiver registrado 
o ato no Registro Civil (não se aplica 
ao casamento inexistente) (art. 1.554 
do CC);
5.5. Casamento de que resultou gravi-
dez: não se anulará por motivo de ida-
de (art. 1.551 do CC);
5.6. Legitimidade para anular casa-
mento de menores de 16 anos (art. 
1.552 do CC):
a) próprio cônjuge do menor;
b) representantes legais;
c) ascendentes;
5.7. Menor que não atingiu a idade nú-
bil: poderá, depois de completá-la, con-
firmar seu casamento, com a autoriza-
ção de seus representantes legais, se 
necessária, ou com suprimento judicial 
(art. 1.553 do CC);
5.8. Casamento do menor em idade 
núbil não autorizado por seu represen-
tante legal (art. 1.555 do CC):
a) só poderá ser anulado se a ação 
for proposta em 180 dias, por iniciati-
va do incapaz, ao deixar de sê-lo, de 
seus representantes legais ou de seus 
herdeiros necessários, contados do dia 
em que cessou a incapacidade, a partir 
do casamento e da morte do incapaz, 
respectivamente; b) não se anulará o 
casamento quando à sua celebração 
houverem assistido os representantes 
legais do incapaz, ou tiverem, por qual-
quer modo, manifestado sua aprova-
ção (art. 1.555, § 2º, do CC); 
5.9. Prazo para a propositura da ação 
de anulação do casamento:
a) 180 dias, no caso de o nubente não 
ter completado idade mínima para se 
casar; b) 2 anos, se incompetente a 
autoridade celebrante; c) 3 anos, nos 
casos dos incisos I a IV do art. 1557 do 
CC; d) 4 anos, havendo coação.
6. Casamento Putativo (art. 1.561 
do CC): é o casamento que, em-
bora nulo ou anulável, é contraído 
de boa-fé por um ou por ambos os 
cônjuges, produzindo em relação a 
este (ou estes) e aos filhos os mes-
mos efeitos jurídicos do casamento 
válido (ex tunc) até a prolação da 
sentença anulatória.
EFIcÁcIA DO 
cASAmENTO
1. Generalidades:
1.1. Diz respeito às regras e princí-
pios atinentes à vida em comum do 
casal;
1.2. Assume relevância o princípio 
da igualdade jurídica entre os côn-
juges, daí a denominação doutri-
nária de co-gestão na sociedade 
familiar: pelo casamento, homem 
e mulher assumem mutuamente a 
condição de consortes, companhei-
ros e responsáveis pelos encargos 
da família (CC, art. 1565);
1.3. Qualquer dos nubentes, que-
rendo, poderá acrescer ao seu o 
sobrenome do outro (art. 1.565, § 
1º, do CC);
1.4. O planejamento familiar é de 
livre decisão do casal, competindo 
ao Estado propiciar recursos educa-
cionais e financeiros para o exercí-
cio desse direito, vedado qualquer 
tipo de coerção por parte de insti-
tuições privadas ou públicas (art. 
1.565, § 2º, do CC).
2. Deveres de ambos os cônju-
ges: consistem em efeitos pessoais 
e patrimoniais do casamento, cuja 
inobservância pode levar à extinção 
da sociedade conjugal por culpa do 
cônjuge infrator (art. 1.566 do CC):
2.1. Fidelidade recíproca (apesar 
de o adultério não mais constituir 
crime, persiste o efeito civil);
2.2. Vida em comum, no domicílio 
conjugal (decorrente da união de 
corpo e espírito; é indeclinável, sal-
vo nas hipóteses de recusa justa e 
legítima);
2.3. Mútua assistência (tanto no 
campo material como no imaterial 
ou moral);
2.4. Sustento, guarda e educação 
dos filhos (sua inobservância acar-
reta a suspensão do poder familiar 
e ainda a configuração de crime);
2.5. Respeito e consideração mútu-
os (inexistindo, revela-se a fragilida-
5
de do casamento);
3. Direção da sociedade conju-
gal: será exercida, em colaboração, 
pelo marido e pela mulher, sempre 
no interesse do casal e dos filhos. 
Havendo divergência, qualquer dos 
cônjuges poderá recorrer ao juiz, 
que decidirá tendo em considera-
ção aqueles interesses (art. 1.567 
do CC).
4. Obrigação de sustento da fa-
mília e dos filhos: cabe a ambos 
os cônjuges, na proporção de seus 
bens e dos rendimentos do traba-
lho, qualquer que seja o regime de 
bens do casamento (art. 1.568 do 
CC).
5. Domicílio do casal: sua escolha 
compete a ambos os cônjuges; po-
rém, podem ausentar-se do domicí-
lio conjugal por motivo profissional, 
particular ou público (art. 1.569 do 
CC).
DISSOLUÇÃO DA 
SOcIEDADE E DO VÍNcULO 
cONJUGAL
1. Sociedade conjugal:
1.1. Conceito: complexo de direitos 
e deveres de índole moral, espiritual 
e patrimonial que formam a vida em 
comum dos cônjuges;
1.2. Hipóteses de dissolução da so-
ciedade conjugal (art. 1.571 do CC):
a) morte de um dos cônjuges; b) nu-
lidade ou anulação do casamento; 
c) divórcio; d) separação judicial;
1.3. Efeitos da dissolução da socie-
dade conjugal:
a) término dos deveres de coabi-
tação, fidelidade recíproca e do 
regime de bens do casamento; b) 
permanece intacto o vínculo ma-
trimonial, impedindo o cônjuge de 
convolar novas núpcias; c) perdu-
ram os deveres de mútua assistên-
cia, sustento, guarda e educação 
dos filhos e respeito e consideração 
mútuos.
