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Londrina 2012 ELISÂNGELA SILVA DOS SANTOS ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS: Estudo de caso das Empresas Gol e Tam. Londrina 2012 ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS: Estudo de caso das Empresas Gol e Tam Monografia apresentada ao curso de Especialização em Controladoria e Finanças. Orientador: Prof. Ms. Isabel Cristina Gozer ELISÂNGELA SILVA DOS SANTOS Aprovada em: Nome do Membro da Banca Instituição de Origem Universidade Norte do Paraná Nome do Membro da Banca Instituição de Origem ELISÂNGELA SILVA DOS SANTOS ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS: Estudo de caso das Empresas Gol e Tam Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Controladoria e Finanças, banca examinadora do Centro Universitário Filadélfia – Unifil para obtenção do título de Especialista. SANTOS, Elisângela Silva dos. Análise de Demonstrativos Contábeis: estudo de caso das empresas Gol e Tam. 86 f. Monografia (Especialização em Controladoria e Finanças) – Centro Universitário Filadélfia, Unifil, Londrina, 2012. RESUMO Este trabalho apresenta os resultados de análises elaboradas a partir de dados públicos das empresas transporte aéreo, Gol e Tam, presentes na bolsa de valores – BOVESPA. Por meio das informações levantadas, foi possível elaborar índices de liquidez, rentabilidade, estrutura de capitais além de estruturas uma análise vertical e horizontal. Entre os índices analisados estão: liquidez, geral, liquidez seca, liquidez corrente, participação de capital de terceiros, composição do endividamento, imobilização do patrimônio líquido, imobilização de recursos não correntes, giro do ativo, margem líquida, rentabilidade do ativo e rentabilidade do patrimônio líquido. O levantamento bibliográfico foi elaborado com base em livros de controladoria, análise contábil, análise financeira e contabilidade avançada. As dificuldades encontradas estão presentes no fato dos dados pesquisados fornecerem conclusões extras às propostas pelos objetivos específicos, entre eles estão, calcular os indicadores de liquides, endividamento, atividades e rentabilidade e comparar os indicadores obtidos nas empresas para realizar a avaliação do setor. Mediante as análises, conclui-se que a maior parte dos indicadores quando tiveram um aumento, os indicadores da outra empresa decaíam. Palavras-chave: Análise. Índices. Demonstrativos contábeis LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Demonstração do Resultado do Exercício ............................................. 26 Quadro 2 – Aspectos Financeiros e Econômicos dos Índices Financeiros ............... 29 Quadro 3 – Análise Horizontal dos Estoques ............................................................ 40 Quadro 4 – Análise Horizontal e Vertical do Patrimônio Líquido ............................... 42 Quadro 5 – Análise Horizontal do Lucro Líquido ....................................................... 45 Quadro 6 – Análise Horizontal DVA Gol .................................................................... 54 Quadro 7 – Análise Horizontal DVA Tam .................................................................. 56 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Liquidez Geral ......................................................................................... 38 Gráfico 2 – Liquidez Corrente .................................................................................... 39 Gráfico 3 – Liquidez Seca ......................................................................................... 40 Gráfico 4 – Participação de Capital de Terceiros ...................................................... 41 Gráfico 5 – Composição do Endividamento .............................................................. 42 Gráfico 6 – Imobilização do Patrimônio Líquido ........................................................ 43 Gráfico 7 – Imobilização de Recursos Não Correntes ............................................... 44 Gráfico 8 – Giro do Ativo ........................................................................................... 45 Gráfico 9 – Margem Líquida ...................................................................................... 46 Gráfico 10 – Rentabilidade do Ativo .......................................................................... 47 Gráfico 11 – Rentabilidade do Patrimônio Líquido .................................................... 48 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial ............................................................ 18 Tabela 2 – Demonstração do Resultado Abrangente Gol ......................................... 50 Tabela 3 – Fluxo de Caixa Gol .................................................................................. 51 Tabela 4 – Demonstração do Resultado Abrangente Tam ....................................... 55 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 11 3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13 3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 13 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13 4 METODOLOGIA .................................................................................................... 14 4.1 PERSPECTIVA DE ESTUDO ............................................................................. 14 4.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .............................................................................. 14 4.3 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ................................................................................ 15 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 16 5.1 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS....................................... 16 5.2 BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................. 18 5.2.1 Ativo ................................................................................................................. 19 5.2.1.1 Ativo circulante .............................................................................................. 20 5.2.1.2 Ativo não circulante ....................................................................................... 21 5.2.1.2.1 Realizável a longo prazo ............................................................................ 21 5.2.1.2.2 Investimentos ............................................................................................. 22 5.2.1.2.3 Imobilizado ................................................................................................. 23 5.2.1.2.4 Intangível .................................................................................................... 23 5.2.2 Passivo Circulante ............................................................................................ 23 5.2.3 Passivo Não Circulante ....................................................................................24 5.2.4 Patrimônio Líquido ........................................................................................... 25 5.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ...................................... 25 5.4 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE ....................................... 27 5.5 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ................................................... 27 5.6 PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ............................ 27 5.7 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO EMPRESARIAL ATRAVÉS DE ÍNDICES ...... 28 5.7.1 Estrutura de Capitais ........................................................................................ 29 5.7.1.1 Participação de capitais de terceiros (PCT) .................................................. 29 5.7.1.2 Composição do endividamento (CE) ............................................................. 30 5.7.1.3 Imobilização do patrimônio líquido (IPL)........................................................ 30 5.7.1.4 Imobilização dos recursos não correntes ...................................................... 31 5.7.2 Analisando a Liquidez ....................................................................................... 31 5.7.2.1 Liquidez geral ................................................................................................ 31 5.7.2.2 Liquidez corrente ........................................................................................... 32 5.7.2.3 Liquidez seca ................................................................................................ 32 5.7.3 Análise de Rentabilidade .................................................................................. 33 5.7.3.1 Giro do ativo .................................................................................................. 33 5.7.3.2 Margem líquida .............................................................................................. 34 5.7.3.3 Rentabilidade do ativo ................................................................................... 