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A supervisão orientação pedagógica e as políticas educacionais Turma da Noite (1)

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A supervisão/orientação 
pedagógica e as políticas 
educacionais
UNESA
Disciplina: Supervisão e Orientação Pedagógica
Profª: Tatiana Esteves
2020.2
• Quais são as ações do supervisor/orientador pedagógico perante as
políticas educacionais da atualidade?
• De fato, é importante a necessidade da constante atualização deste
profissional para mediar e adequar as ações educativas a partir das
políticas desenvolvidas pelo Ministério da Educação (MEC).
• Há políticas que dizem respeito apenas às escolas públicas e outras
que devem ser adequadas a realidade da rede privada de ensino.
• Primeiro, analisaremos as políticas educacionais que têm impacto
pedagógico para o desenvolvimento de uma educação de qualidade.
Em seguida, iremos refletir sobre as ações que devem ser
desenvolvidas pelo supervisor/ orientador pedagógico para viabilizar
e garantir que essas políticas sejam adaptadas e colocadas em prática
pelos sujeitos envolvidos – direção, equipe pedagógica e professores.
As políticas públicas educacionais da 
atualidade
• O que é uma política pública? Para que serve?
• De acordo com Velasques (1999, p. 27), política pública é um
“conjunto de sucessivas iniciativas, decisões e ações do regime
político diante de situações socialmente problemáticas e que buscam
a resolução delas, ou pelo menos trazê-las a níveis manejáveis”.
• Podemos entender que as políticas são ações organizadas visando à
melhoria ou aos ajustes de processos em busca de resultados
desejados pela sociedade. Em se tratando da área educacional,
entendemos que as políticas vêm sendo desenvolvidas em prol da
melhoria da qualidade nos processos de ensino e de aprendizagem
nas escolas do país.
• Tendo em vista a grandiosidade de nosso território nacional e os
diferentes costumes e culturas, as políticas educacionais precisam ser
adaptadas para atender às diversas realidades.
• As políticas educacionais que que iremos analisar e refletir são as
seguintes: Avaliações Institucionais, Enem, Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa e BNCC.
• Faremos a análise destas políticas, pois elas estão diretamente ligadas
ao processo de melhoria da qualidade do ensino oferecido pelas
escolas. Assim, podemos ressaltar a importância do
supervisor/orientador pedagógico para compreender, analisar e
mediar ações que viabilizem as adaptações necessárias para a sua
implementação.
Avaliações institucionais
• A avaliação desenvolvida em larga escala pelo Ministério da Educação,
nos diversos níveis de ensino, tem como objetivo oferecer subsídios
para o monitoramento das políticas públicas e, consequentemente, das
reformas educacionais. Podemos afirmar que essa modalidade de
avaliação tem a intenção de diagnosticar as condições de ensino e de
aprendizagem oferecidas nas escolas públicas de todo o país, com vistas
à definição de ações voltadas para a melhoria da qualidade da
educação, bem como a redução das desigualdades existentes.
• O resultado de tal avaliação é revestido em recursos financeiros e
técnicos direcionados às escolas participantes por meio do PDE –
Programa de Desenvolvimento da Escola.
• Atualmente, o sistema nacional de avaliação da Educação Básica (ensino
fundamental) conta com três instrumentos: a Prova Brasil, a Provinha Brasil e a
ANA.
• As políticas educacionais podem ser modificadas ou substituídas de acordo
com a necessidade da demanda educacional. Desta forma, os
supervisores/orientadores escolares precisam estar sempre atualizados no
sentido de conduzir o processo de mudança nas instituições educacionais.
• A Prova Brasil consiste na aplicação de testes padronizados aplicados aos
alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental. A avaliação consta de questões
de língua portuguesa e matemática com foco na leitura, na escrita e na
interpretação de textos. Para a elaboração das questões dessa avaliação,
foram criadas matrizes de referência com orientações para a organização das
questões que contemplassem o objeto de conhecimento relacionado às
habilidades e competências desenvolvidas pelos alunos.
