Buscar

RESUMO SAÚDE DA MULHER (Gravidez)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Saúde da Mulher - SP 3 
 
 
ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS E SINAIS E 
SINTOMAS 
Há alterações fisiológicas que ocorrem em           
todas as gestações, acometem a maioria           
dos sistemas do organismo e podem gerar             
sintomas desconfortáveis para a gestante,         
tornando-se queixas muito frequentes nas         
consultas de pré-natal. 
● Essas alterações precisam ser       
conhecidas pelo pré-natalista a fim         
de que ele possa diferenciar as           
alterações patológicas das     
fisiológicas. 
 
PELE E ANEXOS 
Estrias  
Ruptura de fibras elásticas da pele. 
➔ Não há tratamento específico. 
 
Linha nigra  
Hiperpigmentação cutânea na linha 
média no abdome. 
➔ Não há tratamento específico.  
➔ Costuma desaparecer após o parto. 
 
SISTEMA MUSCULESQUELÉTICO 
Dores lombares  
Mudança no eixo gravitacional do corpo, 
relaxamento ligamentar e fadiga       
muscular. 
➔ Melhora sintomática com medidas       
gerais (repouso relativo,     
alongamento, calor local,     
analgésicos, postura adequada).  
➔ Evitar o uso de salto alto. 
 
Dores hipogástricas 
Pressão do útero sobre a musculatura           
abdominal, pelve e bexiga,       
associada ao relaxamento ligamentar. 
➔ Melhora sintomática com repouso.  
➔ É importante diferenciar de       
contrações uterinas. 
Cãibras  
Causa desconhecida. Ocorre em 30% das           
gestações, mais à noite.  
➔ Associada à presença de varizes. 
➔ Repouso, aumento da ingesta       
hídrica e de cálcio. 
 
SISTEMA DIGESTIVO 
Náuseas e vômitos  
Matinais, não persistem além do 2o           
trimestre. Relacionados a fatores 
hormonais (HCG) e psicogênicos. 
➔ Tranquilização, eventualmente   
medicação antiemética. 
➔ Afastar hiperêmese gravídica e       
causas secundárias nos casos       
refratários. 
 
Sialorreia 
Pode acompanhar náuseas no 1o         
trimestre. 
➔ Não há tratamento específico. 
 
Pirose  
Compressão gástrica pelo útero, com         
aumento do refluxo gastresofágico. 
➔ Fracionamento das refeições, uso       
de cabeceira elevada.  
➔ Evitar a posição supina após as           
refeições e a ingestão de alimentos           
agravantes. 
➔ Uso de substâncias antiácidas nos           
casos refratários. 
 
Constipação  
Redução da motilidade intestinal, pela         
ação hormonal e pela compressão         
exercida pelo útero sobre as porções           
terminais do intestino. 
➔ Aumento da ingesta hídrica e de           
Larissa Moitinho 
gestação 
 
fibras alimentares. 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
Síncope e tonturas  
Hipotensão ou hipoglicemia. 
➔ Repouso, alimentação adequada. 
 
Varizes e edema em membros inferiores 
Compressão venosa pelo útero gravídico, 
dificultando o retorno venoso. 
➔ Elevação de membros inferiores e 
uso de meias elásticas. 
 
Hemorroidas  
Compressão do útero sobre o plexo           
hemorroidário, mais sintomáticas na       
presença de constipação. 
➔ Normalização do hábito intestinal       
com fibras e hidratação adequada.  
➔ Uso de banhos de assento e           
anestésicos locais.  
➔ Regridem após o parto. 
 
SISTEMA GENITURINÁRIO 
Polaciúria  
Compressão do útero sobre a bexiga, com 
redução da capacidade vesical. 
➔ Afastar infecção urinária. 
 
Leucorreia  
Aumento das secreções vaginais por ação 
hormonal. Secreção esbranquiçada, sem 
irritação da mucosa vulvar e vaginal. 
➔ Afastar vaginite. 
(Referência: FREITAS) 
 
A Resposta do Corpo Materno à Gravidez 
A mais aparente dentre as diversas           
reações da mãe ao feto e os altos níveis de                   
hormônios da gravidez é o aumento de             
tamanho dos vários órgãos sexuais.  
● Por exemplo, o útero aumenta de           
aproximadamente 50 gramas para       
1.100 gramas, e as mamas quase           
dobram de tamanho.  
● Ao mesmo tempo, a vagina         
aumenta, e o introito se expande           
mais.  
● Além disso, os diversos hormônios         
podem causar mudanças     
acentuadas na aparência da       
gestante, às vezes resultando no         
desenvolvimento de edema, acne e         
traços masculinos ou     
acromegálicos. 
 
O Ganho de Peso na Gestante 
Em média, a gestante engorda durante a             
gravidez cerca de ​11 kg a 15 kg​, e grande                   
parte desse ganho de peso ocorre nos             
últimos dois trimestres.  
● Desse peso adicional, cerca de 3,5           
kg são do feto e 2 kg do líquido                 
amniótico da placenta e das         
membranas fetais.  
● O útero aumenta perto de 1,3 kg, e               
as mamas outro 1 kg, ainda           
restando aumento médio de peso         
de 3,4 kg a 7,8 kg.  
● Cerca de 2 kg são líquido extra no               
sangue e no líquido extracelular, e           
geralmente o restante 1,3 kg a 5,6             
kg é acúmulo de gordura. 
● O líquido extra é eliminado na urina,               
nos primeiros dias após o parto, ou             
seja, depois da perda dos         
hormônios retentores de líquido da         
placenta. 
Durante a gravidez, a mulher         
normalmente sente mais vontade de         
comer, em parte como consequência da           
remoção de substratos alimentares do         
sangue materno pelo feto e em parte             
devido a fatores hormonais​. 
Larissa Moitinho 
 
Sem o controle pré-natal apropriado da           
dieta, o ganho de peso da mulher pode               
ser tão grande quanto 34 kg, em vez dos                 
usuais 11 kg a 15 kg. 
 