2. Vínculo conjugal:
2.1. Conceito: é o vínculo jurídico, 
que acarreta a comunhão plena de 
vida entre marido e mulher, prove-
niente do casamento válido;
2.2. Hipóteses de dissolução do vín-
culo conjugal válido:
a) anulação ou declaração de nuli-
dade do casamento; b) morte; c) divór-
cio.
3. Algumas regras:
3.1. Os separados judicialmente ou de 
fato estão impedidos de casar, mas po-
dem constituir união estável;
3.2. Aplica-se a presunção quanto ao 
ausente, quando da dissolução do vín-
culo matrimonial;
3.3. Dissolvido o casamento pelo divór-
cio, o cônjuge poderá manter o nome 
de casado, salvo, em se tratando de 
conversão de separação em divórcio, 
se dispuser em contrário a sentença de 
separação judicial;
3.4. Pode caracterizar a impossibilida-
de da comunhão de vida a ocorrência:
a) adultério; b) tentativa de morte; c) 
sevícia ou injúria grave; d) abandono 
voluntário do lar conjugal, durante um 
ano contínuo; e) condenação por crime 
infamante; f) conduta desonrosa.
3.5. Seja qual for a causa da separação 
judicial e o modo como esta se faça, é 
lícito aos cônjuges restabelecer, a todo 
tempo, a sociedade conjugal, por atoregular em juízo.
4. Separação Judicial:
4.1. Conceito: é o procedimento judicial 
personalíssimo proposto pelos cônju-
ges, conjunta ou separadamente, vi-
sando dissolver a sociedade conjugal, 
com manutenção do vínculo.
4.2. Finalidades:
a) dissolver a sociedade conjugal sem 
romper o vínculo conjugal; b) servir de 
medida preparatória para o divórcio; 
4.3. Espécies:
a) consensual (por mútuo consenso 
dos cônjuges casados há mais de 1 
ano); b) litigiosa (por iniciativa uni-
lateral de qualquer dos consortes). 
Comporta as seguintes espécies: b.1) 
separação-sanção: quando um dos 
cônjuges imputar ao outro conduta de-
sonrosa ou qualquer ato que importe 
em grave violação dos deveres conju-
gais; b.2) separação-falência: quando 
qualquer dos cônjuges prova a ruptura 
da vida em comum há mais de 1 ano 
consecutivo e a impossibilidade de sua 
reconstituição; b.3) separação-remé-
dio: quando um dos cônjuges, há pelo 
menos 2 anos, está acometido de gra-
ve doença mental, manifestada após o 
casamento, de cura improvável e que 
impossibilite a vida em comum.
5. Divórcio:
5.1. Conceito: é a dissolução do 
casamento válido, que se opera 
mediante sentença judicial, habili-
tando as pessoas a contrair novas 
núpcias;
5.2. Espécies:
a) divórcio indireito ou divórcio-con-
versão: decorrido 1 ano do trânsito 
em julgado da sentença que houver 
decretado a separação judicial, ou 
da decisão concessiva da medida 
cautelar de separação de corpos, 
qualquer das partes poderá re-
querer sua conversão em divórcio, 
que será declarada por sentença 
da qual não constará referência à 
causa que a determinou; b) divórcio 
direto: passados mais de 2 anos de 
comprovada separação de fato, po-
derão as partes, isolada ou conjun-
tamente, requerê-lo.
5.3. Efeitos:
a) dissolve definitivamente o víncu-
lo conjugal; b) põe fim aos deveres 
conjugais; c) extingue o regime ma-
trimonial; d) faz cessar o direito su-
cessório; e) não admite reconcilia-
ção entre os cônjuges; f) possibilita 
novo casamento aos divorciados; 
g) mantém inalterados os direitos 
e deveres dos pais em relação aos 
filhos.
6. Lei 11.441/07: entrou em vigor na 
data de sua publicação, em 4/1/07, 
inserindo no CPC o art. 1124-A, que 
reza que “A separação consensual 
e o divórcio consensual, não haven-
do filhos menores ou incapazes do 
casal e observados os requisitos 
legais quanto aos prazos, poderão 
ser realizados por escritura pública, 
da qual constarão as disposições 
relativas à descrição e à partilha 
dos bens comuns e à pensão ali-
mentícia e, ainda, ao acordo quan-
to à retomada pelo cônjuge de seu 
nome de solteiro ou à manutenção 
do nome adotado quando se deu o 
casamento”, e ainda que:
6.1. A escritura não depende de ho-
mologação judicial e constitui título 
hábil para o registro civil e o registro 
de imóveis;
6.2. O tabelião somente lavrará 
a escritura se os contratantes es-
tiverem assistidos por advogado 
comum ou advogados de cada um 
deles, cuja qualificação e assinatu-
ra constarão do ato notarial;
6.3. A escritura e demais atos nota-
6
riais serão gratuitos àqueles que se 
declararem pobres sob as penas da 
lei.
