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RECURSO ORDINÁRIO TRABALHISTA

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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 90ª VARA DO TRABALHO DE 
CURITIBA 
 
PROCESSO N°.: 121314 
 
Raissa, técnica de segurança do trabalho, já devidamente qualificada nos autos do 
processo em epígrafe, vem, através de sua advogada Jéssica Santos (procuração em 
anexo), perante a Vossa Excelência interpor tempestivamente e com fulcro no art. 
895, I da CLT: 
 
RECURSO ORDINÁRIO 
 
contra sentença proferida nos autos da Reclamação Trabalhista, que move em face 
de MINERADORA DINAMITE LTDA E MINERADORA TNT LTDA, pessoas jurídicas 
de direito privado, inscritas nos CNPJ nº.. . e nº. .. , ambas com sede na rua.. ., nº .. 
., bairro... , cidade.. ., CE P..., estado ... , endereços eletrônicos, pelo exposto a seguir. 
 
Requer que, após a verificação dos requisitos de admissibilidade, seja realizada a 
intimação da recorrida para apresentar contrarrazões, bem como a remessa dos autos 
ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. Requer, ainda, a juntada do 
comprovante de pagamento da guia de preparo. 
 
Nestes termos, pede e aguarda deferimento. 
 
Curitiba – PR, 20 de maio de 2015. 
Advogada Jéssica Santos - OAB XX.XXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 
 
RECORRENTE: RAISSA 
RECORRIDOS: MINERADORA DINAMITE LTDA E MINERADOORA TNT LTDA 
PROCESSO N° 121314 
ORIGEM: 90ª VARA DO TRABALHO DE CURITIBA 
 
SÍNTESE DOS FATOS 
 A recorrente trabalhou como técnica de segurança do trabalho para a sociedade 
empresária Mineradora Dinamite Ltda., de 10/09/2009 a 18/03/2017, quando foi 
dispensada sem justa causa e recebeu a indenização devida pela ruptura do pacto 
laboral, tudo antes da reforma trabalhista (Lei n° 13.467/2017). 
 A empregada em questão sempre recebeu salário equivalente a três salários mínimos 
mensais. Contudo, Raíssa achava que diversos dos seus direitos haviam sido 
desrespeitados ao longo do contrato, motivo pelo qual ajuizou, em 15/05/2017, 
reclamação trabalhista contra o ex-empregador e a Mineradora TNT Ltda., do mesmo 
grupo econômico, requerendo diversas parcelas. A demanda foi distribuída para a 90ª 
Vara do Trabalho de Curitiba, recebeu o número 121314, foi devidamente contestada 
e instruída. 
 Na sentença, haja vista a prejudicial de prescrição parcial, o juiz declarou prescritos 
os direitos anteriores a 15/05/2013 e, no mérito, analisando os pedidos formulados, 
julgou procedente o pedido de hora in itinere, deferiu adicional de periculosidade na 
razão de 30% sobre o salário mínimo, indeferiu a reintegração postulada porque a 
autora, confessadamente, era membro indicado da CIPA, deferiu o adicional de 
transferência na razão de 20% do salário no período de cinco meses, nos quais a 
trabalhadora foi deslocada para outra unidade da empresa e teve de mudar seu 
domicílio. 
 Ademais, julgou procedente o pedido de dobra das férias, porque não fruídas no 
período concessivo, indeferiu a retificação da anotação de dispensa para computar o 
aviso prévio porque ele foi indenizado e, assim, não seria considerado para este fim 
específico. Reconheceu, ainda, que a trabalhadora somente fruiu de 20 minutos para 
refeição, quando o correto seria uma hora diante da jornada cumprida, daí porque 
deferiu o pagamento de 40 minutos de horas extras com adicional de 50%, mas sem 
integrações, diante da sua natureza indenizatória. 
 Ainda foram indeferidas, ainda, a verba quinquênio, porque não prevista na norma 
coletiva da categoria da autora, a devolução do valor do EPI cobrado parcialmente da 
empregada no contracheque, porque isso beneficia o obreiro e não há vedação legal 
desta cobrança, o pagamento do vale transporte porque a empresa afirmou que a 
trabalhadora não pretendia fazer uso desse direito e o ônus da prova que, segundo 
ele, convergiu para a reclamante, que dele não se desvencilhou com sucesso. 
 Por fim, reconheceu a existência de grupo econômico e condenou a sociedade 
empresária Mineradora TNT Ltda. de forma subsidiária, na forma da Súmula 331 do 
TST. 
 
DA PREJUDICIAL DE MÉRITO 
DA PRESCRIÇÃO PARCIAL 
 A recorrente laborou para a sociedade empresária Mineradora Dinamite Ltda., como 
técnica de segurança do trabalho, no período de 10/09/2009 a 18/03/2017. Tendo 
ajuizado, em 15/05/2017, reclamatória trabalhista. Na sentença, o juízo ‘’a quo’’, 
considerando a prejudicial de prescrição parcial, declarou prescritos os direitos 
anteriores a 15/05/2013. Não há no que se falar em prescrição parcial, visto que a 
autora ajuizou a demanda em 15/05/2017, isso lhe garante que seja retrocedido em 5 
(cinco) anos, ou seja, até o dia 15/05/2012. 
 A prescrição quinquenal trabalhista está expressa na Constituição Federal, no art. 7°, 
inc. XXIX, o qual dispõe que a ação quanto aos créditos resultantes das relações de 
trabalho possui prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e 
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. 
 Nesse sentido, o TST, por sua vez, reconhece a prescrição quinquenal na Súmula 
308, a qual prevê que respeita o biênio subsequente à cessação contratual, a 
prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a 
cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao 
quinquênio da data da extinção do contrato. Com isso, requer a reforma da sentença 
para que a reclamante tenha seu direito garantido. 
 
