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ACESSIBILIDADE E TÉCNICAS ASSISTIDAS 
Roberto Fonseca 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 2020 
 
 
1 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. HISTÓRICO DA VISÃO SOCIAL EM RELAÇÃO À PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA 
 
Objetivo: 
Introduzir o estudo da deficiência na sociedade, levantar o histórico da visão social 
em relação às pessoas com deficiência; apresentar o histórico das legislações que atendem 
o direito das pessoas com deficiência e apresentar e introduzir o estudo da norma de 
acessibilidade NBR9050. 
 
Introdução: 
A sociedade foi formulada pensando em atender exclusivamente os ideais dos 
homens brancos e sem deficiência descriminando todas as pessoas que não fazem parte 
desse grupo. O modelo discriminatório vem desde à antiguidade onde as pessoas com 
deficiência eram consideradas sub-humanas, ou seja, eram pessoas que nada contribuíam 
com a vida humana. Isso ocorreu, principalmente, em cidades como Atenas e esparta, 
lugares onde se cultuava o corpo físico pleno, sadio e padronizado, para eles as pessoas 
com deficiência estavam contrapondo os seus ideais e, portanto, ali eles não poderiam 
conviver. 
 
Em Esparta e Atenas crianças com deficiências física, sensorial e mental eram 
consideradas sub-humanas, o que legitimava sua eliminação e abandono. Tal 
prática era coerente com os ideais atléticos, de beleza e classistas que serviam de 
base à organização sociocultural desses dois locais. Em Esparta eram lançados do 
alto dos rochedos e em Atenas eram rejeitados e abandonados nas praças públicas 
ou nos campos. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO 
ESPECIAL, 2008, p.7) 
 
 
 
2 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Observa-se que a sociedade sempre enxergou a pessoa com deficiência como 
alguém a margem, e de época em época foram criados em uma relação discriminatória. 
Desde sempre a sociedade se achou no direito de eliminar ou excluir as pessoas que eram 
diferentes dos padrões estabelecidos pela sociedade. 
[...] desde os primórdios da humanidade pessoas nasceram ou adquiriram alguma 
deficiência ou limitação que as impediram de realizar suas atividades diárias de 
forma autônoma. De maneira perversa, essas pessoas foram alijadas da sociedade 
e tratadas como estorvo ou “coitadinhas (NEGREIROS, 2014 p.13). 
 
Um dos primeiros passos para que as pessoas com deficiência começassem a 
receber algum tipo de assistencialismo foi o surgimento do cristianismo, a partir daí, surge 
então a ideia de caridade para pessoas que eram desprezadas como deficientes, pobres e 
mendigos. 
Foi no vitorioso Império Romano que surgiu o cristianismo. A nova doutrina voltava-
se para a caridade e o amor entre as pessoas. As classes menos favorecidas 
sentiram-se acolhidas com essa nova visão. O cristianismo combateu, dentre outras 
práticas, a eliminação dos filhos nascidos com deficiência. Os cristãos foram 
perseguidos, porém, alteraram as concepções romanas a partir do Século IV. Nesse 
período é que surgiram os primeiros hospitais de caridade que abrigavam indigentes 
e pessoas com deficiências (NEGREIROS, 2014 p.3). 
 
A doutrina cristã trouxe muitos benefícios no tratamento dos excluídos da sociedade 
e com o seu surgimento as pessoas começaram a acolher mais as pessoas com deficientes, 
no entanto, mesmo com essa nova visão de caridade, as pessoas com deficiência 
continuaram a ser excluídas, ainda que ali elas não fossem mais eliminadas, eles 
continuavam a sofrer com as atitudes de rejeição social. 
Eles eram internados em manicômios, orfanatos, ou seja, em lugares longe dos 
olhares da sociedade. 
A partir do século XVII, os deficientes passaram a ser internados em orfanatos, 
manicômios, prisões e outros tipos de instituições, juntamente com delinquentes, 
idosos e pedintes, ou seja, eram excluídos do convívio social por causa da 
discriminação que então vigorava contra pessoas diferentes (BERGAMO, 2010, 
p.35). 
 
A partir do final da segunda guerra mundial as pessoas começaram a ter um novo 
olhar para as pessoas com deficiência, porque até então eles tinham a concepções de que 
a deficiência era algo que só vinha de berço, ou seja, a pessoa só nascia com a deficiência 
e ela não era adquirida posteriormente. A partir de então, observando o cenário de 
destruição, vendo pessoas próximas, soldados que eram heróis de guerra, familiares, 
amigos colegas de trabalho em situação de dependência e impossibilidade começou-se a 
repensar a forma de lidar com esse novo parâmetro 
 
 
3 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que o direito necessita se preocupar com 
grupos sociais específicos, nesse caso surgem os mutilados da guerra, pessoas 
que foram para a guerra sem nenhuma deficiência e voltam às suas casas com 
algum tipo de mutilação que impedem a fruição normal de suas atividades de vida 
diária (TAHAN, 2012, p.21). 
 
 
 
 
 
Com isso, o olhar preconceituoso que se tinha diante a pessoa com deficiência 
começou a mudar, eles notaram que a deficiência estava longe de ser castigo ou maldição, 
outro pensamento que se iniciou a partir daí é que mesmo com suas limitações eram muito 
importantes para a sociedade e então surgiu a necessidade e a possibilidade das pessoas 
de contribuir na construção de uma sociedade melhor e mais justa. 
Com as mudanças no pensamento da sociedade, a deficiência começou a ganhar 
novos olhares e concepções, as pessoas começaram a se preocupar com bem-estar, 
passaram a defender os direitos e a pensar sobre a inclusão das pessoas com deficiência. 
. 
Mudanças socioculturais foram ocorrendo paulatinamente na Europa, cujas marcas 
principais foram o reconhecimento do valor humano, o avanço da ciência e a 
libertação quanto a dogmas e crendices, reconhecendo-se que o grupo de pessoas 
com deficiência deveria ter atenção específica fora dos abrigos ou asilos para 
pobres e velhos. A despeito das malformações físicas ou limitações sensoriais, 
essas pessoas, de maneira esporádica e ainda tímida, começaram a ser valorizadas 
enquanto seres humanos (NEGREIROS, 2014, p.15). 
 
1.1 Histórico de legislação e inclusão 
Com a mudança do olhar e do pensamento sobre a pessoa com deficiência, 
começaram a ser criadas legislações que os protegiam e guardavam os seus direitos no 
Brasil e no mundo inteiro. 
Algumas das principais legislações criadas sobre o direito da pessoa com deficiência 
são: 
 
 
4 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1961-LeiNº4.024. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) fundamenta o atendimento 
educacional às pessoas com deficiência, chamadas no texto de “excepcionais”. Segue 
trecho: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar -se no 
sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade. ” 
 
 1971LeiNº5.692. 
A segunda lei de diretrizes e bases educacionais do Brasil é da época da ditadura militar e 
substitui a anterior. O texto afirma que os alunos com “deficiências físicas ou mentais, os 
que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os 
superdotados deverão receber tratamento especial”. Essas normas deveriam estar de 
acordo com as regras fixadas pelos Conselhos de Educação. Ou seja, a lei não promovia 
a inclusão na rede regular, determinando a escola especial como destino certo para essas 
crianças. 
 
 1988 Constituição Federal. 
O artigo 208, que trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 
anos, afirma que é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado 
aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Nos 
artigos 205 e 206, afirma-se, respectivamente, “a Educação como um direito de todos, 
garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercícioda cidadania e a 
qualificação para o trabalho” e “a igualdade de condições de acesso e permanência na 
escola”. 
 
 1989-Lei N°7.853. 
O texto dispõe sobre a integração social das pessoas com deficiência. Na área da 
Educação afirma, por exemplo, obriga a inserção de escolas especiais, privadas e públicas, 
no sistema educacional e a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em 
estabelecimento público de ensino. Também afirma que o poder público deve se 
responsabilizar pela “matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos 
públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no 
sistema regular de ensino”. Ou seja: exclui da lei uma grande parcela das crianças ao 
sugerir que elas não são capazes de se relacionar socialmente e, consequentemente, de 
aprender. O acesso a material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo também são 
garantidos pelo texto. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm
 
 
5 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 1990- Lei N° 8.069. 
Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Nº 8.069 
garante, entre outras coisas, o atendimento educacional especializado às crianças com 
deficiência preferencialmente na rede regular de ensino; trabalho protegido ao 
adolescente com deficiência e prioridade de atendimento nas ações e políticas 
públicas de prevenção e proteção para famílias com crianças e adolescentes nessa 
condição. 
 
1994- Política Nacional de Educação Especial. 
 Em termos de inclusão escolar, o texto é considerado um atraso, pois propõe a 
chamada “integração instrucional”, um processo que permite que ingressem em 
classes regulares de ensino apenas as crianças com deficiência que “(...) possuem 
condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do 
ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”. Ou seja, a política exclui 
grande parte desses alunos do sistema regular de ensino, “empurrando -os” para a 
Educação Especial. 
 
