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Autoria: Profª. Daiane Cristini B. de Souza São Paulo - SP COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Aplicações em Meios de Contraste Souza, Daiane Cristini Barbosa de. Aplicações em Meios de Contraste– Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo: 2018. 11f Apostila - Módulo 3 – 1. Histórico das Aplicações com Meios de Contraste. - 2. Aplicações de Meios de Contraste à base de Bário. - 3 Aplicações de Meios de Contraste à base de Iodo. – 4. Exames Contrastados em Tomografia Computadorizada. – 5. Aplicações de Meios de Contraste à base de Gadolínio Palavras-chave: Exames contrastados; Aplicações; Meios de Contraste I - Título Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Sumário Considerações Iniciais ............................................................................................. 4 1 Histórico das Aplicações com Meios de Contraste ........................................... 5 2 Aplicações de Meios de Contraste à base de Bário ......................................... 7 2.1 Deglutograma ..................................................................................................... 7 2.2 Esôfago, Estômago e Duodeno (EED) ............................................................. 8 2.3 Transito intestinal .................................................................................................. 9 2.4 Enema opaco ................................................................................................... 10 3 Aplicações de Meios de Contraste à base de Iodo ........................................ 12 3.1 Urografia excretora .......................................................................................... 12 3.2 Histerossalpingografia (HSG) .......................................................................... 13 4 Exames Contrastados em Tomografia Computadorizada .............................. 15 5 Aplicações de Meios de Contraste à base de Gadolínio ............................... 18 Considerações Finais ............................................................................................. 22 Referências .............................................................................................................. 23 Considerações Iniciais Olá, Seja bem-vindo (a) ao terceiro módulo do curso de Capacitação em cuidados e prevenção a Extravasamento de Meios de Contrastes. Neste terceiro módulo de estudo você conhecerá as principais modalidade e aplicações dos meios de contraste o que lhe permitirá uma visão ampliada da atuação e relevância do curso, bem como aumentará o interesse por áreas correlatas da radiologia: tomografia computadorizada, ressonância magnética e radiologia convencional. Depois de estudarmos as características dos meios de contrastes, partiremos para a construção de conhecimentos relacionada às suas indicações e contraindicações. Em seguida, veremos os aspectos voltados a Aplicação dos Meios de Contrastes no Diagnóstico por Imagem e, por último, fecharemos este curso abordando especificamente sobre o Extravasamento dos Meios de Contraste. Agora que você relembrou toda a nossa trajetória de estudos, desejamos um excelente aprendizado! 5 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 1 Histórico das Aplicações com Meios de Contraste Os meios de contraste são tipicamente compostos à base de iodo, sulfato de bário e gadolínio. Esses compostos, com exceção do gadolínio, possuem alta densidade e devido a isso absorvem a radiação X, resultando em um número menor de fótons que chegarão ao receptor de imagem, formando assim uma imagem com alto contraste para estruturas que tipicamente não seria visualizada. Na utilização do gadolínio (Gd) o princípio é diferente; ocorre a redução do tempo de relaxamento T1 nos tecidos em que se encontra o composto. Tipicamente as imagens de ressonância magnética não mostram o Gd, mas sim seu efeito paramagnético sobre os tecidos ao seu redor. De modo geral, considera-se que os agentes de contraste à base de Gd são mais seguros que o contraste iodado (ELIAS JUNIOR et al., 2008). A primeira aplicação clínica dos meios de contraste foi realizada em 1896 em Viena, Àustria pelos médicos Haschek e Lindenthal. Os elementos utilizados foram com bismuto, chumbo e bário para realizar a primeira angiografia de uma mão. Embora tenham permitido a diferenciação de estruturas, estes sais de metais pesados não eram suficientemente seguros para fins clínicos (QUADER; SAWMILLER; SUMPIO, 2000). Após décadas de pesquisa, acidentalmente, o Iodo foi descoberto como potencial meio de contraste. No início dos anos 20, compostos à base de iodo foram utilizados para tratar a sífilis, Osborne et al observaram que a urina de pacientes tratados com iodo ficava radiopaca. Assim, eles a realizar a primeira pielografia bem-sucedida na Clínica Mayo em 1923 (“ROENTGENOGRAPHY OF URINARY TRACT DURING EXCRETION OF SODIUM IODID | JAMA | JAMA Network”, [s.d.]). 