DO MÉRITO 
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 
 Consoante a Constituição Federal, em seu art. 7°, XXIII, é direito do trabalhador o 
adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na 
forma da lei. Na sentença exarada pelo juízo ‘’a quo’’, foi fixada adicional de 
periculosidade na razão de 30% sobre o salário mínimo. Entretanto, o trabalho em 
condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% incidente 
sobre o salário-base, sem os acréscimos resultantes de gratificações prêmios ou 
participações nos lucros da empresa. 
 Nesse caso, é importante observar que a súmula n° 364 do TST proíbe que acordo 
ou convenção coletiva de trabalho fixe cláusula incluindo adicional de periculosidade 
em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição 
ao risco. Diante o exposto requere que a sentença seja reformada. 
 
DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA 
 Em sua decisão, o magistrado deferiu o adicional de transferência na razão de 20% 
do salário mínimo no período de cinco meses, visto que a trabalhadora foi deslocada 
para outra unidade da empresa, tendo que mudar seu domicílio por consequência. 
 É notório que, nesses casos, é devido ao trabalhador transferido o pagamento 
suplementar de no mínimo 25% dos salários que esse fazia jus naquele local enquanto 
perdurar a situação de transferido e não de 20%, valendo-se do art. 469, §3° da CLT. 
Diante o exposto requer que seja reformada a sentença, a fim de ajustar o percentual 
devido a recorrente. 
 
DA REIFICAÇÃO DA ANOTAÇÃO NA CTPS 
 No tocante ao de retificação de dispensa na CTPS, para computar o aviso prévio 
indenizado, o pedido foi indeferido pelo juiz. Ocorre que, há a previsão na sumula 371 
do TST, que a projeção do contrato de trabalho deve ser para o futuro ainda que seja 
indenizado. Portanto, deve ser anotado na CTPS da recorrente o prazo previsto em 
lei, conforme prevê a OJ 82 da SD-1 do TST do término do aviso prévio. Diante o 
exposto, pleiteia-se a reforma da sentença do juiz de 1° grau nesse ponto. 
 
DO DESCONTO DE VALOR DO EPI 
 Sabe-se que o Ministério do Trabalho e Emprego determina que toda empresa que 
atua em segmentos em que o uso de EPIs é obrigatório, forneça a todos os 
equipamentos de proteção individual necessários. O funcionário paga, ou tem um 
determinado valor descontado do salário, somente se comprovado que ele danificou 
ou extraviou o EPI de maneira intencional. 
 No caso em tela, a recorrente requer a devolução do valor do EPI cobrado 
parcialmenteno contracheque, visto que o magistrado entendeu que isso beneficia o 
obreiro e não há vedação desta cobrança. Porém o desconto efetuado foi realizado 
de maneira irregular, não podendo prosperar, haja vista ser responsabilidade do 
empregador o fornecimento desse equipamento de proteção. 
 
DOS INTERVALOS 
 Na decisão, o juiz reconheceu que a trabalhadora somente fruiu de20 minutos para 
refeição, quando o correto seria uma hora diante da jornada cumprida, deferiu o 
pagamento de 40 minutos de horas extras com adicional de 50%, mas sem 
integrações, diante da sua natureza indenizatória. Entretanto, o intervalo descumprido 
gera o pagamento da hora integral, e não apenas da diferença, conforme 
entendimento exarado na Súmula 437, inc. I, TST e ainda no art. 71, §4°, CLT. 
Ademais, o intervalo indenizado tem natureza salarial, devendo ser integrado para 
todos os fins, conforme súmula 437, inc. III, TST. 
 
DO PAGAMENTO DO VALE TRANSPORTE 
 Conforme a súmula 460 do TST, é do empregador o ônus de comprovar que o 
empregado não satisfaz os requisitos indispensáveis para a concessão do vale 
transporte ou não pretenda fazer uso do benefício. 
 No caso em tela, a recorrente requer o pagamento do vale transporte, uma vez que 
a empresa afirmou que a trabalhadora não pretendia fazer uso desse direito, 
entretanto, o magistrado afirmou que ônus da prova era da reclamante. Como vimos, 
o empregador deverá comprovar que o empregado não satisfaz ou não pretende usá-
lo. Assim, requer que seja reformada a sentença. 
 
DO GRUPO ECONÔMICO 
 Na sentença ora atacada, o juiz reconheceu a existência de grupo econômico e 
condenou a sociedade empresária Mineradora TNT Ltda. De forma subsidiária. 
Entretanto, as empresas que integram grupo econômico dispõem de responsabilidade 
solidarias pelas obrigações decorrentes da relação de emprego, nos termos do §2° do 
art. 2° da CLT. 
 
DOS PEDIDOS 
 Diante do exposto, requer que o presente recurso seja recebido, conhecido e provido, 
que a recorrida seja intimada para apresentar contrarrazões e que a decisão recorrida 
seja reformada, nos termos apresentados. 
 
Nestes termos, 
Pede e aguarda deferimento. 
 
Curitiba – PR, 20 de maio de 2015. 
Advogada Jéssica Santos - OAB XX.XXX

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