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Contrato de Corretagem Contrato de corretagem no novo Código Civil O novo Código Civil passa a tratar da corretagem como contrato típico, o que não ocorria no diploma legal anterior (artigos 722 a 729). Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, independentemente de mandato, de prestação de serviços ou outra relação de dependência, obriga-se a obter para outra um ou mais negócios, conforme instruções recebidas. Trata-se de contrato preparatório. Pressupõe universo negocial amplo. O desenvolvimento do comércio criou a necessidade de intermediários. A regra geral é não depender de forma, podendo ser verbal ou escrito. Pode concretizar-se por cartas, telefonemas, mensagens informáticas etc. É contrato oneroso, porque pressupõe eventual remuneração do corretor. Aleatório, porque depende de acontecimento falível para que essa remuneração seja exigível, qual seja, a concretização do negócio principal. Fica, portanto, subordinado ao implemento de condição suspensiva. O contrato, embora nominado, era atípico no ordenamento de 1916, ainda porque o Código Comercial disciplinava a profissão dos corretores, mas não propriamente o contrato. Não há diferença de natureza jurídica na corretagem civil e na corretagem comercial. Com a disciplina da empresa presente no novo Código Civil, a distinção perde atualidade. Em ambas, o corretor, como intermediário, põe os interessados em contato, a fim de concluir certo negócio. A corretagem mercantil caracteriza-se apenas pelo conteúdo do negócio em jogo. Na corretagem, um agente comete a outrem a obtenção de um resultado útil de certo negócio. A conduta esperada é no sentido de que o corretor faça aproximação entre um terceiro e o comitente. Quando discutimos a retribuição a que o corretor faz jus, importante é exatamente fixar que a conclusão do negócio tenha decorrido exclusiva ou proeminentemente dessa aproximação. A corretagem pode ter como parte corretor profissional devidamente habilitado, nos mais variados campos de atuação, ou qualquer outra pessoa. O corretor suporta o risco do não - implemento dessa condição. Há incerteza de que o corretor venha a realizar a aproximação útil, porque depende da vontade de terceiros. A ilicitude do exercício profissional não atinge o contrato como negócio jurídico, salvo se a lei expressamente proibir determinadas pessoas de nele figurar. Denomina-se comitente ou dono do negócio o que contrata a intermediação com o corretor. O instituto cuida de intervenção em negócio alheio. Não se esgota, contudo, exclusivamente na corretagem essa possibilidade de intervenção, que também pode ocorrer no mandato, na comissão e na representação comercial, entre outros. No entanto, esses outros negócios não se confundem entre si e nem com a corretagem ou mediação, na qual ocorre a intermediação por excelência. Para alguns autores, a mediação situa-se em plano inferior à corretagem, para a qual sempre se exigira matrícula e inscrição profissional. Não é posição que prevalece, pois os conceitos evidentemente coexistem, independentemente da qualificação profissional de quem intermedeia, seja profissional regular para a função ou não. A maior dificuldade em fixar a natureza jurídica desse contrato deve-se ao fato de que raramente o corretor limita-se à simples intermediação. Por isso, para a corretagem acorrem princípios do mandato, da locação de serviços, da comissão e da empreitada, entre outros. Quando um desses negócios desponta como atuante na corretagem, devem seus respectivos princípios de hermenêutica ser trazidos à baila. Para que seja considerada corretagem, a intermediação deve ser a atividade preponderante no contrato e na respectiva conduta contratual das partes. Fala-se da corretagem livre e da oficial. Conforme a categoria profissional, variam os requisitos exigidos. Qualquer pessoa civilmente capaz pode praticar a corretagem livre, ficando eventualmente sujeita a punições administrativas, salvo se a lei cominar com nulidade o ato, suprimindo a legitimidade para mediar a quem não seja corretor profissional regular. Tal fato, porém, não atinge a idoneidade das obrigações contraídas pelo comitente, ainda que responsável nos termos do injusto enriquecimento. Contrato de exclusividade Um contrato de exclusividade atribui a apenas um corretor e/ou uma imobiliária a gestão da oferta de um negócio imobiliário, ou melhor, somente este profissional ou empresa deterá a autorização para promover, por todos os meios lícitos, o negócio de venda ou locação. A gestão exclusiva não significa, necessariamente, venda exclusiva. Pode ser, inclusive, que a venda ocorra com a participação de outros profissionais, cuja gestão também fica sob a responsabilidade do detentor da exclusividade. Esse instrumento é bastante importante para assegurar a qualidade da corretagem, uma vez que pode evitar uma série de transtornos, como visitas não autorizadas ao imóvel, visibilidade negativa, informações erradas, falsas propostas, especulações, fraudes, furtos, etc. https://bomnegocioimobiliarioemsp.com.br/exclusividade-na-gestao-do-negocio-imobiliario-opiniao-profissional/ Da Cláusula de exclusividade O contrato de corretagem também permite a adição de uma cláusula de exclusividade. Uma das vantagens de utilizar