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25/10/2019 1 Cápsulas Profª Lyghia Meirelles Tecnologia Farmacêutica Conceito É a forma farmacêutica sólida em que o princípio ativo e os excipientes estão contidos em um invólucro solúvel duro ou mole, de formatos e tamanhos variados, usualmente, contendo uma dose única do princípio ativo. Patente concedida a Mothes e Dublank (1846) Farmacopeia Brasileira 6ª. ed (2019) Vantagens • Mascarar odor e sabor • Fácil administração e transporte • Necessita de menos excipientes • Alternativa para produtos pouco compressíveis e que não suportam a granulação • Rápida desintegração • Possibilidade de ter um invólucro gastrorresistente Desvantagens • Maior custo de produção (invólucro e velocidade do processo) • Não pode ser fracionada • Fácil adesão à parede do esôfago • Restrição de uso por pacientes com dificuldade de deglutição • Controle de temperatura e umidade durante a manipulação e conservação 25/10/2019 2 Classificação Invólucro • Composição? • Origem? Documentação de controle de Encefalopatia Espongiforme Transmissível é exigida para registro de produtos farmacêuticos Cápsulas Gelatinosas Duras • Tamanho x Volume • Transparentes ou opacas (TiO2) • Sistema de travamento (1960) • Constituição: solução aquosas de gelatina (30-40%) • Umidade residual (13-16%) • Opcionais: LSS, corante, flavorizante, etc... Delineamento da formulação Que tipo de material é possível encapsular em uma cápsula gelatinosa dura? Sólidos Semi-sólidos Líquidos LIMITAÇÕES Conteúdo não devem reagir com o invólucro Baixo conteúdo de água livre (higroscopicidade) 25/10/2019 3 Delineamento da formulação • Pós – Fármaco • Propriedades reológicas do fármaco • Tamanho e morfologia das partículas (isometria) • Dose: determina a influência dos excipientes • Ausência de adesão • Baixa coesão EXCIPIENTES Diluentes; Lubrificantes; Deslizantes; Desintegrantes; Tensoativos Delineamento da formulação • Reologia x Morfologia e Tamanho • Diluente x Solubilidade • Lubrificantes x Dissolução • Desintegrantes x “Plug” • Compatibilidade excipientes x IFA Seleção do tamanho da cápsula • Escolha condicionada ao conteúdo – Volume do corpo x Densidade aparente – Menor cápsula possível Tamanho da cápsula Volume (mL) 0 0,69 1 0,50 2 0,37 3 0,28 4 0,20 Delineamento da formulação Pesagem Moagem (se necessário) Tamisação Mistura 25/10/2019 4 Encapsulação • Etapas – Alimentação – Separação – Enchimento – Fechamento – Ejeção UR: 30 - 50% 3.000 a 150.000 cápsulas/hora Enchimento • Encapsuladora – Semi-automática – Automática Máquina semi-automática Sistema de trado Enchimento • Encapsuladoras automáticas – Ciclo Contínuo Intermitente • Sistema de dosagem – Dependente – enchimento total (séc. XX) – Independente – enchida parcialmente Formação de “compacto mole” (plug) – pós Sistema dosador: pellet, comprimido, líquido e semi-sólido Líquidos e semi-sólidos: misturas termoplásticas ou tixotrópicas • Selamento – Imersão em gelatina ou spray hidroetanólico • Se necessário, é possível revestir 25/10/2019 5 Perfil de Liberação • Liberação entérica – Retarda liberação – Reduz irritação da mucosa – Protege o fármaco do meio ácido Método de imersão ou atomização Resistência aos fluidos gástricos Absorção intestinal (60–80%) Revestimento entérico Proteção aplicável ao conteúdo ou ao invólucro Cápsulas Gelatinosas Moles É a cápsula constituída de um invólucro de gelatina, de vários formatos, mais maleável do que o das cápsulas duras. Normalmente são preenchidas com conteúdos líquidos ou semi-sólidos, mas podem ser preenchidas também com pós e outros sólidos secos. Farmacopeia Brasileira 5ª. ed (2010) Anatomia da Cápsula Softgel Matriz de Enchimento Invólucro 1. Gelatina 2. Plastificante 3. Água 4. Opcionais Flavorizante Corante Opacificante Forma farmacêutica bifásica Cápsulas de Gelatina Mole • Podem gerar diferentes sistemas de liberação – Administradas via oral