1999- Decreto N°3.298. 
O decreto regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional 
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e consolida as normas de 
proteção, além de dar outras providências. O objetivo principal é assegurar a plena 
integração da pessoa com deficiência no “contexto socioeconômico e cultural” do país. 
Sobre o acesso à Educação, o texto afirma que a Educação Especial é uma 
modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino e a destaca como 
complemento do ensino regular. 
 
2001-Lei N°10.172. 
O Plano Nacional de Educação (PNE) anterior, criticado por ser muito extenso, 
tinha quase 30 metas e objetivos para as crianças e jovens com deficiência. Entre elas, 
afirmava que a Educação Especial, “como modalidade de educação escolar”, deveria 
ser promovida em todos os diferentes níveis de ensino e que “a garantia de vagas no 
ensino regular para os diversos graus e tipos de deficiência” era uma medida 
importante. 
 
 
 
 
6 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 2001- Resolução CNE/CEB N°2 
Texto do Conselho Nacional de Educação (CNE) institui Diretrizes Nacionais 
para a Educação Especial na Educação Básica. Entre os principais pontos, afirma que 
“os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas 
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais 
especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade 
para todos”. Porém, o documento coloca como possibilidade a substituição do ensino 
regular pelo atendimento especializado. Considera ainda que o atendimento escolar 
dos alunos com deficiência tem início na Educação Infantil, “assegurando -lhes os 
serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e 
interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional 
especializado”. 
 
 2002- Resolução CNE/CP N°1/2002 
A resolução dá “diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores 
da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena”. 
Sobre a Educação Inclusiva, afirma que a formação deve incluir “conhecimentos sobre 
crianças, adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas as especificidades dos alunos 
com necessidades educacionais especiais”. 
 
2002 – Lei Nº 10.436/02 
Reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira 
de Sinais (Libras). 
 
 2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos 
Documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), Ministério da Justiça, 
Unesco e Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Entre as metas está a inclusão 
de temas relacionados às pessoas com deficiência nos currículos das escolas. 
 
 2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) 
No âmbito da Educação Inclusiva, o PDE trabalha com a questão da 
infraestrutura das escolas, abordando a acessibilidade das edificações escolares, da 
formação docente e das salas de recursos multifuncionais. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm
http://portal.mj.gov.br/sedh/edh/pnedhpor.pdf
http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf
 
 
7 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 2007-Decreto Nº 6.094/07 
O texto dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos 
pela Educação do MEC. Ao destacar o atendimento às necessidades educacionais 
especiais dos alunos com deficiência, o documento reforça a inclusão deles no sistema 
público de ensino. 
 
 2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva 
Documento que traça o histórico do processo de inclusão escolar no Brasil para 
embasar “políticas públicas promotoras de uma Educação de qualidade para todos os 
alunos”. 
 
 2008 – Decreto Nº 6.571 
Dispõe sobre o atendimento educacional especializado (AEE) na Educação 
Básica e o define como “o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e 
pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou 
suplementar à formação dos alunos no ensino regular”. O decreto obriga a União a 
prestar apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino no oferecimento da 
modalidade. Além disso, reforça que o AEE deve estar integrado ao projeto pedagógico 
da escola. 
 
 2009 – Resolução Nº 4 CNE/CEB 
O foco dessa resolução é orientar o estabelecimento do atendimento 
educacional especializado (AEE) na Educação Básica, que deve ser realizado no 
contraturno e preferencialmente nas chamadas salas de recursos multifunc ionais das 
escolas regulares. A resolução do CNE serve de orientação para os sistemas de ensino 
cumprirem o Decreto Nº 6.571. 
 
 2011 - Decreto Nº 7.611 
Revoga o decreto Nº 6.571 de 2008 e estabelece novas diretrizes para o dever 
do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial. Entre elas, 
determina que sistema educacional seja inclusivo em todos os níveis, que o 
aprendizado seja ao longo de toda a vida, e impede a exclusão do sistema educacional 
geral sob alegação de deficiência. Também determina que o ensino fundamental seja 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6094.htm
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6571.htm
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm
 
 
8 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as 
necessidades individuais,que sejam adotadas medidas de apoio individualizadas e 
efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de 
acordo com a meta de inclusão plena, e diz que a oferta de educação especial deve 
se dar preferencialmente na rede regular de ensino. 
 
 2011 - Decreto Nº 7.480 
Até 2011, os rumos da Educação Especial e Inclusiva eram definidos na 
Secretaria de Educação Especial (Seesp), do Ministério da Educação (MEC). Hoje, a 
pasta está vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade 
e Inclusão (Secadi). 
 
 2012 – Lei nº 12.764 
A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com 
Transtorno do Espectro Autista. 
 
 2014 – Plano Nacional de Educação (PNE) 
A meta que trata do tema no atual PNE, como explicado anteriormente, é a de 
número 4. Sua redação é: “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional 
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema 
educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou 
serviços especializados, públicos ou conveniados”. O entrave para a inclusão é a 
palavra “preferencialmente”, que, segundo especialistas, abre espaço para que as 
crianças com deficiência permaneçam matriculadas apenas em escolas especiais. 
 
INTERNACIONAL 
 
1990 – Declaração Mundial de Educação para Todos 
No documento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência 
e a Cultura (Unesco), consta: “as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas 
portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que 
garantam a igualdade de acesso à Educação aos portadores de todo e qualquer tipo 
de deficiência, como parte integrante do sistema educativo”. O texto ainda usava o 
termo “portador”, hoje não mais utilizado. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7480.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htmhttp:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
http://unesdoc.unesco.org/images/0008/000862/086291por.pdf
 
 
9 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 1994 – Declaração de Salamanca 
O documento é uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi 
concebido na Conferência Mundial de Educação Especial, em Salamanca. O texto tra ta 
de princípios, políticas e práticas das necessidades educativas especiais, e dá 
orientações para ações em níveis regionais, nacionais e internacionais sobre a 
estrutura de ação em Educação Especial. No que tange à escola, o documento aborda 
a administração, o recrutamento de educadores e o envolvimento comunitário, entre 
outros pontos. 
 
 1999 Convenção da Guatemala 
A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, mais conhecida como 
Convenção da Guatemala, resultou, no Brasil, no Decreto nº 3.956/2001. O texto 
brasileiro afirma que as pessoas com deficiência têm “os mesmos direitos humanos e 
liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito de 
não ser submetidas a discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e 
da igualdade que são inerentes a todo ser humano”. O texto ainda utiliza a palavra 
“portador”. 
 
 2009 – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
A convenção foi aprovada pela ONU e tem o Brasil como um de seus signatários. 
Ela afirma que os países são responsáveis por garantir um sistema de Educação 
inclusiva em todos as etapas de ensino. 
 
 2015 Declaração de Incheon 
O Brasil participou do Fórum Mundial de Educação, em Incheon, na Coréia do 
Sul, e assinou a sua declaração final, se comprometendo com uma agenda conjunta 
por uma educação de qualidade e inclusiva. 
 Outro fato importante foi que por volta de 1981, a ONU “atribuiu” o valor de pessoas 
àqueles que tinha deficiências, igualando-os em diretos e dignidades à maioria dos 
membros de qualquer sociedade ou país, no Brasil, isso ocorreu na constituição de 1988, 
mas o status de pessoa não trouxe a elas os recursos e serviços para que elas pudessem 
se desenvolver. 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D3956.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm
http://unesdoc.unesco.org/images/0024/002432/243278POR.pdf
 
 
10 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Algumas normas vieram depois e estabeleceram alguns princípios básicos para 
possibilitar uma vida confortável e funcional às pessoas com deficiência, essas leis 
chamadas leis de acessibilidade orientam a construção de uma sociedade acessível a 
todas as pessoas que nela vivem. 
Um exemplo é a NBR 9050, essa norma técnica estabelece critérios e parâmetros 
técnicos aplicáveis a projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, 
espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade. 
 
1.2 As Normas e legislação brasileira para a educação especial 
A legislação brasileira que rege a Educação Especial define-se pela Constituição 
Federal de 1988, Art. 208, III, onde esclarece que o Estado deve atendimento especializado 
a portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, e atendimento a 
creches e pré-escola às crianças com 0 a 6 anos de idade. Em 2001, foi sancionada a Lei 
nº 10701 que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE), esse texto possui diversas 
especificações em relação ao plano físico de ensino, entre os padrões mínimos encontram-
se na meta de nº 2: 
 
a) espaço interno, com iluminação, insolação, ventilação, visão para o espaço 
externo, rede elétrica e segurança, água potável, esgotamento sanitário; 
b) instalações sanitárias e para a higiene pessoal das crianças; 
c) instalações para o preparo e /ou serviços de alimentação; 
d) ambiente interno e externo para o desenvolvimento das atividades, conforme as 
diretrizes curriculares e a metodologia da educação infantil, incluindo repouso, expressão 
livre, movimento e brinquedo; 
e) mobiliário, equipamentos e materiais pedagógicos 
f) adequação às características das crianças especiais (BRASIL, 2001, p. 61). 
Outras diversas leis foram criadas ou aprimoradas com o intuito de aprimorar o 
regimento escolar para crianças deficientes e o espaço que elas estarão inseridas, assim 
como, também, para todo e qualquer tipo de deficiente e sua função, entre as leis, 
destacam-se algumas Normas Técnicas, que regem as formas de trabalho para que todas 
as leis sejam cumpridas em sua excelência. Entre as Normas, destacam-se: 
a) NBR 14021/2005: Transporte Acessibilidade no sistema de trem urbano ou 
metropolitano. 
 