O Metabolismo Durante a Gravidez 
Como consequência de ​maior secreção         
de muitos hormônios durante a gravidez,           
incluindo a ​tiroxina​, hormônios       
adrenocorticais ​e ​hormônios sexuais​, o         
metabolismo basal da gestante aumenta         
cerca de 15% na última metade da             
gravidez.  
● Por conseguinte, frequentemente     
ela tem sensações de calor         
excessivo. 
Além disso, devido à carga extra que ela               
está carregando, precisa despender mais         
energia do que o normal na atividade             
muscular. 
 
A Nutrição Durante a Gravidez 
Sem dúvida, o maior crescimento do feto             
ocorre durante o último trimestre de           
gestação; seu peso quase duplica nos           
últimos dois meses da gestação.  
● Comumente, a mãe não absorve         
proteínas, cálcio, fosfato e ferro         
suficientes de sua dieta, nos         
últimos meses de gestação, para         
suprir essas necessidades extras       
do feto.  
Entretanto, antecipando tais     
necessidades extras, o corpo da mãe já             
trata de armazenar essas substâncias —           
parte na placenta, mas a maioria nos             
depósitos normais da mulher. 
● Se os elementos nutricionais       
apropriados não estiverem     
presentes na dieta da gestante,         
pode ocorrer uma série de         
deficiências maternas,   
especialmente de cálcio, fosfatos,       
ferro e vitaminas.  
Por exemplo, o feto precisa de cerca de               
375 miligramas de ferro para formar seu             
sangue, e a mãe precisa de outros 600               
miligramas para formar seu próprio         
sangue extra.  
● A reserva normal de ferro não           
ligado à hemoglobina na mulher, no           
início da gravidez, ​geralmente fica         
em torno de 100 miligramas e quase             
nunca acima de 700 miligramas​.  
● Por isso, sem ferro suficiente na           
dieta, a gestante, muitas vezes,         
desenvolve ​anemia hipocrômica​.  
Além disso, é particularmente importante         
que ela receba ​vitamina D porque,           
embora a quantidade total de cálcio           
usada pelo feto seja pequena, o cálcio             
normalmente é mal absorvido pelo trato           
gastrointestinal materno, sem vitamina       
D. Por fim, pouco antes de o bebê nascer,                 
geralmente acrescenta-se ​vitamina K à         
dieta materna, de maneira que o bebê             
tenha ​protrombina suficiente para evitar         
hemorragia, particularmentehemorragia     
cerebral causada pelo processo do parto. 
 
As Mudanças no Sistema Circulatório         
Materno Durante a Gravidez 
O ​Fluxo de Sangue Através da Placenta e               
o ​Débito Cardíaco Materno Aumentam         
Durante a Gravidez.  
● Cerca de 625 mililitros de sangue           
fluem através da circulação       
materna da placenta a cada minuto,           
no último mês de gravidez.  
Larissa Moitinho 
 
● Esse fluxo, mais o aumento geral do             
metabolismo materno, aumenta o       
débito cardíaco materno de ​30​% a           
40​% acima do normal, na 27ª           
semana de gestação; então, por         
razões inexplicadas, o débito       
cardíaco diminui até pouco acima         
do normal durante as últimas oito           
semanas de gravidez,     
independentemente do elevado     
fluxo sanguíneo uterino, indicando       
que o fluxo sanguíneo noutros         
tecidos possa ser reduzido. 
 
O Volume de Sangue Materno Aumenta           
Durante a Gravidez  
O volume de sangue materno pouco antes             
do termo é cerca de ​30% acima do               
normal.  
● Esse aumento ocorre,     
principalmente, durante a última       
metade da gravidez. 
A causa desse aumento de volume,           
provavelmente, é devido, pelo menos em           
parte, à ​aldosterona ​e aos ​estrogênios​,           
que elevam muito durante a gravidez, e à               
maior retenção de líquido pelos rins.  
Além disso, a medula óssea fica cada vez               
mais ativa e produz hemácias extras           
circulantes no excesso de volume de           
líquido.  
● Portanto, na época do nascimento         
do bebê, a mãe tem por volta de 1 a                   
2 litros de sangue extra no seu             
sistema circulatório.  
● Cerca de apenas um quarto desse           
montante é, normalmente, perdido       
através de sangramento, durante o         
trabalho de parto do bebê, sendo           
assim um fator de segurança         
considerável para a mãe. 
 
A Respiração Materna Aumenta Durante         
a Gravidez.  
Devido ao aumento do metabolismo basal           
da gestante e por causa do aumento de               
tamanho da mãe, a quantidade total de             
oxigênio usado por ela, pouco antes do             
nascimento do bebê, é de         
aproximadamente 20% acima do normal,         
e uma quantidade proporcional de dióxido           
de carbono é formada.  
● Esses efeitos fazem com que a           
ventilação minuto da mãe aumente.  
● Acredita-se também que os altos         
níveis de ​progesterona ​durante a         
gravidez elevem a ventilação       
minuto ainda mais, já que a           
progesterona ​aumenta a     
sensibilidade do centro respiratório       
ao dióxido de carbono​.  
O resultado efetivo é o aumento da             
ventilação minuto de cerca de 50% e             
queda na PCO2 arterial de vários           
milímetros de mercúrio, abaixo do que           
seria em uma mulher não grávida.  
● Simultaneamente, o útero em       
crescimento pressiona os     
conteúdos abdominais para cima,       
fazendo pressão ascendente contra       
o diafragma; assim, a excursão         
total do diafragma diminui.  
Larissa Moitinho 
 
● Por conseguinte, a frequência       
respiratória aumenta para manter a         
ventilação extra. 
 
A Função Renal Materna Durante a           
Gravidez 
A formação de urina na gestante           
geralmente é maior, devido ao aumento           
da ingestão de líquido e à maior carga de                 
produtos excretores. Mas, além disso,         
várias alterações especiais ocorrem na         
função renal. 
1. Primeiro, a ​capacidade reabsortiva       
dos túbulos renais de sódio, cloreto           
e água ​aumenta até 50% ​em           
decorrência do aumento da       
produção de sal e água, que retêm             
hormônios, especialmente   
hormônios esteroides pela placenta       
e pelo córtex adrenal. 
2. Em segundo lugar, a ​filtração         
glomerular ​e o fluxo sanguíneo renal           
aumentam até 50% durante a         
gravidez normal devido à       
vasodilatação renal​.  
Embora os mecanismos que causem essa           
vasodilatação renal na gravidez ainda não           
sejam claros, alguns estudos sugerem         
que os níveis elevados de óxido nítrico ou               
do hormônio ovariano relaxina podem         
contribuir para essas alterações.  
● A filtração glomerular aumentada       
provavelmente ocorre, pelo menos       
em parte, como compensação pela         
maior reabsorção tubular de sal e           
água. Assim, a gestante normal         
acumula, em geral, apenas 2,2 kg           
de água e sal extras. 
 