 LINk AcADêmIcO 2
PARETENScO
1. Conceito: é a relação existente 
não só entre pessoas que descen-
dem umas das outras ou de um 
mesmo tronco comum, mas tam-
bém entre o cônjuge, ou convivente, 
e os parentes do outro, entre ado-
tante e adotado, e entre pai institu-
cional e filho sócioafetivo.
2. Espécies:
2.1. Natural ou consangüíneo: pes-
soas ligadas por laços de sangue:
a) matrimonial (decorrente do casa-
mento) ou extramatrimonial; b) linha 
reta ou colateral; c) duplo (deriva de 
2 genitores) ou simples;
2.2. Afim: proveniente do vínculo 
matrimonial ou de união estável;
2.3. Civil: decorrente da adoção.
3. Parentes em linha reta:
3.1. Conceito: são as pessoas que 
estão umas para com as outras na 
relação de ascendentes e descen-
dentes.
3.2. Contagem de graus: contam-se 
os graus pelo número de gerações.
4. Parentes em linha colateral ou 
transversal:
4.1. Conceito: são, até o quarto 
grau, as pessoas provenientes de 
um só tronco, sem descenderem 
uma da outra.
4.2. Contagem de graus: contam-se 
os graus pelo número de gerações, 
subindo de um dos parentes até o 
ascendente comum e descendo até 
encontrar o outro parente.
5. Afinidade: é o liame jurídico que 
une um cônjuge ou companheiro 
aos parentes do outro, em linha reta 
até o infinito e em linha colateral até 
o 2° grau, mantendo certa analogia 
com o parentesco natural quanto à 
determinação das linhas e graus;
Regras: a) o parentesco por afini-
dade limita-se aos ascendentes, 
aos descendentes e aos irmãos do 
cônjuge ou companheiro; b) o vín-
culo por afinidade somente se dá 
entre um cônjuge ou companheiro 
e os parentes do outro cônjuge ou 
companheiro; c) com a dissolução 
do casamento ou da união estável, 
extingue-se o parentesco colateral por 
afinidade, mas persiste o vínculo em 
linha reta;
 LINk AcADêmIcO 3
FILIAÇÃO
1. Conceito: é o vínculo existente en-
tre pais e filhos.
2. Espécies:
2.1. Matrimonial (oriunda da união de 
pessoas ligadas por casamento válido, 
anulado ou nulo, estando ou não de 
boa-fé os consortes);
2.2. Não-matrimonial (decorrente de 
pessoas impedidas ou que não dese-
jam se casar). Modalidades:
a) natural (filhos descendentes de pais 
desimpedidos de casar na concepção); 
b) espúria (havia impedimento matri-
monial no momento da concepção). 
Classifica-se, por sua vez, em: b.1) 
adulterina (impedimento devido a ca-
samento anterior); b.2) incestuosa (im-
pedimento decorrente de parentesco 
natural, afim ou civil).
3. Presunção legal de paternidade 
(art. 1.597 do CC):
3.1. Filhos nascidos 180 dias, pelo me-
nos, depois de estabelecida a convi-
vência conjugal;
3.2. Filhos nascidos dentro dos 300 
dias subseqüentes à dissolução da so-
ciedade conjugal;
3.3. Filhos havidos por fecundação ar-
tificial homóloga, mesmo que falecido 
o marido;
3.4. Filhos havidos, a qualquer tempo, 
quando se tratar de embriões exceden-
tes, decorrentes de fecundação artifi-
cial homóloga;
3.5. Filho advindo de inseminação arti-
ficial heteróloga, desde que com anu-
ência prévia do marido.
4. Prova da condição de filho:
4.1. Pela certidão de nascimento;
4.2. Por qualquer modo em direito ad-
mitido, faltando o registro, desde que 
se inicie a prova por escrito, provenien-
te dos pais conjunta ou separadamen-
te.
5. Reconhecimento de filho:
5.1. Conceito: é o ato que declara a 
filiação, estabelecendo juridicamente 
o parentesco entre os pais e seu filho.
5.2. Natureza jurídica: ato declaratório.
5.3. Modos de reconhecimento: a) vo-
luntário: é o meio legal do pai, da 
mãe ou de ambos revelarem es-
pontaneamente o vínculo que os 
liga ao filho ilegítimo. Pode ser feito 
no registro de nascimento, por es-
critura pública ou escrito particular, 
por testamento ou por manifestação 
direta e expressa ao juiz; b) judicial: 
é o que decorre de sentença judicial 
proferida em ação intentada com 
esse fim. Ação de investigação de 
paternidade é a ação pela qual o 
filho havido fora do casamento ob-
tém a declaração de sua condição 
de filho;
5.4. Efeitos do reconhecimento de 
filho: a) estabelecer liame de paren-
tesco entre pais e filho; b) impedir 
que o filho, reconhecido por um dos 
cônjuges, resida no lar conjugal 
sem anuência do outro; c) conceder 
direito à prestação alimentícia tanto 
ao genitor que reconhece quanto 
ao filho reconhecido; d) equiparar, 
para efeitos sucessórios, os filhos 
de qualquer natureza; e) autorizar o 
filho a propor a ação de petição de 
herança e a de nulidade de partilha, 
devido a sua condição de herdeiro; 
f) equiparar a prole reconhecida, 
tanto para efeito de imposição de 
cláusula de impenhorabilidade, ina-
lienabilidade ou incomunicabilidadede legítima, como para o de indigni-
dade ou deserdação ao descenden-
te havido em casamento; g) dar ao 
filho reconhecido, que não reside 
com o genitor que o reconheceu, 
direito à assistência e alimentos; h) 
sujeitar o filho reconhecido, se me-
nor, ao poder familiar.