 
11 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
b) NBR 9050/2004: Sobre a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência a 
edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos, fixando as condições exigíveis. 
c) NBR 13994/2000: Elevadores de passageiros Elevador para transporte de pessoa 
portadora de deficiência. 
d) NBR 14273/1999: Transporte Acessibilidade da pessoa portadora de deficiência 
no transporte aéreo comercial. 
e) NBR 14020/1997: Transporte Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência 
Trem de longo percurso. 
f) NBR 14022/1997: Transporte Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência em 
ônibus e trólebus para atendimento urbano e intermunicipal. 
 Dentro desde capítulo estaremos estudando acerca das Leis e Normas que estão 
diretamente relacionadas ao âmbito estudantil. 
 
1.3. Compreendendo conceitos de inclusão e a inserção dela na escola 
A inclusãode discentes com quaisquer que sejam as deficiências no ensino regular, 
tem proporcionado um processo de reflexão acerca da acessibilidade em todos os seus 
âmbitos, inclusive nos quais referem-se às adequações espaciais. Ao propor ambientes 
inclusivos, certas medidas e ações devem ser adotadas e implantadas no viés de 
reconhecer e valorizar as diferenças humanas, para que as condições de acesso, atividade 
e participação dos alunos se concretizem. 
 
É necessário o investimento em ações que forneçam a acessibilidade nas escolas, 
entretanto, pode-se perguntar, “como identificar as necessidades de alunos com 
deficiência? ” Ou “como buscar alternativas para eliminação das barreiras de acesso? ”, e 
a questão prioritária, talvez fosse “o que fazer para que a escola se torne acessível? ” 
 
De acordo com diversos manuais de acessibilidade escolar e Normas técnicas, para 
que se garanta condições de acessibilidade espacial, em qualquer ambiente, é primordial, 
primeiramente ser identificado quais são as barreiras físicas que estão aumentando o grau 
de dificuldade ou impossibilitando a participação e a interação das pessoas com deficiência 
nas escolas! 
 
 
 
 
 
12 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 
O que são barreiras? 
As barreiras físicas podem ser elementos naturais ou construídos, que 
dificultam ou impedem a realização de atividades desejadas de forma 
independente. A presença de árvores e postes numa calçada estreita reduz, 
por exemplo, a área de circulação para todos pedestres. Pode, inclusive, 
impedir o deslocamento de uma pessoa em cadeira de rodas e, assim, torna-
se uma barreira para essa pessoa. O excesso de ruído pode ser uma barreira 
para uma pessoa que escuta mal, e também para uma pessoa cega que precisa 
reconhecer os sons das atividades para saber onde está (DISCHINGER; ELY; 
BORGES, 2009, p.21). 
 
 
 
Assim, pode-se definir as barreiras como qualquer obstáculo ou bloqueio que limite 
ou impeça o acesso, a autonomia dos movimentos, o fluxo de passagem com segurança e 
a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação (BRASIL, 
2004, p. 61 apud DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009). 
 
Para que se elimine de barreiras físicas, em âmbito escolar, existem diversas 
variáveis a serem consideradas e múltiplas ações que precisam ser providenciadas, tais 
quais como a avaliação dos ambientes da escola, a elaboração de projetos baseados nas 
Normas de acessibilidade, a execução de obras e a fiscalização adequada. Para que se 
entenda os projetos de escolas acessíveis e/ou as adequações das existentes para as 
Normas, é importante, primeiramente, compreender as necessidades das diversas 
deficiências para que, posteriormente, se crie bases sólidas para eliminar as barreiras 
físicas que impedem a inclusão de todos os indivíduos. 
[...] pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, 
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem 
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas 
(ONU, Art. 1, 2006) 
Primordialmente, é importante sempre pensarmos e agirmos de forma para que se 
diminua o grau de dificuldade que o deficiente possa enfrenta na realização de qualquer 
atividade em função das características físicas do meio. 
 
 
 
 
13 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
2. A ACESSIBILIDADE ESPACIAL E A ARQUITETURA ESCOLAR I: 
LEGISLAÇÃO E DESENHO UNIVERSAL 
 
Objetivo: 
Proporcionar aos discentes, maior compreensão sobre as medidas e proporções 
necessárias para que o deficiente consiga compreender e captar o ambiente de melhor 
forma, além de propiciar o entendimento sobre a legislação referente as normas de 
acessibilidade, tanto quanto, sua importância para desenvolvimento dos alunos que 
necessitam dessa atenção especial. 
 
Introdução: 
A educação inicia-se em âmbito familiar, e, posteriormente, passa a ser dividida com 
a escola, que irá participar de forma ativa na vida do indivíduo durante longo período. 
Segundo as Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 
elimina barreiras arquitetônicas em espaços escolares, dando condição para a integração 
de crianças com algum tipo de necessidade especial. 
Segundo o Censo 2003, a distribuição de matrículas por necessidade educacional 
especial é: 
 
 Baixa visão - 6,6% 
 Cegueira - 1,3%; 
 Deficiência auditiva - 6,1%; 
 Deficiência física - 5,5%; 
 Mental - 51,4 %; 
 Múltipla (associação de duas ou mais deficiências) - 12,4%; 
 Altas habilidades/superdotados - 0,3%; 
 Condutas atípicas - 11,1% 
 
 
 
14 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Quando o indivíduo com necessidades especiais frequenta uma escola que 
proporciona infraestrutura para acolhê-lo e mantê-lo seguro, ele tende a ter a oportunidade 
de aprender mais e de se desenvolver, uma vez que a criança aprende principalmente 
quando possui a relação com outras crianças e se apropria do espaço escolar e o 
transforma através de suas ações. 
Além de ser um local onde a criança ou jovem possa aprender a ler e escrever, a 
escola pode se tornar, também, um espaço para o desenvolvimento do caráter do indivíduo. 
Em termos de espaço, a escola, leva consigo durante toda a vida de um ser, a lembrança 
de sua infância, de descobrimento e de suas fantasias. 
2.1 Acessibilidade espacial 
 
 
 
 
O que é acessibilidade espacial? 
 
Acessibilidade espacial significa bem mais do que apenas poder chegar ou 
entrar num lugar desejado. É, também, necessário que a pessoa possa situar-
se, orientar-se no espaço e que compreenda o que acontece, a fim de 
encontrar os diversos lugares e ambientes com suas diferentes atividades, sem 
precisar fazer perguntas. Deve ser possível para qualquer pessoa se deslocar 
ou movimentar-se com facilidade e sem impedimentos. Além disso, um lugar 
acessível deve permitir, através da maneira como está construído e das 
características de seu mobiliário, que todos possam participar das atividades 
existentes e que utilizem os espaços e equipamentos com igualdade e 
independência na medida de suas possibilidades (DISCHINGER; ELY; BORGES, 
2009, p.22;23). 
 
A dificuldade de locomoção e inserção no espaço que um indivíduo pode encontrar 
em um ambiente, pode ser agravada ou atenuada dependendo das características do local 
e das soluções que vão ou não ser incorporadas em busca da acessibilidade espacial. 
 
Dischinger, Ely e Borges (2009, p.23), citam como exemplo, uma criança com baixa 
visão, transitando por um corredor: 
[...] com paredes e forro brancos, com piso e portas de cor cinza claro, vai ter sua 
dificuldade agravada, pois não existe contraste de cores entre piso, paredes e 
portas. Mas, se o corredor for branco, o piso cinza escuro e as portas coloridas, ele 
vai poder distinguir tanto os planos horizontais e verticais como as aberturas. 
 
 
15 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Existem vários tipos de barreiras, entretanto, específico quatro delas precisam, 
impreterivelmente, serem consideradas para possibilitar a acessibilidade espacial, sendo 
elas a: orientação espacial, deslocamento, uso e comunicação. 
1.3.1 Orientação espacial 
A orientação espacial é definida de acordo com as características ambientais que 
concedam as pessoas reconhecer a identidade e as funções dos espaços e definir 
estratégias para seu deslocamento e uso. É importante que se observe itens como “a forma, 
a iluminação, as cores e a disposição dos lugares e equipamentos, assim como as 
informações escritas ou desenhos – letreiros, mapas, imagens – que auxiliam na 
compreensão dos lugares” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.23). 
1.3.2 Deslocamento 
As condiçõesde deslocamento são caracterizadas pela disposição de circulação de 
qualquer indivíduo de forma plena, ou seja, o mesmo pode se movimentar ao longo de 
percursos horizontais e verticais, além de, também, em ambientes internos como em salas, 
sanitários, saguões, e externos, como caminhos, pátios, jardins, etc., sem impedimentos 
baseados em barreiras físicas, de forma autônoma, segura e confortável. 
Neste quesito é importante observar o tipo e a qualidade dos pisos e revestimentos, 
a viabilidade das subidas em desníveis – em relação a rampas, elevadores e escadas -, e 
a existência de espaço livre que seja suficiente para o movimento (DISCHINGER; ELY; 
BORGES, 2009, p.24). 
 
