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Semana de Arte Moderna 1922
Graça Raquel
OURO PRETO/2010 FAOP
CONTEXTO POLÍTICO-SOCIAL
Comemoração do Centenário da Independência.
Presidente: Epitácio Pessoa.
Período entre guerras.
1920 – eclodiram grandes greves, marcando o
início do movimento operário sindical.
1922 – fundação do Partido Comunista Brasileiro.
1922 – eleição de posse do Papa Pio XI.
Movimento Tenentista: os 18 do Forte.
Crise da economia cafeeira.
MOVIMENTO: Modernismo Brasileiro
VANGUARDA: mudou a atitude dos jovens artistas
modernistas.
QUEBRA DE PARADIGMAS: criação de uma arte
culturalmente brasileira (Di Cavalcante).
BELAS ARTES
PINTURA ESCULTURA LITERATURA MÚSICA DANÇA
TEATRO	 Não participou.
CINEMA  Não participou.
-Ocorre nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922.
Por que dias intercalados?
-Local: Teatro Municipal de São Paulo.
TEATRO MUNICIPAL
DE SÃO PAULO –
foto da época
Interior do teatro (palco).
IDÉIA CENTRAL: Criar uma independência no plano das idéias, das artes plásticas, da música e da literatura.
ESPÍRITO DO MOVIMENTO:	deboche
ironia
bom humor
EFEITOS: polêmicas
provocações invenções
brigas estéticas
PATROCÍNIO
Um equívoco consiste em identificá-la com os valores de uma classe média emergente. A Semana foi patrocinada pela elite agrária paulista (refinada oligarquia do café).
Outro equívoco é considerar o movimento como antiburguês. Mas a burguesia rural, vinculada ao café, apoiou os jovens renovadores. A crítica, era para a burguesia urbana, inculta, limitada a seus projetos e sem grandeza histórica, os novos ricos.
- Aluguel do Teatro: 847 mil réis.
- Oswald de Andrade  Garçonnière à rua Libero Badaró.
-O Teatro foi cedido por Paulo Prado, presidente do Automóvel Clube.
3 noites:
186 mil réis em camarotes e frisas
20 mil réis em cadeiras
“A maior orgia intelectual que a história artística registra”.
Mário de Andrade
Mentor do movimento: DI CAVALCANTI
-Sugeriu a realiazação de uma semana de ESCÂNDALOS
literários e artísticos.
- Os militantes das vanguardas eras os ditadores do futuro, daquilo que deveria vir logo em seguida ao seu manifesto, quase sempre redigidos num tom AGRESSIVO,
DEFINITIVO e APOCALÍPTICO.
OBJETIVOS DO MOVIMENTO
Atualizar culturalmente o Brasil e romper com as tradições acadêmicas.
Estabilizar uma consciência criadora nacional.
Atualização intelectual.
“Por um fim na maneira de falar difícil e não dizer nada. Utilizar a lingua sem arcaísmo e sem erudição. Como falamos. Como somos”.
Oswald de Andrade
PROPOSIÇÕES
Rejeição das práticas artísticas românticas,
parnasianas e realistas.
Independência mental brasileira.
Novas formas de expressão.
Transposição para a arte de uma realidade viva: conflitos, choques, tumultos, expressões de um tempo e de uma sociedade.
Do alto para baixo e da esquerda para a direita: René Thioller, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Paulo Prado, Graça Aranha, Cândido Mota Filho, Rubens Borba de Moraes, Luís Aranha e Oswald de Andrade.
Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.
Da esquerda para a direita: Brecheret, Di Cavalcanti, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Helios Seelinger
PROGRAMAÇÃO
Três (3) sessões litero-musicais:
Exposição de cerca de 100 obras.
A nova arte plástica exibida em telas e esculturas.
A nova poesia através da declamação.
A nova música por meio de concertos.
PRIMEIRO DIA – 13/02/1922:
- Palestrante: Graça Aranha (Literatura). Tema: “A emoção estética na Arte”, criticou a Academia Brasileira de Letras Proclamando a libertação da arte. Defendeu o NATIVISMO e a importação da estética. Na ocasião foram representados números de danças com a contribuição de Yvonne Daumierie.