 
Líquido Amniótico e sua Formação 
Normalmente, o volume de líquido         
amniótico (o líquido dentro do útero no             
qual o feto flutua) fica entre 500 mililitros e                 
1 litro, mas pode ser de até poucos               
milímetros ou vários litros.  
Estudos com isótopos sobre a formação           
do líquido amniótico mostram que, em           
média, a água no líquido amniótico é             
substituída a cada 3 horas, e os eletrólitos               
sódio e potássio são repostos em média             
uma vez a cada 15 horas.  
● Grande porção do líquido deriva da           
excreção renal do feto.  
● Da mesma maneira, determinada       
quantidade de absorção ocorre por         
meio do trato gastrointestinal e dos           
pulmões do feto.  
● Entretanto, mesmo depois da       
morte intrauterina do feto, ainda se           
observa a presença de renovação         
de líquido amniótico, indicando que         
parte do líquido é formada e           
absorvida diretamente através das       
membranas amnióticas. 
 
Pré-eclâmpsia e Eclâmpsia 
Cerca de 5% de todas as gestantes             
apresentam hipertensão induzida pela       
gravidez, que é um rápido aumento da             
pressão arterial em níveis hipertensivos         
nos últimos meses de gravidez.  
● Isso também está associado à         
perda de grande quantidade de         
proteína na urina.  
Essa condição é denominada       
pré-eclâmpsia ​ou ​toxemia gravídica e se           
caracteriza por ​retenção excessiva de sal           
e água pelos rins maternos e pelo ganho               
Larissa Moitinho 
 
de peso e desenvolvimento de edema e             
hipertensão na mãe. 
● Além disso, há comprometimento       
da função do endotélio vascular,         
ocorrendo espasmo arterial em       
muitas partes do organismo       
materno, mais particularmente nos       
rins, cérebro e fígado.  
● Tanto o fluxo sanguíneo renal         
quanto a filtração glomerular são         
menores, exatamente em oposição       
às mudanças que ocorrem nas         
gestantes normais.  
Esses efeitos renais incluem ainda         
espessamento dos tufos glomerulares,       
contendo depósito proteico nas       
membranas basais. 
● Várias tentativas já foram feitas         
para provar que a pré- eclâmpsia é             
causada pela secreção excessiva       
de hormônios placentários ou       
adrenais, mas ainda não há provas           
de base hormonal.  
● Outra teoria é que a préeclâmpsia           
resulta de algum tipo de         
autoimunidade ou alergia na mulher         
causada pela presença do feto.  
○ Em apoio a essa hipótese, os           
sintomas agudos   
normalmente desaparecem   
poucos dias depois do       
nascimento do bebê. 
Há ainda evidências de que a           
pré-eclâmpsia seja desencadeada por       
suprimento insuficiente de sangue à         
placenta, resultando na liberação pela         
placenta de substâncias que causam         
disfunção difusa do endotélio vascular         
materno.  
● Durante o desenvolvimento     
placentário normal, os trofoblastos       
invadem as arteríolas do       
endométrio uterino e remodelam       
inteiramente as arteríolas maternas       
em grandes vasos sanguíneos combaixa resistência ao fluxo de         
sangue.  
● Em mulheres com pré-eclâmpsia,       
as arteríolas maternas não       
apresentam essas alterações     
adaptativas, por razões que ainda         
não estão claras, e não ocorre           
fornecimento de sangue suficiente       
à placenta.  
● Isso, por sua vez, faz com que a               
placenta libere diversas     
substâncias que entram na       
circulação materna e     
comprometem a função endotelial       
vascular, causam menor fluxo de         
sangue aos rins, excesso de         
retenção de sal e água e aumento             
da pressão sanguínea. 
Muito embora os fatores que ligam o             
menor fornecimento sanguíneo     
placentário à disfunção do endotélio         
materno ainda sejam incertos, alguns         
estudos experimentais sugerem um papel         
para os ​níveis elevados de citocinas           
inflamatórias como o fator de necrose           
tumoral a e a interleucina 6.  
● Os fatores placentários que       
impedem a angiogênese     
(crescimento de vasos sanguíneos)       
também têm mostrado     
contribuição no aumento de       
citocinas inflamatórias e     
pré-eclâmpsia.  
Larissa Moitinho 
 