1.3.3 Uso 
Segundo Dischinger; Ely; Borges (2009, p.25) as “condições de uso dos espaços e 
dos equipamentos referem-se à possibilidade efetiva de realização de atividades por todas 
as pessoas”. É importante ser verificado, em absoluto, as características físicas dos 
equipamentos e mobiliários, ou seja, os itens que se referem a forma, as dimensões, o 
relevo, a textura e as cores desses mobiliários, assim como, também, relacionado a sua 
posição nos ambientes, ou seja, a forma como o mobiliário foi ou será disposto no espaço, 
com a finalidade de permitir que sejam alcançados e utilizados por qualquer indivíduo que 
necessite. 
 
 
 
16 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1.3.4 Comunicação 
A comunicação faz respeito em referência as possibilidades de troca de informações 
entre pessoas, independentemente de ter ou não o auxílio de meios de comunicação 
externos, e à aquisição de informações gerais através de suportes informativos. É 
primordial para este quesito os itens referentes a acústica dos ambientes, a presença de 
sinais, pictogramas complementando informações escritas; e os meios de tecnologia 
assistiva, como programas computacionais para surdos e cegos (DISCHINGER; ELY; 
BORGES, 2009, p.25,26). 
2.2 O desenho universal e a NBR 9050 
A NBR 9050 (2015) tem como priori auxiliar no desenvolvimento de locais e objetos 
que auxiliem o desempenho do deficiente. Diversos itens constam em evidência, a maioria 
deles, aproveitáveis em instituições de ensino, para melhor desempenho dos alunos. 
A NBR 9050, tem como base o “Desenho Universal”, sendo o conceito do mesmo, 
propor uma arquitetura e um design mais centrados no ser humano, na sua diversidade e 
função. O desenho universal estabelece critérios para que as edificações, os ambientes 
internos, os ambientes urbanos, os produtos e mobiliários atendam a um maior número de 
usuários, independente das características físicas do indivíduo, das habilidades e/ou faixa 
etária, contribuindo com a biodiversidade humana e propiciando uma melhor ergonomia 
para todas as pessoas. Para tanto, segundo o Anexo A, da ABNT NBR9050 (2015, p.139) 
foram definidos sete princípios do Desenho Universal, que são mundialmente adotados em 
planejamentos e obras de acessibilidade: 
1) uso equitativo: é a característica do ambiente ou elemento espacial que faz com 
que ele possa ser usado por diversas pessoas, independentemente de idade ou 
habilidade. Para ter o uso equitativo deve-se: propiciar o mesmo significado de uso 
para todos; eliminar uma possível segregação e estigmatização; promover o uso 
com privacidade, segurança e conforto, sem deixar de ser um ambiente atraente ao 
usuário;   
2) uso flexível: é a característica que faz com que o ambiente ou elemento espacial 
atenda a uma grande parte das preferências e habilidades das pessoas. Para tal, 
devem-se oferecer diferentes maneiras de uso, possibilitar o uso para destros e 
canhotos, facilitar a precisão e destreza do usuário e possibilitar o uso de pessoas 
com diferentes tempos de reação a estímulos;   
3) uso simples e intuitivo: é a característica do ambiente ou elemento espacial 
que possibilita que seu uso seja de fácil compreensão, dispensando, para tal, 
experiência, conhecimento, habilidades linguísticas ou grande nível de 
concentração por parte das pessoas;   
4) informação de fácil percepção: essa característica do ambiente ou elemento 
espacial faz com que seja redundante e legível quanto a apresentações de 
informações vitais. Essas informações devem se apresentar em diferentes modos 
(visuais, verbais, táteis), fazendo com que a legibilidade da informação seja 
 
 
17 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
maximizada, sendo percebida por pessoas com diferentes habilidades (cegos, 
surdos, analfabetos, entre outros);   
5) tolerância ao erro: é uma característica que possibilita que se minimizem os 
riscos e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais na 
utilização do ambiente ou elemento espacial. Para tal, devem-se agrupar os 
elementos que apresentam risco, isolando-os ou eliminando-os, empregar avisos 
de risco ou erro, fornecer opções de minimizar as falhas e evitar ações inconscientes 
em tarefas que requeiram vigilância; 
 6) baixo esforço físico: nesse princípio, o ambiente ou elemento espacial deve 
oferecer condições de ser usado de maneira eficiente e confortável, com o mínimo 
de fadiga muscular do usuário. Para alcançar esse princípio deve-se: possibilitar 
que os usuários mantenham o corpo em posição neutra, usar força de operação 
razoável, minimizar ações repetidas e minimizar a sustentação do esforço físico; 
7) dimensão e espaço para aproximação e uso: essa característica diz que o 
ambiente ou elemento espacial deve ter dimensão e espaço apropriado para 
aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente de tamanho de 
corpo, postura e mobilidade do usuário. Desta forma, deve-se: implantar sinalização 
em elementos importantes e tornar confortavelmente alcançáveis todos os 
componentes para usuários sentados ou em pé, acomodar variações de mãos e 
empunhadura e, por último, implantar espaços adequados para uso de tecnologias 
assistivas ou assistentes pessoais. 
2.2.1 Dimensões 
A dimensão referencial para cadeiras de roda precisa ser levada em consideração 
quando pensamos no espaço escolar, desde corredores à banheiros e salas de aula. Uma 
cadeira (manuais ou motorizadas), sem scooter (reboque), possui em geral, as seguintes 
dimensões: 
 
Uma vez que a cadeira possui 80 centímetros, é notório que o espaço para que o 
cadeirante possa transitar, deve ser superior a isso. Segundo a NBR 9050 (2015) os 
parâmetros referenciais para deslocamento em linha reta de uma pessoa em cadeiras de 
roda é de que caso, sozinha em um corredor, o cadeirante necessite de ao mínimo 90 
 
 
18 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
centímetros de largura entre uma parede e outra, para casos de um cadeirante e um 
pedestre entre 1,20 e 1,50 metros e para que dois cadeirantes possam transitar ao mesmo 
tempo em uma única linha reta, é necessário entre 1,5 e 1,8 metros. É importante ressaltar 
que essas medidas estipuladas pela Norma são referentes ao espaço mínimo proposto, 
sendo aceitável qualquer espaço a mais proporcionado, possibilitando tanto ao cadeirante 
quanto aos pedestres que por ali transitem, maior conforto para passar por aquele local. 
 
Devesse levar em consideração não apenas o cadeirante andar em linha reta, mas 
também as áreas para manobras com a cadeira. Uma vez que o cadeirante precise 
rotacionar sua cadeira em 90º sem se deslocar, é necessária uma área mínima de 1,20 por 
1,20 metros. Em casos de rotação a 360º, uma área mínima de um círculo com 1,50 metros 
de diâmetro. 
 
 
 
19 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Para casos de manobras 
com a cadeira de roda havendo 
deslocamento, as medidas (em 
metros) seguem como 
demonstrado pela figura ao lado: 
 
Além de espaços 
adequadamente projetados para 
deficientes físicos que necessitam 
decadeiras de rodas, podemos 
refletir sobre os outros diversos 
tipos de limitações que também 
necessitam de atenção referentes ao espaço projetado para melhor acomodação. 
 
Indivíduos que fazem o uso de bengalas, andadores, muletas, cão guia, etc., também 
são carentes de local em condições adequadas para melhor facilitação da locomoção. 
Abaixo podemos observar algumas medidas (em metros) do espaço que se consome para 
cada tipo de situação. 
 
 A partir dessa reflexão é preciso entender as necessidades espaciais que portadores 
de deficiências necessitam para se locomover de forma mais agradável. Todo e qualquer 
tipo de deficiência precisa de “atenção espacial” para que o indivíduo se insira no meio em 
que está possuindo maior conforto em sua vivência. Diversas medidas são tomadas a partir 
da Norma 9050 para esse desempenho relatado. 
 
 
20 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2.2.2 Alcance manual 
Em relação as carteiras escolares, a NBR 9050 
(2015, p. 15) exibe as dimensões mínimas e máximas 
confortáveis para o alcance manual. 
 
Para situações em pé ou sentado as 
diferenciações referentes à altura, e ângulos onde o 
indivíduo deseja alcançar. 
 
É importante ressaltar, que essa dinâmica do 
alcance com as mãos é de primordial necessidade, 
uma vez que o aluno precise como a exemplo, escrever 
no quadro negro, fazer um cartaz que esteja pendurado, alcançar algo em uma prateleira, 
tanto quanto, escrever em sua carteira, entre inúmeras outras possibilidades. 
 
Em casos de cadeirantes, é importante lembrar, que as medidas devem se referir a 
um indivíduo sentado, ou seja, todas as metragens devem ser calculadas acerca deste fato. 
Abaixo segue exemplo exposto na Norma, sobre as medidas mínimas e máximas para as 
carteiras escolares referentes a cadeirantes, as angulações para o alcance das mãos e 
suas medidas (NBR 9050, 2015, p.17). 
 
 
 
21 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
O professor deve estar atento se as medidas estão correspondendo as necessidades 
dos discentes, pois uma vez incorreta, pode prejudicar não só o físico da criança, como 
também no desempenho escolar. 
 