SEGUNDO DIA – 15/02/1922:
- Palestrantes: Oswald de Andrade. Leitura de seu
poema: “Paulicéia Desvairada”.
Mário de Andrade. Palestra “A escrava não é Isaura”, referindo-se ao “belo horrível”, evocando a volta do NATIVISMO e a necessidade do ABRASILEIRAMENTO.
MOMENTO DE MAIOR REAÇÃO
Leitura do poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira
(trata – se de uma ironia corrosiva aos parnasianos).
O público reage com vaias e gritos.
TERCEIRO DIA – 17/02/1922:
- Apresentador: Heitor Villa – Lobos, a figura máxima do NACIONALISMO na produção musical modernista.
“ Conta – se que os trabalhos foram atacados com bengaladas e palavrões. Um senhor, de melhor pontaria, chegou a furar os olhos de um retrato”.
-No dia seguinte da primeira mostra, o jornal “o Correio Paulistano” estampava: “Feriu-se a primeira batalha.
Não houve mortos nem feridos. Acabou num triunfo”
Menotti del Picchia.
No dia seguinte ao segundo dia, lê – se em manchete: “Houve quem cantasse como um galo, latisse como cachorro. Cada um fala na língua que Deua lhe deu…” (Hélios).
Na terceira apresentação, salvo um pequeno tumulto,
tudo correu bem.
Cartaz da Semana de
Arte Moderna. Autoria: Di Cavalcanti
Catálogo da Semana de Arte Moderna.
Autoria: Di Cavalcanti
Programação da Semana de Arte Moderna
Cartaz de divulgação do último dia do Movimento.
“Que importa que o homem amarelo ou a paisagem louca ou o Gênio angustiado não sejam o que se chama de convencionalmente reais? O que nos interessa é a comoção que nos vem daquelas cores intensas e surpreendentes, daquelas formas estranhas, inspiradoras de imagens e que nos traduzem o sentimento patético ou o satírico do artista. Que nos importa que a música transcendente, que vamos ouvir não seja realizada segundo as fórmulas consagradas! O que nos interessa é a transfiguração de nós mesmos pela magia do som, que exprimirá a arte que está na Arte. É no sentimento vago do infinito que está a soberana emoção artística derivada do som, da forma e da cor. Para o artista a natureza é uma fuga perene no Tempo imaginário. Enquanto para os outros a natureza é fixa e eterna, para ele tudo passa e a Arte é a representação dessa transfiguração incessante".
Graça Aranha
MARIO DE ANDRADE
BELO HORRIVEL: é o singular encanto da feiura. (o artista SUBLIMA tudo). Belo da arte: arbitrário, convencional, transitório - questão de moda. “Belo da natureza: imutável, objetivo, natural - tem a eternidade que a natureza tiver. Arte não consegue reproduzir a natureza, nem este é seu fim.
Todos os grandes artistas, ora consciente (Rafael das Madonas, Rodin do Balzac, Beethoven da Pastoral, Machado de Assis de Brás Cubas), ora inconscientemente (a grande maioria), foram deformadores da natureza. Donde infiro que o
belo artístico, tanto mais subjetivos quanto mais se afastar do belo natural. Outros infiram o que quiserem. Pouco me
importa”. (Prefácio Interessantíssimo. “Paulicéia Desvairada”, 1922.)
OS ANOS PRECURSORES
1911 - Publicação do jornal “O Pirralho” –
caricaturas e irreverências – de Oswald de Andrade.
1912 - Oswald de Andrade traz da Europa idéias futuristas, com a finalidade de	superar a civilização patriarcal e capitalista. E declara “estamos 50 anos atrasados em cultura”.
1913 - Lasar Segall expõe em São Paulo arte não
acadêmica – EXPRESSIONISTA.
1914 - Anita Malfatti traz seus quadros da Alemanha
expondo a arte EXPRESSIONISTA.
1915 – Lançamento da revista “Orpheu” com
manifestos e poemas modernistas.
1917 – A poesia “Juca Mulato” de Minotti del
Picchia e o livro “Cinza das horas” de Manuel Bandeira anunciam as tranformações pelas quais viria a passar a Literatura Brasileira.
1917 - São editados livros de poemas de Mario de
Andrade, Manuel Bandeira e Minotti del Picchia.