 LINk AcADêmIcO 4
PODER FAmILIAR
1. Conceito: é o conjunto de direi-
tos e obrigações quanto à pessoa 
e bens do filho menor não emanci-
pado, exercido pelos pais, para que 
possam desempenhar os encargos 
que a norma jurídica lhes impõe, 
tendo em vista o interesse e a pro-
teção do filho.
2. finalidade: proteger o ser huma-
no que, desde a infância, precisa de 
alguém que o crie, eduque, ampa-
re, defenda, guarde e cuide de seus 
interesses, regendo sua pessoa e 
bens.
3. Poder parental quanto aos fi-
7
lhos: resgatando a idéia de igual-
dade, a lei civil sujeita os filhos ao 
poder dos pais, ainda que por oca-
sião do divórcio ou separação judi-
cial (CC, art. 1632), e é reafirmado 
ainda quando só existe reconheci-
mento unilateral (CC, art. 1633).
4. Características:
4.1. Múnus público;
4.2. Irrenunciável;
4.3. Inalienável;
4.4. Imprescritível;
4.5. Incompatível com a tutela;
4.6. Relação de autoridade.
5. Exercício do poder familiar: 
compete aos pais em relação aos 
filhos menores:
5.1. Criação e educação;
5.2. Companhia e guarda;
5.3. Consentimento para casar;
5.4. Nomeação de tutor por testa-
mento ou documento autêntico;
5.5. Representação e assistência;
5.6. Reclamá-los de quem ilegal-
mente os detenha;
5.7. exigir-lhes obediência, respeito 
e trabalho compatível com sua ida-
de.
6. Perda do poder familiar:
6.1. Conceito: sanção mais grave 
que a suspensão, imposta por sen-
tença judicial ao pai ou à mãe que 
pratica qualquer um dos atos que a 
justificam, sendo, em regra, perma-
nente, embora o seu exercício pos-
sa restabelecer-se, se provada a 
regeneração do genitor ou se desa-
parecida a causa que a determinou. 
Por se tratar de medida imperativa, 
abrange toda a prole e não somente 
um ou alguns filhos.
6.2. hipóteses:
a) castigar imoderadamente o filho; 
b) abandonar o filho; c) praticar atos 
contrários à moral e aos bons cos-
tumes; d) incidir reiteradamente nas 
faltas que levam à suspensão do 
poder familiar.
7. Suspensão do poder familiar:
7.1. Conceito: sanção que visa a 
preservar os interesses do filho, pri-
vando o genitor, temporariamente, 
do exercício do poder familiar, por 
prejudicar um dos filhos ou alguns 
deles. Uma vez desaparecida a 
causa que originou a suspensão, o 
genitor volta ao exercício do poder 
falimiar.
7.2. Hipóteses: a) abuso do poder por 
pai ou mãe; b) falta de cumprimento 
dos deveres paternos; c) dilapidação 
dos bens do filho; d) condenação por 
sentença irrecorrível cuja pena exceda 
2 anos; e) maus exemplos, crueldade, 
exploração ou perversidade do genitor 
que comprometa a saúde, segurança e 
moralidade do filho.
8. Extinção do poder familiar:
8.1. Morte dos pais ou do filho;
8.2. Emancipação do filho;
8.3. Maioridade do filho;
8.4. Adoção;
8.5. Decisão judicial declaratória de 
perda do poder familiar.
 LINk AcADêmIcO 5
REGImE DE BENS DO
cASAmENTO
1. Conceito: é o complexo de normas 
que disciplinam as relações econômi-
cas entre marido e mulher durante o 
casamento.
2. Regime de bens nos casamentos 
celebrados na vigência do CC de 
1916: é por ele estabelecido (CC, art. 
2039).
3. Regime da comunhão parcial:
3.1. Conceito: é o regime de separa-
ção, quanto ao passado, e de comu-
nhão, quanto ao futuro, comunicando-
se somente os bens adquiridos a título 
oneroso na constância do casamento.
