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PPC ATUALIZADO

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CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
SOCIEDADE EDUCACIONAL ATUAL DA AMAZÔNIA
MANTIDA
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA AMAZÔNIA
PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
BOA VISTA - RR
2020
SUMÁRIO
1 CARACTERÍSTICAS DA INSTITUIÇÃO	3
1.1 HISTÓRICO DA IES	3
1.2 MISSÃO DA INSTITUIÇÃO	5
1.3 MISSÃO DO CURSO	5
2 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO	6
2.1 HISTÓRIA/JUSTIFICATIVA/ASPECTOS REGIONAIS	6
2.1.1 Histórico do Curso	6
2.1.2 Justificativa	8
2.1.3 Aspectos Regionais	9
2.2 ARTICULAÇÃO DO PPC COM O PDI E O PPI	16
2.3 CONCEPÇÃO DO CURSO	17
2.3.1 Algumas visões sobre: mundo, sujeito, produção de cultura e processo educativo	20
2.3.2 Dimensões da Formação dos Profissionais da Educação	22
2.3.3 Princípios Orientadores do Curso	23
2.3.4 OBJETIVOS	25
2.4 PERFIL DO EGRESSO	27
2.5 INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO	28
2.6 ESTRUTURA CURRICULAR	29
2.6.1 Princípio da Flexibilização	30
2.6.2 Princípio da Interdisciplinaridade: os eixos temáticos, a pesquisa e a prática em educação	30
2.6.3 Princípio da Ação-Reflexão-Ação	32
2.6.4 Princípio da Contextualização	34
2.7 MATRIZ CURRICULAR	36
2.7.1 Ementário e Bibliografia	38
2.8 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM	63
2.9 PRESSUPOSTOS E PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS	64
2.10 ATIVIDADES ACADÊMICAS COMPLEMENTARES	67
2.11 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO	69
2.12 Trabalho de Graduação Interdisciplinar	70
2.13 EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL	71
2.14 ATIVIDADES ACADÊMICAS ARTICULADAS À FORMAÇÃO	72
2.14.1 Estágio Supervisionado	72
2.15 EMPRESA JÚNIOR	74
2.16 PARTICIPAÇÃO DOS ACADÊMICOS EM ATIVIDADES DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA	75
2.17 PARTICIPAÇÃO DOS ACADÊMICOS EM ATIVIDADES DE EXTENSÃO	75
2.18 MONITORIA	76
2.19 PARTICIPAÇÃO DOS ACADÊMICOS EM ATIVIDADES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL	77
2.20 INTEGRAÇÃO COM A PÓS-GRADUAÇÃO	77
2.21 METODOLOGIA DE ENSINO APRENDIZAGEM	77
2.21.1 Metodologia e Técnicas Didático-Pedagógicas	78
Avaliação Institucional	78
3.9 INCENTIVO À PESQUISA/EDUCAÇÃO INVESTIGATIVA E À EXTENSÃO	79
3.9.1 Pesquisa	79
3.9.1.2 Apontamentos Teóricos	80
3.9.2 Extensão	84
3 ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA	88
3.1 Núcleo Docente Estruturante (NDE)	88
3.1.1 Composição do NDE	88
3.1.1 COORDENADOR DE CURSO	89
3.2 COORDENAÇÃO DO CURSO	91
3.2.1 Capacitação Docente	92
3.3 ATENDIMENTO AO DISCENTE	94
3.3.1 Apoio Pedagógico	95
3.3.2 Atendimento Psicopedagógico	97
3.3.3 Atendimento Aos acadêmicos Com Necessidades Educacionais	97
3.4 ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS	97
3.5 EDUCAÇÃO INCLUSIVA	98
4 INFRAESTRUTURA DE APOIO	99
REFERÊNCIAS	102
4.1
INSTITUIÇÃO MANTENEDORA
	Nome
	Sociedade Educacional Atual da Amazônia
	CNPJ
	03536667000100
	Endereço
	Rua Jornalista Humberto Silva N˚308 – Bairro União
	CEP
	69.313-792
	Município
	Boa Vista - RR
	Fone
	(95) 2121-5500
	Fax
	(95) 2121-5525
	Endereço Eletrônico
	direção.atual@estacio.br
	Regime Jurídico
	Pessoa Jurídica de Direito Privado – Com fins lucrativos
	Registro
	Junta Comercial do Estado de Roraima - nº 1420005933-7 de 30.11.1999.
	Base Legal
	Documento: Portaria MEC
		
	Portaria de Credenciamento nº 583
	
	Data de Publicação: 28/03/2001
	
	Portaria de Recredenciamento: nº 286
	
	Data de Publicação: 22/04/2005
Alteração de Denominação: Portaria MEC nº 483
Data de Publicação: 16 de dezembro de 2011
INSTITUIÇÃO MANTIDA
	Nome: 
	Estácio Atual-Faculdade Estácio da Amazônia
	Endereço: 
	Rua Jornalista Humberto Silva n˚308 – Bairro União
	CEP: 
	69.313 - 792
	Município: 
	Boa Vista - RR
	Fone: 
	(95) 2121-5500
	Fax: 
	(95) 2121-5525
	Endereço Eletrônico Direção Geral
	brena.linhares@estacio.br
DADOS DO CURSO
	TIPO DE CURSO
	Graduação – Licenciatura
	DENOMINAÇÃO
	Curso de Licenciatura em Pedagogia
	MODALIDADE
	Ensino Presencial
	VAGAS
	210
	DIMENSIONAMENTO DAS TURMAS
	Até 70 alunos
	REGIME DE MATRÍCULA
	Semestral
	DURAÇÃO DO CURSO
	4 anos (8 semestres)
	INTEGRALIZAÇÃO
	Mínima: 8 Semestres
Máxima: 16 Semestres
	CARGA-HORÁRIA DO CURSO
	3.264 horas 
	TURNO DE FUNCIONAMENTO
	Diurno e Noturno
	BASE LEGAL
	Documento: Portaria MEC
	
	Portaria de Autorização nº 583
	
	Data de Publicação: 28/03/2001
	
	Portaria de Reconhecimento: nº 1.983
	
	Data de Publicação: 24/11/2010
	COORDENADORA DO CURSO
	Nome – Herica Maria Castro dos Santos
	