34 5.7.3.4 Rentabilidade do patrimônio líquido .............................................................. 35 5.8 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ................................................................ 35 6 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................................... 37 6.1 APLICAÇÃO DE RECURSOS E ANÁLISE HORIZONTAL ................................. 37 6.2 LIQUIDEZ ............................................................................................................ 37 6.2.1 Liquidez Geral .................................................................................................. 37 6.2.2 Liquidez Corrente ............................................................................................. 39 6.2.3 Liquidez Seca ................................................................................................... 39 6.3 ESTRUTURA DE CAPITAIS E ENDIVIDAMENTO ............................................. 40 6.3.1 Participação de Capital de Terceiros ................................................................ 41 6.3.2 Composição do Endividamento ........................................................................ 42 6.3.3 Imobilização do Patrimônio Líquido .................................................................. 43 6.3.4 Imobilização de Recursos Não Correntes ........................................................ 44 6.4 RENTABILIDADE ................................................................................................ 44 6.4.1 Giro do Ativo ..................................................................................................... 44 6.4.2 Margem Líquida ............................................................................................... 45 6.4.3 Rentabilidade do Ativo...................................................................................... 46 6.4.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido ................................................................ 47 6.5 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL GOL ....................................................... 48 6.5.1 Avaliação do Fluxo de Caixa ............................................................................ 51 6.5.2 Demonstração do Valor Adicionado ................................................................. 54 6.6 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL TAM ....................................................... 54 6.6.1 Avaliação do Fluxo de Caixa ............................................................................ 55 6.6.2 Demonstração do Valor Adicionado ................................................................. 56 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 57 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58 ANEXOS ................................................................................................................... 60 ANEXO A – Balanço Patrimonial Empresa Gol – Ativo ............................................. 61 ANEXO B – Balanço Patrimonial Empresa Gol – Passivo ........................................ 63 ANEXO C – Demonstração do Resultado de Exercício Gol ...................................... 67 ANEXO D – Demonstração de Fluxo de Caixa Gol ................................................... 69 ANEXO E – Demonstração de Valor Adicionado Gol ................................................ 72 ANEXO F – Balanço Patrimonial Tam - Ativo............................................................ 74 ANEXO G – Balanço Patrimonial Tam - Passivo ...................................................... 76 ANEXO H – Demonstração do Resultado de Exercício TAM .................................... 80 ANEXO I – Demonstração do Fluxo de Caixa ........................................................... 82 ANEXO J – Demonstração de Valor Adicionado ....................................................... 84 10 1 INTRODUÇÃO Mais do que conciliações, livros diários e razão, a contabilidade hoje é vista e aprovada por muitos executivos, não somente como um setor burocrático e cheio de regras de uma empresa, em tempos que decisões cada vez mais assertivas são a parte fundamental de grandes negócios, a Contabilidade Gerencial se desenvolve e mostra por meio de análises avaliações antes não cogitadas. Os demonstrativos contábeis já são vistos através de índices, como importantes meios para otimização dos lucros e análises dinâmicas, e ganham espaço por evidenciarem o histórico financeiro da empresa, políticas de obtenção de recursos, maximização de resultados e meios para flexibilização da gestão. Os dados colhidos, geram informações que embasam as análises, sendo assim, ter meios confiáveis são fundamentais para uma demonstração financeira coerente com o que realmente ocorre em dado momento. Neste trabalho, será enfatizado e levantado dados das empresas de transporte aéreo, Gol e Tam, presentes no mercado aberto, que proporcionará conclusões passíveis de comparações entre as próprias empresas deste mesmo ramo. A importância deste estudo, está no fato de melhorar o conhecimento sobre análise financeira/contábil, visto que a medida que se possui conhecimento sobre os indicadores financeiros, eles se tornam ainda mais importantes para tomada de decisões da empresa, definição do foco da organização, melhoria dos processos e também, verificar onde estão os pontos francos e melhora-los Essa análise servirá de base para futuros trabalhos em que será possível levantar dados de outras empresas presentes em seguimentos diferenciados.11 2 JUSTIFICATIVA Vivencia-se nos últimos tempos, enormes transformações na economia mundial; a evolução tecnológica, os meios de transmissão de dados e comunicação, possibilitam a rápida circulação de bens e recursos financeiros entre os países. Os comentários e especulações sobre o ambiente econômico em que vivemos, são trazidos a tona a todo momento, por isso ao publicarem suas demonstrações financeiras, as empresas valorizam seus desempenhos, pois passam a transmitir segurança sobre a capacidade de pagamento, além de fortalecerem sua reputação perante a comunidade, permite aumentar o nível de atração para novos investidores (SILVA, 2001). Temos hoje no Brasil algumas empresas definidas como capital aberto ou sociedade anônima, elas disponibilizam suas ações para comercialização na Bolsa de Valores, e por estarem com o capital aberto, devem seguir algumas regras, entre elas a disponibilização de dados contábeis, financeiros, comerciais, atas de reuniões, etc. Este estudo tem por principal objetivo, analisar as demonstrações contábeis do seguimento de transporte aéreo, presente no site da Bovespa. Este levantamento é de grande importância para lapidar o entendimento sobre índices contábeis, e mediante esse levantamento, poderá ser estendido a outras micro e pequenas empresas que venham a se interessar em analisar sua empresa a partir de um enfoque contábil-financeiro, possibilitando uma possível de mudança da estratégia empresarial. Pretendendo atingir esse objetivo, foi utilizado durante o trabalho, definições de alguns termos contábeis e também a forma de utilização de indicadores financeiros. Índices de liquidez, como liquidez geral, corrente e seca; e a análise da estrutura e endividamento, utilizando a imobilização do patrimônio líquido, participação de capital de terceiros, composição de endividamento; trarão conclusões pertinentes quanto a saúde financeira do segmento estudado. Por se tratar de um estudo em curto prazo, torna-se viável devido 12 a facilidade em levantar os dados pertinentes as empresas estudadas, pois estão disponíveis ao público, e também, através deste, muitos outros estudos utilizando a mesma sistemática poderão ser elaborados. Partindo de uma análise bibliográfica, o presente trabalho também tem um papel didático, uma vez que reúne definições e explicações que podem ser consultadas para outros fins. 13 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Realizar a análise econômico-financeira das empresas Gol e Tam, do segmento de transporte aéreo. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) levantar dados contábeis de acesso público das empresas do seguimento de transporte aéreo; b) calcular os indicadores de liquidez, endividamento, atividades, e de rentabilidade; c) comparar os indicadores obtidos nas empresas para realizar uma avaliação do setor. 