3.2. Característica: ocorre a formação 
de 3 massas de bens distintas: a) bens 
particulares do marido; b) bens particu-
lares da esposa; c) bens particulares 
do casal; 
3.3. Administração dos bens: a) a 
administração do patrimônio comum 
compete a qualquer dos cônjuges; e a 
dos bens particulares, a cada um de-
les; b) as dívidas contraídas no exercí-
cio da administração obrigam os bens 
comuns e particulares do cônjuge que 
os administra, e os do outro na razão 
do proveito que houver auferido; c) a 
anuência de ambos os cônjuges é ne-
cessária para os atos a título gratuito 
que impliquem cessão do uso ou gozo 
dos bens comuns; d) em caso de mal-
versação dos bens, o juiz poderá atri-
buir a administração a apenas um dos 
cônjuges;
3.4. Bens que se comunicam (art. 
1.660 do CC): a) os bens adquiridos 
na constância do casamento a título 
oneroso, ainda que só em nome de 
um dos cônjuges; b) os bens adqui-
ridos por fato eventual, com ou sem 
o concurso de trabalho ou despesa 
anterior; c) os bens adquiridos por 
doação, herança ou legado, em fa-
vor de ambos os cônjuges; d). as 
benfeitorias em bens particulares 
de cada cônjuge; e) os frutos dos 
bens comuns ou dos particulares de 
cada cônjuge, percebidos na cons-
tância do casamento, ou pendentes 
ao tempo de cessar a comunhão;
3.5. Algumas regras: a) são incomu-
nicáveis os bens cuja aquisição ti-
ver por título uma causa anterior ao 
casamento; b) no regime da comu-
nhão parcial, presumem-se adquiri-
dos na constância do casamento os 
bens móveis, quando não se provar 
que o foram em data anterior.
4. Regime da comunhão univer-
sal:
4.1. Conceito: consiste na comu-
nhão de todos os bens presentes e 
futuros dos cônjuges e suas dívidas.
4.2. Comunicabilidade de bens: é a 
regra.
4.3. Incomunicabilidade de bens 
(art. 1.668 do CC): a) bens doados 
ou herdados com incomunicabilida-
de e os sub-rogados em seu lugar; 
b) bens gravados de fideicomisso e 
o direito do herdeiro fideicomissá-
rio, antes de realizada a condição 
suspensiva; c) dívidas anteriores 
ao casamento, salvo se provierem 
de despesas com seus aprestos, ou 
reverterem em proveito comum; d) 
doações antenupciais feitas por um 
cônjuge ao outro com a cláusula de 
incomunicabilidade; e) os bens de 
uso pessoal, os livros e instrumen-
tos de profissão, os proventos do 
trabalho pessoal de cada cônjuge e 
as pensões, meios-soldos, monte-
pios e outras rendas semelhantes;
4.4. Algumas regras: a) extinta a 
comunhão, e efetuada a divisão 
do ativo e do passivo, cessará a 
responsabilidade de cada um dos 
cônjuges para com os credores do 
outro; b) aplica-se ao regime da co-
munhão universal a mesma discipli-
na aplicada à comunicação parcial 
de bens, quanto à administração 
dos bens; c) a incomunicabilidade 
dos bens enumerados no item 3 
não se estende aos frutos, quando 
8
percebidos ou vencidos durante o 
casamento;
4.5. Administração dos bens: por 
ambos os cônjuges, conjuntamente.
5. Regime de participação final 
nos aqüestos:
5.1. Conceito: é o regime em que 
há formação de massas particula-
res incomunicáveis durante o casa-
mento, ocorrendo a comunicação 
quando da dissolução da sociedade 
conjugal, tornando-se cada cônjuge 
credor da metade do que o outro 
adquiriu durante o casamento;
5.2. Características: a) há formação 
de massas de bens particulares in-
comunicáveis durante o casamento, 
mas que se tornam comuns no mo-
mento da dissolução do mesmo; b) 
o término do casamento em nada 
altera o patrimônio particular de 
cada cônjuge adquirido antes de se 
casarem; c) trata-se de um regime 
misto que busca combinar os regi-
mes comunitário e separatório;
5.3. Administração dos bens: cada 
cônjuge administra os bens que 
possuía ao casar e os adquiridos 
durante o casamento gratuita ou 
onerosamente;
5.4. Apuração dos aqüestos: a) ao 
ser determinado o montante dos 
aqüestos, computar-se-á o valor 
das doações feitas por um dos côn-
juges, sem a necessária autoriza-
ção do outro (o bem poderá ser rei-
vindicado pelo cônjuge prejudicado 
ou por seus herdeiros, ou declarado 
no monte partilhável, por valor equi-
valente ao da época da dissolução); 
b) incorpora-se ao monte ovalor 
dos bens alienados em detrimento 
da meação, se não houver prefe-
rência do cônjuge lesado, ou de 
seus herdeiros, de os reivindicar;
5.5. Titularidade dos bens adquiri-
dos na constância do casamento: 
a) no caso de bens adquiridos pelo 
trabalho conjunto, terá cada um dos 
cônjuges uma quota igual no condo-
mínio ou no crédito por aquele modo 
estabelecido; b) as coisas móveis, 
em face de terceiros, presumem-
se do domínio do cônjuge devedor, 
salvo se o bem for de uso pessoal 
do outro; c) os bens imóveis são de 
propriedade do cônjuge cujo nome 
constar no registro (impugnada a 
titularidade, caberá ao cônjuge pro-
prietário provar a aquisição regular dos 
bens).
