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RESUMO SAÚDE DA MULHER (GRAVIDEZ DE RISCO)

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Saúde da Mulher - SP 5 
 
CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO 
Segundo manual técnico do Ministério da           
Saúde, a Gestação de Alto Risco é “aquela               
na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do                     
feto e/ou do recém-nascido têm maiores           
chances de serem atingidas que as da             
média da população considerada”.       
(CALDEYRO-BARCIA, 1973). 
Embora os esforços dos cientistas para           
criar um sistema de pontuação e tabelas             
para discriminar as gestantes de alto risco             
das de baixo risco ​não tenham gerado             
nenhuma classicação capaz de predizer         
problemas de maneira acurada​, existem         
fatores de risco conhecidos mais comuns           
na população em geral que devem ser             
identificados nas gestantes, pois podem         
alertar a equipe de saúde no sentido de               
uma vigilância maior com relação ao           
eventual surgimento de fator complicador. 
● É importante alertar que uma         
gestação que está transcorrendo       
bem pode se tornar de risco a             
qualquer momento, durante a       
evolução da gestação ou durante o           
trabalho de parto.  
● Portanto, há necessidade de       
reclassicar o risco a cada consulta           
prénatal e durante o trabalho de           
parto. A intervenção precisa ser         
precoce e evita os retardos         
assistenciais capazes de gerar       
morbidade grave, morte materna       
ou perinatal. 
Existem vários tipos de fatores         
geradores de risco gestacional. Alguns         
desses fatores podem estar presentes         
ainda antes da ocorrência da gravidez.  
● Sua identificação nas mulheres em         
idade fértil na comunidade permite         
orientações às que estão       
vulneráveis no que concerne ao         
planejamento familiar e     
aconselhamento pré-concepcional. 
Assim, é importante que as mulheres em             
idade reprodutiva, especialmente aquelas       
em situações de vulnerabilidade, tenham         
acesso aos serviços de saúde e           
oportunidade de estar bem informadas e           
na melhor condição física possível ​antes           
de engravidar​.  
● Como exemplo podemos citar uma         
mulher diabética, que deve estar         
bem controlada antes de       
engravidar.  
Os ​fatores de risco gestacional ​podem           
ser prontamente identicados no decorrer         
da assistência pré-natal desde que os           
prossionais de saúde estejam atentos a           
todas as etapas da anamnese, exame           
físico geral e exame gineco-obstétrico e           
podem ainda ser identicados por ocasião           
da visita domiciliar, razão pela qual é             
importante a coesão da equipe. 
OBS: Na maioria dos casos a presença de               
um ou mais desses fatores não signica a               
necessidade imediata de recursos       
propedêuticos com tecnologia mais       
avançada do que os comumente         
oferecidos na assistência pré-natal de         
baixo risco, embora indiquem uma maior           
Larissa Moitinho 
GRAVIDEZ DE RISCO 
 
atenção da equipe de saúde a essas             
gestantes.  
● Pode signicar apenas uma       
frequência maior de consultas e         
visitas domiciliares, sendo o       
intervalo denido de acordo com o           
fator de risco identicado e a           
condição da gestante no momento.  
Além disso, atenta-se para uma         
necessidade maior de ​ações educativas         
dirigidas aos problemas especícos       
detectados nas gestantes.  
● Em muitos casos, intervenções       
junto à família e à comunidade           
podem gerar impactos positivos.  
● No decorrer do acompanhamento       
das gestantes consideradas de       
baixo risco, deve-se atentar para o           
aparecimento de algum desses       
fatores no curso da gestação. 
Ainda segundo o manual, os marcadores           
e fatores de risco gestacionais presentes           
anteriormente à gestação se dividem em: 
 
 
*​A Adolescência, em si, não é fator de               
risco para a gestação​. Há, todavia,           
possibilidade de risco psicossocial,       
associado à aceitação ou não da gravidez,             
com reexos sobre a vida da gestante             
adolescente que podem se traduzir na           
adesão (ou não) ao preconizado durante o             
acompanhamento pré-natal.  
● O profissional deve atentar para as           
peculiaridades desta fase e       
considerar a possível imaturidade       
emocional, providenciando o     
acompanhamento psicológico   
quando lhe parecer indicado.  
● Apenas o fator idade não indica           
procedimentos como cesariana ou       
episiotomia sem indicação clínica.  
● Cabe salientar que, por força do           
Estatuto da Criança e do         
Adolescente, além da ​Lei nº         
11.108/2005​, toda gestante     
adolescente tem direito a       
acompanhante durante o trabalho       
de parto, no parto e no pós parto, e                 
deve ser informada desse direito         
durante o acompanhamento     
pré-natal. 
 