14 4 METODOLOGIA 4.1 PERSPECTIVA DE ESTUDO O tema abordado conduziu este trabalho a assumir as características de um estudo de caso, ampliando o conhecimento por meio de uma pesquisa documental indireta. O estudo de caso foi uma alternativa visivelmente escolhida por “Examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto, utilizado através de uma investigação explicativa que busca, esclarecer de alguma forma a ocorrência de um determinado fenômeno” (VERGARA, 2000, p. 58). Já a pesquisa documental indireta, no sentido de ser um levantamento de dados primários contemporâneos, devido o levantamento de documentos públicos e retrospectivos, por eles serem analisar pelo autor. “investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo” Como o trabalho apresentado possui essas características, foi o melhor estilo de estudo dentre os pesquisados para a definição deste, uma vez que busca explicar um fenômeno em determinada instituição (ROESCH, 2005, p.143; LAKATOS E MARCONI, 2003 p. 49). O tratamento dos dados foi conduzido através de uma análise de conteúdo, buscando interpretar os dados levantados através de índices (ROESCH, 2005). 4.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO Este trabalho procurou abordar duas empresas do seguimento de transporte aéreo, que participam como o capital social aberto no Brasil. A empresa Gol Transportes Aéreos SA, está no mercado brasileiro há dez anos, atuando com quase novecentos voos diários para 71 destinos em 13 países, procurando através de tarifas reduzidas conquistar clientes que antes não podiam fazer viagens aéreas (VOEGOL, 2012). A empresa Latam Airles Group, surgiu em 1961 como Taxi Aéreo 15 Marília, procurando oferecer alta tecnologia nos voos, atendendo em média 19,6 milhões de passageiros ao ano (TAM, 2012). O período para a coleta e tratamentos dos dados se estabeleceu entre os meses de março e abril de 2012, podendo este tema ser abordado futuramente por outros pesquisadores e com novos dados, pois dos dados analisados compreendem os anos de 2009, 2010 e 2011. A fonte principal de pesquisa e levantado dos dados para análise, foi o site da BOVESPA – Bolsa de Valores do Estado de São Paulo, que pública em certos períodos de tempo, os documentos financeiros de empresas registradas com capital aberto. 4.3 LIMITAÇÕES DO ESTUDO Os dados analisados, possuíam uma infinidade de variáveis que extrapolavam o objetivo do estudo, por isso, procurou-se restringir aos objetivos específicos, pois o assunto sobre análise de demonstrativos contábeis e financeiras, possui abrangência vasta e complexa. 16 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5.1 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Para Morante (2009, p. XV) “analisar as demonstrações financeiras é uma arte, porque partindo-se de alguns cálculos o analista deve encaminha-se para um diagnóstico que, para vários usuários, pode ter interpretações diferentes.” As demonstrações financeiras proporcionam um planejamento estratégico e operacional dentro da empresa, pois estudam o desempenho econômico-financeiro de períodos passados, objetivando prever tendências futuras. A análise das operações de uma empresa, pode nos revelar gastos excessivos, falta de controle e ou uma má gestão; logo, as demonstrações financeiro/contábeis nos permite efetivar uma tomada de decisões em diversas áreas da empresa. As demonstrações contábeis também são chamadas de relatórios contábeis ou informes contábeis, e de acordo com a Lei das Sociedades por Ações, devem ser publicados ao final de cada período social, compreendido em 12 meses, afim de prestar contas aos acionistas, juntamente com relatórios da administração e notas explicativas, para acompanhamento da situação financeira e econômica da empresa (MARION, 2009). Elas são preparadas de forma a atender as necessidades de diversos usuários como: investidores, empregados, credores por empréstimos, clientes, governo e público em geral. Iudicibus et al. (2010, p. 33) lembra que as demonstrações são utilizadas para tomada de decisões, entre elas como: a) decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações; b) avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas; c) avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios; 17 d) avaliar a segurança quanto a recuperação dos recursos financeiros e,pregados à entidade; e) determinar políticas tributárias; f) determinar a distribuição de lucros e dividendos; g) preparar e usar estatística da renda nacional; ou h) regulamentar as atividades das entidades. Iudicibus et al. (2010, p. 2) ainda lembraque: Não faz parte das demonstrações contábeis propriamente ditas, mas a lei exige a apresentação desse relatório, que deve evidenciar os negócios sociais e principais fatos administrativos ocorridos no exercício, os investimentos em outras empresas, a política de distribuição de dividendos e reinvestimento de lucros, etc. No caso das companhias abertas, a CVM da orientação específica sobre esses e outros tantos tópicos de relevo para terceiros. Morante (2009), alega que, procurando otimizar uma análise, nenhum dado pode ser examinado isoladamente e nem constituir como princípio definitivo para uma conclusão final, por esse motivo devemos entender o que representa cada conta ou grupo de contas dentro de um relatório contábil. De acordo com a lei 6.385/76 a disposição dessas contas, permite que uma análise seja feita com clareza, já a CVM - Comissão de Valores Mobiliários, tem a função de registrar as companhias de capital aberto, organizar o funcionamento da bolsa de valores, entre outras, exige que seja publicado anualmente para acessos de todo o publico, relatórios contábeis que tenham as seguintes demonstrações ou contas contábeis (BRASIL, 1976): a) balanço patrimonial (BP); b) demonstração do resultado do exercício (DRE); c) demonstração do resultado abrangente (DRA); d) demonstração do fluxo de caixa (DFC); e) demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL); f) demonstração do valor adicionado (DVA). Essas demonstrações contábeis são de extrema importância, para um melhor entendimento, serão descritas e explicadas separadamente. 18 5.2 BALANÇO PATRIMONIAL O Balanço Patrimonial é a principal demonstração contábil, tem por finalidade contemplar a posição financeira da empresa em um determinado momento, portando é uma posição estática (IUDICIBUS et al., 2010). Ele é composto por duas colunas, sendo que a coluna do lado esquerdo representa o que a empresa possui, e é de denominada de Ativo; e a do lado direito que discrimina a origem dos recursos, conhecida como Passivo. A diferença entre o Ativo e o Passivo é igual ao Patrimônio Líquido, sendo este os recursos próprios da empresa que pertencem aos seus sócios (MARION, 2009). De acordo com Iudicibus et al. (2010, p. 2), as contas que constituem o Balanço, devem ser classificadas de forma ordenada para permitir um melhor entendimento da situação da empresa, sendo assim: No ativo, são representadas em primeiro lugar as contas mais rapidamente conversíveis em disponibilidades, iniciando com o disponível (caixa e banco), constas a receber, estoques, e assim sucessivamente. No Passivo, classificam-se em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade ocorre antes. Em outras palavras, no Ativo a contas são ordenas em ordem decrescente de liquidez, e o Passivo, em ordem de exigibilidade, ou seja, primeiro as contas de menor prazo de vencimento e depois a maior prazo (MORANTE, 2009). BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: INVESTIMENTO CAPITAL SOCIAL IMOBIIZADO RESERVAS DE CAPITAL INTANGIVEL AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL RESERVAS DE LUCROS AÇÕES EM TESOURARIA PREJUÍZOS ACUMULADOS Tabela 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial Fonte: Iudicibus et al.(2010, p. 3). 19 O estudo do balanço patrimonial evidencia as fontes e investimentos de recursos e onde foram aplicados, analisar um balanço por sua vez, permite avaliar a adequação e possibilidades entre diversas fontes e os investimento efetuados. Portanto, os dados devem ser resumidos de forma clara e adequados, para que todas as pessoas facilmente conhecer a situação patrimonial de uma empresa; pois analisar mais que um período revela a movimentação que se modificou no período (MATARAZZO, 2010). 5.2.1 Ativo O Ativo mostra aonde a empresa aplicou os recursos de que dispõe, ou seja, “todos os bens e direitos de propriedade da empresa, mensuráveis monetariamente, que representam benefícios presentes ou benefícios futuros para a empresa” (MARION, 2009 p. 45). Iudicibus et al.(2010, p. 40) ainda exemplifica que o ativo “é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.” Para exemplo de bens temos máquinas, terrenos, estoques, dinheiro, ferramentas, veículos, instalações etc. Como direitos temos contas a receber, duplicatas e títulos a receber, ações, títulos de crédito, depósito em contas bancárias para saque. A empresa deve destacar no Ativo, tudo o que for de sua propriedade, empregados, por exemplo, não são propriedade da empresa; porém, “[...] os bens decorrentes de operações que transfiram à empresa os benefícios, riscos e controle, independente de ser propriedade, deverão ser contabilizados como Ativo” (MARION, 2009, p. 45). Pode-se exemplificar essa situação, como a contratação de um leasing, que é um financiamento disfarçado de aluguel, assim ele também será um Ativo (MARION, 2009). O principal benefício que o Ativo pode proporcionar, é contribuir para o fluxo de caixa e equivalentes, afim de manter a operacionalidade da empresa, produzindo mercadorias ou serviços, também pode ser trocado por outros ativos, usado para liquidar um passivo ou distribuído aos proprietários da entidade (IUDICIBUS et al., 2010). 