● Por exemplo, as proteínas       
antiangiogênicas tirosina cinases     
relacionadas a fms solúvel 1 (s-Flt-1)           
e endoglina solúvel estão       
aumentadas no sangue de       
mulheres com pré-eclâmpsia.  
● Essas substâncias são liberadas       
pela placenta para a circulação         
materna em resposta à isquemia e           
hipoxia da placenta.  
● A endoglina solúvel e as s-Flt-1 têm             
efeitos múltiplos que podem       
comprometer a função do endotélio         
vascular materno e resultam em         
hipertensão, proteinúria e as outras         
manifestações sistêmicas da     
pré-eclâmpsia.  
Porém, o papel preciso de vários fatores             
liberados pela placenta isquêmica que         
causam as múltiplas anormalidades nas         
mulheres com pré-eclâmpsia ainda é         
incerto. 
Eclâmpsia ​é um grau extremo de           
pré-eclâmpsia, caracterizada por espasmo       
vascular por todo o corpo; convulsões           
clônicas na mãe, às vezes seguidas por             
coma; grande redução do débito renal;           
disfunção hepática; geralmente     
hipertensão grave; e toxemia generalizada.  
● Geralmente, ocorre pouco antes do         
nascimento do bebê.  
● Sem tratamento, uma grande       
porcentagem de gestantes     
eclâmpticas falece. 
Entretanto, com o uso imediato e           
adequado de agentes vasodilatadores de         
ação rápida para reduzir a pressão arterial             
aos níveis normais, seguido pela         
interrupção imediata da gravidez — por           
cesariana, se necessário —, a mortalidade,           
mesmo em gestantes eclâmpticas, tem         
sido reduzida a 1% ou menos. 
(Referência: GUYTON) 
ALTERAÇÕES EMOCIONAIS 
Durante a fase da gravidez para Camacho,             
Vargens, Progianti e Spíndola (2010), “pode           
ser considerada então como uma fase           
marcada por um estado de tensão​, devido             
à expectativa das grandes mudanças que           
estão e continuarão a acontecer,         
principalmente para a mulher, (...)         
formando-se um novo papel: o de ser mãe”               
(p. 116).  
Então, a gestação é um momento que             
muda a mulher e a mesma está sujeita a                 
diversas mudanças tanto externas como         
internas, sendo assim, algumas dessas         
mudanças que são a ​mudança do corpo no               
aspecto biológico e físico, um         
desequilíbrio emocional, mudança de       
humor, e consequentemente seus       
comportamentos habituais sofrem     
mudanças, gerando assim diversos       
conflitos emocionais e internos​. 
Baorolli, Pacheco, Ceretta, Birollo, Amboni         
& Gomes, (n.d) destacam que “durante o             
período gestacional (...), ocorrem muitas         
alterações no comportamento e nos         
sentimentos da gestante, (...). É         
importante verificar se ​ocorrem sintomas         
depressivos, ansiosos ou estressantes,       
que são detalhes fundamentais para a           
saúde não apenas da mãe, mas do bebê               
que está por vir” (par.1). 
➔ Uma das grandes ansiedades neste         
tempo está ligada à lactação, se           
terá ou não leite materno.  
➔ A tranquilidade, segurança e       
equilíbrio ajudam no aleitamento, já         
o pavor, depressão, angústia,       
Larissa Moitinho 
 
exaustão e ansiedade consegue       
gerar a frustação.  
➔ Um espaço promissor que passe         
proteção e incentivo é importante à           
esta nova mãe (Rato, 1998).         
Segundo Costa e Colaboradores       
(2010) “​as alterações fisiológicas       
ocorridas durante a gravidez sejam         
elas sutis ou marcantes, estão         
entre as mais acentuadas que o           
corpo humano pode sofrer, gerando         
medos, dúvidas, angústias,     
fantasias ou simplesmente     
curiosidade em relação as       
transformações ocorridas no     
corpo​” (p.87).  
➔ Como também, Rato (1998) destaca         
que, “durante o segundo e terceiro           
mês dá-se a formação da placenta           
que também gera algumas       
ansiedades (...). A ansiedade       
perante a percepção dos       
movimentos aparece   
conscientemente de várias     
maneiras: temor ao filho disforme,         
medo de morrer no parto (...)”. 
Durante a gravidez, 10% a 15% de todas as                 
mulheres vivenciam sintomas de       
ansiedade e depressão leves a         
moderados.  
● Os sintomas, em geral, são         
semelhantes aos que ocorrem na         
depressão em qualquer outro       
período da vida da mulher, tais           
como falta de apetite e de energia e               
sentimentos de culpa.  
● Além do sofrimento para a própria           
mulher, essas manifestações     
podem interferir no processo       
adequado de desenvolvimento     
fetal, aumentam o risco de eventos           
adversos na gestação para mãe e o             
feto como pré-eclâmpsia, podendo       
associar se a resultados       
obstétricos desfavoráveis como     
parto prematuro e baixo peso ao           
nascer.  
● A depressão pode persistir no         
período pós-parto comprometendo     
o comportamento parental, o       
relacionamento com o parceiro e         
familiares, o processo de formação         
do vínculo entre mãe e filho, o             
desenvolvimento cognitivo, motor e       
psicossocial da criança. 
 
ALTERAÇÕES HORMONAIS 
A gravidez gera uma série de mudanças             
endócrinas no organismo. O elemento         
básico que provoca tais mudanças é a             
implantação da placenta e sua ação de             
sustentação da vida do feto.  
➔ A placenta sintetiza dois tipos         
diferentes de hormônios, os       
peptídicos e os esteróides.  
◆ Dentre os peptídicos estão o         
hormônio ​gonadotropina   
coriônica (HCG)​, o ​hormônio       
somatotropina placentária e     
a​ tireotropina placentária​.  
◆ Os esteróides produzidos são       
o estrógeno, a progesterona       
e os andrógenos. 
O HCG estimula o corpo lúteo,           
responsável pela produção de estrógeno         
e progesterona. Além disto, impede a           
rejeição do tecido fetal. 
A ​somatotropina placentária possui       
propriedades lactogênicas.  
Larissa Moitinho 
 
➔ Juntamente com o HCG, auxilia na           
manutenção da integridade     
anátomo-funcional do corpo lúteo.  
➔ Promove o crescimento fetal e age           
sobre o metabolismo de glicose e           
gordura da mãe, diminuindo a         
utilização materna da glicose para         
desviar essa substância para o feto,           
e aumentando a mobilização de         
ácidos graxos maternos, para que a           
mãe possa utilizá-los como forma         
de energia ao invés da glicose. 
Durante a gestação, a ​progesterona ​inibea musculatura uterina, impedindo a         
expulsão do feto, ​inibe respostas de           
linfócitos T (impedindo a rejeição         
tissular), além de promover depósito de           
nutrientes nas mamas para a formação           
do leite. 
➔ Como ela promove a redução do           
tônus de músculos lisos, pode         
ocorrer diminuição do     
peristaltismo, náuseas,   
constipação, dilatação de veias,       
estase de urina, diminuição da         
pressão diastólica e redução da         
tensão na pressão intra-alveolar e         
arterial (causando hiperventilação). 
Os ​estrógenos ​são responsáveis pelo         
crescimento da musculatura e aumento         
da vascularização uterina, pelo       
relaxamento dos ligamentos pélvicos e         
dilatação dos órgãos sexuais externos,         
pelo aumento no tamanho das glândulas           
mamárias e pelo aumento nos níveis de             
prolactina.  
Os ​andrógenos ​são hormônios ligados à           
steroid-binding-globulin não tendo,     
portanto, ação metabólica.  
O ​cortisol ​produzido pela supra-renal é o             
glicocorticóide mais importante. 
A ​aldosterona ​é um hormônio         
hipertensor secretado pelo córtex       
supra-renal sob ação da angiotensina II. O             
aumento de aldosterona pode ocorrer         
para contrabalancear o efeito       
natriurético da progesterona, ajudando a         
eliminar sódio e água, aumentando a           
oferta destes para o feto. 
Durante a gravidez há aumento no           
processo de formação de glicose, o que             
faz o pâncreas produzir mais insulina, e             
assim manter o metabolismo dos         
carboidratos normal.  
➔ Apesar do aumento da insulina, não           
há aumento de receptores, o que           
provoca uma resistência periférica,       
ou seja, diminui seu       
aproveitamento. 
 
