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Imunidade contra as células neoplásicas


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As células tumorais podem ser reconhecidas pelo sistema imune como não próprias (non-self) e serem destruídas. As diferentes classes de antígenos tumorais incluem os produtos de proto-oncogenes mutados, genes supressores de tumor, proteínas superexpressas ou expressas de forma aberrante, antígenos tumorais produzidos por vírus oncogênicos, antígenos oncofetais, glicolipídeos e glicoproteínas alterados e antígenos de diferenciação específicos do tipocelular.
O papel dos linfócitos T citotóxicos especificamente sensibilizados (CTLs) em tumores induzidos experimentalmente é bem estabelecido. Em seres humanos, parecem ter um papel protetor, principalmente contra neoplasias associadas a vírus (p. ex. linfoma de Burkitt induzido por EBV, tumores induzidos por HPV). 
As células NK são linfócitos capazes de destruir as células tumorais sem prévia sensibilização; elas podem proporcionar a primeira linha de defesa contra células tumorais. Após a ativação com IL-2, as células NK podem lisar ampla gama de tumores humanos, incluindo muitos que parecem ser não imunogênicos para as células T. As células T e as células NK aparentemente fornecem mecanismos antitumorais complementares. Os tumores que falham em expressar antígenos MHC classe I não podem ser reconhecidos pelas células T, mas esses tumores podem deflagrar células NK porque as últimas são inibidas pelo reconhecimento de moléculas autólogas de classe I normais.
1. Os tumores podem fazer a regulação decrescente de moléculas MHC de classe I para evitar o reconhecimento pelas células T, as quais então as tornam os alvos primordiais das células NK.
Os macrófagos do tipo M1 mostram citotoxicidade contra as células tumorais in vitro. As células T, as células NK e os macrófagos podem colaborar na reatividade antitumora, porque o interferon g, uma citocina secretada por células T e células NK, é um potente ativador de macrófagos. Os macrófagos ativados podem matar tumores por mecanismos semelhantes aos usados para matar micróbios (p. ex. produção de metabólitos de oxigênio reativo).
Embora não existe evidência de efeitos protetores dos anticorpos antitumorais contra tumores espontâneos, a administração de anticorpos monoclonais contra células tumorais pode ser uma terapêutica eficaz. Um anticorpo monoclonal contra CD20, um antígeno de superfície de célula B, é amplamente usado para o tratamento de certos linfomas não Hodgkin.
Em pacientes imunocompetentes, os tumores podem evitar o sistema imune por vários mecanismos, incluindo o crescimento seletivo de variantes negativas do antígeno, perda ou reduzida expressão dos antígenos de histocompatibilidade, mascaramento do antígeno e imunossupressão mediada pela secreção de fatores (p. ex., TFG-β) do tumor.
REFERÊNCIAS:
1. KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins. Patologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.