Os outros grupos de fatores de risco             
referem-se a condições ou complicações         
que podem surgir no decorrer da           
gestação transformando-a em uma       
gestação de alto risco: 
Larissa Moitinho 
 
 
Todos os prossionais que prestam         
assistência a gestantes devem estar         
atentos à existência desses fatores de           
riscos e devem ser capazes de avaliá-los             
dinamicamente, de maneira a determinar         
o momento em que a gestante           
necessitará de assistência especializada       
ou de interconsultas com outros         
prossionais.  
Uma vez encaminhada para       
acompanhamento em um serviço       
especializado em pré-natal de alto risco é             
importante que a gestante seja orientada           
a não perder o vínculo com a equipe de                 
atenção básica ou Saúde da Família que             
iniciou o acompanhamento. 
● Por sua vez esta equipe deve ser             
mantida informada a respeito da         
evolução da gravidez e tratamentos         
administrados à gestante por meio         
de contrarreferência e de busca         
ativa das gestantes em seu         
território de atuação, por meio da           
visita domiciliar.  
Já segundo o FREITAS, os fatores de risco 
gestacional são:  
 
 
PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
O intuito da assistência pré-natal de alto             
risco é interferir no curso de uma gestação               
que possui maior chance de ter um             
resultado desfavorável, de maneira a         
diminuir o risco ao qual estão expostos a               
gestante e o feto, ou reduzir suas possíveis 
consequências adversas​.  
● A equipe de saúde deve estar           
preparada para enfrentar quaisquer       
fatores que possam afetar       
adversamente a gravidez, sejam       
eles clínicos, obstétricos, ou de         
cunho socioeconômico ou     
emocional.  
● Para tanto, a gestante deverá ser           
sempre informada do andamento       
de sua gestação e instruída quanto           
aos comportamentos e atitudes       
que deve tomar para melhorar sua           
saúde, assim como sua família,         
companheiro(a) e pessoas de       
convivência próxima, que devem       
ser preparados para prover um         
suporte adequado a esta gestante. 
A equipe de saúde que irá realizar o               
seguimento das gestações de alto risco           
Larissa Moitinho 
 
deve levar em consideração       
continuamente: 
1. Avaliação clínica: 
Uma avaliação clínica completa e bem           
realizada permite o adequado       
estabelecimento das condições clínicas e         
a correta valorização de agravos que           
possam estar presentes desde o início do             
acompanhamento, por meio de uma         
história clínica detalha da e avaliação de             
parâmetros clínicos e laboratoriais.2. Avaliação obstétrica  
Inicia-se com o estabelecimento da ​idade           
gestacional de maneira mais acurada         
possível e o correto acompanhamento da           
evolução da gravidez, mediante análise e           
adequada interpretação dos parâmetros       
obstétricos (ganho ponderal, pressão       
arterial e crescimento uterino).  
● A avaliação do crescimento e as           
condições de vitalidade e       
maturidade do feto são       
fundamentais.  
 
3. Repercussões mútuas entre as       
condições clínicas da gestante e a           
gravidez  
É de suma importância o conhecimento           
das repercussões da gravidez sobre as           
condições clínicas da gestante e para           
isso é fundamental um amplo         
conhecimento sobre a ​fisiologia da         
gravidez​.  
● Desconhecendo as adaptações     
pelas quais passa o organismo         
materno e, como consequência, o         
seu funcionamento, não há como         
avaliar as repercussões sobre as         
gestantes, principalmente na     
vigência de algum agravo.  
● Por outro lado, se não se conhecem             
os mecanismos fisiopatológicos     
das doenças, como integrá-los ao         
organismo da grávida?  
● Portanto, o conhecimento de       
clínica médica é outro requisito         
básico de quem se dispõe a atender             
gestantes de alto risco, sendo         
também importante o suporte de         
prossionais de outras     
especialidades.  
 