	Titulação – Mestre
	
	Regime de trabalho – Integral
	ENDEREÇO ELETRÔNICO DA
COORDENADORA DE CURSO
	herica.santos@estacio.br
	COMPONENTES DO NDE
	Herica Maria Castro dos Santos 
Francisca Araújo Pereira
Jakson Hansem Marques
Angelo Augusto
	ENDEREÇO DE FUNCIONAMENTO
	Rua Jornalista Humberto Silva N˚308
Bairro União - Boa Vista - Roraima
CEP 69.313-792.
1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA REGIÃO
O nome do Estado de Roraima origina-se das palavras roro e ímã; que no idioma yanomami roro significa verde, e ímã quer dizer serra, monte, formando serra verde, refletindo o tipo de paisagem natural encontrada na região do Monte Roraima, um dos símbolos do Estado. Na língua Pemon, roroi significa verde azulado e ma significa grande formando a expressão verde azulado grande[footnoteRef:1]. [1: Indígenas que vivem ao sul da Venezuela, da mesma etnia Taurepang, no Brasil] 
Foto 1 – Vista Aérea do Monte Roraima
Até o século XVI, as terras do que hoje são o Estado de Roraima pertenciam à Espanha, respeitando a linha divisória do Tratado de Tordesilhas, que desde 1494, antes do descobrimento do Brasil, já dividia o Novo Mundo, entre os reinos da Espanha e Portugal em razão da expansão colonial resultante da busca do caminho marítimo para as Índias.
A ocupação do Estado se deu quando o europeu chegou a terras americanas, o território compreendido pelo Estado de Roraima encontrava-se ocupado por povos indígenas. Havia uma relação harmônica, ou quase, entre o Homem e o Meio, em face do nível tecnológico das práticas então adotadas para o uso dos recursos naturais. Baseavam-se na caça, pesca, coleta e agricultura itinerante, ocorrendo uma autorregularão, naturalmente sustentável, entre oferta de recursos e quantitativo de população.
A ocupação do Brasil resultou inicialmente da simples exploração do litoral brasileiro, sob a forma de feitorias, em busca do pau-brasil. A ocupação efetiva da América Portuguesa e o seu povoamento ocorreram, a partir das Capitanias de São Vicente, no Sul, Pernambuco e da Bahia, no Nordeste, que se desenvolviam graças à cultura comercial da cana-de-açúcar.
Para manter seus domínios e preservar os frutos da economia açucareira, os governadores-gerais do Brasil, motivados mais por questões estratégicas do que por interesses econômicos imediatos, tiveram que desalojar, principalmente, os franceses que procuravam se estabelecer no litoral brasileiro.
As ocupações das terras que constituem hoje o Estado de Roraima se deram, inicialmente, por razões estratégicas. Na segunda metade do século XVIII, em função das pressões exercidas por espanhóis, ingleses e holandeses estabelecidos no Caribe, tratou-se de ocupar as terras do Rio Branco, construindo-se em 1775 uma fortificação, o Forte de São Joaquim, na confluência dos Rios Uraricoera e Tacutu, ponto em que se dá a formação do Rio Branco, principal afluente do Rio Negro. O objetivo foi dar combate aos invasores que desciam o rio com a finalidade de aprisionar índios. Em sentido contrário, os portugueses subiam o Rio Branco para ocuparem a região e serem os primeiros colonizadores. Os ingleses e holandeses que chegaram pela Guiana e pela Venezuela foram expulsos pelos portugueses que estabeleceram a soberania de Portugal sobre a região.
A construção do Forte São Joaquim foi um marco decisivo na conquista do Rio Branco pelos portugueses. A decisão para construir o Forte, hoje em ruínas, foi tomada para que os portugueses pudessem enfrentar a cobiça internacional e assegurar a soberania de Portugal sobre as terras do vale do Rio Branco, a partir do Forte.
Após o domínio na região, os portugueses reuniram os índios da região e partiram para a criação dos povoados: Senhora da Conceição e Santo Antônio(no Rio Uraricoera), São Felipe (no Rio Tacutu) e Nossa Senhora do Carmo e Santa Bárbara (no Rio Branco), mas como os índios não se sujeitaram às condições impostas pelos portugueses, esses povoados não se desenvolveram e dessa forma permitiram que novas invasões ocorressem.
Em 1789, o comandante Manuel da Gama Lobo D'Almada, para garantir a presença portuguesa nos campos naturais do rio Branco, introduziu o gado bovino e equino. Inicialmente na fazenda São Bento, no Uraricoera, depois na fazenda São José, no Tacutu e na fazenda São Marcos, em 1799. Esta ainda hoje existe, pertence aos índios e está localizada em frente ao local onde existia o Forte São Joaquim.
Quem mais atentou contra a soberania portuguesa na região foram os ingleses. Entre 1810 e 1811, militares ingleses penetraram na região, mas foram impedidos pelo comandante do Forte São Joaquim de prosseguirem com o trabalho de penetração. Com as muitas invasões inglesas, foi decidido demarcar a nova fronteira entre o Brasil e a Guiana. A disputa pelas terras com a Inglaterra só terminou definitivamente em 1904, com a arbitragem do soberano italiano Vítor Emanuel II, que tirou do Brasil o trecho do Pirara, incorporado a então Guiana Inglesa.
Boa Vista é uma cidade plana, com modelos arquitetônicos arrojados, repleta de árvores frondosas e onde o sol brilha o ano inteiro, mesmo no inverno.
Fonte: Sampaio (2013)
Foto 2 – Igreja Matriz
Boa Vista é a principal cidade de Roraima, com população estimada pelo IBGE (2015) em 320.714 habitantes, concentrando praticamente todos os serviços públicos do Estado, que conta com apenas 15 municípios. Moderna, a cidade destaca-se entre as capitais da Amazônia pelo traçado urbano organizado de forma radial, planejado no período entre 1944 e 1946 pelo engenheiro civil Darcy Aleixo Derenusson, lembrando um leque, em alusão às ruas de Paris, na França. Foi construído no governo do capitão Ene Garcez, o primeiro governador do então Território Federal do Rio Branco. As principais avenidas do Centro da cidade convergem para a Praça do Centro Cívico Joaquim Nabuco, onde se concentram as sedes dos três poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. Além de pontos culturais (teatros e palácios), hotéis, bancos, correios e catedrais religiosas.
Foto 3 – Vista Aérea do Centro de Boa Vista
A culinária roraimense tem opções variadas misturando as características das regiões Nordeste, Sul e Sudeste, fruto da diversidade de colonização. Não há uma comida tipicamente regional. Entre alguns pratos comuns pode-se destacar a carne-de-sol ao forno, a paçoca com banana, o pernil de cabrito assado, o pirarucu de casaca e, entre os doces, há o cuscuz, a tapioquinha, a torta de castanha-do-Pará e a torta de cupuaçu.
O Centro Universitário Estácio da Amazônia - Estácio Amazônia situa-se no município de Boa Vista, capital do Estado de Roraima que se encontra no extremo setentrional do Brasil ocupando uma área 224.131,3 km2, o que equivale a 2,6 da superfície do Brasil e a 5,9% da Região Norte. Limita-se ao norte com a Venezuela e com a República Cooperativista da Guiana; ao sul, com o Estado do Amazonas; a leste, com a República Cooperativista da Guiana e com o Estado do Pará; e a oeste com o Estado do Amazonas e com a República Bolivariana da Venezuela. Suas fronteiras internacionais estendem-se por 958 km com a República Bolivariana da Venezuela e por 964 km com a República da Guiana. (Mapa 1)
Fonte: (FREITAS, 2008)
Mapa 1 – Fronteiras do Estado de Roraima
Ao norte do Estado de Roraima, na serra do Pacaraima, está situado o ponto extremo setentrional do país[footnoteRef:2], na nascente do Rio Ailã, no Monte Caburaí, fronteira com a Guiana. (Mapa 2) [2: Reconhecido pelo MEC a partir de 1998, anteriormente reconhecia-se o Rio Oiapoque no Estado do Amapá.] 
Fonte: Portal Roraima
Mapa 2 – Divisão Política do Estado de Roraima
Roraima é um dos Estados mais jovens do Brasil, só tendo alcançado esse status com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Anteriormente era um Território Federal. Possui uma estrutura de formação de renda (PIB), em que se observam fatores como: a cultura importadora de bens, a atividade produtiva local atrelada ao baixo nível de geração de renda e a população estimada pelo IBGE (2015) em 505.665 de habitantes. Roraima é o Estado menos populoso da Federação Brasileira.
Fonte: Telles (2013)
Foto 4 – Parque Anauá
Apresenta uma diversidade fito-fisionômica, sendo a maior porção constituída de florestas, seguida pelas savanas ou campos cerrados, que predominam nas partes leste e centro-nordeste e perfazem um total de 17% da área do Estado.
O Rio Branco é o principal afluente do Rio Negro e nasce da confluência dos Rios Uraricoera e Tacutu. Tem por principais afluentes pela margem direita os rios Mucajaí, Água Boa do Univini, Catrimani e Xeruini, e pela margem esquerda o rio Anauá.
Seu regime fluviométrico é baseado no verão do Hemisfério Norte, com cheias de maio a outubro e vazante de novembro a abril. O pico da cheia, em média, verifica-se no mês de julho, e os valores mínimos verificam-se, em média, em março (CPRM, 2009).
O Estado de Roraima praticamente assume os contornos da bacia hidrográfica do Rio Branco, no entanto três outras bacias hidrográficas têm participação significativa no território do Estado, as bacias dos rios Jauaperi e Jarani, também afluentes do Rio Negro, e o Jatapu, afluente do rio Amazonas.
A bacia hidrográfica do Rio Branco, por sua vez, não fica inteiramente no Estado de Roraima, o país vizinho, a Guiana, tem os seus limites políticos com o Brasil e acesso à bacia amazônica. Por meio dos rios Tacutu e Maú, este, aliás, denominado de Ireng na Guiana.
A crescente concentração da população na capital tem propiciado uma maior centralização dos serviços das instituições públicas e privadas. Mesmo assim, a oferta dos serviços na área social, de saúde e educação em comparação a crescente demanda ainda estão longe dos índices médios aceitos. Este fato é agravado pela falta de recursos humanos com formação qualificada e específica para atender estes setores. Nos municípios, embora a oferta de serviços seja menor, a demanda de necessidades é crescente, sobretudo naqueles localizados ao sul do Estado.
Encontram-se matriculados nos diversos cursos ofertados pelo Centro Universitário Estácio da Amazônia acadêmicos que se deslocam dos mais diversos municípios do Estado. Desde os mais próximos, como: Cantá, Alto Alegre, Mucajaí e Iracema até os mais distantes como: Pacaraima, Normandia e Uiramutã.
2 CARACTERÍSTICAS DA INSTITUIÇÃO
2.1 A HISTÓRIA DA IES
A Faculdade Atual da Amazônia, depois Estácio Amazônia – Faculdade Estácio da Amazônia e hoje Centro Universitário Estácio da Amazônia é mantida pela Sociedade Educacional Atual da Amazônia LTDA, CNPJ nº. 035366670001100, ambas situadas na Rua Jornalista Humberto Silva nº. 308, CEP 69.313-792, Bairro União, Boa Vista – RR, com Regime Jurídico: Pessoa Jurídica de Direito Privado – com fins lucrativos. O registro foi feito na Junta Comercial do Estado de Roraima sob o nº. 1320005933-7 no dia 30 de novembro de 1997. A Instituição de Ensino Superior (IES) está credenciada pela Portaria MEC nº. 583, de 28 de março de 2001, publicada no Diário Oficial da União (DOU), no dia 29 de março de 2001, a mesma que autorizou o curso de Administração e, hoje o Centro Universitário Estácio da Amazônia é credenciado pela portaria nº 668, de 1º de julho de 2015.