• Com base nos resultados da avaliação, proficiência, associados ao fluxo escolar
(índices de aprovação e reprovação de cada escola), atribui-se o Ideb (Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica), que tem servido de parâmetro para
medir a qualidade da educação oferecida nas escolas públicas do país. Pela
média calculada, o fluxo escolar tem mais peso do que a proficiência. Portanto,
não basta a escola atingir cem por cento na área do conhecimento.
• A Provinha Brasil é também um teste padronizado, elaborado pelo Inep e
aplicado às crianças do segundo ano do ensino fundamental de todo o país. É
uma avaliação diagnóstica, realizada mediante a adesão das redes municipais,
e seus resultados não compõem os indicadores nacionais. Norteia-se a partir
dos seguintes objetivos:
Ensino fundamental; oferecer às redes de ensino um resultado da qualidade da
alfabetização, prevenindo o diagnóstico tardio das dificuldades de aprendizagem;
concorrer para a melhoria da qualidade de ensino e para a redução das
desigualdades, em consonância com as metas e políticas estabelecidas pelas
diretrizes da educação nacional (BRASIL, 2014, p.6).
• Esse instrumento de avaliação constitui-se em elemento de avaliação
interna e individual das escolas dos processos de ensino e aprendizagem
nos anos iniciais do ensino fundamental. Não compõe um indicador
nacional como o da Prova Brasil. Seus resultados servem para reavaliar as
práticas pedagógicas dos professores alfabetizadores de cada escola.
Com base nos resultados obtidos, os gestores poderão reunir elementos
para o planejamento curricular e para subsidiar a formação continuada
dos professores alfabetizadores.
• A Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) está direcionada aos alunos
matriculados no terceiro ano do ensino fundamental, fase final do ciclo
de alfabetização, e insere-se no contexto de atenção voltada à
alfabetização prevista no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
Certa. Essas ações têm como propósito garantir que todos os estudantes
dos sistemas públicos de ensino estejam alfabetizados, em língua
portuguesa e em matemática, até o final do terceiro ano do ensino
fundamental.
• De acordo com o Documento Básico da Avaliação Nacional da
Alfabetização (BRASIL, 2013, p. 5),
a atenção voltada ao Ciclo de Alfabetização deve-se à concepção de que esse
período é considerado necessário para que seja assegurado a cada criança o direito
às aprendizagens básicas da apropriação da leitura e da escrita, e também à
consolidação de saberes essenciais dessa apropriação, ao desenvolvimento das
diversas expressões e ao aprendizado de outros saberes fundamentais das áreas e
componentes curriculares obrigatórios.
• Tendo em vista que a ANA pretende fazer um diagnóstico amplo do
processo de alfabetização nas escolas públicas brasileiras,
compreendemos que é necessário ir além de testar a aquisição de
saberes pelas crianças nas áreas de língua portuguesa e matemática ao
longo do ciclo de alfabetização. Espera-se avaliar aspectos de contexto
que envolvam a gestão escolar, a infraestrutura, a formação docente e a
organização do trabalho pedagógico, entendidos como aspectos
intervenientes no processo de aprendizagem.
• Para a elaboração do processo avaliativo, a ANA também prevê a
construção de uma matriz de referência para a elaboração das
questões. Essas matrizes elegem os conhecimentos ou informações
que podem oferecer dados relevantes e que permitam uma leitura do
processo avaliado. Desse modo, a matriz retrata uma opção por
determinados saberes e informações que representem o objeto
examinado. O processo de elaboração teve como referência
diferentes documentos oficiais, mas tomou como base principal o
documento “Elementos conceituais e metodológicos para definição
dos direitos de aprendizagem” e os documentos de formação
produzidos no âmbito do PNAIC.
• Torna-se relevante ressaltar que as Matrizes de Referência elaboradas
para os três instrumentos avaliativos – Prova Brasil, ProvinhaBrasil e
ANA – elencam o que se pretende avaliar, os conhecimentos que se
espera que os alunos tenham adquirido durante e após o processo de
alfabetização e no final do primeiro e segundo segmentos do ensino
fundamental. Essas matrizes que deveriam ser apenas uma
referência, não constituindo a proposta curricular para esses
segmentos, são, na prática, utilizadas como embasamento para a
elaboração das propostas curriculares das redes de ensino.