20 Alguns ativos nem sempre são físicos, um exemplo são as marcas e patentes, em algumas empresas a marca, embora intangível, é um bem maior do que o próprio produto ofertado, e por oferecer benefícios futuros também é considerada um Ativo. Há várias especificações para o Ativo, sendo ele dividido em Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. 5.2.1.1 Ativo circulante O ativo circulante é como o próprio nome já diz, de fácil circulação, são os valores de maior liquidez. Ele é composto pelas contas disponibilidades, direitos realizáveis a curto prazo e aplicação de recursos em despesas do exercício seguinte (MARION, 2009). Para Silva (2001), as disponibilidades são os recursos financeiros possuídos pela empresa que podem ser utilizados imediatamente, cujo saldo são considerados na data do balanço, entre esses recursos estão: Caixa, Bancos; Aplicações de liquidez imediata Existe também a conta Clientes que pode ser chamada de duplicatas a receber, corresponde as duplicatas emitidas decorrentes de vendas e ainda não recebidas, o valor dela fica em função do volume de vendas a prazo e do prazo concedido aos clientes No Ativo circulante, existe os Estoques, que são todos os produtos e materiais de propriedade da empresa, como produtos acabados, matéria prima, mercadorias para revenda, matérias de escritório, mercadorias em transito, etc (MATARAZZO, 2010). Contamos Também com as Aplicações de liquidez não imediata que “São as aplicações feitas pelas empresas, cujo resgate ocorrerá durante o exercício social subsequente” (SILVA, 2001 p. 6). Um exemplo são os adiantamentos a fornecedores, geralmente por conta de alguma entrega futura; e também as aplicações financeiras, quando os recursos monetários estão em excesso (MARATARAZZO, 2010). Há também a conta Despesas do exercício seguinte são pagamentos antecipados cujos benefícios à empresa ocorrerão em momento 21 posterior, por não serem despesas incorridas, não são consideradas no Ativo Não Circulante. Exemplos dessas despesas pagas antecipadamente são: prêmios de seguros, aluguéis já pagos antecipadamente por utilização de imóveis, entre outros (IUDICIBUS et al., 2010). 5.2.1.2Ativo não circulante O ativo não circulante possui basicamente as mesmas contas que o ativo circulante, o que distingue uma conta da outra é o prazo, cujo “sua realização, certa ou provável, após o término do exercício seguinte, o que normalmente, significa num prazo superior a um ano a partir do próprio Balanço”. (IUDICIBUS et al., 2010 p. 100). Esta conta é composta das subcontas; realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Como cita Matarazzo (2010), uma organização geralmente possui dois tipos de investimentos, consequência de suas operações; um representado pelo imobilizado, sendo este necessário para produção, vendas e administração; e outro para as atividades comerciais, representado pelo ativo circulante. 5.2.1.2.1 Realizável a longo prazo Como afirma Silva (2001), são as contas cuja sua realização se dera após o exercício subseqüente, pode acontecer que o ciclo operacional da empresa seja menor que um ano, porém, alguns itens do estoque, por exemplo, tenham o recebimento após um ano. Os principais componentes do realizável a longo prazo são: a) duplicatas a receber; b) provisão para crédito de liquidação duvidosa; c) estoques; d) aplicações financeiras; e) títulos de dívida pública; f) depósitos compulsórios; g) importação em andamento; h) obras em andamento, etc. 22 Iudicibus et al. (2010), lembra que, são considerados realizáveis a longo prazo, contas correntes ligadas aos acionistas e diretores, bem como créditos concedidos a coligadas ou controladas, desde que não estejam ligados a transações comerciais, mesmo que venham a ser quitadas antecipadamente ao período exigido, nada garante que a empresa credora, despenda de esforços para receber esses valores. 5.2.1.2.2 Investimentos Como descrito no Art. 179 inciso III são classificados investimentos: “as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.” Adicionalmente, Iudicibus et al.(2010, p. 153) ainda descreve que os investimentos, “podem ser constituídos por ativos que não têm ainda uma efetiva utilização na manutenção da atividade da empresa, mas que são mantidos para vir tê-la no futuro.” Neste subgrupo, faz-se necessário classificar dois tipos de ativos: as participações permanentes em outras sociedades e outros investimentos permanentes: a) participações permanentes em outras sociedades: são as participações de capital em outras empresas na forma de ações ou quotas, em sua maioria são investimentos voluntários visando diversificar sua atividade ou produzir sua matéria prima; Acima de 10% de participação (sem deter o controle do capital), a outra empresa já será uma coligada da investidora. Se houver o controle – definido como preponderância nas deliberações sociais e poder de eleger a maioria dos administradores -, a outra empresa será controlada (MATARAZZO, 2012 p. 40). b) outros investimentos permanentes: são os diversos tipos de investimentos desvinculados da atividade da empresa, como obras de arte, bens locados a terceiros, imóveis não destinados ao uso, etc. 23 5.2.1.2.3 Imobilizado Marion (2009), afirma que o Ativo imobilizado é todo Ativo Não Circulante necessário à manutenção das atividades da empresa, são bens tangíveis e abrange as benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. Possui algumas características para ser classificado nessa conta: a) natureza relativamente permanente; b) ser utilizado na operação dos negócios; c) são se destinar à venda. Entre os principais ativos imobilizados temos, imóveis, terrenos, máquinas, equipamentos de informática, veículos, móveis, instalações, etc (SILVA, 2009). 5.2.1.2.4 Intangível O art. 179 da Lei nº 6.404/76, em seu inciso VI, salienta que no intangível são classificados “os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido (BRASIL, 1976). O principal exemplo de intangível são as marcas, patentes, direitos autorais. Porém, uma expressão bastante freqüente nessa conta é o Goodwill, é identificado pela diferença entre o valor contábil e o valor de mercado de uma empresa, uma espécie de ágio, de um valor agregado que tem uma empresa em devido a imagem, reputação, lealdade dos clientes, etc (MARION, 2009). 5.2.2 Passivo Circulante O Passivo circulante está presente em uma conta maior chamada Passivo, que são todas as obrigações da empresa com seus terceiros ou sócios, exemplo, fornecedores, duplicadas a pagar, obrigações fiscais e trabalhistas, etc (UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA, 2012). Essa conta está presente no lado esquerdo do balanço patrimonial, e evidencia a fonte de recursos da instituição, ela é subdividida em 24 Passivo Circulante e Passivo Não Circulante, o art. 180 da Lei nº 6.404/76, alterado pela Lei nº 11.941/09, descreve: As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei (BRASIL, 1976). No dizer de Marion (2009), o Passivo Circulante são todas as obrigações a curto prazo, vencíveis dentro do prazo do exercício social, ou de acordo com o ciclo operacional da empresa, se este for superior a um ano. Silva (2001), descreve as contas que compõe o Passivo Circulante, geralmente estão associadas ao processo produtivo: a) fornecedores; b) salários e encargos sociais; c) impostos e taxas; d) instituições financeiras – empréstimos e financiamentos; e) debêntures a curto prazo; 5.2.3 Passivo Não Circulante Iudicibus et al. (2010, p. 279) conceitua que no Passivo não circulante “são registradas as obrigações da companhia cuja liquidação deverá ocorrer em prazo superior a seu ciclo operacional, ou após o exercício social seguinte, e que não se enquadrem nas definições de passivo não circulante.” Fazem parte do passivo circulante as seguintes contas: a) empréstimos e financiamento; b) debêntures e outros títulos de divida; c) retenções contratuais; d) imposto de renda diferido para exercícios futuros; e) provisão para riscos fiscais e outros passivos contingentes e; f) provisão para previdência complementar e outras obrigações a longo prazo. 25 5.2.4 Patrimônio Líquido O Patrimônio líquido pode ser visto como uma obrigação da empresa para com seus proprietários, pois representa os recursos que os acionistas entregaram a empresa ou por lucros gerados pela empresa e retidos em contas de reserva (MARION, 2009; MATARAZZO, 2010). A Universidade Católica de Brasília (2012) caracteriza que o patrimônio líquido é a diferença em ter os valores do ativo e do passivo, cuja as principais fontes são os investimentos e lucros. Em Iudicibus et al. (2010 p. 344), vamos encontrar que o patrimônio líquido é dividido em: a) capital social: recursos iniciais disponibilizados pelos acionistas; b) reservas de capital: acréscimos patrimoniais que não transitam pela demonstração de resultado de exercício, exemplo, ágio na emissão de ações; c) ajustes de avaliação patrimonial: representam as variações de preço de mercado dos instrumentos financeiros; d) reservas de lucros: lucros obtidos pela empresa para uma finalidade específica (mínimo de 5% do lucro líquido); e) ações em tesouraria: representam as açõesda empresa que são adquiridas pela própria companhia; f) prejuízos acumulados: resultado negativo gerado pela companhia. 