Em 2011, a Faculdade Atual da Amazônia foi incorporada pelo Grupo Estácio de Sá, sediada no Rio de Janeiro. A partir de então iniciou a implementação da proposta acadêmico-pedagógica e administrativa da Estácio de Sá, nas suas novas turmas. A comunidade externa e comunidade acadêmica passaram a viver um ambiente diferenciado, de acesso a tecnologias de ensino e um trabalho pedagógico voltado aos interesses das regiões onde a instituição atua, cumprindo a sua missão. A incorporação da Faculdade Atual da Amazônia pelo Grupo Estácio de Sá foi oficializada por meio da PortariaMEC nº 483, publicada no DOU, de 16 de dezembro de 2011, alterando a sua denominação para Estácio Amazônia – Faculdade Estácio da Amazônia.
E, por meio da Portaria MEC nº 668, publicada no DOU, de 01 de julho de 2015, a IES deu um salto acadêmico tornando-se Centro Universitário e alterando a sua denominação para Centro Universitário Estácio da Amazônia – Estácio Amazônia.
Com esta proposta, o Centro Universitário Estácio da Amazônia, doravante denominada Estácio Amazônia, se engajou no processo de desenvolvimento que se verifica na região Norte e ocupa com competência, as oportunidades criadas por uma sociedade que caminha a passos largos para ampliar sua participação no cenário nacional, na medida em que o fortalecimento dos investimentos privados e a modernização do Estado criam novos estímulos em diversas áreas da produção e do conhecimento.
A Estácio Amazônia foi idealizada pelo espírito empreendedor de jovens amazônidas que entenderam ser a educação, a mola mestra do processo de desenvolvimento de uma sociedade, por isso investiram na construção de seus ideais, baseados no equilíbrio entre a vontade de fazer e a responsabilidade de como fazer.
Em agosto de 2002 foi concluída a primeira etapa da construção das instalações físicas da IES, edificada em uma área de 150.000m2, localizada no Bairro União. São mais de 12.000m2 de área construída. A Estácio Amazônia foi edificada em um local aberto, com edificações horizontais, possuindo uma vasta mata ciliar, área de lazer, além de estacionamento próprio. Como meta, a Instituição definiu oferecer a Roraima, educação superior dentro dos mais modernos padrões de qualidade, primando pela valorização da área verde, com edificações que não comprometessem o aproveitamento da ventilação natural, segurança e comodidade a toda comunidade acadêmica.
A partir de 2002, foi autorizado, por meio da Portaria MEC/CES nº 1.695 de 07/06/02 o Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis com 150 vagas totais.
Hoje, a Estácio Amazônia ministra, também, os cursos presenciais de bacharelado em Administração, Ciências Contábeis, Direito, Sistemas de Informação, Publicidade e Propaganda, Serviço Social e Engenharia Civil; além das licenciaturas: Pedagogia e Computação e sete Cursos Superiores de Tecnologia: Gestão Pública, Agronegócios, Gestão Ambiental, Design Gráfico, Recursos Humanos, Gestão Comercial e Redes de Computadores.
A Pós-Graduação está fortemente relacionada com a história da IES, tendo sido um curso Lato Sensu, o primeiro a ser ministrado por esta IES, resultado de um convênio com a Universidade Federal de Roraima (UFRR) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE-RR). O curso oferecido foi um MBA em Formação de Consultores para Micros e Pequenas Empresas. A partir destes cursos a IES firmou-se no mercado com outros cursos na área de gestão. Em 2003 esta instituição firmou convênio com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), ofertando, além dos cursos em parceria com esta Fundação, especializações próprias por meio da Escola Atual de Extensão (EAE).
Aliada às atividades de ensino, a Estácio Amazônia desempenha ao longo de sua história uma atuação marcante nas atividades de extensão, baseando-se em princípios e ações, programas e linhas programáticas, visando uma constante troca de saberes entre a instituição e as comunidades.
Para a Estácio Amazônia a extensão é um processo educativo, cultural e científico que articula a relação entre ensino, pesquisa e extensão universitária enriquecendo o processo pedagógico, favorecendo a socialização do saber acadêmico e estabelecendo uma dinâmica que contribui para a participação da comunidade na vida universitária. Todas as atividades extensionistas têm foco na responsabilidade social e no empreendedorismo.
As atividades de extensão estabelecem um fluxo bidirecional entre o conhecimento acadêmico e o saber popular, buscando a produção de conhecimento resultante do confronto com a realidade, com permanente interação entre teoria e prática. Além disso, promove atividades de apoio e suporte à organização, buscando o comprometimento da comunidade acadêmica com os interesses e necessidades da sociedade, a partir de propostas oriundas de uma convivência aberta e horizontal com a comunidade.
A Estácio Amazônia propicia a educação investigativa aos seus acadêmicos, a qual busca realizar investigação e estudos referentes aos problemas emergentes no contexto social, econômico, político, cultural e ambiental, como forma de minimizar problemas e gerar alternativas viáveis para o desenvolvimento sustentável na região.
Neste sentido, a educação investigativa propicia ao acadêmico o questionamento, a construção e reconstrução do conhecimento durante todo o curso, com momentos de articulação, de conhecimento teórico-prático, de forma interdisciplinar, em que o aluno constrói seu conhecimento, numa perspectiva de totalidade.
Uma preocupação que permeia as propostas elaboradas pela Estácio Amazônia, diz respeito ao bem comum, ou seja, ao compromisso com o outro, ao desenvolvimento humano e à sustentabilidade, para o enfrentamento da desigualdade social, da marginalização e dos problemas ambientais. Assim, esta instituição tem organizado importantes ações de Responsabilidade Social (RS).
A Empresa Júnior tem como clientela principal a comunidade do seu entorno e, sendo assim, vale destacar que a aquisição do terreno do Campus da Estácio Amazônia, teve como fator decisivo, a possibilidade de inserção social, fato que gerou efetiva participação em seu crescimento.
O Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) oportuniza às demandas do bairro e adjacências, atendimento à comunidade, por meio dos acadêmicos do Curso de Bacharelado em Direito e em Serviço Social, tendo as homologações feitas pelos Juízes do Tribunal de Justiça.
A Estácio Amazônia tem sua imagem consolidada como uma instituição que prima pela qualidade do ensino, pelo cumprimento de um planejamento sério e coerente, com a confirmação de todos os seus valores e o compromisso maior de transformar Roraima numa terra próspera e sustentável. Neste sentido o Centro Universitário Estácio da Amazônia possui IGC-3, CI-5 e CPC de quase todos os cursos igual a 3 (INEP, 2014).
2.2 MISSÃO DA INSTITUIÇÃO
“Contribuir para o desenvolvimento sustentável, pela formação de profissionais capazes e cidadãos comprometidos com a região amazônica”.
2.3 VISÃO
“Ser reconhecida como a melhor Instituição de Ensino Superior Privada na região Norte”.
2.3 VALORES
a) Diálogo e Participação;
b) Busca da qualidade e excelência;
c) Compromisso com o social;
d) Empreendedorismo;
e) Comprometimento e identificação.
A figura 1 apresenta o direcionamento dos valores em relação ao compromisso esperado dos colaboradores da Estácio Amazônia.
Figura 1 - Direcionamento dos Valores / Compromisso da Estácio Amazônia
3 ASPECTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E EDUCACIONAIS DA REGIÃO
Com a promulgação da Constituição Federal em 1988 houve a demarcação das terras indígenas, porém, a falta de homologação impediu que os mais antigos e tradicionais habitantes, os índios das etnias taurepang, macuxi, wapixana, ingarikó e patamona, pudessem efetivamente ocupá-las. Enquanto isso alguns produtores rurais estabelecidos em uma parte destas terras continuavam produzindo arroz e soja, o que contribuía fortemente para a economia do Estado. Porém, em 2005 ocorreu uma nova demarcação, desta vez acompanhada da homologação que fez com que os produtores tivessem que abandonar as terras. Assim é que hoje, do total das terras de Roraima 60% estão sob jurisdição de instituições federais, 14,8% de áreas de projeto de assentamento e 24,2% sob domínio estadual, conforme quadro abaixo.
QUADRO 1 – Descrição das terras de Roraima
	DESCRIÇÃO DAS TERRAS DE RORAIMA
	JURISDIÇÃO
	ÁREA (ha)
	%
	Reservas Indígenas - FUNAI
	10.362.252,0
	46,2
	Área do INCRA
	1.342.959,1
	6,0
	IBAMA/ICMBIO
	1.708.346,0
	7,6
	Área do Exército
	275.826.2
	1,2
	APA - Estadual
	3.313.080,7
	15,8
	Área Pretendida
	5.436.813,8
	24,2
	ÁREA TOTAL22.439.277,9
	100,0
Fonte: CGPTERR/SEPLAN (2012)
3.1 Aspectos Econômicos
O setor industrial roraimense está constituído por micro e pequenas empresas; em sua grande maioria, firmas individuais e sociedades por quotas de responsabilidade limitada. Boa Vista concentra 72,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de Roraima, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015). Os dados, divulgados pela Secretaria Estadual de Planejamento (SEPLAN, 2015), apontam que a capital representou R$ 5, 3 bilhões do PIB de R$ 6 bilhões que Roraima teve em 2012.
A concentração do PIB na capital se reflete nos setores econômicos, já que 78,8% da produção industrial esta alocada em Boa Vista; 73,9% do Setor de Serviços também se concentram na capital, assim como 64,5% do valor adicionado proveniente da Administração Pública. Já no setor primário, Boa Vista detém 13,7% da agropecuária, que apesar de ser relativamente inferior aos outros setores em relação ao valor adicionado, Boa Vista é o principal produtor agrícola do Estado.
Dentre os municípios do interior, Rorainópolis, localizado na Região Sul do estado, é o que apresenta o melhor desempenho econômico, com PIB de R$ 307 milhões. A economia, assim como todas as dos demais municípios do estado, é baseada principalmente no Setor de Serviços, que representa 78,3% do PIB do município, com destaque para a Administração Pública, que sozinha gerou R$ 283 milhões, ou seja, 63,2% do PIB. Os municípios de Caracaraí com PIB de R$ 219 milhões, Mucajaí com R$ 183 milhões, e Alto Alegre com R$ 181 milhões, fecham o quadro das cinco maiores economias do Estado.
Em relação ao PIB per capita, que representa o valor médio de riqueza gerado por cada habitante durante um ano, Boa Vista foi o município que teve o maior valor, com PIB per capita de R$ 17.925, seguido por Bonfim com R$ 13.439 e Rorainópolis com R$ 12.148. Uiramutã é o município que apresenta o menor PIB per capita com R$ 8.690, seguido por São Luiz com R$ 10.661 e Pacaraima com R$ 10.889.
No outro extremo do PIB, há São Luiz e Uiramutã com as menores economias de Roraima, estes municípios apresentaram em 2012, respectivamente, PIB de R$ 74 milhões e R$ 76 milhões. Suas economias baseiam-se na agricultura familiar, e dependem exclusivamente de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e recursos de amparo social como o Programa Bolsa Família. 
Nos últimos anos, verifica-se na composição do PIB do Estado que a Administração Pública caracteriza a maior concentração de renda per capta, o que demonstra uma grande demanda dos serviços públicos. Informações recentes apresentam que a participação da população na Administração Pública do Estado diminuiu significativamente de 56% em 2003 para 49% em 2010 (IBGE, 2015). 
A participação das empresas na economia do Estado aumentou, com a sua criação, o Estado deixou de ser o grande gerador de receita, entretanto passou por reestruturação implantando as instituições públicas necessárias para o seu funcionamento. 
QUADRO 2 – Instituições Públicas em Boa Vista-RR
	EXECUTIVO ESTADUAL
	EXECUTIVO MUNICIPAL
	