As superfícies de trabalho acessível deve ser um plano horizontal ou inclinado para 
desenvolvimento de tarefas manuais e/ou de leitura. Deve-se possibilitar o apoio dos 
cotovelos, no plano frontal com ângulo entre 15° e 20° de abertura do braço em relação ao 
tronco, e no plano lateral com 25° em relação ao tronco (NBR 9050, 2015, p. 20). As áreas 
de alcance em superfícies de trabalho devem ter as seguintes metragens: 
 
A área central simbolizada na figura pela letra C, deve ser a referente para atividades 
por tempo prolongado, a de letra B para atividades sem necessidade de precisão e a de 
letra A para atividades eventuais, uma vez que se encontra em maior distância. É 
importante ressaltar que o espaço indicado para a metragem maior, não deve ultrapassar 
a distância do braço do aluno aberto, ou seja, em mesas muito longas, o aluno estará 
prejudicado para alcançar o objeto de desejo. 
2.2.3 Parâmetros visuais 
Os parâmetros visuais são referentes aos ângulos de alcance visual que um 
indivíduo pode ter. Uma pessoa em pé ou sentada possui angulações diferenciadas na 
visão. É importante que o professor tenha ciência dessa diferença, principalmente para o 
 
 
22 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
caso de levar o aluno cadeirante em um anfiteatro que a escola possua, ou no caso de 
mostrar alguma informação em sala de aula, acima do ângulo de visão, atrapalhando o 
desempenho do aluno. 
 
 
2.2.4 Parâmetros auditivos 
Segundo a NBR 9050 (2015, p. 29), a percepção do som pode ser/estar associada 
a incontáveis aspectos que podem ser desde “limitações físicas, sensoriais e cognitivas da 
pessoa até a qualidade do som emitido, quanto ao seu conteúdo, forma, modo de 
transmissão e contraste entre o som emitido e o ruído de fundo. Em suma, o som tem por 
característica principal três variáveis, sendo elas a frequência, a intensidade e a duração. 
 
 
23 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
O ouvido humano é capaz de perceber melhor os sons na frequência entre 20 Hz e 
20 000 Hz, intensidade entre 20 dB a 120 dB e duração mínima de 1 s. Sons acima de 120 
dB causam desconforto e sons acima de 140 dB podem causar sensação de dor. 
 
 
 
 
 Ver o vídeo Desenho Universal para a Aprendizagem - Long Story Shortz, do 
canal “Assistiva Tecnologia e Educação”. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=9rSR0TOi4-o Acesso em 17/12/2019. 
 Ver o vídeo Desenho Universal na aprendizagem do canal “Assistiva 
Tecnologia e Educação” Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=_pU7KESfRd0 Acesso em 
17/12/2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=9rSR0TOi4-o
https://www.youtube.com/watch?v=_pU7KESfRd0
 
 
24 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. A ACESSIBILIDADE ESPACIAL E A ARQUITETURA ESCOLAR II: 
SINALIZAÇÃO 
 
Objetivos: 
Proporcionar o entendimento das sinalizações quanto a visão da legislação vigente, 
além da compreensão da importância e formas usáveis de cada uma delas. 
 
Introdução: 
O espaço escolar necessita de sinalização adequada para melhor circulação e 
entendimento dos discentes. A Normas Técnica Brasileira (NBR) 9050 de 2015, é a mais 
atualizada para este fim, e proporciona em grande âmbito especificações necessárias para 
que os indivíduos portadores de deficiências possuam tratamento e condições em 
excelência para seu aprendizado, desenvolvimento e segurança. 
 
Durante este capítulo, estaremos analisando esta norma para uso escolar, em 
objetivo da área de sinalização, para que possamos compreender a importância de que as 
informações sejam passadas de forma objetiva, claras e coesas, de forma visual, tátil e 
sonora, suas composições, normas obrigatórias de execução e apresentação. 
 
3.1 Informação e sinalização 
 Segundo indicado pela NBR 9050 (2015, p. 30), as informações que precisam ser 
passadas aos indivíduos devem ser completas, objetivas e claras, podendo serem 
transmitidas por meio de sinalizações visuais, táteis ou sonoras. É recomendado que as 
informações corram em dois sentidos, podendo ser eles visuais e táteis ou visuais e 
sonoros. 
 
 A sinalização visual, pode ser composta por mensagens de textos, contrastes, 
símbolos e/ou figuras, a sonora, por conjuntos de sons que permitem a compreensão pela 
audição e a tátil por informações em relevo, como textos, símbolos e Braille. 
 
 
 
 
 
 
 
25 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
A sinalização deve primordialmente ser autoexplicativa, perceptível e legível 
para todos, inclusive para pessoas com qualquer tipo de deficiência. Deve ser 
instalada em altura que favoreça a legibilidade e clareza da informação, 
levando em consideração os ângulos oculares citados anteriormente e 
atendendo também, às pessoas com deficiência sentadas, em pé ou 
caminhando e para casos de sinalização suspensa, é importante que elas sejam 
instaladas acima de 2,10 m do piso. 
 
 
 
Os sinais podem ser classificados em “sinais de localização, sinais de advertência e 
sinais de instrução, e podem ser utilizados individualmente ou combinados” (NBR 9050, 
2015, p. 30). 
 
 Sinais de localização: são os que orientam para a localização de um determinado 
elemento em um espaço. 
 Sinais de advertência: são os que, independentemente de sua categoria, têm a 
propriedade de alerta prévio a uma instrução. Os sinais visuais, sonoros e vibratórios 
devem ser intermitentes com período de 5 ciclospor segundo. 
 Sinais de instrução: São os que têm a finalidade de instruir a uma determinada ação 
de forma positiva e afirmativa. Em situações de uso para rotas de fuga ou situações de 
risco, devem preferencialmente ser não intermitentes, ou seja, mantenho um ritmo de 
forma contínua. 
 Informativo: é referente a sinalização que é utilizada para 
identificar os diferentes ambientes ou elementos de um 
espaço ou de uma edificação. No mobiliário esta sinalização 
deve ser utilizada para identificar comandos. 
 
 
 
 
26 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
As categorias da sinalização também podem ser de caráter informativo, direcional 
ou emergencial (NBR 9050, 2015, p. 31). 
 
 Direcional: é a sinalização que é utilizada para indicar 
direção de um percurso ou a distribuição de elementos 
de um espaço e de uma edificação. Na forma visual, 
associa setas indicativas de direção a textos, figuras 
ou símbolos. Na forma tátil, utiliza recursos como guia 
de balizamento ou piso tátil. Na forma sonora, utiliza 
recursos de áudio para explanação de 
direcionamentos e 
segurança, como em 
alarmes e rotas de fuga. 
 
 
 Emergencial: é a 
sinalização utilizada para 
indicar rotas de fuga e saídas 
de emergência das 
edificações, dos espaços e do ambiente urbano, ou 
ainda para alertar quando há um perigo, com 
especificação detalhada na NBR 13434 
“sinalização de segurança contra incêndio e pânico”. 
 
 
 
É importante ressaltar que toda e qualquer informação deve ser localizada de forma 
fácil a identificar as utilidades disponíveis dos ambientes, em suma, elas devem ser fixadas 
onde decisões são tomadas, em uma sequência lógica de orientação, de um ponto de 
partida ao ponto de chegada e devem ser repetidas sempre que existir a possibilidade de 
 
 
27 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
alterações de direção. Em um edifício, por exemplo, deve-se ter instalado, no mínimo, 
elementos de sinalização essenciais onde podem ser considerados as informações de 
sanitários, os acessos verticais e horizontais, os números de pavimentos e as rotas de fuga. 
A sinalização precisa estar, impreterivelmente, disposta em locais acessíveis para pessoa 
em cadeira de rodas, com deficiência visual, entre outros usuários, de tal forma que possa 
ser compreendida por todos. (NBR 9050, 2015, p.32). 
 
Quando houver um interprete de LIBRAS para que repasse as informações 
necessárias, é importante que o mesmo seja posicionado em local de forma estratégica 
para que todos os deficientes auditivos possam ter visão plena dos movimentos que o 
interprete está realizando. É importante que o local determinado deve estar identificado com 
o símbolo internacional de pessoas com deficiência auditiva, além de ser garantido um foco 
de luz posicionado de forma a iluminar o intérprete de sinais, desde a cabeça até os joelhos, 
sendo que este foco não pode projetar sombra no plano atrás do intérprete de sinais. 
 
 
 Manual do Sistema de Sinalização para Edificações de Educação Infantil da 
Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) de São Paulo. Ano de 
2013. Disponível em: 
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/41/docs/manual_escolas_-
_deficientes.pdf.pdf 
Acesso em 17/12/2019. 
 Manual do Sistema de Sinalização para Edificações Escolares da Fundação 
para o Desenvolvimento da Educação (FDE) de São Paulo. Ano de 2015. 
Disponível em: 
 https://www.fde.sp.gov.br/PagePublic/Interna.aspx?codigoMenu=284 
Acesso em 17/12/2019. 
 