6 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 FIGURA 1- Primeira radiografia contrastada da bexiga urinária. A radiografia feita duas horas após a administração do contraste iodado (“ROENTGENOGRAPHY OF URINARY TRACT DURING EXCRETION OF SODIUM IODID | JAMA | JAMA Network”, [s.d.]). Ainda em 1923, os médicos Berberich e Hirsch utilizaram brometo de estrôncio para realizar uma angiografia. Em 1924, o iodeto de sódio foi usado por Brooks para realizar um angiograma. 7 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 2 Aplicações de Meios de Contraste à base de Bário Os agentes de contraste orais com bário são utilizados para estudos fluoroscópicos, como faringografia, esofagografia, trato gastrointestinal (TGI). Eles também são usados para destacar o trato gastrointestinal em exames de rotina tomografia computadorizada (TC) do abdome e da pelve, tomografia computadorizada. O sistema digestório é formado por um conjunto de órgãos cuja função é transformar os alimentos, por meio de processos mecânicos e químicos. Divide-se em: Tubo digestório (propriamente dito) e os Órgãos anexos. A maioria dos exames radiológicos do sistema digestório necessita de meios de contraste para que se tenha uma boa visibilidade das estruturas de interesse. Assim, quando o estudo radiológico envolve o sistema digestório o meio de contraste à base de bário é o indicado, salvo restrições do paciente. A seguir apresentamos os principais exames que utilizam bário como meio de contraste: 2.1 Deglutograma Estudo radiológico da deglutição. Consiste na análise da deglutição do paciente. Deve ser realizado pelo médico radiologista sob radioscopia com intensificador de imagem e monitor e documentado através de cine radiografia ou gravação em fita de vídeo. Paciente em posição ortostática (em pé) ou sentado, nos planos frontal e sagital. 8 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 Indicação: É iniciado com a observação e documentação da deglutição de um gole da suspensão de sulfato de bário dado ao paciente. O estudo pode prosseguir com a observação da deglutição de alimento pastoso e, depois, de alimento sólido, ambos misturados ao sulfato de bário (“Instituto de Radiologia - HCFMSUP - Exames”, [s.d.]). Riscos: paciente pode aspirar o meio de contraste. Contraindicações: Gestantes e pacientes alérgicos a bário. Figura 2 -Exame deglutograma e aspiração pulmonar de bário (INSTITUT UNIVERSITAIRE GÉRIATRIE MONTRÉAL, [s.d.]). 2.2 Esôfago, Estômago e Duodeno (EED) É um exame radiológico contrastado que utiliza contraste para visualização interna da deglutição, do esôfago, estômago e duodeno. Possui esse nome, pois são realizadas radiografiasem série das estruturas anatômicas (esôfago, estômago e duodeno). Paciente ingere contraste radiológico, sendo realizadas radiografias durante e após a deglutição. Pode-se utilizar sal de fruta durante o exame. Dependendo da solicitação do 9 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 médico, somente a deglutição e/ou o esôfago serão estudados (“Instituto de Radiologia - HCFMSUP - Exames”, [s.d.]). Indicações: É indicado para detecção de distúrbios da deglutição, inflamações, divertículos, tumores, refluxo, hérnia ou qualquer alteração que modifique a morfologia e a posição dos órgãos examinados. Para adultos recomenda-se jejum absoluto de pelo menos 8 horas. Para crianças e recém-nascidas, ficar 4 horas em jejum completo após a última mamada da manhã. Contraindicações: Gestantes e pacientes alérgicos a bário. Figura 3- Exame radiológico EED (“Esofago Estomago Duodeno - EED”, [s.d.]). 