LIBIDO DURANTE A GESTAÇÃO 
Um estudo sobre a sexualidade mostrou           
que durante a gestação a disposição e o               
bem-estar da gestante estão diretamente         
ligados com a vida sexual ativa durante             
este período.  
● O estudo também mostrou que         
fatores, como sonolência, tristeza,       
culpa e medo em relação ao sexo,             
correlacionam-se negativamente   
na vida sexual do casal.  
Outros estudos sobre a sexualidade         
durante a gestação mostram que a vida             
sexual pode ser mais ativa nesta fase se               
os desconfortos corporais e sintomas         
físicos não estiverem presentes.  
● Entretanto, existem evidências que       
o interesse pela atividade sexual         
apresenta leve declínio no primeiro         
Larissa Moitinho 
 
trimestre​, porém ​acentua-se no       
último trimestre de gestação​.  
● Estes dados, no entanto, são         
variáveis entre as gestantes. Isso         
revela que cada mulher tem uma           
forma diferente de lidar com seu           
corpo, controlá-lo e percebê-lo       
durante a gestação, e podem         
apresentar dificuldades nesse     
processo trazendo implicações     
negativas para a sua vida sexual. 
 
AS INDICAÇÕES DE SEXO SEGURO 
Outro fato importante nesse momento é o             
aconselhamento do obstetra ou       
enfermeira responsável pelo pré-natal       
quanto aos cuidados no ato sexual,           
aconselhando as posições sexuais mais         
adequadas ao período gestacional, para         
proporcionar conforto a gestante.  
● A ​penetração profunda do pênis         
deve ser cuidadosa a fim de evitar             
desconforto​, um fato positivo é         
relatado pelas gestantes no       
segundo período gestacional, em       
sua maioria conseguem atingir o         
orgasmo facilmente, com o       
estimulo dos seios, a penetração e           
o orgasmo embora possam       
provocar contrações uterinas.  
● Mas não há relato científico que           
prejudique o feto ou acelere o parto             
(VIEIRA et al., 2012).  
O ato sexual nesse período provoca           
insegurança para algumas gestantes por         
medo do aborto ou de prejudicar o bebê,               
desconhecem que se a gravidez estiver           
evoluindo normalmente o sexo não é           
perigoso, ao contrário, ​o orgasmo mexe           
e acalma o bebê, e o feto está               
perfeitamente protegido pelo líquido       
amniótico e o útero fortemente selado.  
● Esse momento é espontâneo e         
relaxado, especialmente para os       
casais que planejaram, e que         
passaram por tratamentos de       
fertilidade. É o momento certo para           
desfrutar da sexualidade de forma         
espontânea, sem preocupações     
para evitar ou engravidar já que a             
gravidez é fato (VIEIRA et al., 2012). 
Ainda, segundo Caderno de AB nº 32, a               
restrição à atividade sexual deve ser feita             
apenas a critério médico, por causa de             
patologias como placenta prévia ou alto           
risco de prematuridade. 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS 
➔ A Lei Nº 11.634​, de 27 de dezembro               
de 2007, que dispõe sobre o direito             
da gestante ao conhecimento e a           
vinculação à maternidade onde       
receberá assistência no âmbito do         
Sistema Único de Saúde mais a           
Portaria Nº 569, de 01 de junho de               
2000 que considera que o acesso           
das gestantes e recém-nascidos a         
atendimento digno e de qualidade         
no decorrer da gestação, parto,         
puerpério e período neonatal são         
direitos inalienáveis da cidadania.  
➔ Há, ainda, vários programas que         
atendem a gestante e um dos           
principais é o ​PIM - Primeira           
Infância Melhor que acompanha,       
através de visitadoras a futura mãe           
dando orientações e incentivando a         
participar do pré-natal e       
principalmente atuando na área de         
emocional e social da mulher,         
Larissa Moitinho 
 
também pode-se considerar a       
Infância Saudável que também       
mobiliza ações em prol da gestante           
orientando e abrindo portas para o           
desenvolvimento da gestação sadia       
bem como após o nascimento do           
bebê.  
➔ A Rede Cegonha​, lançada em         
março de 2011 pelo Governo         
Federal, a Rede Cegonha é um           
programa que visa garantir       
atendimento de qualidade a todas         
as brasileiras pelo Sistema Único         
de Saúde (SUS), desde a         
confirmação da gestação até os         
dois primeiros anos de vida do           
bebê. Ela terá atuação integrada às           
demais iniciativas do SUS para a           
saúde da mulher. 
➔ PNAISM. 
 
COMO DEVE SER REALIZADO 
10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade 
na Atenção Básica 
 
1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção             
Primária à Saúde até a 12ª semana de               
gestação (captação precoce). 
 
2° PASSO: Garantir os recursos humanos,           
físicos, materiais e técnicos necessários à           
atenção pré-natal. 
 
3° PASSO: Toda gestante deve ter           
assegurado a solicitação, realização e         
avaliação em termo oportuno do resultado           
dos exames preconizados no atendimento         
pré-natal. 
 