 
 
3.1.1 Diagramação 
A diagramação define-se no “ato de compor e distribuir textos, símbolos e imagens 
sobre um elemento de informação em uma lógica organizacional” (NBR 9050, 2015, p.30). 
A diagramação das informações deve levar em consideração a redação de textos que irá 
conter as orientações, instruções de uso de áreas, objetos, equipamentos, regulamentos, 
normas de conduta e utilização. Segundo a mesma Norma em sua página p.33, essa 
diagramação deve impreterivelmente: 
a) ser objetiva; 
 b) quando tátil, conter informações essenciais em alto relevo e em Braille; 
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/41/docs/manual_escolas_-_deficientes.pdf.pdf
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/41/docs/manual_escolas_-_deficientes.pdf.pdf
https://www.fde.sp.gov.br/PagePublic/Interna.aspx?codigoMenu=284
 
 
28 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 c) conter sentença completa, na ordem: sujeito, verbo e predicado;   
d) estar na forma ativa e não passiva;   
e) estar na forma afirmativa e não negativa;   
f) enfatizar a sequência das ações. 
 
Segundo a mesma norma, é recomendado que na diagramação das informações 
seja uma combinação de letras maiúsculas e minúsculas (caixas alta e baixa), letras sem 
serifa, e primordialmente, é importante evitar o uso de fontes itálicas, decoradas, 
manuscritas, com sombras, com aparência tridimensional ou distorcidas, uma vez que as 
mesmas podem confundir o leitor ou até mesmo estarem, em alguns casos, ilegíveis. Como 
dito anteriormente, é de fundamental importância que essas informações sejam claras e 
objetivas, fazendo com que o leitor, mesmo que faça uma leitura dinâmica, compreenda o 
relatado em excelência. 
 
 
Em sala de aula, é de suma importância o uso de iconografias e informativos para 
melhor aprendizado do aluno. Como discutido em diversas disciplinas, o uso de 
informativos expostos em sala, auxilia na captação da informação. Deve-se levar em 
consideração as informações deste capítulo sobre o uso e formas de expor essas 
informações, para que o discente, quando deparado com a informação, possa captá-la da 
melhor forma, em visão de um melhor aprendizado. 
 
3.1.2 Linguagem 
A linguagem tem como definição ser o conjunto de símbolos e regras de aplicação e 
disposição, que possibilita um sistema de comunicação, em suma, essencialmente a 
linguagem tem a capacidade de proporcionar inteligibilidade, podendo ser visual, tátil ou 
sonoro. 
 
 
 
29 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A linguagem visual, ou seja, a linguagem relacionada as informações visuais, devem 
seguir premissas de texto, 
dimensionamento e contraste dos 
textos e símbolos, para que sejam 
perceptíveis inclusive por 
pessoas com baixa visão. O 
exemplo ao lado, pode ser citado 
como uma informação de fácil 
entendimento, usando de 
estímulo visual e de certa forma 
tátil, uma vez que o indivíduo 
pode tanto ler a informação, fazer 
associações por cores (quanto a caminhos e locais), quanto usar o tátil para entender os 
percursos de destino para determinados locais. Um exemplo de forma de ampliar essa 
informação, seria também, utilizar o braile para os textos redigidos, ampliando o alcance 
dessa informação desejada. 
 
O contraste visual, também é utilizado na diagramação e composição de uma 
sinalização, é usado com a finalidade de destacar os elementos entre si por meio da 
composição claro/escuro ou escuro/claro para chamar a atenção do indivíduo. O contraste 
costuma, e deve, também, ser usado na informação visual e para alertar perigos e/ou áreas 
de risco. 
 
Os textos e símbolos nas placas, totens, ou espaços informativos, devem de 
preferência evitar o uso de materiais brilhantes e de alta reflexão, reduzindo assim, o 
ofuscamento que eles produzem e gerando melhor qualidade visual para todos os leitores. 
Vale lembrar que tipografa em braile não necessita de contraste visual! 
 
A dimensão (tamanho) das letras e números deve ser proporcional à distância de 
leitura. A Norma recomenda a utilização das seguintes fontes tipográficas para a execução 
do painel, totem, placa, ou objeto que seja introduzido a informação: arial, verdana, 
helvética, universo e folio. É importante utilizar as letras em caixasalta e baixa (maiúsculo 
e minúsculo) para sentenças, e letras em caixa alta (maiúsculo) para frases curtas, e evitar 
o uso de textos em sentido vertical. 
 
 
 
30 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A fim de utilizar símbolos visuais para a sinalização de ambientes, é primordial que 
os mesmos sejam executados com as seguintes condições: 
 Contornos fortes e bem definidos;   
 Simplicidade nas formas e poucos detalhes;   
 Estabilidade da forma;   
 Utilizar símbolos de padrão internacional. 
3.1.2 Linguagem tátil 
Para os textos e símbolos táteis, é primordial que a altura do alto relevo esteja entre 
0,8 mm e 1,2 mm. É recomendado que as letras sejam redigidas em caixa alta e caixa baixa 
para sentenças, e em caixa alta para frases curtas, evitando a utilização de textos na 
vertical. 
A medição de relevos táteis é bastante fácil de executar. Rugosímetros, paquímetros 
ou mesmo réguas simples permitem analisar e verificar se os relevos estão de acordo com 
as normas, e mesmo se a disposição entre eles está adequada. 
 
 rugosímetros paquímetros réguas simples 
 
Segundo o item 5.2.9.2.2 da NBR 9050 (2015, p.36), os textos em relevo devem 
estar associados ao texto em braile, ou seja, possuir os dois itens em referência citados. 
Os caracteres em relevo devem atender às seguintes condições:   
a) tipos de fonte, conforme citado 
anteriormente;   
b) altura do relevo: ser entre 0,8 mm e 1,2 
mm;   
c) altura dos caracteres: ser entre 15 mm e 
50 mm;   
d) distância mínima entre caracteres: 1/5 da 
altura da letra (H);   
e) distância entre linhas: de 8 mm. 
 
 
31 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3.1.3 Braile 
As informações apresentadas em braile não 
dispensam a sinalização visual e tátil que deve 
conter nos objetos escolhidos para apresentação, 
seguindo, da mesma forma, com caracteres ou 
símbolos em relevo. Toda informação exposta em 
braile deve estar posicionada abaixo dos outros 
modelos. Apenas dispensa-se as informações em 
relevo, quando a mesma for destinada a impressos, 
ou seja, livros, apostilas, textos, etc. Em caso de textos longos, deve-se utilizar o texto em 
braile, alinhado à esquerda com o texto em relevo. É primordial que o ponto em braile tenha 
a aresta arredondada na forma esférica (NBR 9050, 2015, p.36). 
3.1.4 Linguagem sonora 
Segundo a Norma, os conjuntos de sons devem ser compostos na forma de 
informações verbais ou não. Os sinais sonoros devem distinguir entre sinais de localização, 
advertência e instrução, ou seja, devem ter sonoridades diferenciadas para cada tipo de 
ocorrência. Os contrastes sonoros são percebidos pelo sentido da audição do aparelho 
auditivo, ou seja, é primordial o entendimento que não somente cegos ou demais terão o 
acesso a esses sinais, mas também os deficientes auditivos que possuírem o aparelho 
auditivo em boa condição e especificidade para seu nível de lesão. Embora os sinais sejam 
para todos, é em especial, primordial para pessoas com deficiência visual que por meio das 
diferenças dos sons conseguem distinguir o ambiente e/ou urgência com melhor clareza. 
As diferenças sonoras são fáceis de entender quando são associadas a diferentes sons, 
como por exemplo, em relação a sons de instrumentos diferentes de uma orquestra. 
Embora a sinalização sonora de ambientes seja importante para esses indivíduos, a 
Normas exige que a aplicação do contraste sonoro seja efetiva principalmente em casos de 
perigos, orientação e comunicação. “Por ser de fácil concentração de informações, 
permitem uma decodificação rápida e precisa pelo cérebro, o que torna essa faculdade tão 
importante como a visão” (NBR 9050, 2015, p.37,38). Os sinais sonoros verbais são os que 
dependem da atuação de um locutor. Esses sinais são de fácil manipulação, como a 
exemplo, podendo ser utilizado um microfone para realizar a função. Eles devem ter as 
seguintes características: 
  Podem ser digitalizados ou sintetizados;   
 Devem conter apenas uma sentença completa;   
 
 
32 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Devem estar na forma ativa e imperativa. 
Conforme citado pela mesma Norma, 
5.2.9.3.2.2 Os sinais sonoros não verbais codificados devem ser apresentados nas 
frequências de 100 Hz, 1 000 Hz e 3 000 Hz para sinais de localização e 
advertência. Para sinais de instrução devem-se acrescentar outras frequências 
entre 100 Hz e 3 000 Hz. Os sinais sonoros não podem ultrapassar 3 000 Hz. 
5.2.9.3.2.3 Os equipamentos e dispositivos sonoros devem ser capazes de medir 
automaticamente o ruído momentâneo ao redor do local monitorado, em decibel (A), 
para referência, e emitir sons com valores de 10 dBA acima do valor referenciado, 
conforme ABNT NBR 10152. 
5.2.9.3.2.4 Nas salas de espetáculos, os equipamentos de informações sonoras e 
sistemas de tradução simultânea devem permitir o controle individual de volume e 
possuir recursos para evitar interferências. (NBR 9050, 2015, p. 38). 
3.2 Símbolos 
Os símbolos são atributos gráficos que, através de uma figura, imagem ou forma 
convencionada, estabelecem a analogia entre o objeto e a informação de sua 
representação e expressam alguma mensagem. Estes, devem ser legíveis e de fácil 
compreensão, atendendo a todas as pessoas, seja de qualquer nacionalidade, analfabetas, 
com baixa visão, ou cegas, quando em relevo. Os símbolos que correspondem à 
acessibilidade na edificação e prestação de serviços são relacionados em: 
 
 Símbolo internacional de acesso – SAI 
A indicação de acessibilidade nas 
edificações, no mobiliário, nos espaços e 
nos equipamentos urbanos deve ser feita 
por meio do Símbolo Internacional de 
Acesso - SIA. A representação do símbolo 
internacional de acesso consiste em um 
pictograma branco sobre fundo azul. Este 
símbolo pode, opcionalmente, ser 
representado em branco e preto, e deve 
estar sempre voltado para o lado direito. 
Nenhuma modificação, estilização ou 
adição deve ser feita a estes símbolos. 
Este símbolo é destinado a sinalizar os locais acessíveis. 
 