5.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO O principal objetivo da demonstração do resultado do exercício, é justamente como o nome sugere, demonstrar o resultado obtido pela empresa em um determinado período em que observamos o indicador de eficiência, ou seja, o lucro ou prejuízo (SILVA, 2001). Ainda de acordo com Silva (2001, p. 80) “a demonstração do resultado acumula as receitas, os custos e as despesas relativas a um período de tempo, mostrando o resultado e possibilitando conhecermos seus componentes principais.” A DRE, sigla utilizar para simplificar a demonstração do resultado do exercício, é apresentada de forma dedutiva, isto é, certas entradas e saídas de, entre duas datas, e é apresentada na vertical, de maneira a melhorar o entendimento (MARION, 2009). 26 Segundo Matarazzo (2010), o lucro ou prejuízo é apurado por meio das receitas, custo e despesas da empresa, e são apropriadas conforme o regime de competência, ou seja, independente de que esses valores tenham sido pagos ou recebidos, sendo assim, a DRE retrata apenas o fluxo econômico e não monetário - fluxo de dinheiro. Sinteticamente, a demonstração do resultado do exercício, apresenta os resultados operacionais e não operacionais da empresa, e de acordo com a Lei nº 6.404/76 Art. 187, a DRE deve-ser apresentar da seguinte maneira: RECEITA BRUTA DAS VENDAS E SERVIÇOS - Devoluções - Abatimento - Impostos = Receita Líquida das Vendas e Serviços - Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos = Lucro Bruto - Despesas com Vendas - Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras) - Despesas Gerais e Administrativas - Outras Despesas Operacionais + Outras Despesas Operacionais = Lucro ou Prejuízo Operacional + Receitas Não Operacionais - Despesas não Operacionais + saldo da Correção Monetária = Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda - Imposto de Renda e Contribuição Social - Participações de Debêntures - Participação dos Empregados - Participação de Administradores e Partes Beneficiárias - Contribuições para instituições ou Fundo de Assistência ou Previdência de Empregados = Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício = Lucro ou Prejuízo por Ação Quadro 1 – Demonstração do Resultado do Exercício Fonte: Matarazzo (2010, p. 31). Morante (2009) complementa que, a DRE é básica para a análise da rentabilidade de uma empresa, e para a análise das demonstrações financeiras oferece informações de tendências, dispêndio de custos e despesas, e obtenção de recursos pela atividade dos negócios. 27 5.4 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE Lunelli (2012) explica que a demonstração de resultados abrangentes é uma ferramenta de análise gerencial, pois, atualiza o capital próprio dos sócios, através do registro no patrimônio líquido - e não no resultado - das receitas e despesas incorridas, porém de realização financeira incerta, uma vez que decorrem de investimentos de longo prazo, sem data prevista de resgate ou outra forma de alienação. Ainda comenta que: Na prática o resultado abrangente visa apresentar os ajustes efetuados no Patrimônio Líquido como se fosse um lucro da empresa, por exemplo, a conta ajuste da avaliação patrimonial, registra as modificações de ativos e passivos a valor justo, que pelo princípio da competência não entram na DRE, no entanto, no lucro abrangente estas variações serão computadas, a fim de apresentar o lucro o mais próximo da realidade econômica da empresa (LUNELLI, 2012, p. 11). 5.5 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO Iudicibus et al. (2010) afirma que a DVA tem por objetivo principal informar o valor da riqueza econômica gerada pelas atividades da empresa. Essa riqueza gerada é mostrada através da distribuição do capital (juros a financiamentos externos e lucro dos sócios), o trabalho (mão de obra) e o governo (tributos). A Demonstração do valor adicionado permite analisar a capacidade de geração de valor e distribuição da riqueza, o desempenho econômico, auxilia no cálculo do PIB e fornece informações sobre benefícios obtidos por cada um dos fatores de produção já citados. 5.6 PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Silva (2001) lembra que, existem alguns órgãos responsáveis pela padronização de normas contábeis, entre eles estão a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Conselho Federal de Contabilidade, o Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon) entre outros internacionais. Essa padronização tem por objetivo ordenar a distribuição das contas contábeis de formar a simplificar sua 28 visualização, facilitando o entendimento através da correlação entre elas. A padronização facilita a comparação com outros demonstrativos anteriores ou de outras empresas, revisar a classificação das contas e identificar se não existe nenhuma falha (MATARAZZO, 2010). 5.7 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO EMPRESARIAL ATRAVÉS DE ÍNDICES As empresas, além de conhecerem sobre o mercado, seus concorrentes, seus consumidores e seu público interno, devem estar cientes sobre a sua capacidade de produzir e analisar os indicadores financeiros da empresa, pois são essas análises que poderão encontrar respostas para diversos questionamentos (MATARAZZO, 2010). As análises através de índices irão propiciar condições de identificar a necessidade para pedir um empréstimo, se a empresa tem condições de pagar suas dívidas ou se a empresa é lucrativa ou não. Gitman (2001) afirma que todos esses aspectos podem influenciar na sobrevivência do negócio, fazer com que se consiga atingir os objetivos propostos num curto prazo bem como apontar os pontos fortes e fracos e então elaborar novas estratégias. Existem alguns tipos de análises mais utilizados pelas empresas que Gitman (2001, p. 129) descreve: a) análise comparativa setorial: comparação de índices financeiros de empresas diferentes no mesmo ponto no tempo; envolve a comparação dos índices das empresas com aquelas de outras empresas no seu setor, ou com as médias setoriais; b) análise setorial temporal: avalia o desempenho da empresa ao longo do tempo; c) análise combinada: combina as análises acima permitindo identificar as tendências do comportamento do índice em relação ao segmento da empresa. Matarazzo (2010), descreve que o índice é a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras, eles evidenciam a situação financeira e econômica da empresa, por isso sua estrutura segue o seguinte 29 esquema: Quadro 2 – Aspectos Financeiros e Econômicos dos Índices Financeiros Fonte: Matarazzo (2010, p. 84) 5.7.1 Estrutura de Capitais Demonstram as grandes decisões financeiras em relação a obtenção e aplicação de recursos. 5.7.1.1 Participação de capitais de terceiros (PCT) De acordo com Matarazzo (2010), a fórmula para cálculo do índice de capital de terceiros é: Capital de Terceiros X 100 Patrimônio Líquido O capital de terceiros é composto por passivo circulante mais Passivo Não circulante, é um índice que relaciona as duas maiores fontes de recursos da empresa; capital próprio e capital de terceiros, sendo assim, quanto menor o resultado desse índice, menor a dependência da empresa em relação a terceiros. Porém, do ponto de vista da obtenção de lucro, trabalhar com capital de terceiros “pode ser vantajoso, se a remuneração paga ao terceiro, for menor que o lucro conseguido com a aplicação do negócio” (MATARAZZO, 2010). Sempre que se aborda o PCT, é feita uma análise somente do ponto de vistafinanceiro, ou seja, do risco de insolvência e não em relação ao lucro ou prejuízo (SILVA, 2001). 30 5.7.1.2 Composição do endividamento (CE) Silva (2001) descreve que o índice de composição do endividamento, indica quando da dívida total da empresa deverá ser paga a curto prazo comparadas com as obrigações totais. A fórmula para cálculo é: Passivo Circulante X 100 Capital de Terceiros Admite-se que quanto mais curto o vencimento das parcelas, maior será o risco oferecido pela empresa. De outra forma, empresas com endividamento concentrado no longo prazo, principalmente decorrente de investimentos efetuados, oferecem uma situação mais tranqüila no curto prazo. Porém, é preciso conhecer a estrutura geral da empresa para julgar este índice, pois nem sempre o fato dos recursos estarem concentrados num curto prazo dignifica um fator negativo, irá depender da sua capacidade de geração de recursos e sua condição de renovar a dívida de curto prazo junto aos credores (SILVA, 2001). 