4. Parto  
A determinação da via de parto e o               
momento ideal para este evento nas           
gestações de alto risco talvez represente           
ainda hoje o maior dilema vivido pelo             
obstetra.  
● A decisão deve ser tomada de           
acordo com cada caso e é           
fundamental o esclarecimento da       
gestante e sua família, com         
informações completas e de uma         
maneira que lhes seja       
compreensível culturalmente,   
quanto às opções presentes e os           
riscos a elas inerentes, sendo que           
deve ser garantida a sua         
participação no processo decisório.  
● Cabe salientar, todavia, que       
gravidez de risco não é sinônimo           
de cesariana​.  
● Em muitas situações é possível a           
indução do parto visando o seu           
término por via vaginal, ou mesmo           
aguardar o seu início espontâneo.  
Larissa Moitinho 
 
● A indicação da via de parto deve ser               
feita pelo prossional que for assistir           
ao parto​.  
● É importante que prossionais que         
atendem a mulher durante a         
gestação não determinem qual       
deverá ser a via de parto, que             
depende não só da história         
preexistente, como também da       
situação da mulher na admissão à           
unidade que conduzirá o parto.  
5. Aspectos emocionais e     
psicossociais  
É evidente que para o fornecimento do             
melhor acompanhamento da gestante de         
alto risco, há necessidade de ​equipe           
multidisciplinar​, constituída por     
especialistas de outras áreas, tais como           
Enfermagem, Psicologia, Nutrição e       
Serviço Social, em trabalho articulado e           
planejado. 
 
A ​Doença Hipertensiva Específica da         
Gestação (DHEG) é o distúrbio mais           
comum na gestação. Esta patologia         
caracteriza-se por ​hipertensão     
acompanhada de ​proteinúria ​e/ou ​edema​,         
sendo estes chamados de​ tríade da DHEG​.  
Classifica-se a DHEG em duas formas           
básicas: 
1. Pré-eclâmpsia (forma não     
convulsiva marcado pelo início da         
hipertensão aguda após a vigésima         
semana de gestação) e; 
2. Eclâmpsia​, que é um distúrbio         
hipertensivo gestacional que se       
caracteriza pelos episódios     
convulsivos consequentes a efeitos       
cerebrais profundos da     
pré-eclâmpsia.  
OBS​: A ​Síndrome de HELLP é uma grave               
complicação da gestação caracterizada       
por ​(H) hemólise​, ​(EL) enzimas         
hepáticas elevadas e ​(LP) baixa         
contagem de plaquetas. 
 
De acordo com o Manual de Gestação de               
Risco da FEBRASGO, a hipertensão         
arterial complica cerca de 7 a 10% de               
todas as gestações, incidência que pode           
variar com a população estudada e os             
critérios utilizados para diagnóstico.  
● É a complicação médica mais         
comum da gravidez e a principal           
causa de morbimortalidades     
materna e perinatal.  
● A gestação pode agravar a         
hipertensão existente antes da       
gravidez (hipertensão arterial     
crônica), bem como induzi-la em         
mulheres normotensas   
(hipertensão gestacional/   
pré-eclâmpsia).  
Para o consenso do National High Blood             
Pressure Education Program (NHBPEP),       
publicado em 1990 e reafirmado em 2000,             
é fundamental diferenciar a hipertensão         
que antecede a gravidez daquela que é             
condição específica da mesma​.  
● Na primeira, a elevação da pressão           
arterial é o aspecto fisiopatológico         
básico da doença, a última é           
resultado de má adaptação do         
organismo materno à gravidez,       
sendo a hipertensão apenas um de           
seus achados.  
Larissa Moitinho 
DOENÇA HIPERTESIVA DA GRAVIDEZ 
 
● O impacto dessas duas condições,         
sobre mãe e feto, é diferente,           
assim como o seu controle.  
 