GOVERNADORIA
SECRETARIAS ESTADUAIS E OUTROS
Gabinete Civil
Gabinete Militar
Secretaria de Imprensa e Comunicação - SECOM
Controladoria Geral do Estado - 
Procuradoria Geral do Estado - PROGER
Comissão Permanente de Licitação - CPL
Secretaria da Promoção Humana e Desenvolvimento - SEPHD
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento - SEPLAN
Secretaria de Educação, Cultura e Desportos - SECD
Secretaria da Gestão Estratégica da Administração - SEGAD
Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social - SETRABES
Secretaria da Segurança Pública - SESP
Delegacia Geral de Polícia Civil
Academia de Polícia Integrada de Roraima
Secretaria de Justiça e Cidadania - SEJUC
Secretaria da Fazenda - SEFAZ
Secretaria de Saúde - SESAU
Secretaria de Infraestrutura - SEINF
Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - SEAPA
Secretaria do Índio - SEIN
Secretaria Extraordinária de Assuntos Internacionais - SEAI
Secretaria Extraordinária de Tecnologia da Informação - SETI
Secretaria Extraordinária de Assuntos Estratégicos - SEAE
Ouvidoria Geral do Estado 
Agência de Fomento do Estado de Roraima - AFERR
Instituto de Previdência do Estado de Roraima - IPER
Instituto de Pesos e Medidas - IPEM
Instituto de Terras e Colonização de Roraima - ITERAIMA
Fundação Estadual de Meio Ambiente, Ciências e Tecnologia - FEMACT
Departamento Estadual de Estradas e Rodagem - DER
Junta Comercial do Estado de Roraima - JUCER
Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN
Secretaria da Articulação Municipal e Política Urbana - SEAM
Polícia Militar do Estado de Roraima
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Roraima
Defensoria Pública do Estado de Roraima 
LEGISLATIVO ESTADUAL
Assembleia Legislativa do Estado de Roraima
Tribunal de Contas do Estado de Roraima
JUDICIÁRIO ESTADUAL – COM. DE BOA VISTA
Atividade Administrativa
Palácio da Justiça - 2ª Instância
Palácio da Justiça - 1ª Instância
8 Varas Cíveis
3 Núcleos Jurídicos
6 Varas Criminais
1 Juizado da Infância e da Juventude
1 Vara Itinerante
4 Juizados Especiais 
Ministério Público do Estado de Roraima
	