5.7.1.3 Imobilização do patrimônio líquido (IPL) Mostra quanto do patrimônio líquido da empresa está aplicado no Ativo Não Circulante, quando menor ele for, melhor; sua fórmula é: Ativo Não Circulante X 100 Patrimônio Líquido A principal análise que esse índice traz é que quanto mais a empresa investir no Ativo Não Circulante, menos recursos próprios sobrarão para o ativo circulante, e maior será a dependência de capital de terceiros para o financiamento do ativo circulante (SILVA, 2001). Matarazzo (2010, p. 93), diz que: O ideal em termos financeiros é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Não Circulante e ainda sobrar uma parcela – Capital Circulante Próprio – suficiente para financiar o Ativo Circulante. (Por suficiente entende-se que a empresa deve dispor da necessária liberdade de comprar e vender sem precisar sair o tempo todo correndo atrás de bancos.). 31 Silva (2001) lembra que este índice é importante para decisões estratégicas da empresa, quando á expansão, compra, aluguel ou leasing e equipamento. 5.7.1.4 Imobilização dos recursos não correntes A Imobilização de Recursos não Correntes, especificamente, mostra qual o percentual de recursos não correntes (Patrimônio Líquido e Passivo Não circulante) foi aplicado no Ativo Não Circulante (MATARZZO, 2010). Fórmula: Ativo Não Circulante X 100 Patrimônio Líquido + Passivo Não circulante Matarazzo (2010), ainda lembra que este índice, em regra, não deve ser superior a 100%, já que sempre irá existir uma parte dos recursos não correntes destinados ao ativo circulante. 5.7.2 Analisando a Liquidez Matarazzo (2010) lembra que os índices de liquidez ajudam a medir a solidez de uma empresa, mostra as condições que ela tem para pagamento de suas obrigações, mas isso não significa necessariamente que esteja honrado com sua dívidas, uma vez que os dados são extraídos do balanço patrimonial e não do fluxo de caixa. Gitman (2001, p. 133) explica que: A liquidez de uma empresa de negócios é mensurada por sua capacidade de atender a suas obrigações a curto prazo, antes de seu vencimento. A liquidez diz respeito à solvência da situação financeira global da empresa – a facilidade com que ela pode pagar suas contas. 5.7.2.1 Liquidez geral Silva (2001) apresenta a fórmula para cálculo da liquidez geral: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo x 0 Passivo Circulante + Passivo Não circulante 32 A principal interpretação para esse índice é quanto maior, melhor; ela é o posto da imobilização do patrimônio líquido, quando um deles cresce o outro decresce. Ele ainda evidencia se a empresa parasse suas atividades em dado momento, deveria pagar suas dívidas com seu dinheiro (disponibilidades) mais seus realizáveis, sem precisar desembolsar o Ativo Não Circulante (SILVA, 2001). 5.7.2.2 Liquidez corrente Gitman (2001), aponta que a liquidez corrente, mensura a capacidade de pagamento da empresa em um curto prazo, indicando quanto a ela possui de dinheiro mais bens e direitos neste curto prazo, comparado com suas dívidas a serem pagas no mesmo período. É calculada de acordo com o modelo a seguir: Ativo Circulante 0 Passivo Circulante É um dos índices mais famosos e mais usados para medir a saúde financeira das empresas, ele tem uma grande aplicabilidade em comparativos entre empresas do mesmo porte, mesma atividade, etc; porém, alguns autores consideram que este índice deve ser maior que 1, outros que deve ser maior que 1,5; porém isso irá depender do segmento da empresa e seu ciclo financeiro (SILVA, 2001). 5.7.2.3 Liquidez seca Matarazzo (2010) explica que o índice de liquidez seca é parecido com o índice de liquidez corrente, a diferença, é que não é considerar o estoque para o calculo, e seu resultado indica quanto a empresa possui de ativo líquido para cada $1,00 de passivo circulante, sendo assim, quando maior, melhor. Sua fórmula é: Disponível + Aplic. Finan. + Clientes (líquidos de devedores duvidosos) 5 Passivo Circulante 33 Silva (2001, p. 274) enfatiza algumas considerações sobre o índice de liquidez seca: O índice de liquidez seca busca certo aprimoramento em relação ao índice de liquidez corrente, supondo, de certa forma, que os estoques são necessários à própria atividade da empresa, constituindo-se numa espécie de investimento permanente no ativo circulante. Ao mesmo tempo, exclui os valores considerados mais difíceis de serem realizados 5.7.3 Análise de Rentabilidade Existem várias maneiras de medir a rentabilidade, que relacionam o retorno da empresa com suas vendas, ativos, ou patrimônio líquido, num todo, avaliam o lucro da empresa com relação ao nível de vendas, aos ativos e aos investimentos dos proprietários. O volume de atividade da empresa e seu resultado, irão interferir em outros indicadores (MARATAZZO, 2010; SILVA, 2001). Os índices de rentabilidade, também chamados e índices de retorno ou de lucratividade, permitir analisar os lucros da empresa, preocupação dos proprietários e credores para o futuro da empresa (MORANTE, 2009). As principais análises giram em torno da margem de lucro, giro do ativo, rentabilidade do ativo e rentabilidade do patrimônio líquido (MATARAZZO, 2010). 5.7.3.1 Giro do ativo Morante (2009) caracteriza o giro do ativo como indicador do potencial de venda em relação aos investimentos que foram destinados ao ativo total, indica quanto a empresa vende para cada $ 1,00 de investimento total, sendo assim, quando maior melhor, sua fórmula é: GO: Vendas Líquidas 0 Ativo “O volume de vendas tem relação direta com o montante de investimento. Não se pode dizer se uma empresa está vendendo pouco ou muito olhando-se apenas o valor absoluto de suas vendas” (MATARAZZO, 2010, p. 34 111). Matarazzo (2010) ainda exemplifica outras conclusões que obtém- se através desse índice: avaliar a retração do mercado como um todo, observar a perda da participação de mercado e propor melhorias na estratégia de vendas a empresa. 5.7.3.2 Margem líquida Gitman (2001) explica que a margem líquida mensura o percentual de cada unidade monetária, proveniente das vendas restante após dedução de juros, despesas, custos e imposto de renda, ou seja, o lucro líquido em relação a venda líquida de certo período. É expressa na fórmula: ML: Lucro Líquido x 1000 Vendas Líquidas A margemlíquida ideal é variável de acordo o setor, porém, sua interpretação sempre será no sentido de quanto maio, melhor; porém, é importante observar alguns pontos em relação ao lucro líquido como, levantar a atualização monetária dos valores, devido a inflação; observar se há valores relativos a receitas ou despesas não operacionais; entre outros (SILVA, 2001). 5.7.3.3 Rentabilidade do ativo Matarazzo (2010) e Silva (2001) explicam que a rentabilidade sobre o ativo indica quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo total, também é chamado de retorno sobre o ativo total (ROA) ou retorno sobre o investimento (ROI), medindo a capacidade da empresa em capitaliza-se apenas com seu lucro, sua fórmula é: RA: Lucro Líquido x 1000 Ativo 35 5.7.3.4 Rentabilidade do patrimônio líquido Gitman (2001, p. 143) explica que a rentabilidade do patrimônio líquido, pode ser chamada também de taxa de retorno sobre o patrimônio líquido, mais conhecido como ROE, “ela mensura o retorno sobre o investimento do proprietário na empresa da empresa. Geralmente quando maior for esse retorno, melhor para os proprietários”. O ROE é calculado como a seguir: ROE: Lucro Líquido x 1000 Patrimônio Líquido A principal característica deste índice é mostrar a taxa de rendimento do Capital Próprio, que poder comparada com outros rendimentos alternativos no mercado, como caderneta de poupança, CDBs, ações, letras de câmbio, fundos de investimento, etc; podendo avaliar se a empresa rentabilidade a essas opções (MATARAZZO, 2010). 5.8 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL Existem vários tipos de avaliações de índices resultantes das demonstrações contábeis, alguns possuem significado intrínseco, outros propõem a comparação dos dados ao longo de vários exercícios e ainda confrontar dados de outras empresas. Uma vez calculados os índices e comparados, pode-se fazer primeiro uma avaliação individual de cada índice, depois uma avaliação conjunta, e assim, avaliar a empresa e sua administração. Do ponto de vista de Matarazzo (2010, p. 170), “Os índices podem informar, por exemplo, que uma empresa seta com alto endividamento. A Análise Vertical Horizontal aponta qual o principal credor e como se alterou a participação de cada credor nos últimos exercícios.” A Análise vertical, também chamada de análise de estrutura, medi o percentual de cada componente em relação ao todo do qual faz parte, e fazer as comparações caso existam dois ou mais períodos (NEVES; VICECONTI, 2002). 36 A Universidade Católica de Brasília (2012) descreve que a Análise Horizontal tem por finalidade evidenciar a evolução dos itens das demonstrações financeiras ao longo dos anos, permitindo acompanhar o desempenho de todas as contas de compõem a demonstração analisada. Porém, apesar de oferecer dados para análise financeira de uma empresa, Silva (2001, p. 203) lembra que: É fundamental nesta faze de início do estudo da análise das demonstrações financeiras, que o analista esteja consciente de que um de seus principais objetivos será a análise e o dimensionamento do risco da empresa e, para isso, será necessário conjugar o uso dos vários ferramentais disponíveis. Baseado no levantamento teórico, será exposto a partir de agora os dados e que serão utilizados para o estudo proposto bem como sua análise, resultados e conclusões. 