esse recurso é que o corretor ficará mais dedicado à sua causa. Isso garante mais segurança na identificação de quem está visitando o imóvel e pode até dar mais agilidade em fechar negócio. Não procede a premissa de que com diversas pessoas distintas anunciando o imóvel será vendido mais rápido. Ao contrário, isso gera desgaste entre os envolvidos e até mesmo falhas de comunicação. Um exemplo disso são os anúncios não padronizados e com valores distintos, o que pode acarretar em depreciação do preço. A cláusula de exclusividade garante foco no trabalho e dá mais motivação às partes. Afinal, sabem que só determinada imobiliária, ou corretor, está incumbida de fechar a venda – o que também proporciona mais segurança na percepção dos honorários. Outro ponto é que dá maior garantia para o proprietário interessado – em todos os aspectos. Dessa forma, na prestação de serviço ou na forma de atendimento, será realizada com mais condão. Extinção do Contrato de Corretagem A corretagem extingue-se pela: Hipóteses: - Pelo cumprimento da obrigação, ou seja, conclusão do negócio agenciado. - Pelo decurso do prazo, se determinado. - Pela denúncia de uma das partes, se indeterminado, mesmo que não haja motivo justo. - Pela morte de qualquer das partes. - Por caso fortuito ou força maior. -Incapacidade e ou falta de legitimação do corretor. Comumente pela Conclusão do negócio, e, neste instante termina a função do corretor. Entretanto, se o negócio não se realizar porque uma das partes de arrependeu, haverá mediação, pois o corretor não é responsável pela consumação do negócio. Executado estará o contrato de corretagem se houve aproximação útil de pessoas por intermédio do corretor; Ou na expiração do prazo, se a corretagem foi estipulada por tempo determinado, sem que o corretor tenha encontrado comprador. Natureza Jurídica O Código Civil, em seu artigo 722 conceitua a corretagem como sendo contrato por meio do qual " uma pessoa não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme instruções recebidas". Do conceito legal podemos extrair que a natureza jurídica da corretagem é contratual. Características do Contrato de Corretagem A) Típico O contrato de corretagem é Típico pois é dogmatizado pelo Código Civil em vigor nos artigos 722 a 729. B) Bilateral O contrato de corretagem também é Bilateral pois geramobrigações para ambas as partes, tanto para o corretor quanto para o comitente, a obrigação do corretor no contrato executar certo encargo, já do comitente é remunerar o corretor pela intermediação dos negócios. Como pressupõe o Art 725 do CC na sua primeira parte, estabelece que a remuneração será devida quando o contrato derivado de corretagem for celebrado. C) Acessório Possui também a característica acessória, pois sua existência está ligada a um outro contrato que deverá ser concluído, ou seja, o contrato de corretagem é acessório pois sua existência aponta a celebração de um outro contrato, que será afirmado posteriormente pelo comitente, e pelo terceiro interessado que foi vinculado pelo corretor ao comitente, sendo assim tendo essa função de acessório. D) Oneroso Outra característica deste contrato é a onerosidade pois tanto o corretor quanto o comitente geralmente auferem vantagem ou benefício em razão deste acordo. Ou seja, o corretor aufere vantagem ao receber a remuneração ajustada e o comitente em celebrar o contrato intermediado pelo corretor. A doutrina destaca que mesmo não havendo previsão contratual acerca da remuneração esta é presumida por que a corretagem não se contabiliza com a gratuidade, a lei substantiva em vigor que alojando a posição doutrinária, estabelece, em seu artigo 724 CC, que mesmo que não esteja expressamente ajustada entre as partes, o corretor fará jus à remuneração. E) Aleatório O contrato de corretagem também é aleatório, o corretor assume riscos de não receber e de não ser reembolsado das despesas que efetuou para intermediar o contrato desejado pelo comitente, não havendo reciprocidade entre as prestações. Condicionando a prestação de um dos contratantes ao implemento de um evento incerto e futuro por esses motivos fazem com que o contrato seja aleatório. F) Consensual Podemos afirmar que contrato de corretagem é consensual, pois o aperfeiçoamento do vínculo contratual da corretagem não demanda que o comitente faça a tradição de qualquer bem ao corretor, sendo muito simples o acordo de vontade. É importante salientar que o fato que a corretagem não formalmente ou tacitamente encontrada não impõe qualquer dever de pagamento. É a hipótese de o corretor aproximar pessoas a seu exclusivo talante, à revelia ou sob manifesta discordância das partes. Isto porque a corretagem tem natureza jurídica contratual, de modo que os serviços prestados sem que haja aceitação, ainda que tácita, não vinculam o comitente. G) Não Solene E Por fim o contrato de corretagem não é solene, pois nos dispositivos legais que disciplinam o contrato de corretagem extraímos que o legislador não prescreve qualquer formalidade especial para a validade do contrato, tanto que o sistema admite que até a contratação tácita poderá ser provado por testemunhas. Podendo também ser verbal ou escrito. Modelo ??? Contrato de exclusividade Da Cláusula de exclusividade
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