• O documento “Elementos conceituais e metodológicos para definição
dos direitos de aprendizagem” e os textos utilizados na formação do
PNAIC e nas matrizes de referência dos três instrumentos avaliativos
podem tornar-se elementos norteadores para a garantia de melhores
resultados nas avaliações externas.
• No início de 2018, o Ministério da Educação publicou a Portaria nº
4/2018, que institui o Programa Mais Alfabetização, cujo objetivo é
fortalecer e apoiar as escolas no processo de alfabetização dos
estudantes de todas as turmas do primeiro e do segundo ano do
ensino fundamental. As turmas dos anos iniciais contarão com um
assistente para auxiliar o professor regente no processo alfabetizador.
O Programa Mais Alfabetização faz parte de uma série de ações do
governo federal para apoiar os alunos que apresentam baixo
desempenho no processo de leitura, escrita e raciocínio matemático.
Enem
• O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi criado em 1998 pelo
Ministério da Educação (MEC), com o propósito de avaliar o desempenho
do estudante ao fim da escolaridade básica. Apresenta como objetivo aferir
o desenvolvimento das competências e habilidades necessárias ao
exercício pleno da cidadania. Segundo o MEC, o exame exerce a função de
um auxiliador da escola para que se construa o conhecimento do aluno
“desenvolvendo capacidades de aprender, criar, formular, ao invés do
simples exercício de memorização” (Brasil, 2000, p. 5).
• Podemos observar que, além de avaliar estudantes ao final de seus estudos
básicos e de criar novas políticas educacionais de ingresso na educação
superior, o Enem deve promover mudanças na prática pedagógica dos
docentes que atuam no ensino médio da educação básica.
• Considerando a escola como o local onde acontece a educação formal e,
portanto, onde se constitui o exercício de diferentes práticas pedagógicas,
cabe ao professor promover junto aos seus alunos competências e
habilidades para que sejam capazes de desenvolver o pensamento crítico e
criativo. Nesse contexto, o Enem pode ser considerado um instrumento
indutor de mudanças na prática do professor e nas ações pedagógicas
promovidas pela escola. No que diz respeito à ação pedagógica, esta deve
acompanhar as mudanças e transformações das políticas educacionais
para atender aos interesses dos sujeitos envolvidos. Sendo assim, para que
as mudanças na prática docente sejam realmente implementadas, devem
estar institucionalizadas no projeto político-pedagógico das escolas.
• Diante do exposto sobre o Enem, podemos levantar algumas questões:
Quem deve articular junto aos professores as modificações propostas por
essa política educacional? Como inserir essas ações no projeto político-
pedagógico da escola? As respostas estão presentes nas ações
desenvolvidas pelo supervisor/orientador pedagógico.
Pacto Nacional pela a Alfabetização 
na Idade Certa
• O que é o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa? Qual é
sua finalidade como política educacional?
• O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, criado pela
Portaria MEC nº 867, de 4/7/2012, é um acordo formal assumido pelo
governo federal, pelos estados, pelos municípios e por entidades para
firmar o compromisso de alfabetizar crianças até, no máximo, 8 anos
de idade, ao final do ciclo de alfabetização. Foi organizado para
atender à Meta 5 do Plano Nacional de Educação – PNE.
• As Ações do Pacto apoiam-se em quatro eixos de atuação:
1. Formação continuada presencial para os professores
alfabetizadores e seus orientadores de estudo – a formação, tanto
dos professores quanto dos formadores, consta de estudos
periódicos dos cadernos de ensino oferecidos pelo Ministério da
Educação. O material de estudo está organizado com textos
informativos para análise e discussão e atividades práticas.
2. Materiais didáticos, obras literárias, obras de apoio pedagógico,
jogos e tecnologias educacionais – o acervo é distribuído para
todas as escolas públicas. Consta de livros da literatura infantil,
jogos didáticos e livros para o desenvolvimento de estudos na
própria escola.