37 6 ANÁLISE DOS DADOS Foram levantados os dados das empresas Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA e da empresa Latam Airlines Group SA no período de 2009 e 2011, as informações extraídas foram analisar através do embasamento teórico do autor Matarazzo. 6.1 APLICAÇÃO DE RECURSOS E ANÁLISE HORIZONTAL Os dados utilizados para essa análise, são provenientes do balanço patrimonial e demonstração de resultado de exercício. O aumento do patrimônio da empresa Gol, foi de 12,23% em 2010 em relação ao ano de 2009, já no ano de 2011, houve uma diminuição de 24,69% em relação ao ano de 2010; diferentemente da empresa Tam que demonstrou um aumento de 103,04% no seu patrimônio no ano de 2010 em relação ao ano de 2009 e também diminui 19,15% no ano de 2011, esse aumento se caracterizou principalmente pelo aumento de participação de acionistas não controladores e também capital integralizado. 6.2 LIQUIDEZ Segundo Matarazzo (2010, p. 99), “são índices que procuração medir quão sólida é a base financeira da empresa. Uma empresa com bons índices de liquidez, tem condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas”. 6.2.1 Liquidez Geral Sobre a liquidez geral, a empresa Tam, apresenta uma estrutura consideravelmente sólida nos últimos três anos, porém a Gol, teve um declive no ano de 2011, a razão desse baixo índice está associado ao empréstimo de curto prazo efetuado neste ano, bem como sua aplicação em imobilizado, intangível além do aumento de tributos, desta forma o ativo circulante tende a ficar menor. Já a Tam também teve uma diminuição deste índice em 2010, adquiriu empréstimos, porém, um pouco menos expressivo. Segue os dados referentes a liquidez geral, que ajudam a entender este panorama: 38 Gráfico 1 – Liquidez Geral Fonte: Dados de pesquisa Nos últimos três anos a TAM, conseguiria pagar suas dívidas totais com os recursos que possui hoje no Ativo Circulante, e ainda contaria com uma sobra de 15% em 2011, 22% em 2010 e 11% em 2009; isso significa que ela além de ter esses recursos suficientes, possui uma margem de segurança. Já a Gol deverá gerar recursos para pagar as suas dívidas, pois os atuais recursos circulantes são insuficientes, lembrando que dívidas de longo prazo não precisam ser pagas no presente, e que até o seu pagamento, a empresa pode estar mudando de cenário. 39 6.2.2 Liquidez Corrente De acordo com o gráfico 2, pode-se analisar os índices de liquidez das empresas analisadas. Gráfico 2 – Liquidez Corrente Fonte: Dados de pesquisa No ano de 2010 a empresa Gol, teve o melhor desempenho nesse índice em comparação com os outros anos e com a TAM, demonstrando que os investimento no ativo circulante foram suficientes para cobrir as dividas de curto prado e ainda permitir uma folga de 60%. Já em 2011, esse índice veio a cair quase pela metade, devido ao empréstimo de curto prazo adquirido neste ano. A Tam já conseguiu melhorar este índice nos últimos anos, pois deixou de adquirir empréstimos de curto prazo e aumento em valores os empréstimos de longo prazo, conseguindo assim administrar melhor seu ativo circulante e equilibrar as entradas e saídas do caixa. 6.2.3 Liquidez Seca Desconsiderando os estoques temos a liquidez seca que vem complementar o índice de liquidez corrente, graficamente, esses dois índices estão parecidos, o motivo principal é que as empresas de transporte aéreo não são comerciantes de mercadorias e sim prestadoras de serviços, o estoque não é 40 a principal conta presente no ativo circulante. O gráfico 3 demonstra os índices de liquidez seca, comparando com o gráfico 2 pode-se observar grande semelhanças: Gráfico 3 – Liquidez Seca Fonte: Dados de pesquisa Analisando a evolução dos estoques dos três anos, observa-se poucas mudanças de um ano para o outro: Estoques 2011 2010 2009 Análise Horizontal 11X10 Análise Horizontal 10X09 TAM 212.609,00 198.760,00 195.092,00 6,97 1,88 Gol 151.023,00 170.990,00 137.959,00 -11,68 23,94 Quadro 3 – Análise Horizontal dos Estoques Fonte: Dados de pesquisa 6.3 ESTRUTURA DE CAPITAIS E ENDIVIDAMENTOSilva (2001) argumenta que analisar a estrutura e o endividamento das empresas, permitem visualizar as decisões estratégicas, financeiras de investimento e distribuição de dividendos, juntamente com as políticas operacionais e de capacidade e geração de lucro, permitindo mensurar os níveis de imobilização de recursos próprios e composição de capitais. 41 6.3.1 Participação de Capital de Terceiros Verifica-se nos resultados do índice de participação de capital de terceiros, que a empresa Tam, possuía um resultado com uma grande disparidade em relação a empresa Gol. No ano de 2009 a Tam teve o maior índice, porém, em 2010 teve uma queda devido ao aumento de quase todas as contas no patrimônio líquido, entre elas um aumento de quase 60 vezes a participação dos acionistas não controladores entre 2009 e 2010. Já a Gol, teve uma evolução no índice de participação de capital de terceiros, entre os anos de 2010 e 2011, como descrito no gráfico 3, em consequência do aumento de empréstimos e financiamentos e uma diminuição de capital social. Gráfico 4 – Participação de Capital de Terceiros Fonte: Dados de pesquisa Nota-se que quando o patrimônio líquido da Gol cresce o da Tam também cresce e vise e versa, porém a Tam teve um aumento no ano de 2010, quase equiparando em valores com a Gol, porém, sua proporção em relação ao passivo total sempre foi baixa em comparação a Gol, como demonstrado no quadro 4: 42 Patrimônio Líquido 2011 2010 2009 Análise Horizontal 11X10 Análise Horizontal 10X09 Vertical 2011 Vertical 2010 Vertical 2009 Gol 2.205.911,00 2.929.169,00 2.609.986,00 - 24,69 12,23 20,70% 32,32% 29,93% TAM 2.124.120,00 2.627.391,00 1.294.036,00 - 19,15 103,04 13,29% 18,17% 10,00% Quadro 4 – Análise Horizontal e Vertical do Patrimônio Líquido Fonte: Dados de pesquisa 6.3.2 Composição do Endividamento Apesar da empresa Gol possuir uma participação de capital de terceiros menor que a empresa TAM, percebe-se que o nível de obrigações a curto prazo é maior. No ano de 2010 a Tam teve um pequeno aumento em relação ao ano de 2009, tendo 42,20% de dívidas a curto prazo comparadas as obrigações totais; já a Gol, neste ano, teve o menor índice, trabalhando com 27,53% de obrigações de curto prazo, como pode ser observado no gráfico 4. Gráfico 5 – Composição do Endividamento Fonte: Dados de pesquisa O fato da empresa Gol ter os menores índices, estão ligados a diminuição dos empréstimos e financiamentos principalmente em 2010, mas também ao aumento de participação dos fornecedores como financiadores de sua atividade. 43 6.3.3 Imobilização do Patrimônio Líquido O ramo de empresas estudado, demanda alto investimento para manter o giro do seu negócio, por esse motivo, percebe-se uma evidente participação na conta de imobilizado. A empresa Gol, vem mantendo o índice estável, no ano de 2010 o seu patrimônio líquido estava maior que o ano de 2009, onde teve um aumento de 12,23% e o seu Ativo Não Circulante um aumento de somente 0,67% como pode ser visto no Quadro 4; já no ano de 2011, o patrimônio líquido teve uma diminuição de 24,69% e o Ativo Não Circulante um aumento de 18,21%, por esse motivo houve uma queda no índice em 2010 e um aumento em 2011 de acordo com o gráfico 5. Gráfico 6 – Imobilização do Patrimônio Líquido Fonte: Dados de pesquisa Já a empresa Tam, conseguiu no ano de 2010 uma diminuição de aproximadamente 53%, isso devido ao aumento do seu patrimônio líquido, teve um aumento de 103,04% do ano de 2009 para o ano de 2010. 44 6.3.4 Imobilização de Recursos Não Correntes Este índice mostra que, em quase todos os períodos das duas empresas estudas, foi aplicado no Ativo Não Circulante todos os recursos não correntes, ou seja, quando maior este índice maior a dependência de recursos de terceiros para financiar o capital circulante líquido. No gráfico 6, observa-se que a empresa Gol, teve o menor índice em 2010 de 86,23%; ou seja, 13,77% foram destinados ao ativo circulante. Gráfico 7 – Imobilização de Recursos Não Correntes Fonte: Dados de pesquisa 6.4 RENTABILIDADE Matarazzo (2010, p. 110) afirma que “Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quando renderam os investimentos e, portanto o grau de êxito econômico da empresa”. 