CONCEITOS - EPIDEMIOLOGIA -       
CLASSIFICAÇÃO 
➔ Define-se como ​hipertensão     
arterial ​quando a pressão arterial         
sistólica atinge valor ​≥ 140 mmHg           
e/ou a pressão arterial diastólica         
atinge valor ​≥ 90 mmHg​, em ​duas             
medidas com intervalo de pelo         
menos quatro horas.  
➔ Define-se ​proteinúria ​como a       
excreção urinária de, pelo menos,         
300 mg ​em urina colhida durante 24             
horas ou uma + ​(≥ 30 mg/dL) em               
amostra de urina, desde que não           
haja evidência de infecção do trato           
urinário.  
◆ Segundo a literatura não há         
necessidade de coleta de       
urina de 24 horas, que pode           
ser substituída por 12 horas e           
até seis horas, cujos       
resultados multiplicados por     
dois e quatro,     
respectivamente, 
correspondem às 24 horas.  
◆ Esse procedimento facilita a       
coleta para as gestantes e         
agiliza o resultado.  
◆ Frente a diferentes e       
complexas classificações das     
formas de manifestação da       
hipertensão arterial na     
gravidez, encontradas na     
literatura, em 1990 o NHBPEP         
apresentou uma   
classificação, que atualizou     
em 2000. 
 
A definição das diferentes formas de           
manifestação da hipertensão arterial,       
durante a gestação, segue os critérios a             
seguir: 
➔ Hipertensão arterial crônica:     
definida como a hipertensão       
arterial que está presente antes da           
ocorrência da gestação ou       
diagnosticada antes da 20ª semana         
da mesma.  
◆ A hipertensão arterial     
diagnosticada pela primeira     
vez durante a gestação (a         
partir da 20ª semana), e que           
se mantém além da 12ª         
semana após o parto,       
também é classificada como       
hipertensão arterial crônica.  
➔ Pré-eclâmpsia/eclâmpsia: 
definida como a presença, após a           
20ª semana de gestação (ou antes,           
nos casos de doença trofoblástica         
gestacional), de hipertensão     
arterial acompanhada de     
proteinúria, em gestante sem       
história de hipertensão arterial.  
◆ Na ausência de proteinúria       
também se considera     
pré-eclâmpsia, quando o     
aumento da pressão arterial       
é acompanhado de sintomas       
como cefaleia, borramento     
da visão e dor abdominal, ou           
por valores anormais de       
Larissa Moitinho 
 
testes laboratoriais,   
especialmente contagem   
baixa de plaquetas eaumento         
de enzimas hepáticas.  
 
➔ Hipertensão arterial crônica     
superposta por pré-eclâmpsia​:     
definida pela ocorrência das       
seguintes situações:  
◆ Gestante hipertensa crônica     
sem proteinúria antes da 20ª         
semana de gestação, que       
manifesta proteinúria na     
segunda metade da     
gestação. 
◆ Gestante hipertensa crônica     
com manifestação de     
proteinúria na primeira     
metade da gestação e na         
qual, após a 20ª semana,         
verifica-se aumento   
repentino do valor da       
proteinúria ou da pressão       
arterial previamente   
controlada, presença de     
trombocitopenia ou aumento     
de enzimas hepáticas (alanina       
aminotransferase e/ou   
aspartato aminotransferase). 
➔ Hipertensão gestacional: definida     
pela presença, após a 20ª semana           
de gestação, hipertensão arterial       
sem proteinúria, em gestante sem         
história de hipertensão arterial.  
◆ Doze semanas após o parto,         
gestantes classificadas como     
portadoras de hipertensão     
gestacional serão novamente     
avaliadas e esta renomeada       
como hipertensão transitória,     
se a pressão arterial retornou         
aos valores normais, ou como         
hipertensão arterial crônica,     
se os valores da pressão         
arterial permaneceram   
elevados. 
 
PRÉ-ECLÂMPSIA 
Entre os tipos de hipertensão,         
diagnosticados na gestação, merecem       
destaque as manifestações específicas       
da gestação, isto é, a ​pré-eclâmpsia​, que             
ocorre como forma isolada ou associada           
à hipertensão arterial crônica, e a           
hipertensão gestacional. Segundo a       
literatura, a pré-eclâmpsia, isolada ou         
superposta à hipertensão arterial crônica,         
é o tipo de hipertensão que determina 
os piores resultados maternos e         
perinatais. 
FISIOPATOLOGIA  
Apesar da sua importância em saúde           
pública, a ​etiologia da hipertensão que se             
manifesta na gestação (pré-eclâmpsia e         
hipertensão gestacional) permanece     
desconhecida.  
● Acredita-se haver uma combinação       
de fatores genéticos, imunológicos       
e ambientais que determina ​o         
defeito na invasão trofoblástica       
das arteríolas espiraladas.  
Larissa Moitinho 
 