4° PASSO: Promover a escuta ativa da             
gestante e de seus (suas) acompanhantes,           
considerando aspectos intelectuais,     
emocionais, sociais e culturais e não           
somente um cuidado biológico: "rodas de           
gestantes". 
5° PASSO: Garantir o transporte público           
gratuito da gestante para o atendimento           
pré-natal, quando necessário. 
 
6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser             
cuidado (realização de consultas, exames e           
ter acesso a informações) antes, durante e             
depois da gestação: "pré-natal do(a)         
parceiro(a)". 
 
7° PASSO: ​Garantir o acesso à unidade de               
referência especializada, caso seja       
necessário. 
 
8° PASSO: Estimular einformar sobre os             
benefícios do parto fisiológico, incluindo a           
elaboração do "Plano de Parto". 
 
9° PASSO: Toda gestante tem direito de             
conhecer e visitar previamente o serviço           
de saúde no qual irá dar à luz (vinculação). 
 
10° PASSO: As mulheres devem conhecer           
e exercer os direitos garantidos por lei no               
período gravídico-puerperal. 
 
Para uma assistência pré-natal efetiva,         
deve-se procurar garantir:   
1. Discussão permanente com a       
população da área (em especial         
com as mulheres) sobre a         
importância da assistência     
Larissa Moitinho 
pré-natal 
 
pré-natal na unidade de saúde e nas             
diversas ações comunitárias;  
2. Identificação precoce de todas as         
gestantes na comunidade e o         
pronto início do acompanhamento       
pré-natal, para que tal início se dê             
ainda no 1º trimestre da gravidez,           
objetivando intervenções   
oportunas em todo o período         
gestacional, sejam elas preventivas       
e/ou terapêuticas.  
3. Deve-se garantir a possibilidade de         
que as mulheres realizem o teste de             
gravidez na unidade de saúde         
sempre que necessário.  
a. O início precoce da       
assistência pré-natal e sua       
continuidade requerem   
preocupação permanente   
com o vínculo entre os         
profissionais e a gestante,       
assim como com a qualidade         
técnica da atenção;  
4. Acolhimento imediato e garantia de         
atendimento a todos os       
recém-natos e à totalidade das         
gestantes e puérperas que       
procurarem a unidade de saúde;  
5. Realização do cadastro da       
gestante, após confirmada a       
gravidez, por intermédio do       
preenchimento da ficha de       
cadastramento do SisPreNatal ou       
diretamente no sistema para os         
serviços de saúde informatizados,       
fornecendo e preenchendo o       
Cartão da Gestante; 
6. Classificação do risco gestacional       
(em toda consulta) e       
encaminhamento, quando   
necessário, ao pré-natal de alto         
risco ou à urgência/emergência       
obstétrica;  
7. Acompanhamento periódico e     
contínuo de todas as gestantes,         
para assegurar seu seguimento       
durante toda a gestação, em         
intervalos preestabelecidos   
(mensalmente, até a 28ª semana;         
quinzenalmente, da 28ª até a 36ª           
semana; semanalmente, no termo),       
acompanhando-as tanto nas     
unidades de saúde quanto em seus           
domicílios, bem como em reuniões         
comunitárias, até o momento do         
pré-parto/parto, objetivando seu     
encaminhamento oportuno ao     
centro obstétrico, a fim de evitar           
sofrimento fetal por pós-datismo.  
8. Toda gestante com 41 semanas         
deve ser encaminhada para a         
avaliação do bem-estar fetal,       
incluindo avaliação do índice do         
líquido amniótico e monitoramento       
cardíaco fetal;  
9. Incentivo ao parto normal e à           
redução da cesárea;  
10.Realização de anamnese, exame       
físico e exames complementares       
indicados;  
11. Imunização antitetânica e para       
hepatite B;  
12. Oferta de medicamentos     
necessários (inclusive sulfato     
ferroso, para tratamento e       
profilaxia de anemia, e ácido fólico,           
com uso recomendado desde o         
período pré-concepcional e durante       
o primeiro trimestre de gestação);  
Larissa Moitinho 
 
13. Diagnóstico e prevenção do câncer         
de colo de útero e de mama; 
14. Avaliação do estado nutricional e           
acompanhamento do ganho de       
peso no decorrer da gestação; 
15. Atenção à adolescente conforme       
suas especificidades; 
16. Realização de práticas educativas,       
abordando principalmente:  
a. O incentivo ao aleitamento       
materno, ao parto normal e         
aos hábitos saudáveis de       
vida; 
b. A identificação de sinais de         
alarme na gravidez e o         
reconhecimento do trabalho     
de parto;  
c. Os cuidados com o       
recém-nascido; 
d. A importância do     
acompanhamento pré-natal,   
da consulta de puerpério e do           
planejamento familiar;  
e. Os direitos da gestante e do           
pai;  
f. Os riscos do tabagismo, do         
uso de álcool e de outras           
drogas;  
g. O uso de medicações na         
gestação.  
h. Tais práticas podem ser       
realizadas de forma individual       
ou coletiva, por meio de         
grupos de gestantes, sala de         
espera, intervenções   
comunitárias etc.; 
17. Identificação do risco de abandono         
da amamentação e     
encaminhamento da gestante aos       
grupos de apoio ao aleitamento         
materno e/ou ao banco de leite           
humano (BLH) de referência;  
18. Oferta de atendimento clínico e         
psicológico à gestante vítima de         
violência, seja esta de qualquer tipo           
(doméstica, física, sexual,     
psicológica etc.), seja àquela em         
risco de depressão pós-parto,       
referenciando-a para equipes     
especializadas e/ou   
encaminhamento para serviços     
específicos, conforme fluxograma     
local;  
19. Visita domiciliar às gestantes e         
puérperas, principalmente no     
último mês de gestação e na           
primeira semana após o parto, com           
o objetivo de monitorar a mulher e a               
criança, orientar cuidados     
adequados, identificar possíveis     
fatores de risco e realizar os           
encaminhamentos necessários;  
20. Busca ativa das gestantes       
faltosas ao pré-natal e à consulta           
na primeira semana após o parto; 
21. Sistema eficiente de referência e         
contrarreferência, objetivando   
garantir a continuidade da       
assistência pré-natal (em todos os         
níveis do sistema de saúde) para           
todas as gestantes, conforme a         
exigência de cada caso.  
22. Toda gestante encaminhada     
para um diferente serviço de saúde           
deverá levar consigo o Cartão da           
Gestante, bem como informações       
sobre o motivo do       
encaminhamento e os dados       
clínicos de interesse. Da mesma         
forma, deve-se assegurar o retorno         
Larissa Moitinho 
 