GABINETE
SECRETARIAS MUNICIPAIS E OUTROS
Controladoria Geral do Município - CGM
Procuradoria Geral do Município - PGMU
Secretaria Municipal de Comunicação Social - SEMUC
Secretaria Municipal de Administração e Gestão de Pessoas - SMAG
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho - SMDS
Secretaria Municipal de Educação e Cultura - SMEC
Secretaria Municipal de Economia, Planejamento e Finanças - SEPF
Secretaria Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas - SMGA
Secretaria Municipal de Gestão Participativa e Cidadania - SMGP
Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo - SMOU
Secretaria Municipal de Saúde - SMSA
Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Trânsito - SMST
Comissão Permanente de Licitação - COPEL
Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional - EMHUR
Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura - FETEC
LEGISLATIVO MUNICIPAL
CÂMARA MUNICIPAL DE BOA VISTA
	
	
INSTITUIÇÕES FEDERAIS
Universidade Federal de Roraima - UFRR
IBAMA
INSS
Tribunal Regional Federal
Ministério Público Federal
Procuradoria da República em Roraima
Defensoria Pública da União
Tribunal Regional Eleitoral
Controladoria Geral da União - CGU
Ministério da Justiça
Superintendência Regional da Polícia Federal - 
Polícia Rodoviária Federal - 
Tribunal Regional do Trabalho - TRT
Delegacia Regional do Trabalho - DRT
Ministério Público do Trabalho - MPT
Fundação Nacional de Saúde - FUNASA
Fundação Nacional do Índio - FUNAI
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA
Ministério da Agricultura - Delegacia Regional
Ministério da Fazenda
Receita Federal
SUFRAMA
Ministério do Exército
Ministério da Aeronáutica
Fonte: PPC Gestão Pública (2010)
Atualmente a base produtiva do Estado de Roraima está fundamentada nas atividades agrícolas (arroz, feijão, milho, mandioca, hortaliças e frutas como banana, mamão, abacaxi e melão.); há ainda a pecuária (bovino, suínos e aves) e o extrativismo animal, vegetal e mineral (diamantes, cassiterita, molibdênio, bauxita, cobre, areia, argila, granito e outro).
O extrativismo de madeira, castanha-do-Pará e sorva, além de peixes ornamentais é limitado, pois a maior parte do território é constituído por áreas de proteção ambiental e reservas indígenas. O mesmo ocorre com a mineração, principalmente de ouro e diamantes.
Tem como principais atividades econômicas a prestação de serviços à mineração, à indústria, à agroindústria e à agropecuária, sobretudo na criação de gado e suínos. Os principais produtos agrícolas são: arroz, soja, banana, macaxeira, milho e abacaxi. Ao longo dos anos, vários outros setores da economia foram se expandindo. As atividades que absorveram um contingente maior de mão-de-obra masculina, nas últimas décadas estavam voltadas à indústria (construção civil e de transformação), seguido da agropecuária, extração vegetal e pesca. A absorção do trabalho femininose deu nas atividades sociais e de prestação de serviços.
Cabe salientar, que mesmo tendo a economia ligada e dependente do poder público, Roraima apresenta crescimento na área empresarial. (SEPLAN, 2015). Atualmente o Estado busca uma maior participação do setor produtivo na formação do PIB e neste aspecto destaca-se a interligação do Estado de Roraima aos centros comerciais estratégicos, integrando-se nacional e internacionalmente por meio do chamado “Arco Norte” (Mapa 1), que compreende a Venezuela, República da Guiana, Guiana Francesa e Suriname e, aos Estados do Amazonas, Amapá e Pará (negócios nacionais), configurando-se numa importante fronteira internacional. A produção roraimense seria escoada pelos portos: Maracaibo, Puerto Cabello, La Guaira, Guanta, Ciudad Bolívar na Venezuela; Georgetown, na Guiana e Itacoatiara, no Estado do Amazonas.
Fonte: Governo do Estado de Roraima – SEPLAN (2007)
MAPA 1 - Demonstrativo da Inserção Econômica do Estado de Roraima
Expectativas de incentivo ao desenvolvimento do Estado de Roraima foram criadas com a Medida Provisoria nº 458, de 10 de fevereiro de 2009, que dispõe sobre a regularização fundiária das ocupações incidentes em terras situadas em áreas da União, no âmbito da Amazônia Legal. Essa medida é de fundamental importância para Roraima, pois além de legalizar as propriedades rurais, possibilitará aos agricultores financiamentos para fomentar a produção agrícola aumentando o PIB do Estado e, consequentemente, a geração de empregos.
Outra legislação, que será responsável pelo avanço econômico do Estado de Roraima, é a Lei nº 11.732, de 30 de junho de 2008 que altera a Lei nº 11.508, de 20 de julho de 2007, que dispõe sobre o regime tributário, cambial e administrativo das Zonas de Processamento de Exportação, e a Lei nº 8.256, de 25 de novembro de 1991, que cria Áreas de Livre Comércio nos municípios de Boa Vista e Bonfim, no Estado de Roraima.
3.2 Aspectos Sociais
Roraima apresenta o segundo melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região Norte, superando o IDH do Brasil. A Educação é o fator de maior peso deste desempenho. Ressalte-se que Roraima se caracteriza pela diversidade cultural, resultante de migração que teve início, no século passado, e de diversas etnias indígenas aqui já residentes. Além da diversidade sociocultural, merece destaque a biodiversidade biológica. A área do Estado possui ecossistemas naturais, constituídos por uma grande variedade de espécies da fauna e da flora. (ISA, 2000).
QUADRO 3 – Posição do IDH de Roraima
Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil
3.3 Aspectos Educacionais
A universalização progressiva do ensino médio constitui exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. A necessária expansão deste nível de ensino foi planejada nas metas do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pela Lei nº 10.172/2001. Isto contribuiu significativamente para o ingresso dos jovens da Região Amazônica, no ensino superior. Para os jovens roraimenses, em particular, o ingresso no ensino superior vem sendo assumido como parte de um processo que dá continuidade à sua formação profissional, após a conclusão do ensino médio, bem como uma alternativa à inserção no mercado de trabalho.
Com base na expansão do ensino médio, o aumento de vagas e a democratização do acesso à educação superior constituem metas estabelecidas pelo PNE. Tais metas estão associadas a programas governamentais como o Programa Universidade para Todos (Prouni), que oferece bolsas de estudo, em instituições privadas de educação superior a acadêmicos de baixa-renda e a egressos do ensino médio de escolas públicas. A Estácio Amazônia aderiu ao PROUNI, viabilizando mais um mecanismo de inserção e manutenção de acadêmicos de baixa renda sem diploma de nível superior.
O número de estudantes matriculados, no ensino médio, é bastante significativo, o que confirma a existência de uma demanda potencial para a formação superior na Região. Por outro lado, na região de inserção da Estácio Amazônia, a educação de jovens e adultos foi fomentada nos últimos anos, o que pode ser associado à ampliação do acesso ao Ensino Médio e a uma maior demanda para a educação superior.
De acordo com as informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2015) existe 787 escolas em funcionamento no estado de Roraima, sendo 382 escolas estaduais, 356 municipais e 44 privadas. Desde total 138 oferecem o ensino médio e 68 ensino médio por meio da Educação de Jovens e Adultos. A capital concentra 216 escolas e os municípios, zona rural e terra indígena outras 517 escolas. Deste total, 165.756 estão matriculados no Ensino Fundamental, 39.880 no Ensino Médio, 30.156 na Educação Infantil, 19.400 na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), outras 2.038 crianças foram atendidas nas escolas de educação especial. A partir de 2007, a SECD/RR passou a oferecer o ensino básico no sistema de nove anos.
O Estado de Roraima, segundo dados do Censo escolar (INEP, 2015)4 apresenta os seguintes números em termos de matrículas e docentes em suas instituições públicas e privadas. (Quadro 5 e 6).
33
QUADRO 5 – Número de Matrículas por Município-RR
	MATRÍCULA INICIAL
	Educação Especial 
(Alunos de Escolas Especiais, Classes Especiais e Incluídos)
	Município
	Dependência
	Ensino Regular
	Educação Profissional
	EJA
	
	
	
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	 
	Educação Profissional
	 
	 
	
	
	Ed.Infantil
	Ensino Fundamental¹
	Ensino
	Integrado
	Subsequente
	Ensino Fund.
	Ensino Médio
	Ed.Infantil
	Ensino Fundamental¹
	Ensino Médio
	Integrado
	Subsequente
	EJA
	
	
	Creche
	Pré-Escola
	Anos Iniciais
	Anos Finais
	Médio
	
	
	
	
	Creche
	Pré-Escola
	Anos Iniciais
	Anos Finais
	
	
	
	Ensino Fund.
	Ensino Médio
	Total
	Federal
	0
	0
	121
	191
	219
	1108
	836
	0
	148
	0
	0
	5
	10
	17
	4
	6
	0
	2
	