● Esse defeito causa redução na         
pressão de perfusão     
uteroplacentária, com consequente     
isquemia/hipóxia da placenta no       
decorrer da gestação.  
● A isquemia placentária libera       
fatores, como citocinas     
pró-inflamatórias, que iniciam a       
cascata de eventos celulares e         
moleculares, determinando a     
disfunção endotelial dos vasos,       
com aumento da resistência       
vascular.  
● A pré-eclâmpsia compromete     
todos os órgãos e sistemas         
maternos, com maior intensidade       
nos sistemas vascular, hepático,       
renal e cerebral.  
Presente desde a implantação do ovo, a             
doença caracteriza-se, clinicamente, por       
aumento dos valores da pressão arterial           
após a 20a semana de gestação,           
associado (pré-eclâmpsia) ou não       
(hipertensão gestacional) à ​proteinúria​.       
Nessa fase, a doença é assintomática,           
dependendo seu diagnóstico unicamente       
do ​exame físico e de dados laboratoriais             
da gestante​.  
A evolução natural da doença é o             
desenvolvimento para as formas graves,         
entre elas, a eclâmpsia e a síndrome             
HELLP. 
 
FATORES DE RISCO PRÉ-ECLÂMPSIA E 
ECLÂMPSIA 
São fatores de risco: 
● Hipertensão arterial sistêmica 
crônica; 
● Primeira gestação; 
● Diabetes; 
● Lúpus; 
● Obesidade; 
● Histórico familiar ou pessoal das 
doenças supracitadas; 
● Gravidez depois dos 35 anos e antes 
dos 18 anos; 
● Gestação gemelar. 
 
Larissa Moitinho 
 
 
 
 
ECLÂMPSIA 
É definida pela manifestação de uma ou             
mais ​crises convulsivas ​tônico-clônicas       
generalizadas e/ou coma, em gestante         
com hipertensão gestacional ou       
pré-eclâmpsia, na ausência de doenças         
neurológicas.  
● Pode ocorrer durante a gestação,         
na evolução do trabalho de parto e             
no puerpério imediato. 
● Metade dos casos acontece em         
gestações pré-termo e 25%, no         
puerpério tardio (> 48 horas).  
● Raramente se manifesta antes da         
20ª semana de gestação e, quando           
acontece, deve ser afastado o         
diagnóstico de mola hidatiforme ou         
de síndrome dos anticorpos       
antifosfolípides.  
● Mesmo sendo uma complicação       
característica da pré-eclâmpsia,     
isto é, em que está presente a             
proteinúria, em 1985 Chesley já         
chamava a atenção para o fato de             
que ​10% das convulsões ocorrem         
na ausência de proteinúria​.  
● Esse fato foi comprovado por         
outros autores ao mostrarem cifras         
que chegam a 22%.  
A eclâmpsia é comumente precedida         
pelos sinais e sintomas de eclâmpsia           
iminente, isto é, ​distúrbios do sistema           
nervoso central (cefaleia     
frontal/occipital, torpor, obnubilação e       
alterações do comportamento)​, ​visuais       
(escotomas, fosfenas, visão embaçada       
e até amaurose) e ​gástricos (náuseas,           
vômitos e dor no hipocôndrio direito ou             
no epigástrio). 
Larissa Moitinho 
 
 
A incidência de eclâmpsia é variável,           
predominando em países em       
desenvolvimento.  
● De modo geral essa incidência é de             
1,3 para cada 1.000 partos, variando           
de 0,6 nos países desenvolvidos até           
4,5 nos países em       
desenvolvimento.  
OBS¹:​Embora, a maioria (80%) das         
gestantes manifeste sintomas (iminência       
de eclâmpsia) que precedem a convulsão,           
um número significativo não os         
apresentará.  
OBS²: É importante lembrar que, entre 20             
e 38% das gestantes que apresentam           
convulsões, a pressão arterial tem         
valores inferiores a 140 x 90 mmHg, antes               
do primeiro episódio convulsivo.  
● Acredita-se que a alteração brusca         
do valor da pressão arterial, e não o               
seu valor isolado, seja o principal           
fator desencadeante da crise       
convulsiva. 
 