3. Avaliações sistemáticas – avaliações diagnósticas aplicadas para os
alunos do 2º e do 3º ano do ciclo de alfabetização (Provinha Brasil e
Avaliação Nacional da Alfabetização).
4. Gestão, controle social e mobilização – organização do planejamento
junto às equipes pedagógicas e aos professores para viabilizar o
desenvolvimento de ações que garantam o domínio da leitura, da escrita
e dos princípios matemáticos.
• Com base no exposto, podemos observar que a finalidade do Pacto
Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, além de garantir o letramento
dos alunos até os oito anos de idade, também busca promover a formação
dos professores no sentido de melhorar as práticas pedagógicas
desenvolvidas. Entendemos que a formação continuada contribui para o
aperfeiçoamento das práticas pedagógicas dos professores, o que pode
garantir a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
• Diante dessa política educacional, podemos ressaltar a atuação do
supervisor/ orientador pedagógico no que se refere ao acompanhamento
dos planejamentos diários e na formação continuada interna para o
aprimoramento das estratégias didáticas.
Base Nacional Comum Curricular
• A Base Nacional Comum Curricular é uma política educacional muito recente
que tem como objetivo principal a organização curricular nas escolas de todo o
território brasileiro. Segundo o documento oficial divulgado pelo Ministério da
Educação,
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo
que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de
aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano
Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à
educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), e está orientado pelos princípios
éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção
de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN). (BRASIL, 2017, p. 7)
• O fragmento destacado reforça a preocupação com o processo de ensino e de
aprendizagem. Para que os direitos de aprendizagem sejam garantidos, fazem-se
necessárias ações docentes que promovam estratégias didáticas que atendam às
particularidades e aos diferentes tempos de aprendizagem dos alunos.
• Além da preocupação com o processo de ensino, torna- -se necessário discutir com
os professores o que sabem sobre o currículo. Embora aparentemente simples, o
processo de discussão, elaboração e implementação de novas propostas
curriculares não é tarefa fácil. O campo de estudos pode envolver muitas dúvidas e
suscitar debates, a começar pela compreensão do conceito de currículo pelos
diferentes segmentos da educação: administrativo, pedagógico e docente.
• Ao perguntar “o que é currículo”, inúmeras respostas podem surgir. Podemos
entender o currículo como uma lista de conteúdos, programas e ementas de um
curso, planos de ensino das escolas, atividades propostas pelos professores a seus
alunos, matriz curricular de um curso, diretrizes para se organizar um
planejamento, ou como competências e habilidades a serem construídas pelos
alunos.
• Enfim, muitas interpretações podem ser oferecidas como objeto de estudo
para conceituarcurrículo. Contudo, outras questões ainda se escondem por
trás dos possíveis conceitos apresentados anteriormente, que podem se
tornar objetos de disputas na teoria curricular da atualidade. Dentre elas,
podemos destacar a influência dos diferentes discursos políticos, das políticas
internacionais e nacionais e dos interessados na modificação do perfil
sociocultural de determinada sociedade.
• A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) apresenta seus fundamentos
pedagógicos focados no desenvolvimento de competências. Para Perrenoud
(1993), uma competência traduz-se na capacidade de agir eficazmente
perante determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem
se limitar a eles.
Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar
orientadas para o desenvolvimento de competências. Por meio da indicação clara do
que os alunos devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos,
habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer”
(considerando a mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores
para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e
do mundo do trabalho [...]. (BRASIL, 2017, p. 13)
• Pensar no ensino focado em competências torna-se algo relevante e
necessário para os dias atuais. A sociedade evidencia não somente os
conhecimentos acadêmicos, mas a forma como esses conhecimentos são
transpostos para as situações do dia a dia. As práticas docentes devem se
adequar ao mundo contemporâneo e preparar o sujeito para viver em
sociedade sabendo aplicar seus conhecimentos para transformar a
realidade. Entendemos que neste movimento complexo, no qual o trabalho
docente se desenvolve, inexplicáveis comportamentos e atitudes são
observáveis em relação à prática diária do professor. Um deles relaciona-se
com a organização do planejamento das aulas e o desafio de transformá-lo
em um marco referencial para o desenvolvimento de competências e não
apenas de transmissão de conhecimentos. O outro refere-se à reflexão
sobre sua própria prática, a fim de aperfeiçoar as estratégias didáticas.