Esta sinalização deve estar fixada em local visível a todas as pessoas, deve ser 
utilizada principalmente nos seguintes locais, quando acessíveis:   
 
 
33 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
a) entradas;   
b) áreas e vagas de estacionamento de veículos; 
 c) áreas de embarque e desembarque de passageiros com deficiência;   
d) sanitários; 
 e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de emergência; 
f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas;   
g) equipamentos e mobiliários preferenciais para o uso de pessoas com deficiência. 
Os locais de acessos que não apresentarem condições de acessibilidade devem 
possuir informação visual, indicando a localização do acesso mais próximo que atenda às 
condições estabelecidas para o deficiente. 
 
 Símbolos complementares 
Segundo a Norma, 
todo e qualquer símbolo 
complementar deve ser 
aplicado com o intuito de 
indicar os recursos 
existentes nas edificações, 
no mobiliário, nos espaços, 
equipamentos urbanos e 
serviços oferecidos. Podem 
ser compostos e inseridos 
em quadrados ou círculos. 
 
3.2.1 Símbolos de sanitários, circulação e comunicação 
Todos os sanitários devem ser sinalizados com o símbolo representativo de cada 
um, de acordo com cada situação. 
 
 
34 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Os símbolos para circulação devem ser utilizados para a sinalização dos espaços, 
como segue: 
 
 
Para sinalização em símbolos dos equipamentos ou serviços de comunicação, é 
obrigatório o uso dos símbolos que seguem: 
 
 
35 Acessibilidade e TécnicasAssistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3 Aplicações essenciais das sinalizações informativas 
3.3.1 Sinalização de portas e janelas 
As portas e passagens devem conter informações visuais, associadas a sinalização 
tátil ou sonora. Precisam ser sinalizadas com números e/ou letras e/ou pictogramas e ter 
sinais com texto em relevo, incluindo o braile. Segundo a NBR 9050 (2015, p. 44), essa 
sinalização deve considerar os seguintes aspectos: 
a) A sinalização deve estar localizada em faixa de alcance entre 1,20 m e 1,60 m em 
plano vertical. Caso ela seja instalada entre 0,90 m e 1,20 m, deve estar na parede ao lado 
da maçaneta em plano inclinado entre 15° e 30° da linha horizontal;   
b) A sinalização, quando instalada nas portas, deve ser centralizada, e não pode 
conter informações táteis. Para complementar a informação instalada na porta, deve existir 
informação tátil ou sonora, na parede adjacente a ela ou no batente;   
c) Em portas duplas, quando possui maçaneta central, deve ser instalada ao lado da 
porta direita;   
d) Nas passagens a sinalização deve ser instalada na parede adjacente;   
e) Os elementos de sinalização devem ter formas que não agridam os usuários, 
evitando cantos vivos e arestas cortantes. 
 
 
36 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
3.3.2 Planos e mapas acessíveis 
Os planos e mapas acessíveis são as representações visuais, táteis e/ou sonoras 
que auxiliam a orientação e localização dos lugares, das rotas, dos fenômenos geográficos, 
dos cartográficos e dos espaciais. Estes planos e mapas devem ser construídos de forma 
a permitir acesso, alcance visual e manual. 
 
 
 
37 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3.3.3 Sinalização de pavimento 
Segundo a Normas, os corrimãos de 
escadas fixas e rampas devem ter sinalização em 
caracteres em relevo e em braile, ou seja, 
sinalização tátil, identificando o pavimento que o 
indivíduo se encontra. Essa sinalização deve ser 
instalada na geratriz superior do prolongamento 
horizontal do corrimão. Nas paredes a sinalização 
deve ser visual e, opcionalmente, tátil. 
Alternativamente, estas sinalizações podem ser 
instaladas nas paredes laterais. 
 
3.3.4 Sinalização de degraus 
Em degraus isolados, ou seja, os 
degraus que possuem a sequência de até dois 
deles, o desnível deve ser sinalizado durante toda a 
sua extensão, no piso e no espelho, com uma 
faixa de no mínimo 3 cm de largura 
contrastante com o piso adjacente, 
preferencialmente fotoluminescente ou 
retroiluminado. 
 
Em contrapartida, a sinalização visual dos 
degraus de escada com mais de dois degraus deve 
ser (NBR 9050, 2015, p.46): 
 
 
 
38 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
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 a) Aplicada aos pisos e espelhos em suas bordas laterais e/ou nas projeções dos 
corrimãos, contrastante com o piso adjacente, 
preferencialmente fotoluminescente ou 
retroiluminado; 
 b) Igual ou maior que a projeção dos 
corrimãos laterais, e com no mínimo 7 cm de 
comprimento e 3 cm de largura; 
 c) Fotoluminescente ou retroiluminada, 
quando se tratar de saídas de emergência e/ou 
rota de fuga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3.5 Sinalização de elevadores e plataformas elevatórias 
Os painéis de chamada de elevadores e plataformas elevatórias devem ter 
informações em relevo e em braile de sua operação e estar compatíveis com a ABNT NM 
313 e ABNT NBR ISO 9386-1 e o número do pavimento deve ser escrito em fonte 16, 
estando localizado nos batentes externos, indicando o andar, em relevo e em braile. 
 
3.3.6 Sinalização tátil e visual no piso 
Segundo a NBR 9050 (2015, p. 47,48), a sinalização tátil e visual no piso pode ser 
de alerta e direcional, e é de suma importante que se faça a utilização desse piso para 
“auxiliar pessoas com deficiência visual a se orientarem e se deslocarem com segurança 
nas calçadas próximas à escola” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71), conforme os 
critérios definidos em normas específicas ela deve ser detectável pelo contraste tátil e pelo 
contraste visual. 
 
O contraste tátil, é utilizado para a sinalização tátil e visual de alerta, por meio de 
relevos, e o contraste de luminância, ou seja, contraste visual, deve estar com a superfície 
 
 
39 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
adjacente, em condições secas ou molhadas. É utilizado para informar situações de 
potencial perigo, “como obstáculos permanentes, cruzamentos de vias, desníveis, escadas, 
etc., e também indica mudanças de direções em percursos” (DISCHINGER; ELY; 
BORGES, 2009, p.71). Em suma piso tátil de alerta possui relevo em esferas cônicas e 
avisa que é necessário parar ou reduzir a velocidade da marcha, pois existe um perigo logo 
em frente. Segundo a NBR 9050 (2015, p.47,48), a sinalização tátil e visual de alerta no 
piso deve ser utilizada para: 
a) Informar à pessoa com deficiência visual sobre a existência de desníveis ou 
situações de risco permanente, como objetos suspensos não detectáveis pela bengala 
longa; 
 b) Orientar o posicionamento adequado da pessoa com deficiência visual para o uso 
de equipamentos, como elevadores, equipamentos de autoatendimento ou serviços;   
c) Informar as mudanças de direção ou opções de percursos;   
d) Indicar o início e o término de degraus, escadas e rampas;   
e) Indicar a existência de patamares nas escadas e rampas; 
f) Indicar as travessias de pedestres. 
 
A sinalização tátil e visual direcional no piso é utilizada para “informar as direções a 
seguir ao longo de um percurso livre de obstáculos, possui relevo em ranhuras 
longitudinais, em igual sentido ao deslocamento” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, 
p.71), servindo de linha-guia identificável. O deficiente, a partir deste piso, pode seguir o 
percurso sinalizado utilizando uma bengala ou caminhando sobre o piso, por isso esse deve 
ser confortável e seguro. 
 
Este piso, segundo a NBR 9050 (2015, p.48) deve ser instalado no sentido do 
deslocamento das pessoas, em ambientes internos ou externos, assim indicando os 
 
 
40 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
caminhos preferenciais de circulação para o deficiente visual. O contraste tátil e o contraste 
visual da sinalização direcional consistem em relevos lineares. 
 
 
Em ambientes internos de uma escola, o piso alerta é obrigatório e deve ser utilizado 
para identificar obstáculos e perigos potenciais, tais como: 
[...] escadas, rampas, elevadores ou plataformas. Em ambientes internos muito 
amplos e complexos: hall de entrada, pátios e corredores largos, recomenda-se o 
uso conjugado de pisos táteis alerta e direcional para auxiliar na orientação espacial 
(DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71). 
 