	Estadual
	0
	0
	8724
	34307
	19415
	508
	150
	2788
	6033
	0
	0
	97
	694
	288
	4
	0
	23
	37
	
	Municipal
	2858
	12131
	38229
	1618
	17
	0
	0
	820
	59
	11
	101
	754
	18
	0
	0
	0
	10
	0
	
	Privada
	2578
	3847
	4526
	2286
	1377
	27
	1223
	196
	46
	8
	16
	43
	27
	11
	0
	1
	3
	0
	
	Total
	5436
	15978
	51600
	38402
	21028
	1643
	2209
	3804
	6286
	19
	117
	899
	749
	316
	8
	7
	36
	39
	Alto Alegre
	Estadual
	0
	0
	793
	892
	604
	0
	0
	65
	110
	0
	0
	8
	18
	4
	0
	0
	1
	3
	
	Municipal
	241
	416
	873
	82
	0
	0
	0
	0
	0
	2
	2
	15
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	241
	416
	1666
	974
	604
	0
	0
	65
	110
	2
	2
	23
	18
	4
	0
	0
	1
	3
	Amajarí
	Federal
	0
	0
	0
	0
	83
	98
	78
	0
	24
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	1
	0
	0
	
	Estadual
	0
	0
	586
	558
	196
	0
	0
	31
	59
	0
	0
	4
	8
	4
	0
	0
	0
	0
	
	Municipal
	81
	321
	536
	164
	17
	0
	0
	17
	40
	0
	0
	3
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	81
	321
	1122
	722
	296
	98
	78
	48
	123
	0
	0
	7
	8
	4
	0
	1
	0
	0
	Boa Vista
	Federal
	0
	0
	121
	191
	136
	684
	684
	0
	124
	0
	0
	5
	10
	17
	3
	4
	0
	2
	
	Estadual
	0
	0
	1732
	20190
	12712
	463
	150
	1718
	4129
	0
	0
	42
	455
	235
	3
	0
	17
	23
	
	Municipal
	607
	5702
	23117
	0
	0
	0
	0
	524
	0
	3
	73
	527
	0
	0
	0
	0
	8
	0
	
	Privada
	2551
	3798
	4492
	2286
	1377
	0
	1223
	196
	46
	8
	15
	43
	27
	11
	0
	1
	3
	0
	
	Total
	3158
	9500
	29462
	22667
	14225
	1147
	2057
	2438
	4299
	11
	88
	617
	492
	263
	6
	5
	28
	25
	Bonfim
	Federal
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	30
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	1
	0
	0
	
	Estadual
	0
	0
	492
	812
	529
	0
	0
	57
	161
	0
	0
	6
	4
	5
	0
	0
	0
	0
	
	Municipal
	0
	510
	1415
	409
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	2
	8
	4
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	0
	510
	1907
	1221
	529
	0
	30
	57
	161
	0
	2
	14
	8
	5
	0
	1
	0
	0
	Cantá
	Estadual
	0
	0
	500
	1295
	604
	0
	0
	96
	152
	0
	0
	16
	39
	10
	0
	0
	0
	2
	
	Municipal
	105
	609
	1415
	174
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	4
	25
	7
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	105
	609
	1915
	1469
	604
	0
	0
	96
	152
	0
	4
	41
	46
	10
	0
	0
	0
	2
	Caracaraí
	Federal
	0
	0
	0
	0
	0
	326
	44
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	1
	0
	0
	0
	
	Estadual
	0
	0
	157
	1492
	542
	0
	0
	166
	200
	0
	0
	0
	48
	4
	0
	0
	1
	3
	
	Municipal
	301
	685
	2013
	141
	0
	0
	0
	45
	0
	0
	4
	44
	3
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	301685
	2170
	1633
	542
	326
	44
	211
	200
	0
	4
	44
	51
	4
	1
	0
	1
	3
	Caroebe
	Estadual
	0
	0
	181
	726
	378
	0
	0
	48
	81
	0
	0
	0
	6
	2
	0
	0
	0
	0
	
	Municipal
	171
	330
	816
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	14
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	171
	330
	997
	726
	378
	0
	0
	48
	81
	0
	0
	14
	6
	2
	0
	0
	0
	0
	Iracema
	Estadual
	0
	0
	178
	637
	297
	0
	0
	86
	92
	0
	0
	0
	3
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Municipal
	146
	252
	708
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	8
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	146
	252
	886
	637
	297
	0
	0
	86
	92
	0
	0
	8
	3
	0
	0
	0
	0
	0
	Mucajaí
	Estadual
	0
	0
	146
	1319
	671
	45
	0
	125
	186
	0
	0
	1
	31
	8
	1
	0
	1
	1
	
	Municipal
	191
	542
	1544
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	6
	18
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Privada
	7
	18
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	198
	560
	1690
	1319
	671
	45
	0
	125
	186
	0
	6
	19
	31
	8
	1
	0
	1
	1
	Normandia
	Estadual
	0
	0
	1177
	1072
	625
	0
	0
	90
	74
	0
	0
	7
	16
	4
	0
	0
	0
	0
	
	Municipal
	470
	542
	688
	153
	0
	0
	0
	32
	0
	2
	0
	7
	2
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	470
	542
	1865
	1225
	625
	0
	0
	122
	74
	2
	0
	14
	18
	4
	0
	0
	0
	0
	Pacaraima
	Estadual
	0
	0
	1007
	1208
	579
	0
	0
	112
	172
	0
	0
	4
	14
	3
	0
	0
	2
	0
	
	Municipal
	80
	544
	802
	172
	0
	0
	0
	0
	0
	1
	1
	4
	1
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Privada
	0
	0
	0
	0
	0
	27
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	80
	544
	1809
	1380
	579
	27
	0
	112
	172
	1
	1
	8
	15
	3
	0
	0
	2
	0
	Rorainópolis
	Estadual
	0
	0
	0
	2022
	862
	0
	0
	59
	330
	0
	0
	0
	36
	8
	0
	0
	0
	5
	
	Municipal
	346
	863
	2851
	125
	0
	0
	0
	187
	0
	3
	8
	68
	1
	0
	0
	0
	2
	0
	
	Privada
	20
	31
	34
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	1
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	366
	894
	2885
	2147
	862
	0
	0
	246
	330
	3
	9
	68
	37
	8
	0
	0
	2
	5
	São João da Baliza
	Estadual
	0
	0
	54
	463
	259
	0
	0
	74
	107
	0
	0
	0
	1
	1
	0
	0
	0
	0
	
	Municipal
	116
	185
	627
	96
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	1
	6
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	116
	185
	681
	559
	259
	0
	0
	74
	107
	0
	1
	6
	1
	1
	0
	0
	0
	0
	São Luiz
	Estadual
	0
	0
	18
	363
	193
	0
	0
	19
	62
	0
	0
	0
	9
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Municipal
	0
	179
	446
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	6
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	0
	179
	464
	363
	193
	0
	0
	19
	62
	0
	0
	6
	9
	0
	0
	0
	0
	0
	Uiramutã
	Estadual
	0
	0
	1703
	1258
	364
	0
	0
	42
	118
	0
	0
	9
	6
	0
	0
	0
	1
	0
	