2.3 Transito intestinal Exame radiológico que permite avaliação do intestino delgado com sulfato de bário. É a extensão do exame de EED. No entanto o paciente ingere o dobro de bário (480 a 600 ml). Radiografias do intestino delgado são realizadas entre 20 a 30 minutos até que o cólon se encha. Na 10 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 fluoroscopia, é possível observar a motilidade das alças do intestino delgado. O exame termina quando o bário chegar ao cólon, onde mais imagens são obtidas da região do íleo terminal. Indicações: Algumas indicações clínicas para uma rotina do intestino delgado incluem: Enterite ou gastroenterite; Neoplasias; Síndrome de má- absorção; Patologias do íleo terminal. Para adultos recomenda-se jejum absoluto de pelo menos 8 horas. Para crianças e recém-nascidas, ficar 4 horas em jejum completo após a última mamada da manhã. Contraindicações: Gestantes e pacientes alérgicos a bário. Figura 4- Transito intestinal radiografias (“Transito Intestinal”, [s.d.]). 2.4 Enema opaco É um exame que utiliza raios X para obtenção de imagens do intestino grosso. Neste exame, o bário é introduzido no intestino grosso por meio de uma sonda retal. Após isso, são realizadas em diversas posições. Dependendo da solicitação médica, pode-se usar a técnica conhecida na prática como duplo contraste. Essa técnica consiste na expansão do cólon por meio da insuflação de ar no interior do intestino 11 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 deixando a mucosa com resquícios do sulfato de bário, denominada de “Técnica de Malmo” (VIEIRA, [s.d.]). Indicações: Avaliação morfológica e funcional do intestino grosso e reto - Colite, câncer do intestino, tumores no intestino, diverticulite que é a inflamação das pregas das paredes do intestino, volvo que é caracterizado pelo intestino torcido ou pólipos intestinais. Contraindicações: Mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez. Figura 5- Exame radiológico enema opaco (“Exame do enema opaco - Indicações, Como fazer, Preço, Dói?”, 2018). 12 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 3 Aplicações de Meios de Contraste à base de Iodo 3.1 Urografia excretora Considerado um dos principais exames radiológicos por meio de contraste, a urografia e está entre os procedimentos radiológicos mais comuns realizados nos centros de radiologia. Esse exame é realizado com a administração endovenosa (injeção ou infusão contínua) de contraste iodado hidrossolúvel de excreção renal (iônico ou não iônico). Indicações: Dores nas vias urinárias, hematúria, infecção do trato urinário, obstrução aguda, massas renais, urolitíase, nefrocalcinose e anormalidades congênitas. Este exame proporciona informações anatômicas essenciais e demonstra a função de todo o trato urinário (FICIEL, [s.d.]). O preparo envolve jejum absoluto de 8 a 10 horas antes do exame e recomenda-se realizar limpeza intestinal por via oral (laxante) e por via retal (fleet-enema). Contraindicações: Pacientes asmático e ou com broncoespasmo; gestante, portador de Insuficiência Renal, alérgico ao contraste iodado. 13 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 Figura 2- Exame de urografia excretora (CRUZ-GARCIAVILLA et al., 2011). 3.2 Histerossalpingografia (HSG) Exame radiológico cujo objetivo é avaliar o sistema reprodutor feminino por meio de radiografias contrastadas. Exame deve ser realizado após o décimo dia do ciclo menstrual. O médico radiologista realiza inicialmente uma inspeção (o exame de toque); insere o espéculo (o espéculo visa facilitar a visão do médico diretamente através do orifício), após a observação, traciona o colo uterino para então fazer a injeção do meio de contraste. Indicações: má-formação uterina; pólipos nas paredes do útero; miomas, considerados tumores benignos; adenomiose, que consiste no crescimento do tecido endometrial no músculo do útero; útero uni ou bicórneo; útero didelfo; sinéquias uterinas, (cicatrizes na parede do útero). 14 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 Contraindicações: infecções pélvicas agudas; alergia ao contraste; suspeita de gravidez; menstruação ou sangramento genital de causa desconhecida (MAIA, 2009). Figura 3- Exame radiológico – Histerossalpingografia (CHAUHAN, 2018). 15 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 4 Exames Contrastados em Tomografia Computadorizada A tomografia computadorizada (TC) é um exame radiológico de ampla indicação e escolha para fins diagnósticos, só no ano de 2011 foram aprovados pelo SUS 921.485, o que representou um crescimento de 70,62% (DOVALES; SOUZA; VEIGA, 2015; JUCHEM; DALL´AGNOL; MAGALHÃES, 2004). Durante muitos exames de tomografia computadorizada, os pacientes podem ser solicitados a tomar um agente de contraste (por via oral, retal ou intravenosa). Um tipo muito menos comum de contraste usado na TC é inalado como gás e usado para imagens especiais do pulmão e do cérebro. Esta técnica (chamada Xenon CT) só está disponível em um pequeno número de locais em todo