TRATAMENTO 
O tratamento definitivo da eclâmpsia é a             
resolução da gestação,     
independentemente da idade     
gestacional. Após estabilização materna,       
avaliação laboratorial (afastar ou       
confirmar a concomitância da síndrome         
HELLP) e das condições de vitalidade           
fetal, define-se a via de parto mais             
apropriada.  
SÍNDROME DE HELLP 
A associação de ​hemólise​,       
plaquetopenia ​e ​disfunção hepática com         
eclâmpsia​ foi relatada na década de 1950.  
● Em 1982, Weinstein reuniu essas         
alterações sob o acrônimo de         
HELLP​, representando a hemólise       
pelo H, o aumento de enzimas           
hepáticas pelo EL e a         
plaquetopenia pelo LP, e       
denominou-as síndrome HELLP.  
● Identificou essa síndrome como       
uma complicação da pré-eclâmpsia       
grave/eclâmpsia, sem estabelecer     
os padrões bioquímicos e       
hematológicos para o diagnóstico.  
● A literatura diverge em relação aos           
valores dos parâmetros que       
definem essa síndrome. 
● Sibai et al. propuseram uma         
sistematização dos padrões de       
valores laboratoriais para o       
diagnóstico de síndrome HELLP,       
que foram adotados pelo Ministério         
da Saúde do Brasil. 
Larissa Moitinho 
 
 
Também não existe consenso no         
diagnóstico de síndrome HELLP parcial,         
que alguns autores atribuem à presença           
de apenas uma ou duas das alterações             
hematológicas e/ou bioquímicas.  
● A incidência de síndrome HELLP         
varia entre 2 e 12% do total de               
mulheres com diagnóstico de       
pré-eclâmpsia.● Essa variação reflete tanto a falta           
de consenso nos parâmetros       
laboratoriais estabelecidos para o       
diagnóstico como a dificuldade       
para a identificação da doença,         
quando os sinais clínicos da         
pré-eclâmpsia estão ausentes.  
● Em nosso meio, pautando-se pelos         
parâmetros laboratoriais definidos     
por Sibai et al., Parpinelli et al.             
relatam incidência de 2,13% do         
total de mulheres com diagnóstico         
de síndrome hipertensiva.  
● Marchioli encontrou 2,5% de casos         
em mulheres com síndrome       
hipertensiva.  
● Em até um terço dos casos, a             
manifestação pode acontecer no       
período puerperal.  
● Poucos trabalhos da literatura       
avaliam a incidência da síndrome         
HELLP parcial, referindo     
percentuais entre 12,9 e 24,1%. 
A anemia hemolítica microangiopática é         
o marco da síndrome HELLP. 
● É atribuída à deformidade       
(esquizócitos) e destruição das       
hemácias na microcirculação,     
secundárias ao dano endotelial,       
com subsequente vasoespasmo e       
deposição de fibrina nas paredes         
vasculares, que também conduzem       
à ativação, agregação e ao maior           
consumo periférico das plaquetas       
(plaquetopenia).  
● Essas alterações são comuns à         
fisiopatologia da pré-eclâmpsia.  
● A lesão hepática clássica é a           
necrose parenquimatosa focal ou       
periportal​, com depósitos de       
material hialino nos sinusóides       
hepáticos.  
● Essas alterações podem ser       
responsáveis pela elevação de       
enzimas hepáticas e pela dor, em           
quadrante superior direito do       
abdome, frequentemente   
identificadas nas mulheres com       
essa síndrome.  
● Em raras ocasiões, pode ocorrer         
hemorragia intra-hepática com     
formação de hematoma     
subcapsular, complicação de     
elevada morbimortalidade,   
principalmente se ocorrer ruptura       
do mesmo.  
● O diagnóstico precoce é,       
eminentemente, ​laboratorial ​e     
deve ser pesquisado de maneira         
sistemática nas mulheres com       
pré-eclâmpsia grave /eclâmpsia     
Larissa Moitinho 
 
e/ou dor em quadrante superior         
direito do abdome.  
● Nos Estados Unidos, as       
complicações tardias, advindas da       
falta de diagnóstico, são as         
principais causas de processo por         
erro médico.  
● O diagnóstico diferencial com       
outras entidades também deve ser         
aventado em mulheres com       
alterações sugestivas de síndrome       
HELLP. 
 
