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A EXPLORAÇÃO DE TRABALHO docx

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ANÁLISE DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS EM RELAÇÃO A EXPLORAÇÃO DE TRABALHO
A presente resenha propõe tratar dos princípios Constitucionais e Infraconstitucionais em relação ao Trabalho de Exploração, bem como da luta pela sua erradicação, buscando demonstrar as gradações delineadas nos princípios que protegem o ser cidadão proibindo o trabalho de exploração, que, sem dúvida alguma, ofende primordialmente a dignidade da pessoa humana dentre outros princípios postos na Constituição Federal. 
Notamos dos dados apresentados pela Cartilha: Um Manual para Empregadores e Empresas” que são diversas as constatações de trabalho forçado ou de exploração realizados no Brasil, bem como ao redor do mundo, não obstante, de acordo com o relatório da OIT, o lucro ilegal obtido pelas empresas que utilizam esta modalidade de mão-de-obra, beira, aproximadamente o patamar de mais de 150 bilhões de dólares por ano. 
O Brasil tem as mais práticas mais eficazes do mundo contra o trabalho de exploração, visto que o nosso país teve coragem de reconhecer o problema, e combatê-lo foi fundamental para a eficácia dos planos nacionais, grupos móveis de fiscalização, cadastro de entidades flagradas e avanço legislativos.
Os Princípios Constitucionais que norteiam o Direito do Trabalho são diversos, elencarei alguns de suma importância que, claramente, tem relação direta contra o trabalho de exploração no Brasil. 
a) Princípio da Dignidade da Pessoa Humana;
b) Princípio da Justiça Social;
c) Princípio da Responsabilidade Social da Empresa;
d) Princípio da igualdade.
Vejamos que, inicialmente o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana é basilar para que se combata o trabalho de exploração, pois a garantia da dignidade é o mínimo a qualquer um, em qualquer condição e/ou situação social.
Garantir o mínimo de dignidade da pessoa, ou seja, ao trabalhador seria o suficiente, inicial, para que o trabalho ilegal fosse então extinto pode definitivo, sendo que a exploração fere diretamente a dignidade daquele que é explorado, não sendo possível respeitar tal princípio. 
Em continuada verificação percebe-se que intimamente ligado ao Direito do Trabalho temos o princípio da Justiça Social que, indubitavelmente, protege a questão Social do trabalho e sua garantia de acesso à justiça nas relações de trabalho, obviamente, não se limitando ao direito do trabalho, mas também a todas as classes do Direito.
Tratando um pouco mais intrinsicamente com o Direito do Trabalho, temos o Princípio da Responsabilidade Social da Empresa que versa sobre a questões que os Empresários e suas corporações têm responsabilidade nas relações sociais que se envolvem, ou seja, na questão do trabalho em si em relação das ramificações que atinge na sociedade como um todo. 
Por fim, em apertada síntese dos princípios constitucionais, comento quanto ao da Igualdade. 
Tal princípio, também fundamental, traz a análise a questão da isonomia das partes na relação do trabalho e, da igualdade entre os pares, ainda que de forma desigual tenhamos o poderio dos empregadores em relação aos empregados, temos que nos nortear pelo princípio da igualdade para garantir que seja o mínimo necessário considerado para a realização de quaisquer trabalhos, o que fundamentalmente, se aplicado, levaria, novamente, a extinção do trabalho de exploração. Creio que quem explora não gostaria de ser explorado, logo inobservado o princípio da igualdade.
Obviamente a presente cartilha nos traz diversas informações e dados que corroboram com a decretação necessária do trabalho de exploração, no tocando aos princípios constitucionais fica claro que a Carta Magna de nosso País já nos garante que tal exploração não deveria sequer existir, tão quanto deverá prosperar, porém, não só destes princípios poderemos nortear a relação de trabalho quanto a exploração existente. 
Passo a mencionar alguns princípios infraconstitucionais, numa classificação jurídica propriamente dita, visto que são tão fundamentais e imprescindíveis para o combate à exploração trabalhista, em suas diversas camadas e áreas. 
Em complementação, em meu entendimento, ao Princípio da Igualdade temos o Princípio da Proteção, que versa sobre a hipossuficiência do trabalhador em relação ao empregador, logo garante que deverá ser o trabalhador de menor condição de se impor ou contrapor ao empregador.
Na relação de trabalho de exploração o Princípio da Proteção é simplesmente ignorado, visto que não há proteção alguma aquele que é explorado, seja de forma indireta pela falta de consentimento, que a cartilha trata como a rota de entrada para o trabalho escravo, bem como pela ameaça de penalidade em relação a manter alguém sob seu poder de dominação.
Outro fundamentalmente, importante, e de igual modo ignorado nas relação de trabalho de exploração é o Princípio da Primazia da Realidade que garantia que os fatos sempre prevaleceriam aos ajustes formais que são realizados na relação de trabalho, ou seja, a escravidão ou exploração é fato que deve ser inegável ainda que haja um contrato formal ou ajuste entre o empregado e empregador, pois a exploração não pode ser anulado por “acordo” escrito onde há, novamente, a falta da aplicação do princípio da proteção em relação a isonomia das partes.
São diversos os princípios infraconstitucionais, como já dito, todavia temos mais um de suma relevância para a análise do prisma do trabalho de exploração, qual seja o da Irrenunciabilidade de Direitos, ou seja, não há a mínima possibilidade de um trabalhador renunciar aos seus direitos trabalhistas de forma natural e espontânea. 
Não há que se falar de renúncia de direitos de uma pessoa que está subjugada numa relação de exploração, ela não tem condições alguma de entender sobre a renúncia destes direitos, pois ela está forçada na relação de trabalho, portanto não poderá essa renúncia é incorreta e, provavelmente, forçada. 
Nesta toada, partindo para a finalização da análise dos princípios em face da relação de trabalho de exploração, com base nos dados apresentados na cartilha utilizada, pode-se concluir que a inobservância dos princípios é a questão principal para que o trabalho de exploração tenha sua força aumentada e até mesmo a sua existência, claramente. 
Precisamos combater o trabalho escravo com a disseminação destes princípios com a classe trabalhadora, por tanto fazendo com que os que são explorados tenham conhecimento de que estão nessa situação e por isso possam dela se desprender, assim teríamos a exploração gradativamente reduzida até sua extinção por definitivo.

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