da gestante à unidade básica de           
origem, que está de posse de todas             
as informações necessárias para o         
seu seguimento;  
23. Vinculação das unidades básicas       
de saúde (UBS) aos hospitais, às           
maternidades, às casas de parto, às           
residências de parto domiciliar       
(feito por parteira) de referência e           
aos serviços diagnósticos,     
conforme definição do gestor local,         
além do registro do nome do           
hospital ou da maternidade ou da           
casa de parto ou das residências de             
parto domiciliar no Cartão da         
Gestante.  
24. Deve-se informar à gestante a         
possibilidade de realizar uma visita         
ao serviço de saúde onde         
provavelmente se realizará o parto         
e, caso seja de seu interesse,           
agendar a visita por volta do sexto             
mês de gestação. Toda gestante         
deve ser orientada a procurar o           
referido serviço quando apresentar       
intercorrências clínicas/obstétricas   
ou quando estiver em trabalho de           
parto; 
25. Vinculação à central de       
regulação obstétrica e neonatal,       
quando existente, de modo a         
garantir a internação da parturiente         
e do recém-nascido nos casos de           
demanda excedente;  
26. Transferência da gestante e/ou       
do neonato em transporte       
adequado (Samu), mediante vaga       
assegurada em outra unidade,       
quando necessário;  
27.Atendimento às intercorrências     
obstétricas e neonatais, assim       
como controle de doenças crônicas         
e profilaxia de doenças infecciosas;         
o Registro das informações em         
prontuário,no Cartão da Gestante e           
no SisPreNatal, inclusive com       
preenchimento da Ficha Perinatal,       
abordando a história clínica       
perinatal, as intercorrências e as         
urgências/emergências que   
requeiram avaliação hospitalar; o       
Atenção à puérpera e ao         
recém-nascido na primeira semana       
após o parto e na consulta           
puerperal (até o 42º dia após o             
parto). 
 
Para que tais práticas sejam         
desenvolvidas, faz-se necessário haver: 
1. Recursos humanos que possam       
acompanhar a gestante no seu         
contexto familiar e social e         
segundo os princípios técnicos e         
filosóficos da Política Nacional de         
Atenção Integral à Saúde da Mulher; 
2. Área física adequada para o         
atendimento da gestante e dos         
familiares nos serviços de saúde         
com condições adequadas de       
higiene e ventilação.  
a. A privacidade é um fator         
essencial nas consultas e nos         
exames clínicos e/ou     
ginecológicos; 
3. Equipamento e instrumental     
mínimo, devendo ser garantida a         
existência de:  
Larissa Moitinho 
 
a. mesa e cadeiras para       
acolhimento e escuta     
qualificada; 
b. mesa de exame ginecológico;  
c. escada de dois degraus; 
d. foco de luz; 
e. balança para adultos     
(peso/altura) com capacidade     
para até 300kg; 
f. esfigmomanômetro; 
g. estetoscópio clínico;  
h. estetoscópio de Pinard; 
i. fita métrica flexível e       
inelástica; 
j. espéculos; 
k. pinças de Cheron; 
l. material para realização do       
exame colpocitológico;  
m. sonar doppler (se possível); e 
n. gestograma ou disco     
obstétrico; 
4. Medicamentos básicos e vacinas       
(contra tétano e hepatite B); 
5. Realização de testes rápidos na         
unidade básica de saúde, assim         
como apoio laboratorial, garantindo       
a realização dos seguintes exames         
de rotina: 
a. Teste rápido de gravidez; 
b. Teste rápido de triagem para         
sífilis e sorologia para sífilis         
(VDRL/RPR); 
c. Teste rápido diagnóstico para       
HIV e sorologia para HIV I e II; 
d. Proteinúria (teste rápido); 
e. Dosagem de hemoglobina     
(Hb) e hematócrito (Ht); 
f. Grupo sanguíneo e fator Rh; 
g. Teste de Coombs; 
h. Glicemia em jejum; 
i. Teste de tolerância com       
sobrecarga oral de 75g de         
glicose em 2 (duas) horas         
(dextrosol); 
j. Exame sumário de urina (tipo         
I); 
k. Urocultura com   
antibiograma; 
l. Exame parasitológico de     
fezes; 
m. Colpocitologia oncótica; 
n. Bacterioscopia do conteúdo     
vaginal; 
o. Eletroforese de hemoglobina. 
6. Instrumentos de registro,     
processamento e análise dos dados         
disponíveis, para permitir o       
acompanhamento sistematizado da     
evolução da gravidez, do parto e do             
puerpério, mediante a coleta e a           
análise dos dados obtidos em cada           
encontro, seja na unidade ou no           
domicílio. 
O papel da equipe de atenção básica no                 
pré-natal  
É importante ressaltar que as atribuições           
dos profissionais são de grande valia em             
todo o processo: territorialização,       
mapeamento da área de atuação da           
equipe, identificação das gestantes,       
atualização contínua de informações,       
realização do cuidado em saúde         
prioritariamente no âmbito da unidade de           
saúde, do domicílio e dos demais espaços             
comunitários (escolas, associações,     
entre outros).  
● Os profissionais devem realizar       
ações de atenção integral e de           
promoção da saúde, prevenção de         
agravos e escuta qualificada das         
Larissa Moitinho 
 
necessidades dos usuários em       
todas as ações, proporcionando       
atendimento humanizado e     
viabilizando o estabelecimento do       
vínculo.  
● É importante realizar a busca ativa           
e a notificação de doenças e           
agravos. 
 