• Após uma breve exposição sobre as políticas educacionais da atualidade,
apresentaremos as ações do supervisor/orientador pedagógico para
garantir sua adequação e aplicabilidade no âmbito escolar
Ações do supervisor/orientador pedagógico
• O exercício da profissão de supervisor/orientador escolar pressupõe a
ponderação sobre as ações desenvolvidas. Com base nessa análise
aprofundada, o profissional deve desempenhar um novo papel diante
de possibilidades que possam trazer maiores benefícios para o
processo de ensino e aprendizagem.
• Diante do novo, o supervisor/orientador pedagógico necessita
repensar sua ação e, talvez, desenvolver novas estratégias para a
progressão plena do processo de ensino e aprendizagem. Contudo, as
mudanças não acontecem apenas nos momentos coletivos ou
individuais de reflexão, mas devem acontecer, cotidianamente, na
organização do trabalho desenvolvido.
• De acordo com Roldão, essas mudanças
apelam para um domínio mais consistente e construtivo do conhecimento,
exigindo da escola e dos professores não já os saberes enciclopédicos de
outrora, mas saberes de referência e ensino de processos que permitam aos
alunos continuar a progredir no conhecimento autonomamente (2010, p.
117).
• Diante do exposto, entendemos que as mudanças não ocorrem apenas
pela formação do supervisor/orientador pedagógico ou pelos
conhecimentos adquiridos, mas com base na consciência crítica dos
próprios profissionais em face da universalização e da diversidade da
clientela inserida no processo educativo. Assim, podemos compreender
que este profissional necessita atualizar-se para mediar e implementar as
novas políticas educacionais. Este processo exige do supervisor/ orientador
pedagógico a análise constante dos índices de desenvolvimento da escola,
disponibilizados pelo Ministério da Educação em parceria com o Inep, no
sentido de sistematizar ações visando à melhoria do processo pedagógico.
• Apresentamos, a seguir, as ações que devem estar presentes no plano
de trabalho do supervisor/orientador pedagógico para atender às
políticas educacionais da atualidade e garantir sua eficácia:
• Avaliações Institucionais
No início foram apresentados as finalidade das avaliações institucionais
no sentido de melhorar o processo de ensino e de aprendizagem. Após
o período de realização dessas avaliações, os resultados são
encaminhados para as escolas para análise e elaboração de um plano
de melhorias.
Com os resultados em mãos, qual deve ser a ação do
supervisor/orientador pedagógico? A partir de que ponto deve
organizar um plano de melhorias com o corpo docente? Para destacar
as ações que podem ser desenvolvidas, tomaremos como referência o
resultado da Prova Brasil de uma escola que atende a crianças do 1º ao
5º ano do ensino fundamental.
• Ressaltamos que, com base nas matrizes de referência para a
organização da Prova Brasil,
os resultados obtidos pelos alunos são expressos por meio de um valor
numérico posicionado em uma escala de proficiência. Essa escala nada
mais é do que uma régua construída com base em informações
previamente estabelecidas sobre o comportamento dos itens
(questões) aplicados nos testes, com base no uso do modelo da Teoria
da Resposta ao Item (TRI). Na Prova Brasil, a escala de proficiência é
construída para cada uma das áreas de conhecimento avaliadas e vai
de 0 a 500 pontos. Ela é dividida em intervalos de 25 pontos, que são
chamados níveis de proficiência. Cada nível compreende um conjunto
de habilidades que os alunos nele posicionados provavelmente
dominam (BRASIL, 2015, p. 35).
Com base nos resultados apresentados, quais ações podem ser desenvolvidas pelo supervisor/orientador
pedagógico?