A sinalização tátil e visual direcional no piso auxilia na identificação de “possíveis 
direções a tomar, sobre a presença de informação, como mapas táteis, placas indicativas 
em Braille e atividades de uso comum: balcão de recepção, biblioteca, entre outras” 
(DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71). 
 
 
 
41 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. A ACESSIBILIDADE ESPACIAL E A ARQUITETURA ESCOLAR III: 
OTIMIZANDO E ENTENDENDO OS ESPAÇOS ACESSÍVEIS 
 
Objetivo: 
Proporcionar ao discente entendimento acerca da otimização dos espaços escolares 
referentes a acessibilidade e a importância da utilização da mesma para melhor 
desenvolvimento e inserção do deficiente em ambiente escolar. 
 
Introdução: 
O espaço em âmbito escolar, necessita ter a acessibilidade espacial de forma bem 
pensada e planejada, no intuito de se otimizar o espaço de trabalho e atender a todas as 
necessidades de qualquer indivíduoque por ali circule, independentemente de ser 
pedestres, cadeirantes ou outra pessoa com quaisquer que sejam suas necessidades 
especiais. 
 
A organização e/ou reorganização de um espaço, pode o torná-lo adequado para 
qualquer situação, ampliando o desenvolvimento do discente e melhorando a qualidade de 
vida no espaço para todos. 
 
Dentro deste âmbito, é necessário pensar em todas as possibilidades e em todos os 
espaços habitados, desde rotas de circulação, as rampas, as escadas e corrimãos, os 
sanitários, e inclusive os mobiliários utilizados para os ambientes, uma vez que os mesmos 
podem ser facilitadores ou, quando inseridos de forma inadequada, se tornarem barreiras 
físicas, prejudicando os discentes que necessitem de maiores espaços e/ou cuidados 
especiais para seu desenvolvimento mais qualificado. 
 
Dentro deste capítulo, estaremos analisando dentro das Normas estipuladas quais 
as melhores opções para fornecer a todos um ambiente adequado de convívio e 
desenvolvimento. 
4.1 Rotas acessíveis 
 Em relação a áreas de rotas acessíveis, a Norma 9050 (2015) exige que toda e 
qualquer áreas de um espaço ou edificação de uso público ou coletivo sejam servidas de 
uma ou mais rotas acessíveis. A rota acessível é significante a um trajeto contínuo, 
desobstruído e sinalizado, que faz a conexão com os ambientes externos e internos de 
 
 
42 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
espaços e/ou edificações, e que pode ser usada de forma independente e segura por todas 
as pessoas. Existem dois tipos de rotas acessíveis, as internas e externas. A rota acessível 
externa é relacionada a estacionamentos, calçadas, faixas de travessias de pedestres 
(elevadas ou não), rampas, escadas, passarelas e outros elementos da circulação e a rota 
acessível interna engloba referenciais de corredores, pisos, rampas, escadas, elevadores 
e outros elementos pertinentes a circulação interna. 
4.1.1 Acessos 
É primordial que em edificações e equipamentos urbanos (bens públicos ou privados 
que são referentes à prestação de serviços), todas as entradas, bem como, os espaços de 
interligação às funções do edifício, devem ser acessíveis. 
 
Em alguns casos, edifícios mais antigos que precisem ser reformados para atender 
a Norma, ou seja, que precisam ser adaptados para novas funções, e que não possuam 
espaço e condições suficientes para essas alterações, precisam comprovar através de 
avaliação técnica este fator e deverá ser adaptado pelo maior número de acessos 
possíveis. A entrada principal do espaço, ou a entrada de acesso do maior número de 
pessoas, tem por obrigação, impreterivelmente, atender a todas as condições de 
acessibilidade. O acesso por outras entradas somente é aceito pela Norma para casos 
específicos, quando se esgotam todas as possibilidades de adequação da entrada principal 
e se justificado tecnicamente. É primordial que os acessos sejam vinculados através de rota 
(s) acessível (is) com a circulação principal e a (s) de emergência, levando em priori, que 
os acessos devem permanecer livres de quaisquer obstáculos de forma permanente (NBR 
9050, 2015, p.54). 
4.1.2 Circulação 
Circulação é o termo utilizado para representar a movimentação contínua de pessoas 
ou coisas por determinado percurso, fluxo, marcha, deslocamento etc. Uma circulação pode 
ser tanto na horizontal e vertical. Circulação horizontal é o percurso em cada ambiente, 
onde não há verticalidade e a circulação vertical é a que pode ser realizada através de 
escadas, rampas ou equipamentos eletromecânicos e é considerada acessível quando 
atender no mínimo a duas formas de deslocamento vertical. Os pisos dessas circulações 
devem atender às características de revestimento, inclinação e desnível. 
 
Os materiais utilizados para o revestimento e acabamento das circulações, devem 
possuir superfície regular, firme, estável, que não sejam trepidantes para dispositivos com 
 
 
43 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
rodas e antiderrapante, sob qualquer situação (seco ou molhado). Evitar a utilização de 
padronizações na superfície do piso, é de suma importância, uma vez que essas 
padronizações podem acabar causando sensação de insegurança, como por exemplo, 
estampas que pelo contraste de desenho ou cor possam causar a impressão de 
tridimensionalidade. No exemplo abaixo, o piso com excesso de contraste demonstra como 
a utilização desse revestimento pode causar interferência na visão, denotando essa 
tridimensionalidade citada. 
 
 
 
 
 
 
 Ver vídeo da arquiteta Claudia Mota “PÁTIO ESCOLAR | ARQUITETURA 
ESCOLAR” do canal Ateliê Urbano. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=F8ntq2FFCGc 
 Acesso em 17/12/2019. 
 
 
4.2 Rampas, escadas, corrimãos e guarda-corpos 
As rampas são relacionadas às superfícies de piso com declividade igual ou superior 
a 5 %. Para garantir que uma rampa seja acessível, a Norma 9050 (2015, p.58) define os 
limites máximos de inclinação, os desníveis a serem vencidos e o número máximo de 
segmentos, assim, não forçando demais ou tornando a inclinação impossível de ser subida, 
pelo cadeirante. A largura livre mínima recomendável para as rampas é de 1,50 m, sendo 
o mínimo admissível de 1,20 m, entretanto, a mesma deve ser calculada por profissionais 
https://www.youtube.com/watch?v=F8ntq2FFCGc
 
 
44 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
especializados para que esteja de acordo, corretamente, com o fluxo de pessoas que 
circulam pelo local. É impreterível que toda e qualquer rampa possua corrimão de duas 
alturas em cada lado, facilitando assim, a passagem de pedestres e cadeirantes, na subida 
e descida (NBR 9050, 2015, p.60). 
 
Segundo a mesma Norma, é 
considerado escada uma sequência de três ou 
mais degraus. É importante que as dimensões 
dos pisos e espelhos devem ser constantes em 
toda a escada, e até mesmo, nos degraus 
isolados, sendo, para melhor acomodação 
ergométrica, a metragem mínima exigida nos espelhos entre 16 e 18 cm e os pisos entre 
28 e 32cm e a largura mínima das escadas em rotas acessíveis, sendo 1,20 metros. Em 
relação aos patamares, é exigido que as escadas possuam, no mínimo um patamar, a cada 
3,20 m de desnível e sempre que houver mudança de direção. 
 
Em referência aos 
corrimãos, é obrigatório 
que os mesmos sejam 
instalados nas duas 
faces (ambas paredes 
e/ou guarda-corpos) “de 
rampas e de escadas, a 
0,92 m e a 0,70 m do piso, medidos da face superior até o ponto central do piso do degrau 
(no caso de escadas) ou do patamar (no caso de rampas) ” (NBR 9050, 2015 p. 63). Em 
casos de degrau isolado (até dois degraus), é suficiente apenas uma barra de apoio 
horizontal ou vertical, portando comprimento mínimo de 0,30 m e com seu eixo posicionado 
a 0,75 m de altura do piso. Segundo a mesma Norma, os corrimãos podem ser acoplados 
aos guarda-corpos e devem, obrigatoriamente, serem construídos com materiais rígidos e 
serem fixados, firmemente, nas paredes ou nas barras de suporte, garantindo condições 
seguras de utilização. 
 
 
 
 
 
 
45 Acessibilidade e Técnicas Assistivas 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 Ver vídeo da arquiteta Claudia Mota “RAMPAS ACESSÍVEIS NAS ESCOLAS 
| ARQUITETURA ESCOLAR” do canal Ateliê Urbano. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=Stu2Ak58_v8 Acesso em 
17/12/2019. 
 
 
 
4.3 Circulação interna 
Como citado no capítulo anterior, circulação, corresponde a movimentação contínua 
de pessoas ou coisas; fluxo, curso, marcha, deslocamento. A circulação interna, 
corresponde a essa movimentação em ambientes internos, onde para cada fluxo, 
deslocamento e/ou objetos, a Norma 9050 (2015), traz especificações de medidas e formas 
únicas, para melhor acomodação de deficientes físicos.

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