6. Regime de separação de bens:
6.1. Conceito: é o regime em que cada 
cônjuge conserva o domínio e a ad-
ministração de seus bens presentes 
e futuros, responsabilizando-se indivi-
dualmente pelas dívidas anteriores e 
posteriores ao casamento;
6.2. Espécies: a) legal (decorrente 
de lei, nas hipóteses do art. 1.641 do 
CC, ou ainda diante das hipóteses de 
causas de suspensão do art. 1.623 do 
CC); b) convencional (convencionado 
por ambos os nubentes nos termos do 
art. 1.687 do CC);
6.3. Ambos os cônjuges são obrigados 
a contribuir para as despesas do casal 
na proporção dos rendimentos de seu 
trabalho e de seus bens, salvo estipula-
ção em contrário no pacto antenupcial; 
6.4. Os bens permanecerão sob a ad-
ministração exclusiva de cada um dos 
cônjuges, que os poderá livremente 
alienar ou gravar de ônus real.
 LINk AcADêmIcO 6
ALImENTOS
1. Conceito: são prestações destina-
das à satisfação das necessidades vi-
tais de quem não pode provê-las por si.
2. Finalidade: fornecer a um parente, 
ex-cônjuge ou ex-convivente aquilo 
que lhe é necessário à manutenção, 
assegurando-lhe meios de subsistên-
cia, se ele, em razão da idade avan-
çada, enfermidade ou incapacidade, 
estiver impossibilitado de produzir re-
cursos materiais com o próprio esforço.
3. Natureza jurídica: trata-se de direi-
to com conteúdo patrimonial e finalida-
de pessoal.
4. Pressupostos:
4.1. Existência de companheirismo, 
vínculo de parentesco ou conjugal en-
tre alimentando e alimentante;
4.2. Necessidade do alimentando;
4.3. Possibilidade econômica do ali-
mentante;
4.4. Proporcionalidade, na sua fixação, 
entre as necessidades do alimentando 
e os recursos econômico-financeiros 
do alimentante.
5. Caracteres do direito à prestação 
alimentícia: trata-se de direito perso-
nalíssimo, atual, incompensável, 
transmissível aos herdeiros do ali-
mentando, incessível, em relação 
ao credor, irrenunciável, imprescri-
tível, impenhorável, divisível, variá-
vel, não-restituível e que não pode 
ser transacionado.
6. Caracteres da obrigação de ali-
mentar: 
6.1. Condicionalidade; 
6.2. Reciprocidade; 
6.3. Mutabilidade do quantum da 
pensão alimentícia;
6.4. periodicidade.
7. Classificação dos alimentos:
7.1. Quanto ao momento da recla-
mação: a) atuais: postulados a par-
tir do ajuizamento; b) futuros: devi-
dos somente a partir da sentença; 
c) pretéritos: o pedido retroage a 
momento anterior ao do ajuizamen-
to da ação:
7.2. Quanto à causa jurídica: a) 
voluntários: resultam da intenção 
de fornecer meios de subsistência 
a alguém (doação ou testamento); 
b) ressarcitórios: forma de indeniza-
ção de dano ex delicto; c) legítimos: 
decorrentes de uma obrigação legal 
de casamento, parentesco ou com-
panheirismo;
7.3. Quanto à natureza: a) naturais: 
restritos ao indispensável à satis-
fação das necessidades primárias; 
b) civis: manutenção da condição 
social;
7.4. Quanto à finalidade: a) provi-
sionais: determinados em medida 
cautelar preparatória ou incidental 
de ação de investigação de pater-
nidade, de divórcio etc.; b) provisó-
rios: fixados liminarmente em ação 
de alimentos; c) definitivos: de cará-
ter permanente, estabelecidos por 
sentença ou acordo homologado.
8. Pessoas obrigadas a prestar 
alimentos:
8.1. Ascendentes;
8.2. Descendentes;
8.3. Colaterais de 2o grau;
8.4. Cônjuge ou companheiro, ha-
vendo dissolução da sociedade 
conjugal ou da união estável.
9. Modos de cumprimento dos 
alimentos:
9.1. Pensão ao alimentando;
9
9.2. Casa, hospedagem e sustento.
10. Impossibilidade de restitui-
ção: quem satisfaz obrigação ali-
mentar não desembolsa soma sus-
cetível de reembolso, mesmo que 
tenha havido extinção da necessi-
dade dos alimentos.
11. Causas de extinção:
11.1. Morte do alimentando;
11.2. Suficiência de bens do alimen-
tando para prover sua mantença;
11.3. Impossibilidade de o alimen-
tante prestar sem o desfalque do 
necessário à sua subsistência;
11.4. Casamento ou união estável 
do alimentando;
11.5. Tratamento indigno do alimen-
tando com relação ao alimentante.
 LINk AcADêmIcO 7
BEm DE FAmÍLIA
1. Conceito: é o imóvel próprio do 
casal, ou da entidade familiar, im-
penhorável e que não responde por 
qualquer tipo de dívida contraída 
pelos cônjuges ou pelos pais ou fi-
lhos que sejam seus proprietários, 
salvo nas hipóteses previstas em 
lei.
2. Espécies:
2.1. Legal ou involuntário: é o imó-
vel impenhorável, não podendo res-
ponder por dívidas de qualquer na-
tureza contraídas por seus proprie-
tários ou aqueles que nele residem, 
conforme a Lei 8.009/90, salvo as 
hipóteses legais;
2.2. Voluntário, convencional ou ins-
tituído: trata-se de um imóvel, rural 
ou urbano, com suas pertenças e 
acessórios, onde a família fixa sua 
residência, mediante escritura pú-
blica ou testamento, ficando, em 
princípio, a salvo de possíveis e 
eventuais credores (CC, arts. 1.711 
ao 1.722).