TRATAMENTO 
Assim como nos casos de eclâmpsia,           
frente ao diagnóstico de síndrome HELLP           
se impõe a resolução da gestação,           
independentemente da idade     
gestacional.  
● Segundo Martin, 25% das gestantes         
com síndrome HELLP apresentam       
potencial de complicações fatais       
como coagulação intravascular     
disseminada, descolamento   
prematuro de placenta, síndrome       
de angústia respiratória do adulto,         
insuficiência hepática, edema     
pulmonar, hematoma subcapsular     
ou rotura hepática.  
 
 
 
FATORES DE RISCO 
● Gestantes com pré-eclâmpsia; 
● Gestantes portadoras de doenças 
cardíacas ou renais; 
● Gestantes portadoras de doenças 
crônicas, tais como a diabetes ou o 
lúpus. 
 
PREVENÇÃO  
A prevenção da pré-eclâmpsia deve ser           
uma das principais metas da assistência           
pré-natal.  
● Segundo Dekker e Sibai, prevenir a           
doença significa atuar para evitar a           
ocorrência da doença, impedir as         
manifestações clínicas e prevenir       
suas complicações. 
Para evitar a ocorrência da pré-eclâmpsia,           
teríamos que conhecer sua etiologia,         
entretanto o que sabemos são aspectos de             
sua fisiopatologia, como a falta ou           
inadequada invasão das arteríolas       
Larissa Moitinho 
 
espiraladas pelas células     
citotrofoblásticas, que existe exacerbada       
resposta inflamatória e ativação       
inadequada da célula endotelial.  
● Porém, os mecanismos que       
antecedem esses achados são       
desconhecidos, o que não permite         
atuarmos para evitar a ocorrência         
da doença. 
● Para impedir as manifestações       
clínicas, existem proposições de       
suplementação de substâncias que       
atuariam na fisiopatologia da       
doença, como aspirina, cálcio, óleo         
de peixe ​e ​vitaminas C ​e ​E​.  
● Os estudos de metanálise da         
Biblioteca Cochrane revelam que o         
emprego de agentes     
antiplaquetários (principalmente   
baixa dose de aspirina) apresenta         
benefícios moderados na     
prevenção da pré-eclâmpsia e suas         
consequências.  
 
POLÍTICAS PÚBLICAS 
● PNAISM 
● REDE CEGONHA 
 
CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS E 
BIOPSICOSSOCIAIS PARA A MÃE E O RN 
MATERNAS​: hemorragia cerebral,     
cegueira cortical, insuficiência renal,       
encefalopatia hipertensiva, ruptura     
hepática, edema agudo de pulmão,         
coagulopatia intravascular disseminada,     
psicose, infecção, síndrome da angústia         
respiratória do adulto, infarto, dissecção         
aguda da aorta, deslocamento prematuro         
da placenta, óbito materno (CONSENSO         
BRASILEIRO DE CARDIOPATIA E       
GRAVIDEZ, 2004; RUDGE; PERAÇOLI;       
CUNHA, 2000). 
 
CONCEPTO​: abortamento, prematuridade,     
retardo de crescimento intra-uterino,       
sofrimento fetal agudo e crônico, óbito           
fetal (CONSENSO BRASILEIRO DE       
CARDIOPATIA E GRAVIDEZ, 2004). 
 
RESTRIÇÃO DE CRESCIMENTO FETAL 
Nas mulheres que desenvolvem a         
pré-eclâmpsia, a invasão trofoblástica       
deixa de ocorrer, ou ocorre de maneira             
inadequada, resultando em vasos de alta           
resistência e circulação placentária com         
baixo fluxo.  
● A isquemia placentária e a hipóxia           
determinam lesão do endotélio       
vascular, agregação plaquetária     
bem como obstrução do fluxo         
sangüíneo placentário.  
● A hipoxia placentária também       
aumenta a produção de peróxidos         
lipídicos que prejudicam a síntese         
de prostaciclina, potente     
vasodilatador.  
● A síntese do óxido nítrico potente           
vasodilatador parece também estar       
afetada na pré -eclampsia. 
Esses fatores contribuem para um         
crescimento fetal restrito. 
Ademais, encontra-se descrito na       
literatura com certo consenso que         
quando o feto está sujeito a um grau               
severo de insuficiência placentária, como         
a causada pela hipertensão arterial         
materna, ele sofre com a hipoxia.  
● O feto tende então a apresentar           
uma distribuição do seu fluxo         
Larissa Moitinho 
 
sanguíneo privilegiando órgãos     
nobres.  
● Entretanto, esse fenômeno de       
defesa é autolimitado. 
 