o mundo e é realizada apenas em casos raros (Information About Intravenous and Oral Contrast Used in CT | CT Scan | Imaginis - The Women’s Health & Wellness Resource Network, 2018). Os agentes de contraste mais comumente usados na TC são os iodados. Os meios de contraste em tomografia são usados para destacar órgãos, vasos sanguíneos e/ou tipos de tecidos específicos para melhor mostrar a presença de doença ou lesão. Nem todos os exames tomográficos necessitam de meio de contraste. Mas para a avaliação de doenças vasculares, é necessário usar um agente de contraste intravenoso na TC para delinear o lúmen do vaso (aneurisma, dissecção e invasão tumoral vascular, por exemplo) (HOCHHEGGER; ROTTENFUSSER; MARCHIORI, 2017). A angiografia é uma técnica que se refere às várias formas de acesso a vasos e artérias do paciente a partir da injeção de contraste. A avaliação 16 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 de doenças vasculares pela angiotomografia apresenta aplicação clínica consagrada. Preferencialmente, os exames de angiotomografia devem ser realizados com contrastes não-iônicos com baixa ou iso-osmolalidade para redução de reações adversas. Em comparação à angiografia invasiva que utiliza uma média de 150 ml de contraste, na angiotomografia de 80 a 120 ml usualmente são utilizados (ROCHITTE, 2006). Em estudos de abdome e pelve, por tomografia, a concentração de iodo comercialmente mais utilizada é de 300 mg/ml. O uso do contraste oral (bário) também é possível, mas com a evolução de equipamentos de múltiplas fileiras de detectores, reduziu-se a necessidade desse tipo. Figura 4- Angiotomografia abdominal (ROA, 2012). Algumas indicações deexames com contraste iodado em tomografia são: Avaliação de rotina, estudo de Carcinoma Hepatocelular, Rotina oncológica, Trauma abdominal, Rotina de dor abdominal, Neoplasia Pancreática, Urotomografia, Angiotomografia craniana (CBR, 2015). 17 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 Figura 5- Tomografia computadorizada abdominal para estudo hepático. Fases do contraste iodado: A: fase arterial; B: fase portal; C: fase de equilíbrio mostram massa volumosa no fígado (PEIXOTO et al., 2009). 18 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 5 Aplicações de Meios de Contraste à base de Gadolínio A RM utiliza meios de contraste a base de gadolínio, óxidos de ferro e complexos de manganês (Mn). Embora atualmente os complexos de Mn2 estão sendo muito estudados para substituir os meios de contrates clássicos baseados em Gd - uma vez que os complexos de Mn são menos tóxicos para o organismo, alteram o tempo de relaxação T1 dos hidrogênios da água- o gadolínio é ainda o mais utilizado (JIN et al., 2016). O gadolínio é um metal paramagnético que contém um alto número de elétrons não pareados e devido alteram tanto o tempo de relaxação em T1 como o em T2, mas apresenta mais eficácia no relaxamento T1(WERNER et al., 2008). O Gd tem sido usado desde meados de 1980, quando grupos de pesquisadores passaram a explorar o uso de meios de contraste em exames de espectroscopia usando manganês (Mn), íons de lantanídeos e de gadolínio. Em abril de 1978, os laboratórios de Donald P. Hollis, da Universidade Johns Hopkins e Paul C. Lauterbur, da Universidade Estadual de Nova York, em Stony Brook realizaram com sucesso aplicação de meios de contraste em exames de RM. Após uma demonstração experimental do princípio, uma solução de cloreto de Mn- (II) (a uma dose de 0,1 mmol/kg) foi administrada em um cão com lesões cardíacas. As imagens obtidas mostravam claramente os limites anatômicos entre o tecido normal e infartado (DE HAËN, 2001). 19 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 Em 24 de julho de 1981 a primeira patente descrevendo a composição da matéria para uso como agentes de contraste para RM foi publicada. A aplicação incluiu a preparação do Gd-DTPA como um exemplo, embora nem a toxicidade nem os estudos de ressonância magnética ainda tinha sido realizado. (BAERT, 2008). Finalmente, em 1988, o primeiro agente de contraste projetado especificamente para a ressonância magnética (MRI), gadopentetato dimeglumina (Magnevist®), tornou-se disponível para uso clínico (LOHRKE et al., 2016). Quando comparado com o contraste iodado, a sensibilidade da RM ao Gd é maior do que a da TC ao contraste iodado. Isso porque, o volume médio de contraste administrado por via intravenosa nos exames de RM varia entre 10 ml e 20 ml. Um volume de 5 a 15 vezes menor do que o utilizado com os contrastes iodados na TC. O