• Analisar os dados do gráfico de desempenho dos alunos;
• Identificar os alunos que se encontram em cada nível;
• Verificar as competências e as habilidades inerentes a cada nível;
• Organizar uma reunião pedagógica para a apresentação dos resultados;
• Discutir com os professores as competências e as habilidades de cada nível;
• Sistematizar, com os professores, atividades que levem os alunos que se encontram nos níveis 0, 1, 2, 3
e 4 a melhorar seu desempenho;
• Sugerir a utilização de materiais didáticos diferenciados (jogos, brincadeiras, material concreto, livros
de literatura);
• Ajudar os professores no planejamento das aulas;
• Sugerir aos professores leituras complementares para o aperfeiçoamento da prática didática;
• Promover encontros de partilha, onde possa acontecer a troca de experiências.
• Podemos observar que, diante das ações apresentadas, o
supervisor/orientador pedagógico tem a possibilidade de
disponibilizar saberes que vão além da formação acadêmica dos
docentes. Nesse momento, ele precisa ser um pesquisador de novas
práticas, parceiro de sua equipe e mediador de conhecimentos e
experiências. As ações conjuntas organizadas pelo
supervisor/orientador pedagógico e pelos professores garantem a
melhoria dos processos pedagógicos desenvolvidos e o atendimento
às políticas educacionais implementadas. Ressaltamos que essas
ações podem ser organizadas diante dos resultados da Provinha Brasil
e da Avaliação Nacional da Alfabetização.
Referências Bibliográficas
• BRASIL. Base Nacional Comum Curricular.
• __________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96.
• __________. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira. Provinha Brasil: guia de correção e interpretação dos resultados: teste 1: primeiro
semestre. Brasília, 2014.
• __________. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira. Avaliação Nacional da Alfabetização. Brasília, 2013. Disponível em: . Acesso em:
25 jun. 2018.
• __________. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares para o
Ensino Médio. Brasília: MEC, 2000. Disponível em: . Acesso em:20 jun. 2018.
• PERRENOUD, Philippe. 10 Novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
• ROLDÃO, Maria do Céu. Os professores e a gestão do currículo: perspectivas e práticas em
análise. Portugal: Porto Editora, 2010.
• VELÁSQUEZ, Alejo Vargas. Notas sobre el estado y las políticas públicas. Bogotá: Almudena
Editores, 1999.
Atividade para a Próxima Aula 
Leia os casos apresentados e organize um planejamento com ações do supervisor/
orientador pedagógico para atender às demandas relatadas.
Caso 1: Após verificar o resultado da Prova Brasil, o supervisor/orientador
pedagógico da Escola Golfinho Azul observou que 50% dos alunos de uma turma
do 5º ano encontravam-se no nível 1 da Tabela de Habilidades Desenvolvidas – Os
estudantes provavelmente são capazes de: localizar informações explícitas em
textos narrativos curtos, informativos e anúncios; identificar o tema de um texto;
localizar elementos como o personagem principal; estabelecer relação entre
partes do texto: personagem e ação, ação e tempo, ação e lugar. Quais ações
podem ser desenvolvidas pelo supervisor/orientador pedagógico para melhorar o
desempenho dos alunos?
Caso 2: A Escola Mundo Colorido recebeu, do Ministério da Educação,
materiais didáticos e livros da literatura infantil para serem distribuídos para
os professores do ciclo de alfabetização – do 1º ao 3º ano do ensino
fundamental. Quais ações podem ser desenvolvidas pelo
supervisor/orientador pedagógico antes e após a distribuição do material
para os professores?
Caso 3: Os professores do ensino médio do Colégio Colibri Dourado
procuraram o supervisor/orientador pedagógico solicitando sua ajuda para
organizar o planejamento das aulas com a finalidade de atender às
competências solicitadas pelo Enem. Quais ações podem ser desenvolvidas
pelo supervisor/orientador pedagógico para ajudar os professores?
Organizar um Planejamento
• Organizar um planejamento requer pensar e estruturar metas,
objetivos, estratégias (ações), cronograma de execução, sujeitos
envolvidos e resultados esperados.
• Apresentar de forma oral. Faça uma projeção em Power Point do
planejamento.
• O planejamento precisa ser explicado e detalhado e NÃO LIDO!
• Será sorteado o caso para cada dupla de alunos.
• Apresentação na próxima aula dia 16/11, valendo pontos na AV2.

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