	Municipal
	3
	451
	378
	102
	0
	0
	0
	15
	19
	0
	0
	1
	0
	0
	0
	0
	0
	0
	
	Total
	3
	451
	2081
	1360
	364
	0
	0
	57
	137
	0
	0
	10
	6
	0
	0
	0
	1
	0
Fonte: Censo Escolar – INEP(2015)
QUADRO 6 – Quantitativo de Escolas no Estado de Roraima
	MUNICÍPIO
	NÚMERO DE ESCOLAS
	Boa Vista
	216
	Alto Alegre
	45
	Amajarí
	46
	Bonfim
	34
	Canta
	52
	Caracaraí
	35
	Caroebe
	27
	Iracema
	24
	Mucajaí
	24
	Normandia
	78
	Pacaraima
	49
	Rorainópolis
	39
	São Joao da Baliza
	12
	São Luiz
	07
	Uiramutã
	99
	TOTAL
	787
Fonte: Censo Escolar – INEP(2015)
QUADRO 7 – Matrículas de Discentes/Escolas Públicas e Privadas
	MUNICÍPIO
	CRECHE
	PRÉ-ESCOLA
	ENSINO FUNDAMENTAL
(anos iniciais)
	ENSINO FUNDAMENTAL
(anos finais)
	ENSINO MÉDIO
(nível técnico e EJA)
	Boa Vista
	3158
	9500
	29462
	22667
	14225
	Alto Alegre
	241
	416
	1666
	974
	604
	Amajarí
	81
	321
	1122
	722
	296
	Bonfim
	0
	510
	1907
	1221
	529
	Canta
	105
	609
	1915
	1469
	604
	Caracaraí
	301
	685
	2170
	1633
	542
	Caroebe
	171
	330
	997
	726
	378
	Iracema
	146
	252
	886
	637
	297
	Mucajaí
	146
	252
	886
	637
	297
	Normandia
	470
	542
	1865
	1225
	625
	Pacaraima
	80
	544
	1809
	1380
	579
	Rorainópolis
	366
	894
	2885
	2147
	862
	São Joao da Baliza
	116
	185
	681
	559
	259
	São Luiz
	0
	179
	464
	363
	193
	Uiramutã
	3
	451
	2081
	1360
	364
	Roraima
	5.436
	15.978
	51.600
	38.402
	21.028
Fonte: MEC/INEP (2015)
Segundo o Censo Escolar (INEP, 2015), foram realizadas 14.225 matrículas em 216 escolas de ensino médio, localizadas no município de Boa Vista que, participam do montante de 21.028 matrículas nas 787 escolas de ensino médio ativas existentes, no Estado, não englobando a educação profissional (nível técnico) e educação de jovens e adultos (presencial, ensino médio).
O Estado de Roraima possui cerca de 651 estabelecimentos de ensino fundamental, dos quais 367 estaduais, 254 municipais, 29 particulares e 1 pública da esrfera federal. De acordo com o IBGE (2015) estas escolas contam em seu corpo docente com 5.657 professores, sendo 3.023 nas escolas públicas estaduais, 2.251 nas escolas públicas municipais e 383 nas escolas particulares.
Nesses estabelecimentos de ensino estão matriculados 91.651 alunos, dos quais 84.768 estão nas escolas públicas e 6.883 nas escolas particulares.
A educação de jovens e adultos foi fomentada nos últimos anos, o que pode ser associado à ampliação do acesso ao Ensino Médio e a uma maior demanda para a educação superior.
O ensino médio conta com 134 instituições de ensino em que estudam 22.995 alunos. Desses, 21.580 estão matriculados em escolas públicas e 1.415 nas privadas. Em Roraima o ensino superior deu seus primeiros passos por iniciativa da Prefeitura Municipal de Boa Vista que implantou a Fundação de Ensino Superior de Roraima (FESUR) que ofertava dois cursos de licenciatura (Matemática e História) com o objetivo de habilitar docentes para o ensino médio. Os cursos e acadêmicos da FESUR foram encampados pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), criada pela Lei nº 7.364/85, que instituiu a primeira Instituição Federal de Ensino Superior de Roraima.
Hoje, além do Centro Universitário Estácio da Amazônia, o Estado conta com a UFRR, a Universidade Estadual de Roraima (UERR), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR), havendo também, algumas instituições privadas, como a Faculdades Cathedral, a Faculdade Roraimense de Ensino Superior (FARES), e a Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil (FACETEN). Observa-se também o crescimento da Educação à Distância, com a presença das instituições: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro Universitário Claretiano (CEUCLAR), Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR), Centro Universitário Estácio de Santa Catarina – Estácio Santa Catarina, Centro Universitário Internacional (UNINTER), Centro Universitário Uniseb (UNISEB), Faculdade Educacional da Lapa (FAEL), Universidade de Brasília (UNB), Universidade Estácio de Sá (UNESA), 	Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) e Universidade Paulista (UNIP) (MEC, 2016) (E-MEC, 2016).
Segundo o IBGE (2010) a taxa de analfabetismo registrada no Estado era de 10.3% e, especificamente em Boa Vista de 5.8%. São considerados analfabetos funcionais 15,9% da população roraimense.
Tomando-se por base o relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2013, Roraima para anos iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª séries) o Estado atingiu 4.8, sendo a meta (4,7). Já nos anos finais do ensino fundamental (5ª a 8ª séries) o índice mostra que Roraima, não alcançou a meta de 4.1, fazendo 3.5 pontos. Com relação ao ensino médio, os resultados também não são animadores. Entre 2009 e 2011, o IDEB do ensino médio subiu apenas 0,1 ponto, passando de 3,6 para 3,7. A meta nacional esperada para o período foi atingida, mas em nove estados o índice piorou em relação à edição anterior.
Em Roraima, tanto em 2009 quanto em 2011, a educação mostrou avanços. Conforme os dados do IDEB, no ensino médio, Roraima obteve 3,4 pontos em 2009, e 3,6 pontos 2011. Porém de 2011 para 2013, o IDEB caiu novamente fechando em 3.2 pontos e, esta pontuação, porém, fica baixo da meta do período, que era de 3,8 pontos. Somente para comparação em 2005, o IDEB de Roraima, referente ao ensino médio, foi de 3,2 pontos, quando a meta era 3,3 pontos.
3.1.3.1 Metas do PNE e o Atendimento na Educação Superior
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 e a LDB (Lei no 9.394/96), favoreceram a execução de normas significativas para a gestão, o financiamento e a organizaçãopedagógica da Educação Básica e do Ensino Superior. Neste sentido, as políticas públicas para o Ensino Superior vêm sendo marcadas por um conjunto de mudanças, destacando-se o surgimento de novos paradigmas. A implantação e implementação da LDB e do Plano Nacional de Educação (PNE) como novos paradigmas nessas mudanças constituem-se em marcos de referência para o início do processo de reestruturação da educação superior no Brasil.
O PNE foi aprovado pela Lei no 10.172, de 09/01/2001, destacando que os governos federal, estadual e municipal têm o compromisso de adotar, até o ano de 2010, medidas para elevar o nível de escolaridade da população, melhorar a qualidade do ensino em todos os níveis, reduzir as desigualdades sociais, regionais e nacionais.
Considerando-se os temas abordados como prioritários no PNE, destacamos: a expansão da oferta de educação superior; financiamento e gestão; avaliação do sistema; articulação entre currículo e mercado de trabalho; pesquisa e pós-graduação; extensão; controle e participação da comunidade.
No caso do Ensino Superior, o PNE revela grande preocupação com o crescimento da oferta de educação superior para, pelo menos, 30% da faixa etária de 18 a 24 anos até 2010. Também estabelece uma política de expansão para:
a) diminuir a desigualdade de oferta por regiões do país;
b) implantação de sistema interativo de educação à distância;
c) autonomia efetiva às universidades públicas e diferentes prerrogativas de autonomia às instituições não-universitárias públicas e privadas;
d) institucionalização de amplo e diversificado sistema de avaliação;
e) instituição de programas de fomento para as IES, para a avaliação institucional e de cursos;
f) sistema de recredenciamento periódico das instituições e reconhecimento periódico dos cursos superiores;
g) diversificação do sistema superior de ensino para atender clientelas com demandas específicas de formação;
h) estabelecimento de diretrizes curriculares assegurando a flexibilidade e diversidade;
i) consolidação da pós-graduação e da pesquisa no país;
j) criação de políticas de acesso à educação superior que facilitem o ingresso das minorias.
Os PPCs da Estácio Atual estão alinhados com os objetivos e metas do Plano Nacional de Educação (Lei nº 10.172/2001), no que tange aos seguintes aspectos:
a) aumenta a oferta de vagas no ensino superior para estudantes na faixa etária de 18 a 24 anos, residentes no município, contribuindo para elevação da taxa líquida de matrículas nesse nível de ensino;
b) contribui para a redução das desigualdades regionais na oferta de educação superior;
c) consolida a perspectiva de formar profissionais aptos a desenvolver, de forma plena e inovadora, suas atividades;
d) institucionaliza um amplo e diversificado sistema de avaliação interna e externa que engloba os setores públicos e privados, promovendo a melhoria da qualidade de ensino, da pesquisa, da extensão e da gestão acadêmica;
e) estabelece, em nível nacional, diretrizes curriculares que asseguram a necessária flexibilidade e diversidade nos programas de estudos oferecidos na educação superior, de forma a melhor atender as necessidades diferenciais de suas clientelas e as peculiaridades das regiões nas quais se inserem;
f) cria políticas que facilitam as minorias, vítimas de discriminação do acesso à educação superior, por meio de programas de compensação de deficiências de sua formação escolar anterior, permitindo-lhes, desta forma, competir em igualdade de condições nos processos de seleção e admissão a esse nível de ensino.
Segundo o Censo da Educação Superior (INEP, 2007), no que concerne à educação superior, o município de Boa Vista conta com 11 IES, destas, três são públicas e oito privadas. São instituições que matricularam, no ano de 2005, 8.670 acadêmicos no ensino superior (INEP/SINAES, 2007). Destas, 3.956 matrículas foram realizadas em IES privadas.
Embora já ofereçam Programas de Pós-Graduação Lato Sensu, a continuidade da formação em nível de stricto Sensu é realizada em Universidades e Faculdades fora do Estado, uma vez que localmente ainda são poucos os programas de mestrado (alguns nas áreas das Ciências Exatas e das Ciências Humanas Aplicadas, oferecidos pela UFRR), sendo que não há oferta de programas de doutorado, com frequência.
Considerando-se, em particular a realidade do Estado de Roraima que, em muitos casos, os estudantes ingressam no ensino superior com dificuldades, relativas ao domínio de conhecimentos, que já deveriam estar superadas na Educação Básica. Isto revela a fragilidade do sistema educacional e a necessidade de enfrentá-la no processo de formação do estudante para o ensino superior. Assim, os PPCs da Estácio Atual propõem alternativas que levem o estudante a desenvolver conhecimentos científicos e dos saberes da profissão; à pesquisa/educação investigativa e à autonomia no estudo. Neste sentido, é fundamental que a instituição disponha de um quadro docente alinhado com o ensino e a reflexão permanente da situação educativa, o que implica investir na formação continuada desses profissionais.
3.2 JUSTIFICATIVA
Em um contexto de globalização econômica e sócio-cultural, de avanços tecnológicos e de transformações no mundo do trabalho, surgem novas exigências para a formação dos profissionais em decorrência da velocidade das mudanças, da provisoriedade dos saberes e das contínuas e imprevisíveis demandas oriundas das situações concretas de trabalho. Articular teoria e prática; acessar, processar e gerenciar as informações que provêm de diferentes fontes; integrar os saberes científico-tecnológicos, os conhecimentos específicos da formação profissional e os saberes tácitos advindos das práticas sociais e da experiência profissional são os novos desafios a serem enfrentados para atuar no mundo do trabalho. Competências intelectuais, organizacionais, comunicativas, sociais e gerenciais são exigências postas aos profissionais neste novo contexto.
Ao pedagogo se colocam questões novas e instigantes, tais como: Como enfrentar os desafios educacionais em uma sociedade plural, contraditória, desigual e em constante transformação? Como atuar no campo social, na esfera educativa, onde ocorre a formação dos sujeitos trabalhadores e cidadãos?
O presente texto do Projeto Pedagógico do CLPed da Faculdade Estácio da Amazônia, que se dispõe a formar o pedagogo para o exercício da docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio na modalidade Normal e na Educação Profissional, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. Conforme as Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia (CNE/CP n° 01/2006), a formação oferecida abrange, integradamente à docência, a participação na gestão e avaliação de sistemas e instituições de ensino em geral, a elaboração, a execução, o acompanhamento de programas e as atividades educativas.
3.3 ARTICULAÇÃO DO PPC COM O PDI E O PPI
No Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) se consolidam as definições de missão, diretrizes e proposições políticas da IES e o Plano de Gestão evidenciando os princípios, os desafios a serem enfrentados e, definidos com base na análise situacional realizada e na visão dos diversos cenários possíveis, concentrando seu pensamento estratégico nos problemas, e não nos setores, e em políticas claramente direcionadas para a vida acadêmica em toda a sua amplitude.
Com esta perspectiva, a gestão pretende que a IES, em todos os seus setores, seja capaz de desenvolver seu projeto institucional por meio de um processo de planejamento contínuo e participativo, que seja culturalmente incorporado ao seu cotidiano, de maneira que possa articular e desenvolver o máximo de sua qualificação técnica, formal com o máximo de sua missão de instituição de educação superior, produzindo, difundindo e fazendo avançar as fronteiras do conhecimento universal, sem descuidar do avanço e transformação da realidade local, da coletividade da região. Portanto, todos os que integram a comunidadeacadêmica devem participar desse processo de gestão que pretende ser inovador, integrador e participativo.
No mesmo sentido o Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Estácio Atual preconiza que o curso oportunize aos acadêmicos uma sólida formação, com a capacidade de análise e articulação de conceitos e argumentos, de interpretação e valorização dos fenômenos sociais, aliadas a uma postura reflexiva e visão crítica que fomente a capacidade de trabalho em equipe, favoreça a aptidão para a aprendizagem autônoma e dinâmica, além da qualificação para a vida, o trabalho e o desenvolvimento da cidadania.
O Projeto Pedagógico Institucional (PPI) tem como foco o perfil humano de um profissional com competência técnica e política, com pensamentos humanísticos, capacitado para a compreensão dos principais temas e problemas, que o leve à análise e reflexão critica da realidade social em que se insere.
A base ética na formação do profissional adota valores de respeito ao ser humano, e cultiva a responsabilidade social, a justiça, a integridade, o respeito às leis e regulamentos, qualidades e princípios inerentes e indispensáveis à formação do cidadão.
Nessa perspectiva existe um grau de articulação entre o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Projeto Pedagógico Institucional (PPI) para as políticas de ensino, pesquisa e extensão da Estácio Atual.
Na esteira deste pensamento, este PPC expressa uma proposta curricular que aponta para a indissociabilidade entre ensino, pesquisa/educação investigativa e extensão, configurando-se como um processo educacional único e integrado, garantindo, assim, a formação de um sujeito competente, crítico, reflexivo, criativo e propositivo, capaz de intervir na sociedade em prol da transformação da realidade.
3.4 CONCEPÇÃO DO CURSO
A Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDB) (Lei n° 9.394/96) e todo o corpo da legislação que dela descende suscitam a discussão das questões ligadas à formação de professores, e, subsidiariamente, à formação do pedagogo (a essa última, destina-se o artigo 64).
A LDB de 1996, que dedica um capítulo ao professor e ao tema da formação docente. O capítulo VI, intitulado “Dos Profissionais da Educação”, abrange os artigos 61 a 67, nos quais destaca a importância dada à questão da formação dos profissionais da educação e, com toda a certeza, reflete as preocupações manifestadas pelos diferentes segmentos do sistema educacional durante as últimas três décadas.
Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos:
I – a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço;
II – aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades.
O Art. 61, ao destacar a relação entre teoria e prática e o aproveitamento da experiência anterior do professor, indica que o curso de formação dos professores deve levar em conta as experiências significativas dos alunos, alguns dos quais já exercem a docência nas escolas, ajudando-os a relacionar a teoria que aprendem em cada disciplina do currículo com as práticas que já possuem ou que irão adquirir ao longo de sua formação inicial.
As orientações estabelecidas na LDB foram objeto de maior explicitação nas regulamentações que se seguiram. Uma dessas regulamentações foi feita pelo Decreto nº 3.276/99, que dispôs sobre a formação de professores, em nível superior, para atuar na Educação Básica. No seu Artigo 5º, determina a elaboração de diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da educação básica que, nos anos de 2001 e de 2002, foram definidas pelo Conselho Nacional de Educação. Também o Plano Nacional de Educação, Lei nº 10.172/2001, especialmente em seu item IV – Magistério na Educação Básica, definiu as diretrizes, os objetivos e as metas relativos à formação profissional inicial para docentes da Educação Básica. Outras regulamentações se deram através dos Pareceres CNE/CES nº 133/2001, que deu esclarecimentos quanto à formação de professores para atuar na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental; CNE/CP nº 09/2001, que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena; CNE/CP nº 27/2001, que deu nova redação ao item 3.6, alínea c do Parecer anterior, e CNE nº 28/2001, que estabeleceu a duração e a carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena, que deu nova redação ao Parecer CNE/CP nº 21/2001, que, primeiro, tratou sobre a referida matéria. Toda essa legislação se consolidou nas Resoluções do CNE/CP nº 01 e 02/2002, e ainda CP nº 02/2004, respectivamente, tratando, uma vez mais, sobre, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores, da duração e da carga horária desses cursos e de um novo prazo para adaptação dos cursos de Formação de Professores já existentes a essa legislação. Finalmente, os Pareceres CNE/CP nº 5/2005 e 3/2006, instituíram as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, e o Parecer CNE/CP nº 5/2006 apreciou a indicação CNE/CP nº 2/2002 que tratou sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Formação de Professores para a Educação Básica.