volume baixo torna o uso do Gd mais seguro (ELIAS JUNIOR et al., 2008). Entretanto, quando administrado como íon Gd livre, o Gd apresenta alta toxicidade, e alta meia-vida biológica - algumas semanas. Devido a isso, compostos quelados de Gd que apresentam farmacocinética alterada, reduzem significativamente sua toxicidade relativa e meia-vida biológica (1,5 hora). Atualmente os dois quelantes de Gd mais estáveis são o Magnevist® e o MultiHance®, sendo que o Magnevist é o com maior tempo em uso e, portanto, o mais testado clinicamente (A. GONÇALVES; C. RAMALHO, 2017; OKSENDAL; HALS, 1993). Novas formulações e evoluções em pesquisas clínicas têm permitido o avanço nas aplicações envolvendo esses meios de contrates. Na Universidade de Michigan, nos EUA, o uso de contraste à base de gadolínio teve um aumento de 65% entre os anos de 2001 a 2006 (DILLMAN et al., 20 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 2007). No Brasil, 30% dos exames de RM utilizam compostos paramagnéticos (A. GONÇALVES; C. RAMALHO, 2017). Os meios de contraste à base de gadolínio são administrados à temperatura ambiente (15 a 30º C) e não deve ser aquecido externamente para aplicações clínicas de rotina (AMERICAN COLLEGE OF RADIOLOGY; COMMITTEE ON DRUGS AND CONTRAST MEDIA, 2017). Os principais aplicações do Gd em RM envolvem exames de lesões intracranianas com vascularização anormal ou anomalias na barreira hematoencefálica, Ressonância Magnética Cardiovascular, angioressonância (cardíaca, encefálica, entre outras). Figura 6- Angiografia por ressonância magnética realizada com meio de contraste (Gd) (FRATZ S et al., 2013). A angioressonância é um exame de grande valor para a avaliação do sistema arteriovenoso do sistema nervoso central (SNC), bem como das anormalidades a ele relacionadas. Possui diversas vantagens em relação a outros métodos, como, por exemplo, a angiotomografia, pois permite a obtenção de imagens sem o uso de meio de contraste venoso iodado, em 21 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 múltiplos planos e sem usar radiação ionizante. Pode ser realizada com ou sem o uso de contraste paramagnético (gadolínio). Figura 7- Angioressonância de crânio com contraste (“IMEB – Imagens Médicas de Brasília – Angioressonância do Crânio (Venosa)”, [s.d.]). 22 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 Considerações Finais Esperamos que tenham apreciado esse conteúdo! Após a conclusão desse estudo, não deixe de participar dos fóruns, para ampliar ainda mais os conhecimentos adquiridos e discutir dúvidas, sugestões com os outros colegas e com os professores, ok?! Procure assistir aos vídeos que trouxemos a você no intuito de complementar o seu estudo, além de exercer a função de ilustrar o nosso material. Esperamos você em nosso para o próximo módulo! Teremos à sua disposição outro professor para acompanhá-lo! Bons estudos! 23 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste – abril de 2018 Referências A. GONÇALVES, M.; C. RAMALHO, T. Contrast Agents for Magnetic Resonance Imaging: A Review. Revista Virtual de Química, v. 9, n. 4, p. 1511– 1524, 2017. AMERICAN COLLEGE OF RADIOLOGY; COMMITTEE ON DRUGS AND CONTRAST MEDIA. ACR manual on contrast media. [s.l: s.n.]. BAERT, A. L. Encyclopedia of Imaging. [s.l.] Springer Science & Business Media, 2008. CBR. Protocolos de Tomografia Computadorizada CBR – 2015, 2015. Disponível em: <https://cbr.org.br/wp-content/uploads/2017/10/Protocolos- de-TC_Completo.pdf> CHAUHAN, A. Hvordan foregår undersøgelserne. Disponível em: <http://www.roentgen-klinik.dk/page/hvordan_foregar_undersogelsen>. Acesso em: 9 abr. 2018. CRUZ-GARCIAVILLA, P. et al. Tuberculosis escrotal: informe de un caso y revisión de la bibliografía. Revista Mexicana de Urología, p. 176–181, 2011. DE HAËN, C. Conception of the First Magnetic Resonance Imaging Contrast Agents: A Brief History: Topics in Magnetic Resonance Imaging, v. 12, n. 4, p. 221–230, ago. 2001. DILLMAN, J. R. et al. Frequency and Severity of Acute Allergic-Like Reactions to Gadolinium-Containing IV Contrast Media in Children and Adults. American Journal of Roentgenology, v. 189, n. 6, p. 1533–1538, dez. 2007. DOVALES, A. C. M.; SOUZA, A. A. DE; VEIGA, L. H. S. Tomografia computadorizada no Brasil: frequência e padrão de uso em pacientes internados no Sistema Único de Saúde (SUS). 2015. ELIAS JUNIOR, J. et al. Complicações do uso intravenoso de agentes de contraste à base de gadolínio para ressonância magnética. 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