contendo soluções ou suspensões – Mastigáveis com invólucro aromatizado – Dissolução bucal (fármaco aromatizado no invólucro) – Com lacre destacável para remoção do conteúdo – Para fusão 25/10/2019 6 Por que utilizar cápsulas gelatinosas moles? • Melhoria da velocidade e extensão da absorção • Maior adesão do paciente • Segurança do operador (matriz líquida) • Fármacos oleosos de baixo ponto de fusão (< 75°C) • Uniformidade de dose de fármacos potentes (μg) • Estabilidade perante água e O2 Por que utilizar cápsulas gelatinosas moles? Disponível em: https://www.medscape.com/viewarticle/406213_3 Cápsula mole de ibuprofeno Comprimido de ibuprofeno lisinato Drágea de ibuprofeno Produção de Cápsulas Gelatinosas Moles • Surgiram no início do séc. XIX – produção artesanal • Máquina rotativa de encapsulamento - Robert P. Sherer (1933) – produção industrial Produção do invólucro simultânea ao enchimento 25/10/2019 7 Remoção da umidade residual Produção de Cápsulas Gelatinosas Moles Pontos Críticos do Processo Espessura do invólucro Temperatura e pressão de selamento Tempo de dosificação Peso da matriz e do invólucro UMIDADE Produção de Cápsulas Gelatinosas Moles • Disposição do fármaco: invólucro X matriz • Escolha da matriz: – Capacidade de dissolver o fármaco – Velocidade de dispersão no TGI – Compatibilidade com o invólucro – Capacidade de otimizar a absorção Matrizes de Enchimento Fonte: Aulton & Taylor (2016) 25/10/2019 8 Matrizes de Enchimento • Tipos de matrizes Líquidos lipofílicos • Óleos vegetais Líquidos hidrofílicos • PEG (400) • Água e etanol (<10%) Sistemas autoemulsionantes • Fase lipofílica + tensoativos Sistemas lipolíticos • Mono, di ou triglicerídeos Controle de Qualidade • Aspecto • Peso médio • Desintegração (<30 ou 45 min) • Dissolução • Teor e uniformidade de conteúdo • Microbiológico Controle do processo: peso médio até 300mg (± 7,5%) ou > 300mg (± 10%) em 20 unidades Consórcio Público de Saúde-BA (2019) - Cápsulas duras de gelatina são uma forma farmacêutica sólida oral comum, que consistem em duas partes, tampa e corpo. As misturas de pós são o principal tipo de formulação veiculada em cápsulas, através de um processo de fabricação simples. Sobre a encapsulação de cápsulas duras de gelatina e as características do produto final, é correto afirmar que: A) adjuvantes do tipo lubrificante e deslizantes são, frequentemente, empregados no processo de encapsulação de pós em cápsulas duras de gelatina para facilitarem o processo de deglutição das mesmas pelos pacientes. B) as preparações formuladas para fornecer padrões de liberação modificada, como grânulos secos ou péletes revestidos, não são adequadas para o preenchimento de cápsulas duras de gelatina, seja em escala laboratorial, seja em escala industrial. C) as cápsulas duras de gelatina podem ser preenchidas com formulações com uma ampla variedade de propriedades, como sólidos secos e líquidos não aquosos. D) agentes molhantes (como o lauril sulfato de sódio), frequentemente empregados na produção de comprimidos, não devem ser utilizados em formulações a serem veiculadas em cápsulas duras de gelatina, devido à possibilidade destes adjuvantes favorecerem a desintegração do invólucro de gelatina antes da sua administração. E) o processo de revestimento com o objetivo de modificar o local de liberação do conteúdo no trato gastrintestinal, como ocorre frequentemente com os comprimidos, não pode ser realizado de nenhuma forma em cápsulas duras de gelatina, devido à possibilidade do invólucro de gelatina se dissolver com o líquido de revestimento durante o processo. 25/10/2019 9 Composição Ibuprofeno Polietilenoglicol Hidróxido de potássio Gelatina Glicerol Sorbitol Corante vermelho FD&C n.º 40 Água purificada Referência • Delineamento de formas farmacêuticas (Aulton, 2016) – Cápsulas gelatinosas duras – Cápsulas gelatinosas moles
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