6.4.1 Giro do Ativo A empresa Gol teve um aumento neste índice entre os anos de 2009 e 2010, mostrando que para cada $ 1,00 de investimento total ela vendeu em 2009 $0,75 e em 2010 $0,79; porém em 2010, este índice veio a declinar, provavelmente, pela estratégia de vendas da Tam em se assimilar a Gol. 45 Já a Tam, teve nos últimos três anos, um aumento constante nesse índice, evidenciando que está se posicionando perante o mercado. No ano de 2010, segundo os relatórios gerenciais da Bovespa, começou a associação com a Lan Airlines AS (BOVESPA, 2012). Gráfico 8 – Giro do Ativo Fonte: Dados de pesquisa 6.4.2 Margem Líquida Este índice vai mostrar quanto a empresa teve de lucro para cada $ 100 vendidos, porém, é importante avaliar o lucro líquido isoladamente, que irá mostrar se houve aumento ou diminuição de vendas em relação a margem de lucro ou queda do volume de vendas, o quadro 5 vai mostrar que houve queda no lucro líquido, sendo assim, fica descartada a hipótese de diminuição das vendas em função do aumento da margem de lucro: Quadro 5 – Análise Horizontal do Lucro Líquido Lucro Líquido 2011 2010 2009 Análise Horizontal 11X10 Análise Horizontal 10X09 Gol -751.538,00 214.197,00 890.832,00 - 450,86 - 75,96 TAM -261.513,00 668.930,00 1.248.459,00 - 139,09 - 46,42 Quadro 5 – Análise Horizontal do Lucro Líquido Fonte: Dados de Pesquisa 46 No item anterior, vimos que o giro do ativo da empresa Tam no ano de 2009, foi maior que a empresa Gol, porém, percebe-se de acordo com o gráfico 8 que a margem líquida da Gol, esteve maior neste ano do que a empresa Tam, porém, nos próximos aos a situação se inverte, isso significa que as vendas líquidas da empresa Gol tiveram queda, evidenciando mais uma vez o posicionamento da Tam no mercado. Gráfico 9 – Margem Líquida Fonte: Dados de pesquisa 6.4.3 Rentabilidade do Ativo Este índice também que relaciona lucro líquido e ativo, vem mostrar que as duas empresas, estão diminuindo a capacidade de gerar lucro e assim capitaliza-se. A empresa Gol que possuía um bom índice no ano de 2009 conforme descrito no gráfico 9, de $10,22; ou seja, a cada $100,00 de investimento total, teve $10,22 de lucro, teve uma diminuição expressiva nos últimos 2 anos. Já a Tam, está no mesmo patamar de diminuição de rentabilidade do ativo, isto se deve principalmente a queda da margem líquida 47 Gráfico 10 – Rentabilidade do Ativo Fonte: Dados de pesquisa 6.4.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido Observando o volume de lucro para cada $100 de capital investido, verifica-se que as duas empresas tiveram uma queda acentuada no retorno sobre o patrimônio líquido de acordo com gráfico 10. É importante lembrar que os índices de inflação estão diretamente ligados ao volume de vendas e consequentemente do seu lucro, assim, temos o índice de inflação mais alto em 2011, chegando a 6,5%; em 2010 de 5,91% e em 2009 de 4,31% (DANTAS, 2010; KUNTS, 2011; HERÉDIA, 2012). 48 Gráfico 11– Rentabilidade do Patrimônio Líquido Fonte: Dados de pesquisa Quando se compara os anos e as empresas, é o índice da rentabilidade do patrimônio líquido da empresa Tam em 2009, que teve um excedente de $92, ou seja, além de ter todo o valor investido como retorno neste ano, ainda teve um ganho de $92. 6.5 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL GOL A empresa Gol teve um aumento do patrimônio de 12,23% em 2010 em relação ao ano de 2009, porém, o índice de inflação neste foi de 5,91%, tendo um crescimento líquido de 6,32%. Porém, no ano de 2011, a empresa teve um déficit no patrimônio líquido de 24,69% em relação ao ano de 2010, devido principalmente as contas reserva de lucros, reserva legal e ajustes de avaliação patrimonial. O ativo circulante teve um crescimento de 16,02% em 2011, já o ativo não circulante teve um crescimento de 18,21%; não havendo tanto disparidade entre essas duas contas, a conclusão é que o montante destinado a imobilização foi semelhante aos destinados ao ciclo do negócio. As aplicações financeiras em relação ao ativo total, teve um aumento considerável entre os anos de 2010 e 2011; em 2010; 0,25% do ativo total estava presente nas aplicações financeiras, e em 2011; 9,47% eram aplicações financeiras, importante observar, que esta conta teve uma diminuição 49 no ano de 2010 em relação ao ano de 2009 em -44,11% e um aumento em 2011 em relação a 2010 de 4.363,72%. Mesmo havendo um crescimento do ativo circulante em 2011 de 16,02%; o vamos em caixa teve uma diminuição de -37,10%, isto devido ao aumento das aplicações financeiras. O ativo não circulante que corresponde a 70,55% em 2011, é composto predominante pelo imobilizado, sendo a conta de maior influência, seguidas de ativo realizável a longo prazo e intangível. Já no passivo circulante, a conta de maior participação foi empréstimos e financiamentos, tendo um aumento de 348,67% em 2011 comparado ao ano de 2010, e atuando com 14,57% em relação ao passivo total. Números diferentes aos anos anteriores, em 2010 houve uma diminuição dos empréstimos a curto prazo de 41,52% em relação a 2009, participando em 3,82% com relação ao ativo total. No passivo não circulante a conta de maior contribuição também foi empréstimos e financiamentos, que teve um aumento de 33,55% em relação ao ano de 2010 porém se manteve quase constante em 2011 com um aumento de 1,29%. Em 2011 o patrimônio líquido diminuiu em 24,69%, devido a não participação da conta reserva de lucros e a diminuição de reserva de capital em 182,40%. Já o capital social, teve um aumento de 5,51% em 2010 e 0,04$ em 2011. Visualizando a receita de vendas, houve aumento em 2010 de 15,73% e em 2011 de 8,02% devido principalmente ao aumento de transporte de passageiros, mesmo assim, o transporte de cargas teve aumento de participação em 2011 de 17,74%. As despesas operacionais também aumentaram em 2011 com um percentual de 30,61% em relação a 2010, neste ano teve uma queda de 4,74% em relação a 2009. Houve um aumento das despesas financeiras de 127,67% em 2011; fechando o ano de 2010 com um lucro de 214.197,00 milhões e o ano de 2011 com prejuízo de 751.538,00 milhões. Analisando o lucro/prejuízo através da demonstração do resultado abrangente, não existe a participação de sócios não controladores, ou seja, lucros 50 e prejuízos estão sob responsabilidade da empresa controlada, como descrito na tabela 2: Conta Descrição 01/01/2011 a 31/12/2011 01/01/2010 a 31/12/2010 01/01/2009 a 31/12/2009 4.01 Lucro Líquido Consolidado do Período - 751.538,00 214.197,00 890.832,00 4.02 Outros Resultados Abrangentes - 90.341,00 10.255,00 17.191,00 4.02.01 Ativos Financeiros Disponíveis para Venda 362,00 - 2.497,00 4.137,00 4.02.02 Hedges de Fluxo de Caixa - 136.992,00 18.035,00 19.779,00 4.02.03 Efeito Fiscal 46.289,00 - 5.283,00 - 6.725,00 4.03 Resultado Abrangente Consolidado do Período - 841.879,00 224.452,00 908.023,00 4.03.01 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora - 841.879,00 224.452,00 908.023,00 4.03.02 Atribuído a Sócios Não Controladores Tabela 2 – Demonstração do Resultado Abrangente Gol Fonte: Bovespa (2012). 51 6.5.1 Avaliação do Fluxo de Caixa A empresa Gol, teve um aumento do seu caixa líquido em 2010 em relação ao ano de 2009 de 58,31% e uma queda em 2011 de 183,23%; devido principalmente ao aumento das variações cambiais e monetárias e também aos juros sobre empréstimos. Porém, fechou o período contábil com saldo de caixa positivo nos 3 anos, tendo um aumento em 2010 de 41,48% e uma diminuição de 37,10% em 2011. Conta Descrição 01/01/2011 a 31/12/2011 01/01/2010 a 31/12/2010 01/01/2009 a 31/12/2009 Análise Horizontal 2011 Análise Horizontal 2010 6.01 Caixa Líquido Atividades Operacionais - 602.520,00 723.897,00 457.259,00 - 183,23 58,31 6.01.01 Caixa Gerado nas Operações 1.136.126,00 831.891,00 - 347.679,00 36,57 - 339,27 6.01.01.01 Depreciações e Amortizações 395.807,00 281.604,00 142.853,00 40,55 97,13 6.01.01.02 Provisão para Devedores Duvidosos 23.483,00 7.728,00 7.701,00 203,87 0,35 6.01.01.03 Provisão para Processos Judiciais 6.218,00 18.842,00 13.000,00 - 67,00 44,94 6.01.01.04 Provisão (Reversão) para Contratos Onerosos 15.393,00 - 445,00 2.080,00 - 3.559,10 - 121,39 6.01.01.05 Provisão para Obsolescência de Estoque 1.196,00 8.402,00 4.327,00 - 85,77 94,18 6.01.01.06 Impostos Diferidos - 254.671,00 118.444,00 - 135.305,00 - 315,01 - 187,54 6.01.01.07 Remuneração Baseada em Ações 24.875,00 24.743,00 4.540,00 0,53 445,00 6.01.01.08 Variações Cambiais e Monetárias, líq 400.095,00 - 46.549,00 - 708.240,00 759,51 - 93,43 6.01.01.09 Juros sobe Empréstimos e Outros, líq 414.430,00 297.256,00 275.466,00 39,42 7,91 6.01.01.10 Resultados não-realizados de hedge liquido de impostos 19.469,00 117.022,00 80.332,00 - 83,36 45,67 6.01.01.11 Outras Provisões - 30.460,00 - - - - 6.01.01.12 Programa de Milhagem 79.057,00 - 106.299,00 - 38.714,00 - 174,37 174,58 6.01.01.13 Baixa do imobilizado intangivel 10.173,00 3.037,00 - 8.832,00 234,97 - 134,39 6.01.01.14 Provisão para devolução antecipada de aeronaves 96.136,00 108.106,00 13.113,00 - 11,07 724,42 6.01.01.15 Aplicações financeiras utilizadas na operação - - 52 6.01.01.16 Redução ao valor recuperável 23.353,00 - - - - 6.01.01.17 Ajuste a valor presente sobre ativos e passivos - - 6.01.01.18 Deságio sobre a compra da Webjet - 88.428,00 - - - - 6.01.02 Variações nos Ativos e Passivos - 987.108,00 - 322.191,00 - 85.894,00 206,37 275,10 6.01.02.01 Contas a Receber 84.840,00 208.526,00 - 182.082,00 - 59,31 - 214,52 6.01.02.02 Estoques