Anita Malfatti volta ao Brasil trazendo obras
cubistas , onde recebeu violentas críticas de
Monteiro Lobato em seu artigo “Paranóia”.
Obra que causou escândalo: “A mulher de
cabelos verdes” (Futurista).
1919	- Publicação do poema “Carnaval”, de Manuel
Bandeira , já com versos livres.
Manuel Bandeira escreve o poema “Os
Sapos”.
Victor Brecheret empolgava a intelectualidade paulista com suas esculturas com influências européias, porém, não deixava o traço NACIONALISTA MODERNISTA. E em 1920 une - se ao
Movimento.1921 - Banquete pelo lançamento de “As Máscaras” de Menotti del Picchia e discursos afirmando a chegada da Revolução Modernista no Brasil
Mostra de desenhos de Di Cavalcanti
denominada “Fantoches da Meia-Noite”.
A palavra FUTURISTA é usada para qualquer manifestação de comportamento Modernista.
A palavra PASSADISTA é usada pejorativamente para os defensores da TRADIÇÃO .
Dualidade de pensamentos (simpatia): futuristas x passadistas
PARANÓIA	OU MISTIFICAÇÃO?
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas (…) A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza e interpretam – na a luz de teorias efêmeras, sob a sujestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura escessiva (…) Embora eles se dêem como novos, precursores da arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal: nasceu para a paranóia e com a mistificação (…) Essas considerações são provocadas pela exposição da senhora Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia.”
Jornal “O Estado de São Paulo”, crítica de Monteiro Lobato.
CONSEQÜÊNCIA
A reação da elite paulista que confiava em Monteiro Lobato é imediata:
Escândalo.
Quadros devolvidos.
Tentativa de agressão à pintora.
A mostra fechada antes do tempo.
Tal exposição funciona como um estopim do movimento que explodiria em 1922 com a Semana da Arte Moderna.
ESTILOS ADERIDOS PELOS MODERNISTAS
CUBISMO: repercute no Brasil após a Semana de Arte Moderna. Os modernistas sofrem influência cubista, como é o caso de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Di Cavalcanti.
EXPRESSIONISMO: movimento que desperta intensas emoções , nas artes plásticas propões ruptura com o academismo. Lasar Segal e Portinari.
FUTURISMO: dominou as artes a partir do movimento. Nas esculturas experimentavam materiais perecíveis e frágeis, como vidro e papel.
Na literatura propõem a destruição da sintaxe, dos conectivos e da pontuação, estes são substituídos por símbolos matemáticos e musicais.
SURREALISMO: buscavam expressar o inconsciente e os sonhos.
IMPRESSIONISMO: menor força no Modernismo Brasileiro.
PRINCIPAIS PARTICIPANTES DO
MOVIMENTO
Os artistas que participaram da Semana de Arte
Moderna demonstraram grande influência da vanguarda
européia. Suas obras mostram um forte teor nacionalista, foi a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira com espírito novo e moderno em oposição à arte conservadora.
O movimento de arte moderna não deseja a exacerbação nacionalista, mas busca a verdadeira natividade.
Ocorre a rejeição do conservadorismo na produção
artística para a criação de uma nova linguagem:
liberdade de expressão e fim de regras na arte.
O QUE MUDA?
A pincelada livre.
A problematização da relação figura/fundo.
O trato da luz sem o convencional claro/escuro.
Botticelli. “Vênus e Marte”, 1483. Têmpera.
El Greco. “A sagrada trindade”,	1577. Óleo sobre tela.
Gaulli.
“O culto do Santo nome de Jesus”, 1670/ 83.
Têmpera.
William Turner. “Vapor em uma tempestade de neve”, 1842.
Óleo sobre tela.
Edouard Manet. “O
Balcão”. 1868.
Óleo sobre tela.
Vincent van Gogh. “Noite estrelada”, 1889. Óleo sobre tela.
Edward Munch.
“A criança doente”,
1885/ 86.
Óleo sobre tela.
Pablo Picasso.
“Les Demoiselles d'Avignon”, 1907. Óleo sobre tela
Salvador Dalí. ”O enigma de Hitler”, 1938. Óleo sobre tela.
ENTÃO…
O QUE É SER MODERNISTA?

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