IMPORTÂNCIA E PERIODICIDADE 
O objetivo do acompanhamento pré-natal         
é ​assegurar o desenvolvimento da         
gestação, permitindo o parto de um           
recém-nascido saudável, sem impacto       
para a saúde materna, inclusive abordando           
aspectos psicossociais e as atividades         
educativas e preventivas.  
● Talvez o principal indicador do         
prognóstico ao nascimento seja o         
acesso à assistência pré-natal (grau         
de recomendação B).  
● Os cuidados assistenciais no       
primeiro trimestre são utilizados       
como um indicador maior da         
qualidade dos cuidados maternos       
(grau de recomendação B).  
Se o início precoce do pré-natal é             
essencial para a adequada assistência, o           
número ideal de consultas permanece         
controverso.  
● Segundo a Organização Mundial da         
Saúde (OMS), o número adequado         
seria igual ou superior a 6 (seis).  
● Pode ser que, mesmo com um           
número mais reduzido de consultas         
(porém, com maior ênfase para o           
conteúdo de cada uma delas) em           
casos de pacientes de baixo risco,           
não haja aumento de resultados         
perinatais adversos (grau de       
recomendação A).  
Atenção especial deverá ser dispensada         
às grávidas com maiores riscos (grau de             
recomendação A).  
● As consultas deverão ser mensais         
até a 28ª semana, quinzenais entre           
28 e 36 semanas e semanais no             
termo (grau de recomendação D).  
● Não existe alta do pré-natal.  
● Quando o parto não ocorre até a 41º               
semana, é necessário encaminhar a         
gestante para a avaliação do         
bem-estar fetal, incluindo avaliação       
do índice do líquido amniótico e           
monitoramento cardíaco fetal.  
● Estudos clínicos randomizados     
demonstram que a conduta de         
induzir o trabalho de parto em           
todas as gestantes com 41 semanas           
de gravidez é preferível à avaliação           
seriada do bem-estar fetal, pois se           
observou menor risco de morte         
neonatal e perinatal e menor         
chance de cesariana no grupo         
submetido à indução do parto com           
41 semanas. 
 
A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE DIANTE       
DA GESTAÇÃO 
O importante é estabelecer um bom canal             
de comunicação, seja com a paciente, seja             
com sua família. O Cremesp propôs aos             
médicos uma postura cujo pressuposto é o             
reconhecimento da cidadania de usuários,         
clientes e respectivas famílias, oferecendo         
várias sugestões aos que desejam         
estabelecer melhores relações     
Larissa Moitinho 
relação médico-paciente 
 
profissionais com as pessoas que os           
demandam, algumas das quais são, com           
adaptações:  
➜ Prestar ​atendimento humanizado​,       
marcado pelo bom relacionamento pessoal         
e pela dedicação de tempo e atenção             
necessários.  
➜ ​Saber ouvir a mulher e sua família​,               
esclarecendo dúvidas e compreendendo       
suas expectativas, com registro adequado         
de todas as informações no prontuário.  
➜ Explicar detalhadamente, de forma         
simples e objetiva, o diagnóstico e o             
tratamento para que a mulher entenda           
claramente o que se passa com ela, os               
benefícios das intervenções e também as           
possíveis complicações e prognósticos.  
➜ Após o devido esclarecimento, ​deixar           
que a mulher escolha o tratamento​,           
sempre que existir mais de uma           
alternativa. Ao prescrever medicamentos,       
dar a opção do genérico, sempre que             
possível.  
➜ Ter consciência dos ​limites da           
medicina e falar a verdade para a mulher,               
diante da inexistência ou pouca eficácia de             
um tratamento.  
➜ ​Estar disponível nas situações de           
urgência, sabendo queessa       
disponibilidade requer administração     
flexível das atividades.  
➜ Indicar para a mulher outro(a) médico(a)             
sempre que o tratamento exigir         
conhecimentos que não sejam de sua           
especialidade ou capacidade, ou quando         
ocorrerem problemas que comprometam a         
relação. 
OBS: ​Por ser um momento importante           
para a gestante, a relação médico paciente             
de acalientar e esclarecer todas as dúvidas             
da paciente, a fim de evitar angústias e               
questionamentos sem resolução.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Larissa Moitinho 
 
 
Tratado de ginecologia Febrasgo       
/editores Cesar Eduardo Fernandes,       
Marcos Felipe Silva de Sá; coordenação           
Agnaldo Lopes da Silva Filho ...[et al.]. - 1.                 
ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2019. 
http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/
aee/8110/1/Gesta%C3%A7%C3%A3o%20e
%20seus%20fatores%20emocionais.pdf  
ARAUJO, Natalúcia Matos et al . ​Corpo e               
sexualidade na gravidez​. Rev. esc.         
enferm. USP, São Paulo , v. 46, n. 3, p.                   
552-558, June 2012 . 
SANTOS, Lívia de Jesus Lago; SILVA, Rita             
de Cássia Velozo da. ​Sexualidade na           
gestação​: percepção de usuárias       
(gestantes) e profissionais de       
enfermagem. 2014. 
NOREMBERG, Alessandra. ​As políticas       
públicas do Sistema Único de Saúde para             
o atendimento de gestantes​. Conteudo         
Juridico, Brasilia-DF: 27 out 2020.         
Disponivel em:   
https://conteudojuridico.com.br/consulta
/Artigos/46867/as-politicas-publicas-do-s
istema-unico-de-saude-para-o-atendimen
to-de-gestantes. Acesso em: 27 out 2020. 
Atenção ao pré-natal de baixo risco /             
Ministério da Saúde. Secretaria de         
Atenção à Saúde. Departamento de         
Atenção Básica. – Brasília : Editora do             
Ministério da Saúde, 2012. 318 p.: il. – (Série                 
A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos           
de Atenção Básica, n° 32) 
CAROMANO, Fátima Aparecida.     
Adaptações fisiológicas do período       
gestacional. ​Fisioterapia Brasil, v. 7, n. 5,             
p. 375-380, 2018. 
Larissa Moitinho 
REFERÊNCIA 
http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/8110/1/Gesta%C3%A7%C3%A3o%20e%20seus%20fatores%20emocionais.pdf
http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/8110/1/Gesta%C3%A7%C3%A3o%20e%20seus%20fatores%20emocionais.pdf
http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/8110/1/Gesta%C3%A7%C3%A3o%20e%20seus%20fatores%20emocionais.pdf

Mais conteúdos dessa disciplina