A edição sucessiva de documentos legais que não apenas retificam aspectos pontuais, mas chegam mesmo a suprimir integralmente textos que já haviam sido discutidos e aprovados, demonstra, claramente, que a unanimidade não é a principal nota quando o assunto é a formação do pedagogo e dos professores da educação básica. Evidencia, também, que a formação de professores é assunto sempre polêmico e cercado por embates que estão longe de encontrar soluções definitivas.
Devemos considerar que a falta de consenso não é in totum ruim. O dissenso garante certa dialética necessária ao engendramento da realidade, sempre viva, mutável, em constante movimento de fluxos e de refluxos.
Ainda que as leis devam ser cumpridas, são passíveis de interpretação, e sua aplicação muitas vezes depende de acurados juízos, especialmente, quando se destina a regulamentar o campo rico, complexo e multifacetado que é a educação num amplo território nacional que acolhe tantos brasis.
Após longo e amplo debate nacional, foram aprovadas as Diretrizes Nacionais para os Cursos de Pedagogia por meio do Parecer CNE/CP nº 05/2005, em 13 de dezembro de 2005. Esse parecer foi posteriormente, reexaminado pelo CNE por meio do Parecer CNE/CP nº 03/2006, aprovado em 21 de fevereiro de 2006 e, finalmente, em 15 de maio de 2006, as diretrizes foram homologadas pela Resolução CNE/CP nº 01/2006. Essa aprovação veio ao encontro dos anseios de uma formação mais abrangente para o pedagogo, sem a ênfase em habilitações ou em especializações.
Assim, quanto à finalidade do Curso de pedagogia, dispõe o Parecer CNE/CP nº 05/2005:
O Curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. As atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando:
a) planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação;
b) planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares;
c) produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não-escolares.
O referido parecer reafirma o princípio da docência como base da formação do pedagogo. Cabe destacar mais uma vez,que essa perspectiva já estava presente em outras versões do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia que remontam as fases anteriores dessa evolução curricular.
Para maior esclarecimento das concepções que orientam esse princípio, vale destacar parte do Art. 2º da Resolução CNE/CP nº 01/2006, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia:
Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos.
§1º - Compreende-se a docência como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, ao apresentar uma nova concepção para este tradicional curso de licenciatura, resgata a figura do pedagogo entendido, essencialmente, como professor. A experiência docente, portanto, ocupa a centralidade da formação deste profissional.
Como haverá possibilidade de alguém atuar em qualquer nível ou função numa escola se não tiver formação ou experiência docente?
Na contramão da formação de especialistas - os que detêm o conhecimento mais amplo ou completo que os habilita a pensar, a planejar e a definir o que outros devem executar – as Diretrizes afirmam que é a docência que dá ao educador a visão ampla dos processos pedagógicos, indispensável ao exercício das funções de coordenação ou de supervisão pedagógica, bem como aquelas próprias do exercício da gestão e da direção de uma unidade escolar, entre outras.
A história do Curso de Pedagogia no Brasil, os caminhos do Curso na Faculdade Estácio da Amazônia e o contexto sóciopolítico e educacional nos confrontam com um conjunto de desafios para a formação do Pedagogo. Estes desafios se materializam na proposta de curso que desejamos construir, por meio da definição dos fundamentos, dimensões e concepções.
Salientamos que todo projeto tem uma dupla função: a primeira é orientar o trabalho acadêmico por parte do corpo docente e discente no processo de formação do pedagogo frente às demandas sociais de seu tempo; e a segunda é aceitar o limite das incertezas, pois um projeto não é uma verdade em si, mas um referencial que sinaliza a direção, o rumo que orienta a caminhada e que deve ser retomado, repensado e reconstruído a partir da dinâmica das relações sociais na qual está inserido.
3.4.1 Visões sobre: mundo, sujeito, produção de cultura e processo educativo
Para conceber os fundamentos do CLPed, buscamos definir nossa visão sobre o mundo contemporâneo, sobre homens e mulheres nele inseridos, bem como sobre a dinâmica da produção da cultura e suas relações com a educação.
Nas últimas décadas, fomos bombardeados por um festival de pronunciamentos alarmantes, no que diz respeito ao conjunto das relações sociais existentes. Pronunciamentos estes que alardearam uma sociedade em crise, em meio à euforia de uma suposta vitória do conservadorismo econômico. Crise do homem moderno, crise dos paradigmas científicos, crise do socialismo real, crise do humanismo, crise do Estado do Bem-Estar Social entre outros.
É preciso, todavia, resgatar o múltiplo sentido da noção de crise. Como se sabe, para os chineses, o ideograma que expressa a palavra crise significa, também, oportunidade. Um outro olhar, mais positivo, sobre a situação de crise permite que percebamos estar nos umbrais de uma mudança nos modelos de pensamento. Essa mudança não descarta o conflito e a possibilidade sempre aberta de gestarmos nosso futuro, pois assume as incertezas e a complexidade da realidade; para além da fragmentação, entende as diferenças como fundamentais (genéricas, étnicas, geracionais, etc.); enfim, se abre a novas formas de interpretação e intervenção pedagógica na realidade social.
Neste contexto, os homens e as mulheres assumem a cena como sujeitos do processo educativo. Do ponto de vista ontológico, o ser humano se diferencia dos animais mediante a necessidade de produzir as suas próprias condições de vida. Entretanto, não o faz apenas em função de tal necessidade, mas sim antecipando os resultados de sua ação, sendo, desse modo, capaz de definir os caminhos a seguir. Num processo em que as definições implicam sempre redefinições. Em outras palavras, estamos afirmando que é por meio do trabalho que homens e mulheres transformam e adaptam a natureza e extraem dela os meios que garantem a sua subsistência. Assim, o trabalho possibilita-lhes irem além da pura natureza, podendo, então, assumir uma postura de contraposição, como sujeitos, ao mundo dos objetos[footnoteRef:3]. [3: DORNELLAS SOBRINHO, R. J. Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade: uma nova instância definidora de políticas educacionais no Brasil dos anos noventa?. Niteroi: UFF, Mestrado Educação, 1998.] 
A atividade humana ou o trabalho propriamente dito pode ser analisado em, pelo menos, dois sentidos: num sentido antropológico, onde detectamos a dependência do ser humano ao meio, como ser natural e ativo, ao mesmo tempo; e num sentido teórico-gnosiológico, isto é, o trabalho social constitui-se como uma categoria da teoria do conhecimento, onde a relação sujeito-objeto é, primordialmente, uma ligação prática construída no e pelo trabalho. Assim, podemos afirmar que o trabalho tem um sentido concreto, o de transformação das próprias condições existenciais humanas, ou seja, da realidade.
Sendo assim, podemos afirmar que a relação que homens e mulheres estabelecem com a natureza é uma relação social, pois reflete a ação puramente humana. O ser humano, ao dominar e transformar a natureza, como ser natural e ativo, a desencanta e, conseqüentemente, se transforma. Ou seja, o dialético homem-natureza possibilita uma reforma concomitante – a naturalização do homem e a humanização da natureza e, com isto, a constituição do mundo da cultura[footnoteRef:4]. [4: O sentido dialético deste processo indica que este movimento é múltiplo, ou seja, não há uma polarização homem-natureza, pois o homem também integra a própria natureza.] 
É importante destacar a complexidade deste processo. Já que as relações entre homem e natureza não se dão pela atuação de um indivíduo isolado, mas por uma rede de relações entre os seres humanos, estes são desafiados em seu cotidiano pelo multiculturalismo, pelas diferenças étnicas, de gênero, de geração e de classe. Em cada uma dessas circunstâncias, o saber e o fazer, nunca dissociados, interferem na construção da história humana, enfrentam condicionamentos e geram respostas que precisam ser consideradas. Essas diferentes constituições dos sujeitos sociais têm que estar presentes na nossa reflexão sobre o processo pedagógico. Devem também ser levados em conta desafios como a própria sustentabilidade do destino planetário, que nos levam a enfatizar nossa responsabilidade ecológica. O trabalho como princípio pedagógico precisa estar ancorado nesses fenômenos.
É a partir desta dinâmica que homens e mulheres sentem a necessidade de passar para as futuras gerações aquilo que pensaram e aprenderam no intercâmbio com o mundo natural, na tentativa de garantir as condições de sua própria existência. Sendo assim, o ser humano funda o trabalho educativo e, a partir deste, plasma o processo de troca dos saberes construídos e reconstruídos historicamente e socialmente pela humanidade. Esse conjunto de atores sociais é formado por educadores/educandos, em inter e retroação com outros atores inseridosno ambiente e no contexto geo-sócio-histórico-social, durante todo o processo de sua existência. Toda a existência humana é um processo pedagógico que se constitui pela auto-formação, hétero formação e eco formação.
A história é um devir e, enquanto tal, apresenta-se como possibilidade de o homem pensar outras condições existenciais e buscar mecanismos nos diversos espaços político-sociais para a efetivação de um novo projeto de sociedade, onde prevaleça a dimensão humana e suas relações com o ambiente no qual vive e produz suas condições de vida.
A história concebida como construção, responsabilidade e possibilidade puramente humana deve ser o referencial para que a pessoa humana se situe de forma crítica e coerente diante do seu tempo e assuma para si o papel de sujeito histórico transformador das condições existenciais no mundo contemporâneo.
Assim, sustentamos que atualmente o homem tem, diante de si, não só um desafio político, mas um compromisso real com a sua própria existência. Sob o ponto de vista do campo educacional, tais desafios se apresentam como tarefas políticopedagógicas para o humano ser e estar no mundo como sujeito transformador das próprias condições de vida em que se encontra. Essa é, também, a experiência da construção de uma cidadania ativa.
3.4.2 Dimensões da Formação dos Profissionais da Educação
Os referenciais que foram até aqui explicitados indicam a amplitude do processo de formação dos profissionais da educação, por nós assumida. Em nosso entender, essa formação deve contemplar múltiplas dimensões que se entrelaçam:
a) Ético-política: pensar, refletir, analisar e discutir as diversas e novas formas de compreensão da realidade, como possibilidade efetiva de construção de um novo homem e de uma nova sociedade. A atuação do pedagogo não pode estar voltada apenas para a sua própria dinâmica interna, mas deve estar diretamente comprometida com os desafios do seu próprio tempo, visto que o curso deve ser compreendido como locus privilegiado para se repensar as mais variadas práticas educativas da sociedade contemporânea. Tal perspectiva nos possibilita compreender que o docente, no exercício de sua própria prática pedagógica, situa-se como formador e formando da relação que se estabelece entre o ato de ensinar e o de aprender nas relações humanas, ora tidas como formais, ora como informais, embora cada tipo de processo educativo guarde sua especificidade. Isso o remete a uma responsabilidade ética de compreender a dinâmica de desenvolvimento histórico da humanidade, como também de se localizar neste processo e localizar o outro como parte integrante e atuante da mesma.
b) Político-pedagógica: assumir uma postura crítica e coerente com os princípios norteadores da sua prática, na busca constante de formulação de mecanismos de democratização das relações e dos espaços sociais, através da especificidade de seu trabalho docente, ou seja, a docência como ação intencional, crítica e cientificamente fundamentada, que leve à aprendizagem significativa do aluno e não se limite à mera transmissão de conhecimentos e verdades pré-estabelecidas. A preocupação com os processos de construção/reconstrução de saberes nos leva a assumir criticamente que os saberes e as práticas existentes são temporários e, por isso mesmo, devem ser objetos constantes de análise. Todo conhecimento é provisório e se constitui como tal por ser um dos resultados do devir histórico.
c) Epistemológica: fazer da prática pedagógica um objeto constante de investigação, enfrentando os desafios do cotidiano escolar e não-escolar, com vistas a alcançar novas formas de compreensão do real e, consequentemente, dos processos educativos. Esta dimensão exige uma “sólida formação teórica e interdisciplinar sobre o fenômeno educacional e seus fundamentos históricos, políticos e sociais, bem como o domínio dos conteúdos a serem ensinados pela escola”[footnoteRef:5]. A complexidade do processo educativo pressupõe esta sólida formação epistemológica no sentido de dar sustentação ao movimento de análise e de intervenção docente na realidade educacional. [5: ANFOPE, Relatório do X Encontro, Brasília, DF.] 
d) Estético-cultural: assumir a prática pedagógica como um processo aberto à construção de uma interpretação, acolhedor das diferenças e promotor de relações humanas fundadas no respeito e na tolerância. É fundamental a busca de um olhar amplo que incorpore à formação docente “a boniteza e a decência que estar no mundo, com o mundo e com os outros, substantivamente, exige de nós. Não há prática docente verdadeiramente que não seja ela mesma um ensaio estético e ético...”[footnoteRef:6]. Esse olhar para o outro exige de nós a promoção de uma educação de cidadãos atuantes e conscientes no seio da sociedade multicultural e pluriétnica do Brasil, buscando relações étnico-sociais positivas, rumo à construção da nação democrática[footnoteRef:7]. [6: FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.] [7: Orientação também ressaltada pelo Parecer CNE/CP n° 03/2004 e dispõe a Resolução CNE/CP n°01/2004 que instituem as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.] 
3.4.3 Princípios Orientadores do Curso
A fundamentação teórica e as dimensões da formação até aqui explicitados nos indicam os princípios que orientam este projeto. Como afirma o parecer CNE/CP nº 05/2005,
O graduando em Pedagogia trabalha com um repertório de informações e habilidades composto por pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, cuja consolidação será proporcionada pelo exercício da profissão, fundamentando-se em interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética. Este repertório deve se constituir por meio de múltiplos olhares, próprios das ciências, das culturas, das artes, da vida cotidiana, que proporcionam leitura das relações sociais e étnico-raciais, também dos processos educativos por estas desencadeados.
Essa perspectiva reforça os princípios, que foram construídos e sistematizados pelo movimento dos educadores reunidos em torno da ANFOPE[footnoteRef:8] e expressos no relatório do X Encontro Nacional, realizado em Brasília, em 2000. Juntamo-nos ao movimento desses educadores para adotarmos os seguintes princípios para o Curso de Pedagogia da Faculdade Estácio da Amazônia: [8: Associação Nacional pela Formação dos Profissionais de Educação.] 
a) A formação do pedagogo fundamenta-se numa perspectiva de educação omnilateral dos homens - A complexidade do fenômeno educativo e a natureza ontológica deste processo indicam a necessidade de uma formação omnilateral que possibilite uma efetiva dialética entre as diferentes dimensões citadas no item anterior, o que implica compreender a interdependência entre todos os fenômenos relativos à formação dos profissionais da educação.
b) A docência é a base da formação profissional - Buscamos na docência o sentido da atuação do pedagogo, pois esta se fundamenta nos processos de ensino e de aprendizagem, que ocorrem em espaços de educação formal e não formal. Entende-se, assim, que a formação do licenciado em Pedagogia “fundamenta-se no trabalho pedagógico realizado em espaços escolares e não escolares, que tem a docência como base” (Parecer CNE/CP nº 05/2005). Assim, a docência instaura-se no cerne do processo educativo e se materializa em diversos espaços e é compreendida como “ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional [...] não se confundindo com a utilização de métodos e técnicas pretensamente pedagógicos, descolados de realidades históricas específicas” (Parecer CNE/CP nº 05/2005). Essa perspectiva aponta, ainda, para a compreensão da escola como uma “organização complexa que tem a função social e formativa de promover, com equidade, educação para e na cidadania” (Parecer CNE/CP nº 05/2005).
c) A docência inclui a participação na gestão de processos educativos - De acordo com as

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