3. Aspectos relevantes:
3.1. Administração: compete a am-
bos os cônjuges, ou, sendo mortos, 
ao filho mais velho, se maior;
3.2. Impossibilidade de manuten-
ção: poderá o juiz extingui-lo ou 
autorizar a sua sub-rogação em 
outros;
3.3. Isenção da execução por dívi-
das: o bem de família é isento de 
execução por dívidas posteriores à sua 
instituição, salvo as provenientes de 
tributos relativos ao prédio ou de des-
pesas de condomínio;
3.4. Abrangência: pode abranger valo-
res mobiliários;
3.5. Valor: não pode ultrapassar 1/3 do 
patrimônio líquido existente ao tempo 
de sua instituição, bem como os valo-
res imobiliários abrangidos não podem 
ultrapassar o valor do prédio instituído;
3.6. Instituição por terceiro: é possível, 
mediante testamento ou doação, cuja 
eficácia depende de aceitação expres-
sa;
3.7. Destinação: o prédio destina-se ao 
domicílio familiar e a renda referente 
aos valores mobiliários será aplicada 
na conservação do imóvel e no susten-
to da família;
3.8. Constituição: mediante registro de 
seu título no Registro de Imóveis;
3.9. Extinção: com a morte de ambos 
os cônjuges e a maioridade dos filhos.
 LINk AcADêmIcO 8
UNIÃO ESTÁVEL
1. Conceito: é uma união durável de 
pessoas livres e de sexo diferente, que 
não estão ligadas entre si por casa-
mento civil.
2. Companheiros ou conviventes: 
são os que vivem em união estável - 
divorciados, solteiros, viúvos e separa-
dos judicialmente ou de fato.
3. União de fato: é gênero de que são 
espécies o concubinato puro e o im-
puro (concubinato propriamente dito). 
O concubinato puro corresponde à 
união estável, consubstanciando-se 
em união duradoura, sem casamento, 
entre homem e mulher livres e desim-
pedidos. O concubinato impuro pode 
ser incestuoso (se houver parentesco 
próximo entre os amantes) ou adulteri-
no (se um dos concubinos for casado).
4. Características da união estável 
- que a distinguem do concubinato 
(art. 1.723 do CC):
4.1. Estabilidade na união entre ho-
mem e mulher;
4.2 Diversidade de sexo;
4.3. Continuidade;
4.4 Publicidade;
4.5. Objetivo de constituição de família.
5. Algumas regras:
5.1. A união estável não se consti-
tuirá se ocorrerem os impedimentos 
do art.1521, não se aplicando o 
inciso VI no caso de a pessoa ca-
sada se achar separada de fato ou 
judicialmente;
5.2. As causas suspensivas do art. 
1523 não impedirão a caracteriza-
ção da união estável;
5.3. As relações pessoais entre os 
companheiros obedecerão aos de-
veres de lealdade, respeito e assis-
tência, e de guarda, sustento e edu-
cação dos filhos (art. 1.724 do CC);
5.4. Na união estável, salvo contra-
to escrito entre os companheiros, 
aplica-se às relações patrimoniais, 
no que couber, o regime da comu-
nhão parcial de bens (art. 1.725 do 
CC);
5.5. A união estável poderá con-
verter-se em casamento mediante 
pedido dos companheiros ao juiz e 
assento no Registro Civil (art. 1.726 
do CC);
5.6. As relações não eventuais en-
tre o homem e a mulher, impedidos 
de casar, constituem concubinato 
(art. 1.727 do CC);
5.7. A união de pessoas do mesmo 
sexo não constitui união estável, 
porém produz efeitos jurídicos no 
campo do direito obrigacional.
5.8. A união estável é fato social e 
jurídico (ato jurídico), que produz 
efeitos no campo do Direito de Fa-
mília; o casamento é fato social e 
jurídico (negócio jurídico), que pro-
duz efeitos no campo do Direito de 
Família; o concubinato (impuro) é 
fato social e jurídico (ato jurídico), 
que produz efeitos apenas no cam-
po do direito obrigacional;
5.9. Súmula 382 do STF: “A vida co-
mum sob mesmo teto, more uxório, 
não é indispensável à caracteriza-
ção do concubinato”.
TUTELA
1. Conceito: é o poder conferi-
do pela lei, ou segundo princípios 
seus, à pessoa capaz, para prote-
ger a pessoa e reger os bens dos 
menores nas hipóteses do artigo. 
1.728 do CC).
2. Espécies:
2.1. Legítima (recai sobre parentes 
em decorrência da lei);
2.2. Testamentária (nomeação do 
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tutor mediante testamento);
2.3. Dativa (nomeação do tutor pelo 
juiz).
3. Nomeação pelo juiz de tutor 
idôneo e residente no domicílio 
do menor (art. 1.732 do CC): quan-
do o tutor legítimo ou testamentário 
faltar, for excluído ou escusado da 
tutela, ou ainda for removido por 
não ser idôneo.