INDICAÇÕES 
De acordo com Ramilo et al., hemorragia             
pós-parto constitui uma das principais         
causas de mortalidade materna, a par da             
pré-eclâmpsia e da infeção. 
Os aspetos mais importantes na         
abordagem da hemorragia pós-parto são o           
atempado reconhecimento da situação e o           
esclarecimento da etiologia.  
● Para além do suporte geral e           
reposição da volémia, é       
fundamental uma rápida     
interrupção da hemorragia, com       
auxílio de medidas conservadoras       
médicas e/ou cirúrgicas.  
● Nas primeiras incluem-se     
sobretudo a utilização de fármacos         
uterotónicos, como a ocitocina ou         
as prostaglandinas.  
● Nas atitudes conservadoras     
cirúrgicas há a considerar o         
tamponamento uterino, a     
embolização arterial seletiva, a       
laqueação vascular (artérias     
uterinas e artérias ilíacas internas)         
ou as suturas de compressão         
uterina. 
Por fim, e no insucesso das técnicas             
anteriores, assume particular importância       
ahisterectomia no tratamento de última           
linha da hemorragia pós-parto de origem 
uterina. 
 
Já segundo De Souza & De 0Souza, a                 
histerectomia pós-parto de emergência       
(HPPE) é um procedimento operatório que           
consiste na retirada do útero por via             
abdominal, realizada após um parto         
cesariano ou vaginal. É considerada uma           
cirurgia de grande porte, reservada a           
situações de ineficácia dos métodos         
conservadores para controle de       
hemorragia uterina (CHRISTOPOULOS P et         
al., 2011; IHAB AS et al., 2014). 
Imudia AN et al, (2009), Rossi AC et al,                 
2010, Cromi A et al, (2016) e Campbell OM et                   
al, (2016) apontaram fatores de risco para             
histerectomia pós-parto, dentre eles a         
multiparidade​, ​partos cesáreos     
repetidos​, gestação múltipla​, ​placenta       
prévia, acretismo placentário,     
pré-eclâmpsia, idade materna avançada,       
sangramento anteparto, hemorragia     
pós-parto, distúrbios hemorrágicos e o         
uso de ​tecnologias de reprodução         
assistida​. 
Glaze S et al, (2008), observaram que, duas               
décadas atrás, as indicações mais comuns           
de HPPE consistiam em atonia uterina e             
rotura uterina​.  
● Recentemente, estudos em     
Portugal, Estados Unidos, Índia,       
Turquia, Dubai têm relatado um         
incremento no número de       
cesarianas ​e ​aumento na taxa de           
placentação anômala​, ​placenta     
acreta e placenta prévia​,       
consideradas as causas mais       
frequentes para o procedimento. 
● Assim a HPPE é um procedimento           
utilizado para administrar     
hemorragias obstétricas com risco       
de vida e\ou sepse uterina. 
Larissa Moitinho 
HISTERECTOMIA pós-parto 
 
 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de           
Atenção à Saúde. Departamento de Ações           
Programáticas Estratégicas. ​Gestação de       
alto risco: manual técnico / Ministério da             
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,           
Departamento de Ações Programáticas       
Estratégicas. – 5. ed. – Brasília : Editora do                 
Ministério da Saúde, 2012. 302 p. 
ANGONESI, Janaína; POLATO, Angelita.       
Doença hipertensiva específica da       
gestação (DHEG)​, incidência à evolução         
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Hipertensão arterial na gestação​:       
importância do seguimento materno no         
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Ramilo I,Caeiro AF,Mendinhos G, Santos         
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15-year review. Acta Obstet Ginecol Port           
2015;9(1):16-22. 
 
DE SOUZA, Lucas Simas; DE SOUZA,           
Andreia Ferreira. ​Histerectomia     
Pós-Parto de emergência em       
maternidade pública de cuidados de alto           
risco no estado do Amazonas. Revista           
Eletrônica Acervo Saúde, n. 32, p.           
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Larissa Moitinho 
REFERÊNCIA

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