4. Outras regras:
4.1. Aos irmãos órfãos dar-se-á um 
só tutor (art. 1.733 do CC);
4.2. As crianças e os adolescentes 
cujos pais forem desconhecidos, fa-
lecidos ou que tiverem sido suspen-
sos ou destituídos do poder familiar 
terão tutores nomeados pelo juiz ou 
serão incluídos em programa de co-
locação familiar, na forma prevista 
pelo ECA (art. 1.734 do CC);
4.3. Os tutores não podem con-
servar em seu poder dinheiro dos 
tutelados além do necessário para 
as despesas ordinárias com o seu 
sustento, a sua educação e a admi-
nistração de seus bens;
4.4. Os bens do menor serão entre-
gues ao tutor mediante termo espe-
cificado (descrição e valores), ainda 
que os pais o tenham dispensado;
4.5. Se o menor possuir bens, será 
sustentado e educado a expensas 
deles, arbitrando o juiz para tal fim 
as quantias que lhe pareçam neces-
sárias, considerado o rendimento 
da fortuna do pupilo quando o pai 
ou a mãe não as houver fixado.
5. Exercício da tutela:
5.1. O tutor está obrigado a servir 
por dois anos, podendo continu-
ar além deste prazo se o quiser e 
o juiz julgar conveniente ao menor 
(art. 1.765 do CC);
5.2. Os atos praticados pelo pupilo 
menor de 16 anos sem a represen-
tação do tutor estarão eivados de 
nulidade; ao passo que, sendo o 
pupilo maior de 16 e menor de 18 
anos, poderão ser anulados apenas 
pelos interessados e pelo próprio 
pupilo no prazo decadencial de 4 
anos, contados do conhecimento 
do fato ou do dia que cessar a inca-
pacidade, respectivamente.
6. Cessação da tutela (arts. 1.763, 
1.764 e 1.766 do CC):
6.1. Maioridade ou emancipação do 
pupilo;
6.2. Ao cair o menor sob o poder fa-
miliar, no caso de reconhecimento ou 
adoção;
6.3. Ao expirar o termo em que era o 
tutor obrigado a servir;
6.4. Em caso de escusa legítima do 
tutor;
6.5. Ao ser removido o tutor;
6.6. Será destituído o tutor quando ne-
gligente, prevaricador ou incurso em 
incapacidade.
7. Prestação de contas: ao final de 
cada ano, está obrigado o tutor a apre-
sentar balanço de sua administração 
ao juiz e ao MP, que será anexado aos 
autos do processo de tutela. Finda a 
tutela, quando deixar o exercício da 
tutela ou quando achar conveniente o 
magistrado, o tutor prestará contas fi-
nais em juízo.
cURATELA
1. Conceito: é o encargo conferido a 
alguém para gerenciar a vida e o patri-
mônio dos maiores incapazes.
2. Estão sujeitos à curatela (art. 
1.767 do CC):
2.1. Aqueles que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não dispuserem do 
necessário discernimento para os atos 
da vida civil;
2.2. Os que, por outra causa duradou-
ra, não puderem exprimir a sua vonta-
de;
2.3. Os deficientes mentais, os ébrios 
habituais e os viciados em tóxicos;
2.4. Excepcionais sem completo de-
senvolvimento mental;
2.5. Pródigos.
3. Espécies: além dos maiores inca-
pazes (pessoas que, por enfermidade 
ou deficiência mental, não tiverem, 
ou tiverem reduzido, o discernimento 
necessário para a prática dos atos da 
vida civil), submetem-se à curatela o 
nascituro e a herança jacente. Existem 
no MP curadorias voltadas para o meio 
ambiente, menores, fundações, porta-
dores de deficiência física etc.
4. Quem promove a interdição? (art. 
1.768 do CC)
4.1. Pais ou tutores;
4.2. Cônjuge, ou qualquer parente;
4.3. Ministério Público, nesta or-
dem.
5. Exercício da curatela:
5.1. Aplicam-se, subsidiariamente, 
as regras concernentes ao exercí-
cio da tutela (art. 1.781 do CC);
5.2. Interdição do pródigo: só o pri-
vará de, sem curador, emprestar, 
transigir, dar quitação, alienar, hipo-
tecar, demandar ou ser demanda-
do, e praticar, em geral, os atos que 
não sejam de mera administração 
(art. 1.782 do CC);
5.3. Curatela do nascituro: dar-se-á 
curador ao nascituro, se o pai fale-
cer estando grávida a mulher, e não 
tendo o poder familiar. Se esta esti-
ver interdita, seu curador será o do 
nascituro (art. 1.779 do CC);
5.4. Quando o curador for o cônjuge 
e o regime de bens do casamento 
for o da comunhão universal, não 
será obrigado a prestar contas, sal-
vo determinação judicial (art. 1.783 
do CC).
6. Prestação de contas: seguem-
se as regras relativas à tutela.
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A coleção Guia Acadêmico é o ponto de partida dos 
estudos das disciplinas dos cursos de graduação, 
devendo ser complementada com o material dispo-
nível nos Links e com a leitura de livros didáticos.
Direito Civil – Família – 2ª edição - 2009
Autor:
Gêminson Paula, Especialista em Direito e Pro-
fessor de Direito Civil.
A coleção Guia Acadêmico é uma publicação da Me-
mes Tecnologia Educacional Ltda. São Paulo-SP.
Endereço eletrônico: 
www.memesjuridico.com.br
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